Curse of the Flower escrita por Killer Queen


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Então em um momento há um link anexado no nome de uma personagem. Recomendo que leiam essa parte com a musica. Que é a musica tema de tal personagem kk



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Algumas horas se passaram desde que Kathryn havia se separado de Rose, a jovem sabia que era normal da mais velha desaparecer dos bailes quando se menos esperava por isso não fazia perguntas. Apenas atravessava o hall principal, ignorando os poucos convidados que se encontravam naquele cômodo, estava carregando seus sapatos e devido ao frio do chão de mármore a jovem andava na ponta dos pés. Com sua mão livre segurava a imensa e pesada saia do vestido, a todo o momento se perguntando como as mulheres ali presentes ainda suportavam manter as aparências de uma forma tão elegante.

—Senhorita Halpine. –Só de escutar a voz da governanta da mansão era o bastante para criar um arrepio na espinha e ganhar a certeza de que levaria uma bronca por estar andando sem seus sapatos.

—Sim? –Kathryn se virou e fez seu possível para manter uma expressão serena.

A mulher de meia idade estava com seus longos cabelos grisalhos presos em um coque, não era uma das pessoas mais simpáticas da mansão, mas também não era o monstro no qual a jovem Halpine tanto temia.

—A senhorita não deveria andar descanso por esse chão frio. –comentava a mulher para surpresa de Kathryn, ela utilizava um tom baixo e calmo, não aquele tom cotidiano que se tratava de um grito estridente e um tanto quanto ameaçador. –Se a senhorita preferir pode ir ao seu quarto mudar seus sapatos, será melhor do que vagar por esse chão.

Aquele comportamento diferenciado se devia aos convidados, Kathryn tinha essa certeza, a governanta não agiria como uma mulher mandona e brava na frente dos convidados, não seria nenhum pouco educado, e a mesma não era do tipo que desejava chamar a atenção para si, se começasse a gritar naquele momento só teria todos os olhares roubados.

—Certo. Irei agora mesmo troca-los. –respondia Kathryn por fim, a mulher estava agindo de uma forma amigável, não seria Kathryn que traria de volta aquela mulher mandona e que fazia questão de gritar a cada segundo, porém antes de subir as escadas para seu quarto a jovem pode ver de canto de olho que os olhos da mulher se encontravam marejados. A mesma queria fazer perguntar o porquê, mas se reteve em apenas dar de costas e seguir seu caminho em silencio.

xXXXx

Passava um pouco da meia-noite, mas ainda havia uma quantidade razoável de convidados passeando pela enorme mansão Halpine, felizmente mais da metade encontrava-se alterada pelo álcool e a outra metade entretida com a musica que tomava conta do salão. O clima do local era perfeito, todos pareciam animados e empolgados, infelizmente esse clima não se mantinha na mansão inteira.

—Como isso aconteceu? –questionava uma das empregadas que caminhava de um lado para o lado devido à ansiedade.

Marcellus observava a cena a sua frente, também confuso com tudo aquilo.

A pouco menos de meia hora todos aqueles que se encontravam na cozinha escutaram o som de algo caindo às escadas da mansão, por se trata das escadas utilizada pelos empregados e membros da família apenas poucos tinham acesso, não tinha como alguém estar vagando por ali, mas isso ocorra e quando Marcellus chego ao lugar para ver o que se passava, com receio de encontrar um dos convidados machucados acabou vendo algo pior.

O barulho das conversas que vinham do outro lado da porta da cozinha mantinham todos um tanto quanto apreensivos, sempre se questionando se os convidados já estavam sabendo de tal infortúnio. Embora Marcellus tivesse plena certeza de que ninguém sabia, o homem passará muitos de seus anos servindo famílias nobres e ricas, o que aprendera nesses anos era que quanto maior os status maiores seriam as habilidades de abafar desgraças.

—Onde está? –perguntava Joseph no momento que atravessou a porta da cozinha, seu tom não era assim tão calmo, como o habitual, sua expressão estava tomada por uma mistura de confusão e medo.

—Colocamos o corpo no quarto de empregados que se encontra vazio. –respondia a governanta em um tom irregular, demostrando seu pavor. –Marcellus achou que seria melhor retira-lo do meio do corredor, as meninas poderiam ver.

Joseph desviou seu olhar na direção de Marcellus e assim fez um gesto de cabeça para agradecer o ato.

—Sabem onde estão as garotas? –questionava Joseph que começava a se dirigir na direção do quarto vazio.

—Harriette encontrasse no salão de baile com seu marido. –respondia a governanta. –E Kathryn acabou de subir para seu quarto para trocar seus sapatos.

Joseph não respondeu, apenas ficou um pouco mais tranquilo de que ambas se encontravam longe daquela ala da mansão. Abriu a porta do quarto vazio e engoliu em seco. Era verdade, uma pessoa havia morrido em sua festa.

Apenas de ver o ângulo do pescoço do cadáver um grande arrepio já percorria toda a espinha do homem que tomava a liberdade para se aproximar. Queria perguntar se haviam visto como ocorreu, mas já sabia a resposta de seus empregados, estavam todos ocupados demais com seus deveres que aquele acidente acabara por passar despercebido.

Joseph aproximou-se um pouco mais do corpo, um forte cheiro de álcool era emanado do mesmo. Isso poderia explicar a causa da morte, o álcool provavelmente acabou o afetando mais do que deveria e quando as escadas apareceram a sua frente foram um verdadeiro obstáculo ou talvez se encontrasse em um estado tão alto devido o álcool que nem percebera a existência de escadas.

Em suas roupas podiam-se ver pequenas manchas de tom escarlate, por um momento Joseph ficou com receio que se tratasse de sangue, mas havia grandes chances de se apenas vinho, todavia com sua aproximação pode ver que sua textura era mais grossa que um simples vinho.

—As escadas possuíam uma pequena trilha de sangue. –comentava Marcellus. –Deve ter batido sua cabeça com bastante forte.

Realmente existia um corte na testa, mas isso não explicava as manchas de sangue em suas roupas, o sangue atravessava a roupa de dentro para fora e não o contrario, mas em um rápido toque no corpo gélido foi possível perceber que não havia nenhum outro corte. Claro que Joseph não estava fazendo nenhuma autopsia de primeira, mas pelos seus conhecimentos de medicina legal, aquele corpo não havia morrido na queda. O mais estranho eram o pescoço, não parecia ter sido quebrado na queda, mas se outra pessoa tivesse quebrado seu pescoço só tornava as coisas piores, significaria que um assassino vagava pelos corredores na mansão aquela noite.

—Marcellus, você já chamaram alguém? –questionava o homem que ajeitava sua postura.

—Ainda não, estamos esperando suas ordens.

—Ótimo. –respondia o Joseph que caminhava na direção do telefone que existia no corredor. –Precisamos de um profissional aqui, temo que o ocorrido não se trate de um simples acidente.

—Um assassinato, senhor? –perguntava Marcellus que acompanhava o mestre.

—Estou com receio que sim. A forma que o pescoço foi quebrado, não corresponde a de uma queda.

Marcellus observava de canto de olhos o quarto que o corpo se encontrava.

—Deseja que mande os convidados embora?

—Não. Apenas mantenha Harriette ao lado de Rorick e tente manter Kathryn dentro de seu quarto.

—Como desejar. –Finalizava Marcellus que se retirava calmamente.

O mordomo atravessava a mansão mantendo seu andar calmo e ágil, sua expressão não deixava transparecer nada que ocorrera dentro daquela mansão. Essa era a função do mordomo, independente da família que se trabalhava, todas possuíam seus segredos que deveriam ser guardados a sete chaves. Tudo bem que o que ocorrera naqueles corredores tinha sido aparentemente um acidente, mas nenhum aristocrata gostava de ter seu sobrenome ligado a um assassinato ou alguma morte.

Conforme seguia seu caminho, Marcellus mantinha a descrição e andava em passos acelerados, mas fez uma pequena pausa em sua caminhada ao chegar ao topo da escadaria e se deparar com o quadro de Lady Halpine pendia levemente para esquerda e o mordomo não poderia deixar tal detalhe passar.

O quadro de Lady Halpine era uma lembrança alegre que te atingia com uma onda de melancolia, no mesmo era retratada com o mais belo sorriso e as mais belas flores em suas mãos, ficar ao todo da escada era uma forma de manter a lembrança da mesma viva, a deixando observando o salão principal de sua enorme mansão. O mordomo sabia o quanto aquele quadro afetava Joseph, assim como todos os outros que ali moravam, mas era um dos poucos quadros que nunca fora retirado de seu local e ninguém tinha planos de retira-lo.

Após ajeitar o quadro e tentar ignorar aqueles pensamentos melancólicos o mordomo seguiu caminhando em direção do quarto de Kathryn. A desculpa de mudar de sapatos era um tanto quanto antiga, a garota havia a utilizado uma vez quando menor e aprendeu que com ela podia fugir para seu quarto e permanecer no mesmo até a noite ter seu fim.

Chegava a ser engraçado o quanto à garota repudiava lugares cheios e isso foi um trato que desenvolveu ainda muito jovem, talvez toda a pressão de sua família ajudasse para tal coisa, mas Marcellus tinha uma pequena ponta de certeza de que sua jovem mestra nunca duraria nas ruas de Londres.

Conforme se aproximava da porta do quarto de Kathryn podia escutar vozes, não estava só o que era estranho, Harriette se encontrava no salão de baile e seria quase impossível chegar ao segundo andar tão rápido. Marcellus ficou um pouco hesitante, Joseph mencionara um assassino, se alguma coisa acontecesse àquela garota nunca poderia se perdoar.

Deu duas batidas na porta antes de abri-la, estava tão disperso com o ocorrido da cozinha que havia esquecido a alternativa mais obvia. Abriu a porta sem presa revelando primeiro a pequena Kathryn, que já estava com seus cabelos soltos e dando algumas gargalhadas e depois revelando sua companhia.

Rosemond ainda encontrava-se perfeita - apenas seus cabelos estavam soltos -  mantinha toda sua postura e ao ver a porta se abrindo direcionou seus olhos esverdeados para a mesma.

—Oh! Sinto muito. –começava Kathryn que já esperava uma bronca por ter fugido do baile.

—A culpa não é dela, pelo menos não dessa vez. – Riu Rosemond que se mantinha sentada sobre os pés da cama. –Nos encontramos no corredor, ela estava entrando no quarto para tocar os sapatos, mas acabei a prendendo aqui para contar sobre minhas escolhas.

Marcellus estreitou seu olhar pelo quarto, havia dois pares de sapato a frente de Kathryn e nenhum sinal de que a garota tinha a intensão de trocar suas vestias.

—O que deseja, Marcellus? –perguntava Kathryn em seu tom calmo. –Juro que já estou regressando...

Marcellus interrompeu a jovem para acalma-la da culpa.

—Não precisa se preocupar com isso, senhorita. -dizia o homem com um sorriso amigável e gentil em sua face. -Seu pai pediu para avisa-la que se desejar permanecer no quarto.

—Está falando a verdade? -Animou-se Kathryn.

—Sim. -Antes de prosseguir com sua frase desviou seu olhar na direção de Rosemond.

O corpo de Marcellus pareceu ter congelado era como se estivesse olhando para própria morte, os cintilantes olhos esverdeados da garota estavadeava difícil, mas dessa vez existia alguma coisa muito diferente em Rose, era como se a garota estivesse morta, mas mantinha aquele olhar penetrante. 

—Está tudo bem, Marcellus? -questionava Kathryn que percebera o olhar distante e um tanto quanto assustado do mordomo, não era normal vê-lo daquela forma e muitas vezes a garota até pensava que o mordomo não tinha sentimentos, mas agora estava mostrando abertamente seu medo.

—Oh! -Fez o mesmo que colocou sua canhota sobre a cabeça e depois voltou a olha-la da mesma forma simpática de sempre. -Apenas me lembrei que esqueci de uma coisa.

Kathryn sabia que era mentira tais palavras, ele havia visto algo que o perturbará, mas seria inútil continuar insistindo em tal assunto com o mais velho.

—Certo. Mas pode ter certeza que ficarei aqui em meu quarto.

—E eu já devo me retirar. -comentava Rosemond que colocava-se de pé. Fez um rápido gesto de despedida para sua amiga e passou ao lado de Marcellus, nesse rápido momento aquele medo expresso se fez presente de novo. Havia algo de errado com aquela garota, algo mais errado que o normal. 


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