Já passava das 22:00 quando Rebecca finalmente conseguiu ir para casa. Cada vez que ela fazia menção de ir embora um deles a convencia do contrário. Ela estava com um sorriso em seus lábios enquanto dirigia pelas ruas de NY, naquele horário já não tinha aquele transito louco de Manhattan e acabou não demorando muito para chegar em casa. Seus sorriso desapareceu assim que começou a entrar na garagem. Assim que estacionou em sua vaga ela olhou ao redor enquanto ia na direção do elevador, reparou que não tinha mais uma limusine ali e isso era um bom sinal. Esperava que Charlotte tenha resolvido sair com o novo namorado, assim Rebecca poderia ter um pouco de paz, não demorou muito para entrar no elevador e soltou um suspiro apertando o botão para o seu andar.

Rebecca entrou em silêncio e foi direto na direção da escadas que davam ao segundo andar. Com sorte poderia tomar um banho e deitar para dormir, afinal pela manhã ela teria aula e não estava com a mínima vontade de ter uma conversa. Mas assim que seu pé tocou o primeiro degrau uma luz se acendeu e ela escutou a voz gélida de Charlotte ecoar pelo cômodo.

— Rebecca.. Acho que me deve explicações, por ter saído daqui daquela forma e ainda levou os filhos do Christian! —Podia perceber que Charlotte tentava manter a voz calma.

— Íamos ficar aqui rindo desse circo, mas você chamou Dimitri. E eu não ia ficar no mesmo lugar que ele e fora que aprenda uma coisa. Não coloque Eric e Dimitri no mesmo ambiente, principalmente se eu estiver nele. Porque é confusão na certa. — A loira se virou com os braços cruzados e deu alguns passos na direção da mulher que estava sentada em um dos sofás. — Você que deveria me explicar que porra de matéria é aquela falando que Dimitri é meu namorado?

— Eu achei que ele fosse, por isso o chamei. Ele vem de uma boa família e você provavelmente brigou com o garoto por nada. Ele está disposto a atuará você, deveria ser grata. — Disse a mulher como se não fosse nada demais.

Rebecca ficou calada encarando Charlotte com os lábios entre aberto e uma expressão incrédula. Ela não podia acreditar que estava escutando aquilo, que tipo de mulher era aquela? Por que ela tinha que cair justo na família dela. Rebecca soltou uma risada amarga e maneou a cabeça negativamente.

— Ele quase me agrediu, porque eu não quis fazer o que ele me mandou. E você vem dizer que é por nada? E eu não preciso de homem para ser feliz, eu não preciso que um cara me ature. — Respondeu Rebecca de forma ríspida, ela não havia percebido, mas conforme falava o seu tom de voz aumentava.

— Você deve ter feito algo para merecer. Se você se portasse melhor, como uma mulher direita isso não aconteceria. — Exclamou Charlotte ficando de pé.

— Você não é uma mãe! É a porra de um monstro, hoje eu conheci uma mulher que é mãe de verdade. O Eric e Arthur tem sorte de ter a mãe deles, assim como o Michael tem a Sra. Torres. Sinceramente você deveria ter morrido e não o meu pai. — Rebecca explodiu colocando toda a sua fúria e magoa de anos para fora.

A loira mal percebia que estava gritando e muito menos que estava chorando, ao terminar de falar aquilo viu a expressão triste de Charlotte. Mas ela sempre havia pensado nisso. Se Diego estivesse vivo ela seria amada e valorizada, já Charlotte só valorizava dinheiro. A jovem virou as costas e correu pelas escadas, escutou Charlotte lhe chamando,  mas somente a ignorou. Rebecca bateu a porta do quarto com força e a trancou logo em seguida, não queria ser incomodada. Deixou seu corpo sobre a cama e deixou as lágrimas rolarem, havia muito tempo que ela não chorava daquela forma. Os soluços escapavam por dentro de seus lábios e toda a magoa e tristeza de anos estava presente naquele momento, ela não soube por quanto tempo ficou ali. Mas ouviu seu celular tocar e o atendeu sem olhar o visor.

— Alô. — Respondeu Rebecca tentando acalmar o choro.

— Hey marrenta, queria saber se chegou bem? — A voz de Eric era suave, mas dava para perceber a preocupação. — O que aconteceu?

Rebecca ficou em silêncio por alguns segundos chorando baixo, mas depois respirou fundo e acabou contando para ele tudo sobre a discussão com Charlotte. Escutou Eric xingar em alguns momentos e escutou as palavras de conforto dele, não sabia o porque estava falando sobre aquilo para ele. Mas ela precisava conversar com alguém, não queria mais se sentir completamente sozinha com aquela maluca. O tempo foi se passando e eles foram conversando, mudaram de assunto algumas vezes e em algum momento Rebecca acabou apagando deitada sobre a cama.

— Boa noite, minha marrenta. — Sussurrou Eric antes de desligar o telefone.

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Ao ouvir o despertador tocando Eric quis joga-lo na parede, estava exausto. Tinha ficado até tarde conversando com Rebecca no telefone para acalma-la, ao menos deu certo e isso deixava Eric bastante feliz. Acabou dormindo por mais alguns minutos, mas despertou quando algo foi atirado contra sua cabeça, ele ergueu a cabeça procurando o seu agressor e lá estava Arthur e Peter.

— Rebecca disse que vai estar aqui em 10 minutos pra dar carona pra gente. Ou você vai de moto, sozinho? — Perguntou Arthur de uma forma debochada.

Eric levou alguns segundos para entender do que ele estava falando, foi ai que ele lembrou que Rebecca havia ficado de pega-los, porque depois da escola eles iam sair. Naquele momento os olhos de Eric se arregalaram e com rapidez ele se levantou e correu direto para o banheiro. Podia ouvir as risadas de Peter e Arthur enquanto eles saiam do quarto, mas não se importou.

Algum tempo depois Eric já estava com seu uniforme pronto e alinhado, a bolsa estava em seu ombro e começou a descer as escadas com rapidez. Com passos rápidos ele foi em direção a cozinha, tentaria beliscar alguma coisa antes de sair. Então ele ouviu uma risada vindo da sala de jantar, uma que ele conhecia bem e naquele momento um sorriso se estendeu sobre seus lábios enquanto ele ia até aquele cômodo. Assim que chegou lá confirmou a presença de Rebecca.

— Bom dia, loiro. Seu irmão me arrastou do carro para comer com vocês. — Disse ela com um sorriso em seus lábios intercalado o olhar entre Eric e Arthur.

— Ele fez foi muito bem, tenho certeza que você não comeu lá depois de ontem..... Ai merda, desculpa Becca. — Disse Eric, mas logo se arrependeu.

O semblante de Becca mudou para tristeza e ele começou a se xingar mentalmente, com passos rápidos se sentou na cadeira bem ao lado da dela. Deixando a bolsa no chão ao lado de sua cadeira, logo Eric se virou e pousou sua mão sobre a dela. A loira respirou fundo e lhe lançou um pequeno sorriso.

— Desculpe me meter, mas.... O que aconteceu ontem? — Roxanne perguntou.

Roxanne era o tipo de mulher que percebia que algo estava errado somente com um olhar e ao julgar pela ruga que havia se formado em sua testa, ela já havia percebido que aconteceu algo ontem com Rebecca. Os olhos azulados dos dois jovens se cruzaram por alguns segundos, Eric franziu o cenho e se manteve em silêncio, afinal não era a vida dele para ele sair por ai falando e quebrando a confiança de Becca novamente.

— Charlotte, foi isso que aconteceu. — Resmungou Rebecca encarando a xícara de café que ela segurava entre seus dedos.

Todos ficaram em silêncio esperando e dando espaço para Rebecca. Por fim a loira respirou fundo e começou a narrar os fatos da noite anterior, assim como ela havia narrado para Eric pelo telefone. Primeiramente todos ficaram em silêncio, mas depois conforme ela continuava a falar a expressão de todos variava entre raiva e indignação, pode reparar que a expressão de sua mãe estava séria e que ela estava com o maxilar travado. Rebecca ainda estava abalada com aquilo e respirou fundo tentando se acalmar, ela puxou as mãos e as  colocou sobre o próprio colo e ele percebeu que as duas mãos dela tremiam levemente, tudo que ele fez foi pousar sua mãos sobre a dela e segurar firme. Rebecca ergueu o olhar para ele com um misto de tristeza e surpresa, mas Eric simplesmente sorriu, sorriu para conforta-la.

— Olha se quiser ficar uns dias por aqui temos o quarto de hóspedes. Prometo manter o Eric longe de você! — Exclamou Arthur.

No final da frase de Arthur todos ali começaram a rir incluindo Rebecca, as maçãs do rosto de Eric acabaram adquirindo um tom avermelhado e sua expressão se tornou fria enquanto ele encarava o irmão que ria de forma estrondosa e nada discreta.

—  Obrigado, não precisa se preocupar. Já falei com Michael e ele com os pais dele, nesses últimos anos os Torres estão mais do que acostumados de me ter por lá quando quero ficar longe daquela mulher. Tenho até um quarto lá. — Disse Rebecca tentando soar descontraída.

— Mas sempre que precisar e que quiser será bem vinda, minha querida. — Exclamou Roxanne enquanto colocava sua mão sobre da Becca e lhe desferia um sorriso gentil.

— Obrigado,  Rox! — Disse Rebecca deixando um belo sorriso se forma em seus lábios e aquilo deixou Eric bem satisfeito.

— Melhor a gente ir ou vamos chegar atrasados e hoje é Matilde. — Peter fala olhando para o relógio que estava em seu pulso.

Ao falar o nome da professora ele simplesmente fez uma careta e estremeceu, aquilo fez com todos começassem a rir da reação dele aquela mulher. Tudo bem que Eric não era fã dela, mas Peter realmente a detestava. Todos começaram a se levantar e pegar suas coisas, em seguida se despediram de Roxanne e Martha. E sem enrolar mais todos entraram no elevador, conforme o elevador ia descendo Becca posou sua cabeça sobre o ombro de Eric por alguns segundos. Ele voltou seus olhos azulados para ela e a encontrou fazendo a mesma coisa, um sorriso surgiu nos lábios dele e a loira não demorou a retribuir. Eric começou a se inclinar um pouco na direção de Rebecca, diminuindo a distancia entre seus lábios. Mas um "PIN" foi ressoou dentro do elevador, indicando que havia chego na garagem e ela se afastou.

Rebecca se apressou saindo logo depois que Arthur e Peter saindo e foi direto para o carro, ela estava com o rosto um pouco avermelhado. E aquilo fez Eric dar uma pequena risada enquanto caminhava na direção da porta do carona, eles trocaram alguns olhares significativos e depois ambos estavam rindo baixo. Arthur e Peter já tinha se acomodado no banco de trás e olhavam para os dois confusos.

— O que a gente perdeu? — Perguntou Peter com uma expressão ainda mais confusa.

Aquilo só fez Rebecca e Eric caírem na gargalhada, não demorou muito para eles saírem do prédio indo na direção da Bordeline. Como sempre o transito era caótico, afinal era Manhattan em plena segunda-feira, nenhum dos dois disse nada só continuaram pelas ruas em silêncio e com um pequeno sorriso tomando conta dos lábios deles. Eric percebeu que eles havia chegado a um nível que as vezes somente o olhar já falava exatamente o que eles queriam um para o outro, não precisavam de palavras. Mesmo isso deixando as pessoas ao redor confusas isso estava agradando Eric.

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Eric havia conseguido fazer com que Rebecca se sentisse melhor e isso era bom. Havia gostado de ter tomado o café da manhã com os Dawntracker, aquilo havia deixado sua manhã bem mais agradável. E depois da discussão com Charlotte estava mesmo precisando de coisas que a deixassem de bom humor. Quando finalmente conseguiram chegar perto da Bordeline, Becca tratou de estacionar na rua lateral onde geralmente os alunos e docentes costumava estacionar seus veículos. Arthur e Peter em poucos segundos já estavam do lado de fora, Arthur tinha passado um dos braços sobre os ombros de Peter, já Peter envolvia a cintura de Arthur com um braço. Ambos se olhavam e conversavam baixinho, enquanto Rebecca trancava o carro ficou observando os dois. Dava para notar a distancia o quanto eles se amavam, não demorou muito para Arthur se aproximar e beijar Peter de uma maneira carinhosa.

Rebecca logo desviou o olhar deixando os dois desfrutarem de sua intimidade e começou a andar, não demorou muito para o perfume de Eric invadir suas narinas. Ela não precisou olhar para saber que ele estava bem ao seu lado, seu corpo gritava que ele estava ali. Sua respiração havia ficado desregular, quando os braços dele acabavam se tocando uma onda de choque percorria o corpo da loira. Enquanto viravam a esquina ela se permitiu fita-lo por um instante e quando seu olhar cruzou com o dele, Becca não pode evitar sorrir.

Mas ao olhar para frente seu sorriso desapareceu, Dimitri estava parado bem na frente do portão com os braços cruzados olhando de um lado para o outro, provavelmente a espera dela. A expressão de Becca ficou série e ela parou por alguns segundos, quando Eric percebeu o que tinha feito ela parar, a expressão dele também mudou. Ele se virou e parou bem na frente de Rebecca, bloqueando a visão de Dimitri. Ergueu a mão até a face de Rebecca e com a ponta dos dedos segurou o queixo dela, aos poucos foi erguendo para que ele conseguisse encarar os olhos azuis de Rebecca. A loira acabou se perdendo no mar azul que eram os olhos de Eric e sorriu levemente.

— Você não está sozinha, okay? Não vou sair do seu lado, só se você me pedir, entendeu? — Falou Eric de uma forma gentil que só ela pudesse ouvir.

Rebecca o encarou por alguns segundos e depois lhe desferiu um pequeno sorriso e assentiu. Eric voltou a ficar ao lado de Rebecca e ela logo deixou seu corpo bem próximo ao dele, com isso Eric envolveu um dos braços ao redor da cintura de Rebecca e ela fez exatamente a mesma coisa. Prendeu seus dedos naquela parte que prendia o cinto e continuou a andar na direção da escola. Quando Dimitri se virou para a direção que eles estavam primeiro sorriu vendo Rebecca, mas ao ver que ela estava abraçada com Eric a expressão mudou totalmente para fúria. Becca e Eric continuaram andando como se fingissem que não o tinham visto e tentaram entrar direto, mas Dimitri foi mais rápido e se posicionou na frente deles bloqueando a passagem, isso fez Rebecca suspirar.

— Rebecca, precisamos conversar. A sós. — Disse Dimitri olhando de um para o outro. E fez questão de enfatizar o a sós enquanto encarava Eric.

Eric mantinha sua expressão seria e fria, os dedos dele pressionaram o quadril de Rebecca e ele a manteve por perto de forma protetora. Diferente de quando Dimitri tentava abraça-la daquela forma e afasta-la de alguém, quando Dimitri fazia isso ela sentia a forma como o corpo dele agia, as palavras, as atitudes, ele agia de forma possessiva. Já Eric apesar de mante-la perto de si dava para ver que ele estava era preocupado, preocupado de Dimitri tentar machuca-la, de novo.

— Sai daqui, urubu! Ela não vai falar nada com você. — Arthur surgiu se colocando entre os três e Peter estava ao lado dele com uma postura firme.

Dimitri o encarou furioso, Rebecca pode perceber que o clima estava ficando ainda mais tenso. Algumas pessoas curiosas começaram a diminuir o passo e sussurrar apontando e olhando para eles, já podia ver alguns telefones erguidos na direção deles, provavelmente fotos ou filmagens. Dimitri encarou Arthur mais uma vez e riu de forma debochada e começou a falar.

— Eu to falando com a Rebecca e não com vocês, bichinhas. — Dimitri cuspiu aquelas palavras com desprezo impregnado em cada letra.

Os lábios de Rebecca se separaram em surpresa e horror, assim o cenho dela se franziu. Sentiu Eric soltar sua cintura e dar um passo na direção de Dimitri.  Rapidamente Rebecca ergueu suas mãos ao blazer e ali entrelaçou seus dedos enquanto o segurava e o puxava para mais perto de si. Eric a olhou por um segundo e Rebecca se assustou, não tinha visto tanto ódio no olhar de Eric antes. Arthur ficou parado em silêncio com uma expressão impassível, parecia estar absorvendo aquelas palavras e Peter estava tão horrorizado quanto Rebecca.

— O que foi? Perdeu a fala? Não gosta da verdade. Bichinha. — Disse Dimitri rindo de forma debochada.

Naquela hora quem se irritou foi Rebecca ela se desvencilhou de Eric e passou a frente dele ficando ao lado de Arthur encarando Dimitri furiosa, ele realmente parecia estar se divertindo com tudo aquilo.

—  ESCUTA AQUI SEU BABACA....— Começou a gritar Rebecca.

Mas ela parou de falar assim que viu Arthur atingir a cara de Dimitri com um gancho de direita. Não demorou muito para Dimitri cair no chão atordoado, sangue começou a jorrar da boca dele. Ficou encarando Arthur surpreso, agora o loiro estava com uma expressão séria. Arthur deu uma passo na direção de Dimitri que agora estava cuspindo sangue no chão, Rebecca teve a impressão de ver um dente voando em meio ao sangue.

— Eu posso ser gay, mas eu sou mais homem do que você. Você é um merda que agride mulher e fica perseguindo elas. Ela não te quer mais e você não vai chegar mais perto da minha amiga, não no meu plantão. — Ao dizer aquilo Arthur simplesmente se virou na direção dos portões da Bordeline e entrou.

Todos que estavam ali olhavam aquela cena com espanto, mas depois pequenas risadas começaram a escapulir enquanto apontavam a comentavam de Dimitri. Peter deixou um sorriso satisfeito tomar conta de seus lábios e encarou Dimitri mais uma vez e disse.

— Se quiser um segundo round é só avisar. — O moreno logo foi atrás de Arthur com um sorriso nos lábios.

Rebecca ainda estava parada encarando a situação sem ter certeza como reagir aquilo, Arthur sempre era o calmo do grupo. Nunca imaginou que viria ele se metendo em brigas, parece que realmente tem uma primeira vez para tudo. Dimitri começou a ficar de pé e cambaleou um pouco ensanguentado na direção de Rebecca.

 — Rebecca, vamos.... — Mas Dimitri não terminou sua frase.

Um outro punho fechado tinha se chocado contra o rosto de Dimitri, dessa vez acertando a maçã do rosto. Ele cambaleou para trás enquanto colocava a mão onde tinha acabado de ser atingindo, olhou Eric com fúria. Mas a fúria dele não se comparava a de Eric.

— Nunca mais fale assim do meu irmão! — Advertiu ele. — E deixe Rebecca em paz, ela não quer nada com você.

 Rebecca respirou fundo e pegou Eric pela mão e começou a arrasta-lo para dentro da escola. As pessoas ainda estavam aglomeradas e cochichando sobre aquela confusão toda. Rebecca só gostava de ser o centro das atenções quando estava em cima de um palco e não no meio de um briga. Eric a encarou por um segundo e Becca lhe lançou um olhar suplicante, para que eles saíssem dali. O rapaz suspirou e assentiu, começou a caminhar junto de Rebecca e envolveu seu braço ao redor dos ombros dela. Não demorou muito para Becca erguer uma de suas mãos e entrelaçar seus dedos com os dele, ela segurou a mesma mão que pousava em seu ombro. Puxou a mesma um pouco para frente, para que ela pendesse sobre o ombro dela para facilitar que eles andassem.

Quando eles finalmente entraram na sala de aula Becca olhou para Arthur que segurava um saco de gelo sobre a mão e sorriu, em seguida Eric foi para o fundo onde sentavam e jogou sua bolsa sobre a carteira. Ele andava de um lado para o outro ainda nervoso e irritado com aquilo. A loira suspirou e caminhou até ele, sem se importar com os telespectadores ela envolveu seus braços ao redor da cintura dele e pousou seu queixo sobre o peitoral dele enquanto o encarava com um pequeno sorrisinho nos lábios.

— Hey loiro. — Disse ela em um sussurro baixo.

Quando Rebecca o abraçou ele foi obrigado a parar de andar de um lado para o outro. Eric suspirou e por fim envolveu seus braços ao redor da jovem. Depositou um pequeno beijo no topo da cabeça de Rebecca e sorriu, eles ficaram assim por alguns instantes em silêncio. Aos poucos Rebecca foi sentindo a respiração de Eric se acalmar e voltar ao normal, ele fechou os olhos e respirou fundo mais uma vez.

— É verdade? — Ashley irrompeu a sala.

Quando Rebecca virou o corpo o suficiente só para conseguir fita-la pode ver a expressão triste da garota e os olhos marejados. Naquele momento Charles e Dianna estavam bem atrás dela com uma expressão preocupada, todos encaravam Rebecca e Eric em busca de uma resposta. Mas nenhum dos dois disse nada ou se mexeu, somente encararam Ash com tristeza. Becca havia aprendido a gostar dela e as vezes que saiu com Dimitri e era por varias vezes discutiu com Dimitri por ele tratar a garota mal e ela definitivamente não merecia aquilo. Por fim quem acabou falando foi Peter, que apesar de seu um amor era bem sem noção.

— Sim, Arthur deu um belo soco no Dimitri! — Disse ele sorrindo de orelha a orelha.

Todos olharam para Peter o repreendendo e Becca percebeu que Arthur o cutucou e sussurrou algo em seu ouvido. A expressão de Peter mudou e ele começou a xingar baixinho percebendo o que havia feito. Por fim Rebecca suspirou e desvencilhou seus braços da cintura de Eric e virou de frente para Ash que deu alguns passos vacilantes na direção deles. A menina havia começado a chorar e Rebecca só a encarava chocada sem saber o que fazer.

— Me desculpa! Se vocês não quiserem mais ser meus amigos... eu vou entender. — Dizia ela em meio a soluções.

Becca ponderou por alguns segundos, mas por fim de forma hesitante caminhou até Ash terminando com a distancia entre elas. Então fez algo que surpreendeu até a si mesma, a abraçou. Rebecca pode ver os rostos de todos a sua frente com uma expressão de total surpresa, provavelmente os outros estavam assim também. Ashley parou por alguns segundos, mas depois retribuiu o abraço e continuou a chorar baixinho encostando a cabeça no ombro de Rebecca. A loira ergueu a mão até os cabelos da garota e começou a  acariciar levemente, podia ver os olhares de todos como se ela fosse um Alien. Algum tempo depois Ash parou de chorar e se afastou encarando Rebecca triste. Becca a fitou e lhe deu um pequeno sorriso antes de começar a falar.

— Nunca peça desculpas por um erro que não foi você que cometeu. E não, ninguém vai deixar de ser seu amigo aqui porque seu irmão é um babaca. Você não é babaca, você é uma menina legal e não deixe ele te dizer ao contrario tá?! — Becca falou aquilo de forma calma e até gentil, aquele tipo de atitude estava sendo nova até para ela.

Ashley assentiu, mas antes que a garota conseguisse dizer algo Matilde entrou na sala e jogou sua bolsa e pasta sobre sua mesa, colocando as mãos nos quadris olhou para Rebecca e seus amigos com reprovação.

— Não sabia que tínhamos alunos novos? Ah é, porque não temos! Saiam já daqui! — Gralhou ela irritada.

Gralhou mesmo, porque ela parecia uma gralha quando falava e estava sempre irritada e descontando todas as suas frustrações nos alunos. Rapidamente todos que não eram daquela sala começaram a sair apressados e os que eram da sala foram para os seus devidos lugares bem rápido. Não demorou muito para ela começar a chamada e depois as atividades daquele dia, em vários momento Becca olhava para Eric e Charles e depois para Arthur e Peter. Mas a cadeira a sua frente estava vazia, onde diabos Michael havia se enfiado?

"To atrasado eu sei, mas foi por uma boa causa. SEXTA VAMOS PARA L.A PORRA!" Michael (08:06)

Quando sentiu seu celular vibrar em seu bolso ela discretamente começou a mexer nele, quando viu o nome de Michael piscando ela não demorou a abri. E assim que leu aquela mensagem um pequeno gritinho de empolgação escapou de sues lábios. Ela rapidamente colocou a mão na boca e se abaixou, para que a gralha não descobrisse que foi ela. A mulher olhou pela sala, mas quando não descobriu nada voltou a mexer em seus livros. Eric a encarava com o cenho franzido e tudo o que Rebecca conseguia fazer era sorrir feito uma idiota. Ela se inclinou um pouco e sussurrou.

— Michael marcou a entrevista com a gravadora. É esse final de semana!! — Disse ela extremamente empolgada com aquele pensamento.

Se eles dessem sorte a vida deles estaria prestes a mudar completamente. Depois de gravar um CD  em uma grande gravadora, conseguir alguns shows melhores. Rebecca sabia que não demoraria mais do que um ano para eles estourarem e cairem na estrada em turnê. E aquilo sempre foi tudo o que ela quis, era o seu sonhos e estava tão perto que ela já quase podia toca-lo.