Perdido em outro mundo escrita por Lilian T


Capítulo 19
Desaparecido


Notas iniciais do capítulo

Oi jovens! E aqui estamos nós mais um capítulo da fanfic.
Espero que estejam gostando. Seus comentários são muito importantes, então não sintam-se a vontade para deixar suas opiniões no final.
Muito obrigada e boa leitura.



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 Ainda que o tempo tivesse melhorado um pouco, a neve se acumulava aos montes nos terrenos de Hogwarts e os alunos enfrentaram grandes problemas para chegarem as estufas para a aula de Herbologia durante aquela semana.

Fazia então muito frio e ninguém se animava a passear pelos jardins cobertos de branco. Todas as lareiras do castelo mantinham-se incessantemente acessas e nenhum dos archotes dos corredores deixava de crepitar alegremente por um instante que fosse.

Os alunos tentavam fugir da gelidez da biblioteca, preferindo estudar em suas salas comunais, o que explicava o motivo da Torre da Grifinória estar super lotada naquele tarde de sábado.

Um rebuliço de vozes indistintas enchia o lugar, enquanto os alunos lotavam as mesas de canto, amontoavam-se nas poltronas vermelhas ou simplesmente sentavam-se no chão sobre os tapetes felpudos próximos à lareira. Muitos tinham os livros nas mãos, todavia, poucos realmente estudavam.

Havia quase duas semanas que Harry Potter desaparecera.

Desde então a notícia ganhara os corredores e as salas de aula, sendo o assunto mais comentado pelas quatro casas.

De início, ninguém se apercebera do fato. Quando Harry não apareceu no Salão Principal para o jantar, supunham-no em alguma detenção ou apenas estudando na biblioteca. Seus colegas de quarto não viram estranheza quando ele não apareceu no dormitório, pois vez ou outra Harry era chamado ao escritório do diretor para uma reunião particular.

As coisas se complicaram quando seus colegas perceberam que ele não dormira em sua cama. Os garotos o procuraram na Torre e não o encontraram. Tudo apenas piorou quando não apareceu para o café da manhã, nem nas aulas e nem em qualquer outro lugar da escola.

Harry Potter sumira!

A partir daí uma infinidade de teorias tomou conta da escola inteira.

Alguns espalharam que Potter deixara a escola, possivelmente porque Comensais da Morte deviam ter atacado seus tios e seu primo — uma hipótese logo descartada, pois todos sabiam que Harry não se dava bem com seus parentes, o que tornava tanto o ataque quanto o sumiço infundados.

Outros diziam que fugira. Que finalmente desistira de combater o Lorde das Trevas e decidira se mandar antes que acabasse morto. Havia aqueles que suspeitavam que tinha sido sequestrado por Comensais da Morte, talvez até mesmo dentro do próprio castelo, o que gerou um principio de pânico em vários alunos mais novos. E havia ainda os que mesclavam as duas teorias: fuga, seguida de sequestro e, finalmente, morte.

E assim a discussão continuava cada vez mais mirabolante.

Apenas um pequeno grupo de pessoas sabia o que realmente tinha acontecido.

O Prof. Dumbledore manteve a calma depois que Harry desapareceu.

Ele estava próximo ao garoto em seu no escritório quando este contrariou sua advertência para não tocar na Pedra Elisiana e presenciou o brilho fugaz e o sumiço repentino do aluno. Passou a noite tentando descobrir um modo de trazê-lo de volta ou de tentar ir ao seu encalço. No entanto, não obteve muitos resultados.

Pouco depois do amanhecer, reuniu-se com os diretores das quatro casas e explicou o que acontecera à Harry.

O choque foi imediato e demorou um instante para que eles pudessem acreditar no que ouviam. A Profª. Minerva ficou absolutamente aturdida, o queixo da Profª. Sprout caiu, fazendo sua boa se abrir em um perfeito "O", enquanto o Prof. Flitwick deu um gritinho de consternação. Até Severo Snape franziu o cenho, olhando para Dumbledore preocupado.

— E o que faremos para trazê-lo de volta?

— Nada.

Os quatro diretores arregalaram os olhos de espanto. As narinas da Profª. McGonagall se dilataram e ela questionou em voz trêmula:

— O senhor está dizendo que não tentaremos encontrar Harry Potter?

— Infelizmente, sem uma Pedra Elisiana, não há nenhuma maneira de segui-lo ou transportá-lo de volta.

— O que faremos então? — indagou McGonagall em tom agudo — Vamos simplesmente ficar de braços cruzados?

Dumbledore lançou a Minerva um olhar penetrante.

— Teremos de confiar para que Harry aprenda como a esfera funciona e a utilize para retornar sozinho...

— Confiar que Potter aprenda alguma coisa? — disse Snape, com um olhar de espanto. — Então podemos dizer que ele ficará perdido para sempre.

Os professores lançaram-lhe olhares de desaprovação.

— Não é hora para piadas, Severo! — repreendeu Minerva, com impaciência.

Snape crispou os lábios. Não era piada.

— Eu continuarei a pesquisar um meio para tentar ajudá-lo de alguma forma — retomou Dumbledore, com voz cansada. Havia uma visível tristeza em seu rosto. — Conto com a ajuda de vocês.

— Claro, diretor. Faremos tudo o que for necessário — afirmou a Profª Sprout em prontidão.

— Obrigada, Pomona — agradeceu o diretor, antes de se virar para a McGonagall. — Agora, poderia chamar o Sr. Weasley e a Srta. Granger, Minerva. Creio que eles precisam saber o que houve com Harry.

— Sim, diretor — concordou McGonagall girando nos calcanhares e deixando a sala as pressas. Assim que atravessou a porta, o diretor virou-se para os outros professores.

— Por enquanto isto é tudo. Manterei todos informados.

Os professores concordaram com a cabeça e juntos deixaram o escritório, seguindo para o Salão Comunal para o café da manhã.

Rony e Hermione foram informados da situação pouco depois.

Logo após receberem a noticia, foi como se as horas se tornassem mais longas e os dias mais compridos.

Com a decisão do diretor de aguardar o retorno de Harry, os garotos passavam a maior parte do tempo inquietos, na expectativa de que o amigo atravessasse as portas do Grande Salão a qualquer momento, como se nunca tivesse se ausentado.

Todavia, doze dias já haviam se passado e nada.

A espera parecia agora interminável e tanto Rony como Hermione estavam nitidamente desolados.

Rony queixava-se que não ter apetite e nem a mínima vontade de fazer qualquer coisa, fosse jogar xadrez de bruxo, fosse treinar quadribol. O time da Grifinória, que já tinha motivos para reclamar do desempenho do ruivo, viu-se em sérios apuros. Não apenas seu capitão e apanhador desaparecera sem deixar vestígio, como seu goleiro parecia triste e distraído.

Cátia Bell foi nomeada capitã substituta da equipe e Gina Weasley acabou tendo de substituir Harry como apanhadora, enquanto Córmaco McLaggen entrou no time no lugar de artilheiro. O rapaz não parava de criticar Rony por suas péssimas defesas e pela quantidade de gols que deixara passar, mas o ruivo nem ligava. Estava preocupado demais com o melhor amigo para se importar com McLaggen.

Hermione, por sua vez, estava achando muito difícil se concentrar nos estudos. Ainda que continuasse com o título de melhor aluna do sexto ano, sempre que a menina apanhava um livro, lia somente até a metade do terceiro parágrafo antes de desistir, vencida pelo ansiedade.

Ambos andavam preocupados e taciturnos, portanto, no momento que sentaram-se em torno de uma mesinha à um canto da Sala Comunal, que milagrosamente estava desocupada, e permaneceram quietos e tristonhos, nenhum dos colegas achou estranho.

— Rony? Hermione?

Os dois ergueram as cabeças simultaneamente.

Neville estava de pé ao lado da mesa, encarando-os com uma expressão meio aflita em seu rosto redondo.

— Alguma novidade? — perguntou ele, em voz baixa

— Não — respondeu Rony, balançando a cabeça.

— Nenhuma — emendou Hermione, com um suspiro.

Dumbledore pedira segredo à Hermione e Rony sobre o que passara com Harry, mas a dupla decidira que precisava revelar a verdade à outros três colegas: Neville Longbottom, Gina Weasley e Luna Lovegood.

Eles haviam batalhado ao lado do trio no Ministério da Magia no ano anterior e eram de absoluta confiança. Assim, quando Hermione pediu segredo sobre o assunto, sabia que nenhum deles jamais repetiria o que tinham escutado à qualquer outra pessoa.

— O Prof. Dumbledore já conseguiu algum progresso?

— Não — disse Hermione, em tom discreto. — Da ultima vez que checamos, ele estava tentando criar uma magia capaz de guiar Harry de volta de seja lá onde está.

— Acha que irá funcionar?

— Dumbledore tem trabalhado muito. Parece cansado e nem o vemos mais durante as refeições no Salão Principal...

— Se estivesse se esforçando mesmo — disse uma voz atrás de Neville, fazendo-o se virar. — Já teria bolado uma maneira de irmos atrás do Harry, isso sim!

Era Gina.

A ruiva andava com um humor horrível desde que Harry sumira. A verdade é que ficara muito chateada e considerava o cúmulo do absurdo terem de esperar por algum sinal dele. Bradara aos amigos que Harry poderia estar em perigo, precisando da ajuda deles. No entanto, ao invés de tentar achá-lo, todos estavam confortavelmente sentados em frente à lareira, aguardando-o se virar sozinho.

— Não é tão fácil assim, Gina — observou Hermione, conciliadora.

— É. Dumbledore disse que seria preciso outra Pedra Lusitana — falou o irmão.

— Elisiana, Rony!

— Que seja!

— Não importa como se chama — interpôs Gina, antes que Hermione rebatesse a resposta do ruivo. — O que importa é que não sabemos onde Harry está. Como podem ficar parado aí, esperando que as coisas se resolvam? Deveríamos procurar outra pedra dessas então...

Hermione encarou Gina com um olhar compassivo, mas quando sua falou, sua voz tinha a firmeza de uma professora que explica porque não se deve manusear Mandrágoras jovens sem protetores de ouvido:

— Gina, só existem cinco pedras como aquela conhecidas. Harry teve o azar de encontrar uma na Sala Precisa. Seria uma possibilidade quase impossível que achássemos uma segunda no mesmo lugar. E francamente, não temos chance alguma de descobrir o paradeiro de outra em qualquer parte do mundo.

Gina fez cara feia para Hermione. Sabia que a amiga estava certa, mas realmente desejava fazer qualquer coisa.

— Então é só isso? Vamos continuar aqui prostrados? Já faz quase duas semanas!

Ninguém respondeu.

Gina soltou um bufo de indignação, deu às costas aos três e saiu pisando alto em direção ao namorado, Dino Thomas, que acabara de descer as escadas vindo do dormitório. Ele torceu o nariz ao ver a expressão irritada da ruiva, mas não comentou nada.

O namoro dos dois andava meio fragilizado desde que Harry desaparecera. Dino preferia acreditar que era devido a falta que o garoto fazia para o time do que por qualquer outro sentimento mais particular que Gina tivesse por ele.

— Ela está certa numa coisa — comentou Neville. — E se Harry estiver precisando mesmo de ajuda? Como ele poderia voltar?

A pergunta ficou no ar e ele deixou a mesa sem esperar uma resposta, indo se sentar com Parvati e Simas perto da lareira. Enquanto os observava, Rony viu Lilá saindo pela porta do dormitório feminino.

— Vamos dar uma volta — disse, levantando-se rápido e dirigindo-se discretamente para o buraco do retrato, com Hermione em seu encalço, ambos meio escondidos pelo amontoado de alunos na sala.

Atravessaram a passagem da Mulher Gorda e avançaram-se às pressas pelo corredor, para bem longe da Torre. Quando ganharam distância, Hermione olhou para Rony:

— Está tudo bem entre você e Lilá — indagou, evitando fitá-lo nos olhos. Preferiu se concentrar nas paredes de pedra do corredor.

— Hum... Claro... — respondeu o ruivo sem qualquer convicção, fitando os próprios pés. — É só que... bem... ela é meio... — ele estava querendo dizer uma coisa, mas acabou falando outra: — Lilá não parece tão preocupada com o Harry, entende.

— Sei...

Fez-se uma pausa desconfortável na conversa. Continuaram andando, agora mais devagar, pelo corredor gelado pelo inverno lá fora. Andavam sem prestar muito atenção onde estavam indo, deixando seus pés guia-los pelo castelo.

Rony continuava cabisbaixo, mas de súbito estacou.

— Hermione...

A garota parou e olhou para trás.

— Quê?

Havia alguma coisa estranha. Rony continuava mirando seus sapatos, mas agora remexia as mãos de forma de forma nervosa. Parecia querer dizer algo importante.

— O que foi?

Ele não respondeu. A garota começou a ficar impaciente com a demora.

— Fale logo!

O ruivo ergueu a cabeça e a encarou. A garota perdeu o fôlego quando viu a intensidade de seu olhar.

— Hermione, eu... — principiou ele, mas de repente olhou por cima da cabeça dela, em direção ao outro lado do corredor, com uma ruga na testa. — Draco?

De fato, Draco Malfoy caminhava na direção deles.

Ele hesitou um instante quando os viu, mas logo continuou com passos firmes.

— O que faz aqui, Malfoy? — inquiriu o ruivo, quando ele se aproximou o suficiente.

— Vou lhe dizer porque é da sua conta, Weasley.

— Está muito longe das masmorras e sem seus amiguinhos para estar tão confiante assim!

— Posso dizer o mesmo para você — rebateu o loiro, com desdém. — Onde está o Testa Rachada? Soube que depois de se borrar de medo, ele fugiu de Hogwarts. Bem que senti o ar daqui mesmo fedido.

— Ora, seu... — Rony fez menção de atacar Draco, mas Hermione segurou o seu braço quando viu o garoto loiro levar a mão à varinha.

— Não, Rony!

— Obedeça a Sangue-Ruim, Weasley. Ou pode se dar muito mal.

Dando às costas aos dois, Draco retomou seu caminho pelo corredor.

— Devia ter me deixado azará-lo, Hermione — resmungou o ruivo, seguindo em diante com a garota. — E o que raios ele estava fazendo por aqui?

— Não sei — ela olhou para o lado, situando-se. — Mas acho que sei de onde pode ter saído...

Ela disparou à frente e tomou a direção da qual Draco viera. Não tardou a chegar em um comprido corredor, onde se via uma tapeçaria exposta na parede. Pararam diante dela e viraram-se para encarar a parede oposta.

— A Sala Precisa — observou Rony — Acha que Malfoy estava usando a sala?

— É a única coisa que imagino que possa despertar o interesse dele neste andar.

— O que ele estaria fazendo lá dentro?

— Não tenho nem ideia — foi tudo o que garota disse.

Rony mirou a parte da parede onde a passagem para a sala secreta estava localizada.

— Se Harry estivesse aqui, ficaria encantado em saber disso. Diria que Draco estava armando alguma coisa.

Rony suspirou. Hermione apoiou a mão e seu ombro e, juntos, seguiram para longe dali.


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Notas finais do capítulo

Bem, pessoal, este foi o capítulo! Espero que tenham gostado.
Achei que era bom vocês saberem como estão as coisas em Hogwarts sem Harry para variar. Bem, não muita coisa. Acho que ele é a alma da confusão kkkkk
O importante é que não há nenhuma forma de Dumbledore ajudá-lo sem uma Pedra Elisana, então, nosso herói terá de se virar e sair da confusão sozinho.
Obrigado por lerem.
Tchau!



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