12. NOVA IRMÃ?

Lydia abraçava ainda mais o travesseiro que estava embaixo de si, mas assustou-se quando o mesmo havia se mexido. Abriu os olhos e percebeu que estava deitada sob o peito de Alec, seus braços passaram ao redor de sua cintura, como se não quisesse que a mesma saísse de seus braços. Observando-o, a ruiva percebeu que independente do sangue de anjo em seu corpo, ele ali, tão perto de si, parecia um anjo, um anjo mais lindo que já vira.

Pousou os olhos sobre a janela que havia por ali e observou que não havia amanhecido ainda, mas seria por pouco tempo. De repente seus pensamentos vagaram. Lembrou-se dele, Jackson Whittemore, que havia a deixado para morar na França. Olhou novamente para o moreno a sua frente e sentiu que agora seria verdadeiro, não sabia como, mas sentia um pressentimento bom. Alec era totalmente diferente de Jackson.

Alec parecia ser tímido, mas na noite anterior, ela havia confirmado que ele não era, ao menos não naquele momento tenso.

Alexander Lightwood, você não faz ideia do que está fazendo comigo. — Pensou Lydia, vendo o belo rapaz dormir tranquilamente.

A ruiva pensava em alguma formar de sair de seus braços, mas iria ser difícil observando o modo protetor que o mesmo a segurava pela cintura. Mas, ela tinha que o fazer, pretendia sair enquanto não estivesse ninguém pelos corredores. Não queria acabar trombando em alguém e como tentaria explicar o motivo de estar ali.

— Onde pensa vai? – Perguntou Alec ainda de olhos fechados, mas apertando-a com seus braços. Sua voz rouca e sonolenta mas bem atraente.

— Tenho que ir para o meu quarto temporário, não quero que me notem e me perguntem o que eu estava fazendo em seu quarto. – Respondeu ela.

— Ainda está cedo, poucos shadowhunters estão acordados. – Alec piscou seus olhos diversas vezes para melhorar sua visão.

— Por isso mesmo, Alec. – Disse Lydia conseguindo finalmente soltar-se de Alec.

— Bela visão para começar o dia. – Disse Alec, sentando-se na cama observando inocentemente, Lydia agachar-se em sua frente para pegar seu robe, revelando um pouco mais do que devia em seu decote do pijama.

— Digo o mesmo! – Lydia momentaneamente ficou surpresa com a frase do moreno. Vendo o mesmo caminhar apenas com a calça moletom. Estava o corrompendo aos poucos. Mas ela estava gostando do seu novo jeito. Ao menos com ela.

Alec caminhou em direção ao banheiro do mesmo, mas por um momento, Lydia viu o sorriso de lado do moreno antes que passasse pela porta.

Lydia vestiu o robe emprestado, amarrando o mesmo e seguiu na mesma direção que Alec, percebendo a mesma aberta. O encontrou fazendo suas higiene matinal. Como havia um espelho de tamanho, conseguia ver o reflexo dos dois sem problema algum. A ruiva arrumou suas madeixas avermelhadas, recebendo o olhar de alguém sobre si pelo espelho.

— Bom dia. – Disse Lydia terminando de dar um arrumada em seu cabelos ruivo.

Fora tudo tão rápido que a mesma nem pôde perceber. E quando percebeu, estava prensada contra a parede do espaçoso banheiro. Sentiu os lábios de Alec nos seus e braços apertando sua cintura. Correspondeu-o. Não podia negar, Alec beijava como um deus.

— Ótimo dia. – Afirmou o rapaz puxando o ar para si, tentando controlar a sua falta de ar após o beijo.

O Lightwood passou uma de suas mãos tirando uma pequena mecha que pousava no rosto da ruiva. Colocou sua testa na da mesma, e fechou os olhos, aproveitando o momento.

— Alec? – Lydia o chamou.

— Sim, anjo. – Murmurou.

Lydia sentiu seu coração acelerar-se com o apelido dito.

— Tenho que ir para o meu quarto. – Alec depositou um beijo em seus lábios e soltou-a.

Lydia sorriu e deu-lhe um ultimo beijo, saindo do cômodo, indo em direção ao seu quarto temporário.

Em cima de sua cama ainda organizada, havia uma muda de roupa que Isabelle havia lhe emprestado na noite anterior junto com o pijama. Entrou no banheiro direcionando para o box, e passou longos minutos pensando no que havia acabado de acontecer e sorriu lembrando de todas as cenas possíveis.

Quando saiu, vestiu a roupa emprestada. Uma calcinha ainda lacrada, uma calça preta cintura alta, com desenhos de rosas vermelhas pintadas em seu lado esquerdo. Um cropped também preto de alças com uma grande abertura em V, não precisava de um sutiã, não precisaria. Calçou o salto da noite anterior. Olhou-se no grande espelho e sentiu-se meio envergonhada por usar um cropped tão decotado, mesmo não sendo seu. Pegou a jaqueta preta que usara noite anterior e sorrio com o resultado. Fez um dos seus penteados preferidos. Uma trança no topo de sua cabeça, como uma tiara, mas feita com sua mechas, deixando assim o seu cabelo solto. Com uma maquiagem leve em seu rosto, saiu do quarto procurando Isabelle por todos os lados.

A encontrou no refeitório, já havia amanhecido e grande parte dos shadowhunters estavam por ali comendo seu café da manhã. Assim que a viu, Izzy, pegou uma bandeja que havia separado e entrega para Lydia que agradece. Certificando-se que não havia sido a melhor amiga que havia feito, comeu finalizando rapidamente, estava faminta.

— Onde estava? Procurei em seu quarto e você não estava. – Disse Isabelle e logo surgiu um sorriso malicioso em seus lábios.

— Talvez. Só talvez, no momento eu estava no quarto do seu irmão. – Sorriu inocentemente, mas que não fora enganado por Izzy.

— Não acredito. – Arregalou os olhos levemente surpresa. Lydia afirma bebendo um gole de seu café.

— Você transaram? – Isabelle foi direta.

— Apenas rolou beijos. – Admitiu Lydia.

— Beijos? Então foi mais de um? – Isabelle tinha uma grande sorriso em seu rosto.

Lydia apenas assentiu e sorrio vendo a animação da morena em sua frente.

— Meu irmãozinho está crescendo. – Disse animada.

— Calma, Izzy. – Disse Lydia assim que viu Isabelle pular em sua cadeira totalmente animada com a notícia.

— Não, Lyd. Isso é surpreendente, Alec nunca fica com ninguém. Já pensei várias que ele nunca havia beijado alguém por ser tão reprimido. Tão quieto.

— Posso te confirmar que se ele era, bom, não é mais. Quem tomou a atitude foi ele e Izzy, seu irmão, pelo anjos, beija muito bem.

— Tudo bem. Não preciso de detalhes, ele ainda continua sendo meu irmão e dessa forma é nojento. – Lydia gargalhou com a frase da morena.

— Você que perguntou. – Deu de ombros.

— Já me arrependi.

Lydia negou ainda rindo. Enquanto caminhavam pelo Instituto, a ruiva percebeu em um canto afastado, Jace. Não tinha tanta intimidade para puxar conversa, mas ele parecia estar mal, despediu-se de Isabelle, e caminhou em sua direção para tentar o ajudar de alguma forma.

— Bom dia. – Cumprimentou Lydia para chamar sua atenção vendo que o mesmo não havia percebido sua presença.

— Bom dia. – Respondeu Jace após escutar sua voz e a olhá-la.

Seu rosto, um pouco abaixo de seus olhos estavam levemente avermelhados como se estivesse chorando, o que preocupou Lydia.

— Sei que não somos próximos. Mas, você está bem? – Perguntou realmente preocupada.

— Estou sim. Não precisa se preocupar. – Para o shadowhunter, ele mentia mal, pelo menos naquele momento. Lydia sabia como era fingir que estava tudo bem, quando não estava.

— Tem certeza? – O mesmo assentiu olhando em um ponto fixo — Pode confiar em mim. Prometo que essa conversa não sai daqui.

— Só que... – Jace suspira procurando as palavras certas, era difícil abrir-se daquela forma — Você se parece com a minha irmã.

— Você têm uma irmã? – Lydia estava surpresa por tal confissão, e estranhou não percebendo a presença da mesma desde que estava no Instituto.

— Sim. Gêmea na verdade. – Jace deu um pequeno sorriso percebendo a surpresa da ruiva — Você me lembra ela.

— Isso é ruim? – Perguntou Lydia.

— Não. – Respondeu — Você parece com ela, não na aparência, mas na personalidade. Alegre e confiante. Sempre cuidado dos amigos. Quando vi você e a Izzy juntas, de repente me veio uma lembrança dela. Mesmo com os acontecimentos... – Jace não conseguiu mais dizer, e fechou os olhos contendo a lágrima que cairia.

— Você sente muita falta dela. – Não foi uma pergunta, Lydia havia confirmado.

— Sempre fomos muito próximos, principalmente quando perdemos nossos pais. Éramos nós dois contra o mundo. E quando fomos adotados pelos Lightwood, ficamos ainda mais unidos. Mas quando descobrimos que ela havia nos traído, por causa do Ciclo, foi de mais para todos, foi de mais pra mim. – Fazia tempo que não tocava naquele assunto. Junto com os Lightwood, decidiu esquecer aquele episódio.

— E o que aconteceu com ela? – Perguntou Lydia.

— Ela desapareceu. Tentamos encontra-la e descobrir o motivo de sua traição. Mas, apenas encontramos um corpo. – Lydia apenas o abraçou tentando o conforta-lo. Sabia como era a dor de uma perda. Allison era como uma irmã.

— Eu sei que não sou ela, não chego nem ao menos perto. – Jace a olhou, prestando atenção em suas palavras — Sei como é sentir a perda de alguém tão próximo, pode acreditar, eu sei. Nunca irei roubar o lugar dela. Mas se faz você se sentir nem que seja um pouco melhor. – Lydia passou seus dedos pelas bochechas de Jace, tirando o vestígios de suas lágrimas enquanto encarava seus olhos azuis tão profundos — Eu sempre quis ter um irmão mais velho.

Um sorriso cresceu nos lábios do loiro, sendo retribuído pela ruiva.

— Obrigado, Ruiva. – Agradeceu Jace sendo sincero e abraçou-a — Isso é muito importante pra mim.

— Sempre que precisar, Loiro. – Respondeu Lydia sorrindo.

Jace Wayland poderia ser um dos melhores shadowhunters do Instituto, um cafajeste com as mulheres que ficava e muitas vezes não ter sentimentos ou ao menos não transparecer. Ele era apenas um humano como todos e possuía sentimentos dentro de seu coração. Em meio ao abraço, prometeu a si mesmo, que protegeria a pequena ruiva que estava em seus braços lhe dando o conforto que precisava.

Quem foi que disse que pra ser irmão precisa ser de sangue?!