Perdido em outro mundo escrita por Lilian T


Capítulo 2
A Pedra Elisiana


Notas iniciais do capítulo

Olá jovens! Tranquilos?
Aqui estamos nós para o capítulo 2 desta linda fanfic.
Espero que gostem. E não esqueçam de deixar nos comentários se sim. Seu feedback é muito importante.
Boa leitura!

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Multiverso é um termo para descrever um hipotético grupo de universos possíveis. A realidade em que vivemos pode ser apenas mais uma entre um infinito de variações.

Existem um número imensurável de versões de nós mesmos, algumas fazendo exatamente a mesma coisa que fazemos agora. Outras, vivem vidas completamente diferentes.

O que alguém pode encontrar quando atravessa a barreira entre os universos?

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O sol estava quase desaparecendo no horizonte e uma claridade avermelhada iluminava o escritório do diretor.

Harry estava de pé ao lado da escrivaninha e olhava para Dumbledore confuso.

— Desculpe, senhor, mas eu encontrei uma o quê?

— Uma Pedra Elisiana — disse Dumbledore, dando-lhe as costas e indo até a estante de livros.

O bruxo percorreu o dedo pelas fileiras de grossos calhamaços encadernados em couro e tirou um grande livro antigo do meio deles. Retornou para junto de Harry e colocou o pesado volume sobre a escrivaninha, esbarrando sem querer na pequena caixa de madeira, que continha o misterioso orbe de cristal.

O objeto foi empurrado para o lado, mas nenhum dos dois bruxos reparou que havia se aproximado perigosamente da borda da mesa.

Dumbledore abriu o livro e começou a folheá-lo com movimentos ligeiros.

Harry observava-o, curioso. O diretor parecia quase ter se esquecido do motivo pelo qual o chamara ali.

O garoto imaginou que devia ter encontrado algo realmente valesse a pena, a ponto de fazer o professor deixar as lembranças de Tom Riddle de lado.

— Ah, aqui está — exclamou Dumbledore, entusiasmado.

Harry se aproximou do livro e viu uma ilustração de um orbe de cristal idêntica a que estava na caixa que encontrara na Sala Precisa. Tentou ler os dizeres na página ao lado, mas as palavras se encontravam escritas em runas que jamais tinha visto antes.

— Esta é uma Pedra Elisiana, Harry — o professor esclareceu. — Pensei que jamais iria colocar meus olhos sobre uma, mas aqui está uma delas.

— Uma delas? — repetiu ele.

— Ah, sim. É mencionada a existência de cinco. Todas desaparecidas por séculos. Há apenas relatos sobre elas em livros de magia antiga. Tinham se tornado quase uma lenda, mas parece que você acabou de encontrar a prova de que são verdadeiras, Harry.

— Maravilha! Só que... o que são essas pedras exatamente, professor?

— São artefatos mágicos muito poderosos. De fato, não se conhece exatamente todos os poderes que possuem, contudo, acredita-se que são capazes de fazer seu portador viajar para terras inexploradas, lugares fantásticos nunca vistos, outros mundos...

— Outros mundos? Que tipo de mundos?

Veio à mente de Harry a imagem cômica de homenzinhos verdes em Marte, como nos filmes antigos que passavam na televisão na casa dos Dursley.

— Não se sabe ao certo, já que não há informações precisas. Os textos mencionam apenas as viagens à terras completamente diferentes da que conhecemos — Dumbledore mirou a página do livro, com uma expressão estranha. — Não se sabe quem criou as pedras, mas deve ter sido alguém tentando escapar do mundo em que vivia, insatisfeito com sua realidade e busca de outra melhor... em busca dos Elísios, por assim dizer...

— E o senhor acha que é possível viajar para um lugar assim?

— É difícil saber ao certo. Muitos do que se aventuraram a usar à magia da pedra e jamais voltaram. Quem sabe onde terão ido e que terão encontrado? No entanto, a Pedra Elisiana por si só já é uma descoberta. Você disse que ela estava brilhando?

Harry confirmou.

— Sim, senhor. Foi o que me chamou a atenção, quando a caixa caiu no chão.

— Bem, não está brilhando agora — observou Dumbledore, olhando para a esfera de cristal na caixa. E acrescentou: — Vou examiná-la com cuidado mais tarde. Por hora, vamos deixá-la de lado e retomar nossa aula, Harry. Tenho alguma lembranças importantes sobre Tom Riddle que gostaria que examinasse.

— Sim senhor, professor.

Dumbledore virou-se o grande livro que estava sobre a mesa e fez menção de fechá-lo, mas quando ergueu a capa, a borda tocou na caixa e foi o bastante para empurrá-la de vez da escrivaninha. A caixa caiu e o seu conteúdo foi lançado ao chão.

Harry, com seus reflexos de bom apanhador, viu a cena em câmera lenta e levou a mão rapidamente em direção a esfera, para agarrá-la antes que se espatifasse no piso.

— HARRY, NÃO!

Escutou o grito de Dumbledore advertindo-o, mas já era tarde demais.

Harry apanhou a pedra a centímetros do chão e quando seus dedos a tocaram, houve um clarão ofuscante, que o cegou por um momento e fez tudo desaparecer a sua frente.

O silêncio reinou à sua volta por um segundo.

Não pode mais ouvir a voz de Dumbledore, ainda que resquício dela ecoasse em seus ouvidos, por um breve instante antes que ele pudesse abrir os olhos novamente.

Precisou piscar duas vezes para que as coisas entrassem em foco.

Harry se viu parado no alto do que parecia ser uma colina rodeada por árvores de uma densa floresta, completamente sozinho. A brisa gélida cortando suas bochechas como cortara nos jardins da escola horas antes.

Como fora parar ali?

Olhou para baixo. Sua mão direita segurava a Pedra Elisiana com firmeza.

Não precisava ser nenhum gênio para saber que acabara de provar, do pior jeito possível, que o artefato mágico funcionava. O que queria mesmo descobrir era para onde aquela coisa havia enviado-o.

Girou a cabeça para os lados tentando se situar e, para sua surpresa, reconheceu os cumes brancos das montanhas e o formato do lago, que cintilava do outro lado das copas das árvores secas e cheias de gelo.

Eram as mesmas montanhas, árvores e o Lago Negro de Hogwarts. Mas... onde é que estava o castelo?

Harry então começou a ficar alarmado. Não entendia o que estava acontecendo.

Ele estava onde devia estar Hogwarts, só que Hogwarts não estava ali.

— Onde é que eu vim parar?! — exclamou consigo mesmo.

Mirou o horizonte nublado.

Tal qual acontecia no escritório de Dumbledore, o sol estava se pondo ali. Ele estava só no meio do nada.

Não era nada bom ficar ali no escuro em pleno inverno, portanto, decidiu descer a colina e seguir em direção à aldeia de Hogsmeade, ou pelo menos o lugar onde a aldeia devia estar.

Harry conhecia o caminho. Guardou o orbe no bolso interno das vestes e seguiu por entre as árvores, escorregando hora ou outra na neve.

Andou um bom tempo, mas não viu sinal de nenhum povoado nem de qualquer pessoa por perto.

A tarde foi sumindo e a noite começou a cair depressa trazendo consigo muito frio. A trilha que abria foi ficando escura e ele decidiu iluminar o caminho. Apanhou a varinha no bolso e ordenou:

Lumus!

Nada aconteceu.

Lumus! — ele repetiu, mas sem sucesso.

Harry tentou de novo e de novo, e nada.

O que estava havendo? Era um feitiço simples que executava com perfeição há anos, mas ainda assim não estava funcionando.

Avaliou a varinha em sua mão. Estava intacta, sem lascas nem qualquer sinal de quebrado. Apanhou um galho na neve e tentou outro feitiço para produzir fogo, mas nem sequer uma faísca saiu de sua varinha.

— Por que não consigo fazer magia?! — gritou ele, frustrado, lançando o galho longe.

Não. Não podia ficar parado ali, perdido no escuro. Tinha de continuar. E foi o que fez.

Andou um bom tempo, talvez por quase uma hora no breu, sem qualquer sinal da aldeia, tropeçando em galhos e raízes encobertos pela neve. Estava se perguntando se devia manter-se naquela direção quando chegou ao que parecia ser uma estradinha rural.

"O que uma estrada faz aqui? Ah, não importa!", pensou ele seguindo por ela, enquanto sentia suas mãos gelarem.

Caminhou e caminhou, mas não havia sinal de viva alma por perto. Seus dedos dos pés começaram a ficar dormentes e ele percebeu que estava verdadeiramente em grandes apuros. Nem sequer conseguia ver os ponteiros no relógio de pulso para saber por quanto tempo andara, mas devia ser muito, por que seu estômago roncava de forma ruidosa.

Parecia até o motor de um carro.

Ou seria mesmo o motor de um carro?

Harry escutou um barulho a suas costas e olhou para trás. Uma luz se aproximava.

— Ei! Ei! Olá! — o garoto começou a balançar os braços, tentando fazer sinal para que o motorista o visse no escuro.

Mas apenas quando o veículo estava bem cima dele, que notou o quanto estava rápido.

Ouviu o som da buzina e saltou para trás no momento que uma caminhonete passou voando. Harry tropeçou num galho e rolou por entre as árvores acostamento abaixo, caindo de costas na neve. O gelo entrou por sua gola, causando-lhe um arrepio pelo corpo.

Ele se sentou com dificuldade e, enquanto ajeitava os óculos no rosto, notou que o carro tinha parado e que os dois passageiros haviam descido. Harry escutou a voz de uma mulher:

— Eu avisei! Avisei para não correr na estrada cheia de neve!

— Ora, eu não estava correndo! — retrucou o motorista, sua voz com um misto de raiva e preocupação. — Foi ele quem surgiu do nada, bem na curta! O que eu podia fazer?

— Se estivesse devagar, teria tido tempo de frear, é isso! — repreendeu a mulher e, por alguma razão, Harry achou sua voz um tanto quanto familiar. — Ah, Deus, ele pode ter se machucado! Parecia ser um garoto...

— Desça com cuidado, querida! Precisa que eu a acompanhe? — perguntou a voz masculina, agora nitidamente ansioso.

— Não. Você pode escorregar. Está tudo bem.

Harry havia se levantado e limpava a neve das vestes quando a mulher se aproximou com uma lanterna.

— Olá? Você está bem? — perguntou ela, chegando mais perto. Harry teve certeza que já ouvira aquela voz antes.

— Sim, estou bem — respondeu, indo de encontro à luz.

Então, conforme foi se aproximando, Harry pode ver o rosto da mulher sendo refletido gradualmente pela claridade. Sua respiração foi se tornando mais pesada e quando parou diante dela, ambos iluminados pela lanterna, ele reconheceu quem era ela.

— Lílian, você o encontrou? — perguntou Tiago Potter parado na estrada ao lado da caminhonete.


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Notas finais do capítulo

Chegamos ao fim do segundo capítulo. Espero que tenham gostado.
Vocês devem estar se perguntando o que está acontecendo aqui, mas infelizmente terão de esperar o próximo capítulo para descobrir com o Harry.
Deixe suas críticas nos comentários. Sintam-se a vontade para dizer do que gostou e do que não gostou, por que estou aqui para melhorar.
Isso é tudo por enquanto.
Bye!

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