My Medicine. escrita por DihDePaula


Capítulo 24
Capítulo 22 - Tudo de mim.




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Ver Rebecca conversando com seus avós tinha sido uma experiência diferente, ela estava feliz e descontraída na maior parte do tempo. Provavelmente da forma que ela era antes de a própria mãe acabar com sua felicidade. Ele ainda não conseguia entender como aquela mulher poderia ser tao inescrupulosa, agradecia mentalmente por Roxanne.

Ele estava escorado na parede da sala da cobertura que Rebecca morava, ela decidiu vir pegar algumas coisas suas para não ser obrigada a voltar naquele lugar tão cedo, já que a última pessoa que ela queria ver no mundo era a mãe. Eric prontamente se ofereceu para acompanha-la depois que saíssem da aula, eram as últimas semanas deles na escola e ele não via a hora daquilo acabar.

O barulho das portas do elevador se abrindo chamou a atenção dele, assim que viu Charlotte e seu pai passarem pelas portas seu semblante se fechou. Sabia que aquilo não acabaria bem. Eles estavam rindo e conversando, mas assim que viram Eric a postura de ambos mudaram. Charlotte parecia um pouco embriagada e estava pendurada no braço de seu pai.

— Que surpresa te ver aqui meu filho. — Disse Christian sério.

— Oi, pai. Charlotte. — Eric cumprimento somente movendo a cabeça.

Se manteve com os braços cruzados na frente de seu corpo, visivelmente tensionados pelo clima nada agradável. Soltou um pequeno suspiro, esperava que Rebecca não explodisse e botasse tudo a perder. Afinal, ela havia combinado com os avós de confrontar Charlotte juntos e somente quando já tivessem recuperado tudo que pertencia a Rebecca.

— O que está fazendo aqui? — Perguntou o pai parecendo querer puxar assunto.

— Estou esperando Rebecca pegar algumas coisas, vamos viajar no final de semana e ela precisava de algumas coisas. — Mentiu descaradamente.

A relação com Christian havia se tornado péssima ao longo dos anos, primeiro por conta da forma que ele tratava Arthur por causa da orientação sexual e depois por conta da infidelidade dele com Roxanne. O divórcio havia sido extremamente complicado, principalmente quando os dois filhos ficaram do lado da mãe e não ao lado do pai, como ele se iludiu que aconteceria.

Às vezes ele realmente parecia interessando em tentar reconquistar a amizade que eles tinham quando os gêmeos eram mais novos, no começo ele era um bom pai dentro do possível. Ao menos sempre arrumava um tempo para fazer algum programa com os filhos, programas que geralmente eram divertidos e alegravam as tardes dos meninos.

Mas tudo mudou quando Christian começou a perceber que Arthur não se interessava por meninas como Eric e sim por meninos. Para Eric aquilo não fazia a menor diferença, Arthur sempre seria a mesma pessoa, sempre seria seu irmão caçula por 5 minutos. E quando o próprio pai começou a tratar seu irmão mal por puro preconceito, um muro foi erguido entre eles.

— Vão viajar pra onde ? — Ele parecia somente curioso e interessado em puxar assunto.

— Hamptons, para a casa da vovó. — Eric disse a primeira coisa que passou em sua cabeça.

— Coitada de Rebecca, aquela velha vai atazanar ela por conta de sua personalidade. — Disse Christian rindo.

Eric deu ombros e acabou rindo juntos, sua avó era louca, bem louca e de boa com a vida. Ela com toda certeza gostaria de Rebecca e provavelmente não desgrudaria da loira durante o final de semana todo, se eles realmente fossem fazer alguma viagem, é claro. Ele só tinha inventado uma desculpa para Rebecca sair dali com uma mala sem levantar suspeitas.

Escutou um barulho de algo batendo no topo da escada e ao ver Rebecca tentando puxar a mala riu. Eric rapidamente subiu as escadas e pegou a mala das mãos dela sorrindo, Rebecca retribuiu o sorriso. Mas assim que ela viu aqueles dois na sala o sorriso dela sumiu. Ela o encarou Eric em silêncio.

— Eu disse que vamos viajar para os Hamptons no final de semana, única desculpa que achei para você estar saindo daqui com uma mala. — Sussurrou para ela enquanto empurrava o puxador para baixo e usava a alça lateral para erguer a mala e carregar a mesma até o andar de baixo.

Quando Eric apoiou a mala no chão percebeu que Rebecca desceu bem atrás dele em silêncio com uma expressão nada amigável.

— Olá Rebecca, Boa noite. — Cumprimentou Christian.

— Oi, boa noite. — Respondeu ela sem muita empolgação.

— Então o negócio entre vocês está ficando sério mesmo ein? Vai até te apresentar para a vovó. — Charlotte soltou uma risada debochada.

A expressão de Rebecca se fechou ainda mais, Eric rapidamente entrelaçou seus dedos aos dela e utilizando o polegar acariciou as costas da mão dela. Fez aquilo para que ela se lembrasse de que não estava mais sozinha, se dependesse dele nunca mais estaria.

— Não é da sua conta, Charlotte. — Disse Rebecca de forma ríspida.

— Olha como fala comigo, mais respeito garota. — Bradou Charlotte visivelmente irritada.

Rebecca soltou uma pequena risada debochada e franziu o cenho enquanto encarava a mulher com a cabeça erguida. Eric e Christian se mentaram em silêncio encarando aquela cena, o melhor mesmo seria os dois ficarem calados e não se meterem naquilo ou sobraria para eles.

— Respeito eu dou para quem merece e você com certeza não merece o meu Charlotte. Não vou perder meu tempo mais com você, já perdi anos da minha vida. Mas agora chega. — Disse Rebecca em um tom baixo, mas de certa forma ameaçador.

Charlotte arregalou os olhos e por alguns segundos a expressão vacilou, Eric podia jurar que viu um pouco de receio. Mas logo desapareceu e aquele olhar de soberba voltou sobre a face da outra loira. Ela sorriu de forma debochada e disse.

— Só está se esquecendo quem realmente tem o poder aqui, quem controla tudo o que é seu. — Disse a mulher sorrindo com deboche.

Rebecca soltou uma gargalhada que fez Eric franzir o cenho, ele tinha que tirar ela logo dali. Ou as coisas poderiam não acabar muito bem. Ela se aproximou de Charlotte soltando a mão de Eric, Rebecca parou a poucos centímetros e encarou Charlotte de igual para igual e sorriu antes de dizer.

— Não por muito tempo, querida mamãe. — Rebecca falou de forma debochada e se virou indo na direção do elevador. — Tchau para vocês, aproveitem. Enquanto ainda podem.

Rebecca não se virou para falar, somente acenou com a mão de forma desdenhosa enquanto apertava o botão do elevador. Assim que o mesmo chegou ela entrou e encarou Eric com o cenho franzido, rapidamente ela apertou o botão para segurar as portas enquanto esperava por ele. O olhar dela estava somente nele, ignorando a presença dos outros dois.

— Boa noite. — Foi tudo que Eric disse antes de entrar no elevador levando a mala de Rebecca consigo.

Antes que as portas se fechassem Eric pode ver a expressão de Charlotte, então como se parecesse entender o que podia ter acontecido ele viu a mulher correr para o andar de cima. Provavelmente havia ido até seu cofre e quando chegasse lá ia perceber que Rebecca já sabia a verdade, mas isso não adiantaria nada. A lei estava do lado dela.

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Algumas horas já haviam se passado desde que eles haviam saído da cobertura de Charlotte. Rebecca até tentou convencer Eric para que eles ficassem em casa aquela noite, mas ele insistiu tanto que eles saíssem para dar uma volta e no final ela acabou sedendo. Talvez dar uma volta para clarear as ideias, seria algo bom no final das contas.

Charlotte havia suspeitado ou descoberto que Rebecca já sabia sobre as cartas, ela começou a ligar para o telefone da jovem de forma insistente. Por fim, Rebecca se irritou e desligou o mesmo logo depois de avisar aos seus amigos e seus avós para entrarem em contato com o número de Eric caso quisessem falar com ela.

Preferiu desligar o celular antes que acabasse tacando o mesmo na parede de tão irritada que estava. Mas logo aquele inferno acabaria e ela estaria livre daquela mulher de uma vez por todas, quando ela recuperasse o seu dinheiro não ficaria mais a merce de Charlotte e poderia viver em paz e longe daquela mulher.

— Um beijo pelos seus pensamentos. — Disse Eric enquanto eles caminhavam pelo Central Park.

— Isso não vale, você ganha o beijo e ainda descobre o que estou pensando. Meio injusto, não? — Disse Rebecca soltando uma pequena risada.

— Não necessariamente, você também ganha sabe. — Disse ele rindo e parando.

Eric a puxou pela cintura fazendo que o corpo dela se chocasse contra o dele. Ela soltou uma pequena risada e envolveu seus braços ao redor do pescoço dele, ao mesmo tempo, que Eric abraçava sua cintura e a mantinha bem próxima a si. Ele se inclinou e tomou os lábios dela iniciando um beijo delicado, mas, ao mesmo tempo repleto de desejo.

Rebecca se entregou aquele beijo permitindo que o mesmo afastassem seus pensamentos em relação a toda aquela confusão, eles haviam ido até ali para que ela se distraísse e em vez disso ela continuava focada nos problemas. Ela correspondia o beijo deixando as línguas se entrelaçarem de forma lenta e até um pouco sensual.

Eric apertou as mãos na cintura dela e soltou um pequeno resmungo conforme afastavam um pouco os lábios. Ela o encarou com o cenho franzido e riu, a ereção dele era perceptível para ela, já que seu corpo estava grudado ao dele.

— É deprimente como somente um beijo seu é o suficiente para eu ficar duro. Você aniquila todo meu auto controle, sabia? — Disse ele rindo e em seguida dando uma pequena mordida no lábio inferior da loira.

— O que posso fazer se você está caidinho por mim? — Ela falou rindo de forma convencida ao mesmo tempo, que dava ombros.

— Infelizmente, não posso negar. Afinal, contra fatos não há argumentos. — Resmungou o loiro a abraçando de forma carinhosa.

Ela ficou em silêncio por algum tempo somente o encarando com o cenho franzido e um pequeno sorriso em seus lábios. Às vezes aquele tipo de constatação ou declaração acontecia entre eles e Rebecca ainda não havia se acostumado com aquilo.

— Tá com fome? — Perguntou Eric mudando de assunto.

— Sempre! — Respondeu Rebecca rindo.

O loiro acompanhou a risada dela, Eric entrelaçou seus dedos aos dela e voltaram a andar no Central Park. Ela sabia para onde ele estava indo, na direção da barraquinha de cachorro-quente favorita dela. Eles poderiam jantar no melhor restaurante da cidade, mas ela amava de forma inegável o cachorro-quente do Carlos, aquele mexicano de uma figa sabia conquistar a clientela.

Eles estavam andando pelo Central Park de mãos dadas, como um casal de namorados. Conforme andavam pode ver vários casais fazendo caminhadas noturnas ou sentados em alguma parte do parque. Será que era isso que eles eram agora? Nunca haviam conversado sobre isso e Rebecca não pretendia ser a primeira a tocar no assunto.

— Olha só, meus clientes favoritos! — Exclamou Carlos com seu sotaque carregado.

— Cuidado que daqui a pouco a gente acredita ein. — Disse Rebecca rindo.

Eric somente sorriu e logo parou atrás de Rebecca, envolveu o corpo dela em seus braços e ficou ali abraçado com ela, observando ela conversar com Carlos. Como sempre que paravam ali a loira engatavam em uma conversa sobre a família de Carlos enquanto ele montava os lanches deles.

Ela sorriu ao sentir o corpo de Eric tão perto do seu e principalmente por conta do abraço, aqueles gestos de afeto haviam se tornados tão comuns entre eles que ela já nem estranhava mais, já havia se acostumado. Ela sempre tentou ficar mais fria e distante, mas ele nunca permitia isso. Parecia que fazia aquilo tudo de propósito somente para derreter todo aquele gelo no coração de Rebecca, no final ele havia conseguido.

— No outro dia minha filha estava escutando uma música da sua banda. Quando eu disse que te conhecia e que você era minha cliente aquela chica teve coragem de me chamar de mentiroso, acredita? — Falou Carlos indignado.

Ela ouviu Eric rir baixinho e acabou não contendo o próprio riso. Estava achando engraçado que a filha dele fosse uma de suas fãs e ainda estava tentando se acostumar com isso. Depois que o contrato com a SS foi assinado o alcance deles, nas mídias sociais e nos sites de streaming haviam triplicado. A cada dia eles ganhavam novas visualizações, comentários e fãs. Ela ainda estava tentando se acostumar com aquilo, as vezes ela achava que era tudo um sonho.

— Vamos tirar uma foto, assim você pode mostrar para ela. E ai ela não vai mais poder dizer que você está mentindo. — Disse a loira rindo.

— Boa ideia menina, agora vou querer ver aquela pirralha fazer isso. — Disse Carlos animado.

Rebecca gargalhou e deu ombros, rapidamente o homem pegou o celular e se aproximou de Eric e Rebecca. Eric começou a se afastar, mas Rebecca o puxou de volta para que ele continuasse abraçado com ela. Então Carlos tirou uma foto deles três, ele estava ao lado de Rebecca todo sorridente, Eric a abraçava por trás e eles sorriam olhando para a câmera.

— Me passa essa foto que eu vou postar. — Disse Rebecca pescando seu celular do bolso de sua jaqueta.

O celular começou a apitar com chamadas perdidas e mensagens assim que ela ligou o mesmo. Xingou mentalmente por ter esquecido o porque o seu telefone estava desligado, mas deu ombros. Pelo horário da última ligação de Charlotte parecia que a mesma havia desistido de incomodar Rebecca.

— Como, menina? — Perguntou Carlos confuso.

— Anota meu número e me passa ué. Só não passar ele para ninguém que fica tudo certo. — Disse a loira dando ombros.

— Você confia em mim para passar seu número, chica? — Questionou ele sorrindo.

— Confio em você para alimentar a minha solitária, o telefone é o de menos. — Disse Rebecca rindo e deu ombros.

— Obrigado, menina. Já vou te passar. — Disse ele sorrindo.

Depois que Carlos passou a foto ela programou suas mídias sociais para publicar a foto mais tarde. Havia aprendido da pior forma que não era legal ela postar de imediato, da última vez que ela fez isso várias pessoas apareceram querendo tirar foto e autógrafos. Claro que ela ficou encantada com aquilo, ainda estava tentando se acostumar com aquele tipo de coisa.

Mas aquela noite não estava em seu melhor momento e só queria ficar ao lado de Eric. A última coisa que queria era acabar magoando seus fãs por não estar muito animada. A foto sera publicada mais tarde com uma legenda descontraída.

"O melhor cachorro-quente de toda NY, só aqui no Central Park. Não sei o que o Carlos coloca, mas que me viciou disso não tenho dúvidas. #ViciadosnoHotDogdoCarlão"

Ela mostrou para Eric e o mesmo soltou uma gargalhada gostosa, que acabou aquecendo o peito dela um pouco mais. Ele maneou com a cabeça de forma positiva, ela já sabia que ele tinha aprovado a foto e sua legenda.

Continuaram conversando amenidades enquanto os dois lanchavam sentados em bancos que Carlos havia disponibilizado para eles. Ficaram ali por um tempo, depois de pagarem o lanche eles continuaram caminhando, até que resolveram sair do Central Park direto na 5th Avenida.

Não demorou muito para estarem em frente as escadas do MET, às vezes alguns artistas de rua paravam nas escadas e começavam a mostrar o seu trabalho. Rebecca sempre gostava de parar para observa-los e sempre que possível ajudava, afinal, um dia ela também cantou naquelas escadas com Michael e um violão.

— Vamos ver a apresentação? — Perguntou Rebecca de forma animada.

— Claro, marrenta. Vamos lá. — Disse ele sorrindo entrelaçando seus dedos aos dela.

Naquele um momento um casal cantava e tocava, ele estava em um teclado e a moça com um violino. Depois de algumas músicas Rebecca pode perceber que o número de pessoas que estava vendo a apresentação tinha aumentado. Teve até a impressão de que algumas pessoas tiraram fotos dela e Eric, mas não se importou.

Encostou sua cabeça sobre o ombro dele e ficou observando a apresentação musical, não demorou muito para sentir um beijo terno de Eric no topo de sua cabeça e sorriu com aquilo. Quando eles iniciaram uma nova música ela não demorou a reconhecer os acordes de introdução. Era All of Me de John Legend, ela adorava aquela música.

Rebecca gostava mais de um som pesado, mas algumas músicas bonitinhas acabavam conquistando seu coração e aquela era uma delas. Eric então se afastou e estendeu a mão para ela, Rebecca franziu o cenho sem entender o que ele estava fazendo. Mas depositou sua mão sobre a dele.

— Vamos dançar. — Disse ele em um sussurro.

— O que? Não. — Ela tentou negar.

Mas assim que pousou sua mão sobre a dele Eric a puxou contra si e sorriu, envolveu um dos braços ao redor da cintura dela e a abraçou mantendo os corpos juntos. A outra mão se entrelaçou nos dedos longos da loira e ele começou a conduzir a dança de forma lenta e um tanto quanto romântica.

Em alguns momentos ele sussurrava a letra no ouvido de Rebecca com uma voz rouca e ela teve que se conter para não se emocionar. Parando para prestar atenção na letra daquela música pode perceber que ela tinha absolutamente tudo a ver com eles dois. Pelo menos era isso que Eric estava dando a entender e não tinha como ela discorda.

— Rebecca... Você já me tem por inteiro, eu nunca senti nada disso antes. Provavelmente estou tão assustado quanto você em relação a tudo que tem acontecido entre a gente. — Disse Eric enquanto eles continuavam a dançar.

Ele sussurrava as palavras ao ouvido dela, estavam perdidos em meio aquela dança. Ela apoiou seu queixo no ombro dele e o escutou em silêncio. Parece que algumas pessoas estavam prestando atenção neles, até filmando. Mas ela sinceramente não se importava, só queria escutar o que ele tinha a dizer. Vendo que ela não falou nada ele continuou.

— E eu quero você por inteira, eu quero realmente poder chamar você de minha, apesar de já saber que pertencemos um ao outro. Eu realmente estou perdidamente apaixonado por você e tudo que eu quero é viver isso ao seu lado, sem me importar com mais nada além de fazer você feliz. — Eric disse aquilo de forma calma.

Aquelas palavras fizeram Rebecca sentir o coração saltar dentro de seu peito de uma forma frenética. Ele parou de dançar e afastou somente para encarar Rebecca, ele simplesmente a olhou nos olhos e sorriu. Ela estava tentando conter as lagrimas traiçoeiras que tentavam escorrer por sua face, mas estava ficando difícil.

Ele segurou a face dela entre as mãos e acariciou de uma forma terna. Rebecca deitou seu rosto sobre a mão dele e sorriu ao sentir as carícias. Sem desviar o olhar do dela ele retirou uma das mãos do rosto dela e a levou ao bolso. Quando ele puxou ela pode perceber uma caixa preto de veludo em suas mãos.

Os olhos dela se arregalaram com visível surpresa, estava quase surtando sem entender direito o que ele pretendia fazer. Em vez de surtar e sair correndo como faria antigamente, ela somente se manteve em silêncio esperando para ouvir o que ele ainda tinha a dizer.

Usando somente uma mão ele abriu a caixinha e ela soltou um suspiro de alívio, não eram alianças. Ela não estava preparada para algo daquele nível, mas pelo visto ele realmente a conhecia. Dentro da caixa havia, na verdade um cordão com um pingente de uma clave de sol, dava para perceber que era de ouro e com algumas pedras cravejadas na pequena joia.

Ela sorriu observando aquele pingente, era lindo e combinava bem com Rebecca. Ele realmente parecia conhecê-la melhor do que ela já havia imaginado. Rebecca o encarou com um sorriso em seus lábios, mas antes que ela pudesse dizer o quanto aquela joia era linda ele soltou uma bomba que ela não esperava, ou talvez esparasse e desejasse em segredo.

— Você quer namorar comigo, Rebecca? — Questionou ele com o cenho franzido.

Ela piscou algumas vezes tentando absorver toda aquela informação, declaração, presente e pedido de namoro. Pode perceber que Eric engoliu a seco e que o rapaz estava visivelmente nervoso com aquilo, a expressão dele parecia piorar mudando para um certo pavor diante do silêncio dela.

— Sim. — Ela sussurrou.

— Olha eu entendo que você não... Espera, você disse sim? — Pelo visto ele estava esperando uma resposta negativa e já tinha um discuso para tentar convence-la a aceitar.

Um sorriso se estendeu pelos lábios do loiro enquanto ele encarava Rebecca. Ela maneou a cabeça de forma positiva e soltou uma pequena risada. Ele a puxou para si rapidamente e selou seus lábios aos dela com carinho fazendo que ela risse entre o beijo. Ao se afastarem ela percebeu o sorriso bobo que havia se formado nos lábios de Eric e provavelmente ela estava sorrindo da mesma forma.

— Posso? — Ele perguntou balançando a caixinha.

Ela assentiu e logo ele retirou o cordão de dentro da caixa guardou a mesma em seu bolso novamente. Rebecca se virou de costas para ele e não demorou para Eric passar o cordão por seu pescoço, assim que ele afastou os cabelos loiros dela para o lado, o safado deu um pequeno beijo na nuca de Rebecca.

Uma onda de arrepio se alastrou pelo corpo dela, naquele momento, mas ela não se importou muito. Quando ele terminou de prender cordão ela se virou para ele novamente com um sorriso em seus lábios.

— Obrigada, Eric. É lindo e obrigada por estar sempre ao meu lado nesses últimos dias. Na primeira vez que eu te vi eu quis socar essa sua carinha linda, mas aos poucos eu pude perceber que você era muito mais do que deixava que as pessoas vissem. Assim como eu. — Ela soltou um pequeno suspiro e estendeu a mão acariciando a face dele. — Tudo o que posso dizer é que eu também estou perdidamente apaixonada por você, nada me traria mais felicidade do que ter a certeza que daqui para frente você vai continuar ao meu lado.

— Eu não vou a lugar nenhum, marrenta. Não sem você. — Ele sorriu dizendo aquilo.

Logo Eric a puxou para si novamente lhe desferindo um beijo apaixonado em seus lábios. Imediatamente Rebecca retribuiu e envolveu seus braços ao redor do pescoço dele. Logo eles ouviram aplausos e pessoas ovacionando os dois.

Ao separarem seus lábios eles olharam ao redor e puderam constatar que as pessoas haviam parado para prestar atenção nos dois. O casal que estava tocando sorria ainda em meio a música olhando a cena que os dois proporcionaram. Rebecca sentiu seu rosto ficar vermelho e escondeu o mesmo no pescoço de Eric.

Ela não costumava ficar com vergonha de algo, mas eles estavam tão perdidos naquele momento deles que parecia que não existia mais ninguém ao redor. Quando voltaram para a realidade a mesma era bem diferente.

Mas de fato ela não se importava, estava feliz como não se sentia há muito tempo. As coisas estavam começando a melhorar para ela e Rebecca esperava que continuasse assim. Haviam conseguido o contrato com uma ótima gravadora, havia reencontrado sua família, logo teria tudo que era seu por direito e ainda por cima estava apaixonada por um homem maravilhoso. E o melhor de tudo é que era totalmente reciproco.

 


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