HB - Garotos Heróis escrita por williamquimica


Capítulo 8
Capítulo 07: Velame Davis - Ameaça de morte




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E era mais uma das suas tentativas fracassadas. Tentar voar estava se tornando uma frustração, um indesejável sentimento de derrota, um verdadeiro fiasco. Velame se sentia como o único scatrix que, com doze anos de idade, ainda não sabia voar. Mas isso não era verdade, pois, apesar de não ser algo tão comum assim, existiam alguns scatrix com mais de doze anos que ainda não sabiam nem ao menos flutuar no ar. Na maioria das vezes, por falta de instrução até. Independentemente disso, ele não se conformava com esse fato. Sempre escutara do seu pai que sua mãe era uma uma das melhores scatrix que ele conhecera. Ela tinha aprendido a voar com seis anos de idade, aos onze, já era uma excelente dominadora do elemento trovão. E Velame desejava seguir os passos da mãe.

Naquela sexta-feira à tarde ensolarada, ele estava na frente da sua casa. Ao redor da residência tinha um grande espaço cercado de areia e terra, mais ou menos um raio de vinte metros de distância da casa até as árvores. A floresta do local era imensa e dividida em duas partes por uma longa pista estreita. Perto da sua casa havia um lindo lago com uma bela cachoeira que permitia uma vista exuberante naquela região, um ambiente escolhido por muitos turistas para tirarem fotos.

Enquanto Velame treinava do lado de fora, Noah, o seu pai, digitava o relato do dia da morte da sua mulher, no computador do seu quarto. Esse relato era para ser entregue por e-mail ao advogado e irmão de Tyler Sparks, que estava numa viagem na França.

 Depois de inúmeras tentativas de levar o caso à justiça, Noah agora estava prestes a ter a ajuda de um dos melhores advogados do mundo a seu favor. Era uma luz no fim do túnel para Noah. Parecia que as coisas dariam certo dessa vez, não tinha motivos para dar errado. Foi o próprio pai de Ítalo que se dispôs a oferecer o seu advogado para tratar do caso, com tudo pago. Isso o deixava aliviado. O que parecia distante e irrealizável agora estava se tornando algo “palpável”, pensava Noah. Na verdade, não pensava em mais nada durante o dia, a não ser na justiça.

Velame tentou mais uma vez flutuar, mas a única coisa que conseguiu foi desabar na terra com um profundo suspiro de desistência:

— Aaah, esquece... cansei.

Ele permaneceu deitado por ali durante uns cinco minutos pensando nas palavras de um anônimo da internet que ele lera naquela tarde: respiração e controle da energia é o grande segredo para aprender a voar.

Quando olhou para o lado percebeu que havia uma caixa pequena do lado da porta da sua casa, perto do jarro de planta do seu pai. Ele se levantou e foi pegar a caixinha preta que não havia notado antes por ali.

Subiu os três degraus de madeira, pegou a caixinha e entrou. 

— Pai! Pai! – Seu pai respondeu “oi” do quarto. – Que caixa é essa que estava perto da porta? Foi o senhor que colocou?

A caixinha parecia uma caixa de sapato, porém do tamanho de uma caixa de perfume. Tinha um desenho de um escorpião na tampa da caixinha, uma forma de alto relevo bem decorada.

— Eu não sei do que você está falando, filho. Não deixei nada lá fora – respondeu Noah do quarto.

— Vou deixar aqui na mesa da sala. Depois o senhor dá uma olhada – Velame pôs a caixinha na mesa – Vou tomar um banho, pai.

— Tudo bem, filho.

Vinte minutos depois, Velame saiu do chuveiro ainda com a mente dispersa. Ele pensava no que ele podia estar fazendo de errado para que não conseguisse voar. Saiu do banheiro de toalha inconformado por não encontrar motivos para suas falhas. Até agora nada, era o que ele dizia sempre a si mesmo. 

— Respiração e controle de energia... Ah! Dá um tempo! Isso não passa de uma baboseira. 

Velame passou pela sala e se dirigiu ao seu quarto. Pegou um chorte leve e uma camiseta preta no seu guarda roupa e as vestiu. Ao sair do quarto, fechou sua porta decorada com adesivos de raios e foi para a sala, com o seu celular na mão. Ele se sentou no sofá de frente a TV e colocou no seu programa à tarde favorito.

Seu celular tocou, era Ítalo. Velame atendeu em seguida.

— Alô, mano! E aí?

Ítalo foi direto ao assunto. Sua voz ecoava em um tom bem sério:

— Velame, meu pai acabou de receber uma mensagem aqui. Seu pai está em perigo.

— Como assim, mano. Meu pai está aqui numa boa no quarto dele digitando aquele relato que seu pai pediu.

Noah apareceu na sala, curioso em saber do que Velame estava falando. Ele sentou na cadeira perto da mesa onde Velame pusera a caixinha.

— Velame, preste atenção...– disse Ítalo –  meu pai mandou vinte seguranças para sua casa faz alguns minutos. Ele acha que seu pai está em perigo.  Não sei lhe explicar direito o que foi, mas foi o que meu pai acabara de dizer antes de sair daqui. Cerca de poucos minutos os homens de meu pai já devem estar chegando. Fique atento aí.

Noah franziu a testa e disse, com a caixinha na mão:

— Filho, algum problema?

Velame se levantou saltando do sofá preocupado. Ele olhou pelas janelas da casa para ver se notava algo de estranho, o que deixou Noah ainda mais curioso.

— Filho! Me responde!

Velame não percebeu nada de anormal naqueles ângulos de observação.

— Um momento, Ítalo... – Velame olhou para Noah – Pai, o senhor, por algum motivo, pode estar em perigo.

Noah ficou sem entender o motivo, mas o pior medo e a maior dúvida surgira quando ele abriu a caixinha e viu o que havia nela: um passarinho canário amarelo com o pescoço quebrado, morto.

 Havia um bilhete dobrado embaixo do pequeno corpo do animal. Noah teve o cuidado de retirar o bilhete sem tocar no canário. Ao desdobrar, aquele ato horrível do remetente acabou fazendo sentido: 

Quem canta demais, amanhece morto.

Cuidado!


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Notas finais do capítulo

Eita que suspense nesse capítulo, em?
Espero que tenham gostado... Obrigado e comentem para eu ter um feed-back...
Eu preciso muito ter um retorno kkkkkk

Eu escrevo essa história na página da fanfic spirit... rsrsrsrsrs

https://www.spiritfanfiction.com/historia/hb--os-garotos-herois-12005714



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