Declaração escrita por DoceteAzeda


Capítulo 1
Declaração


Notas iniciais do capítulo

Décimo quarto dia de evento AllHina!

Grupo ''Curtidores SasuHina/BR''

Categoria da Semana: espaço/tempo.

Tema do dia: faculdade/neve

Casal do dia: TemaHina

~Boa leitura



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As aulas na faculdade finalmente haviam terminado naquele dia de inverno.

O frio era tanto que Temari estava apressada, queria ir embora o mais rápido possível para tomar um banho quentinho e se jogar nas cobertas. Nem mesmo o grosso casaco e luvas quentes podiam livra-la desse dia de neve.

Foi correndo o mais rápido que pode, porém, ao abrir o seu armário de materiais, ficou surpresa ao encontrar um bilhete lá dentro.

Por favor, me encontre na sala de aula de ciências, preciso falar com você...

Temari bufou. Será que era uma pegadinha de seus irmãos?

Não...não reconhecia essa letra, sem contar que era muito bonita e feminina, nada a ver com a de Gaara ou Kankuro. Quem seria, então? Ninguém fala com ela nessa faculdade.

Por pura curiosidade, a loira decidiu subir as escadas e ir direto para a sala marcada. As cobertas quentinhas podiam esperar mais um pouco.

No meio do caminho, se encontrou com várias pessoas, todas usando roupa de frio. Irritava o fato que só de chegar perto de alguém, essa pessoa encolhia de medo. Estava cansada disso já, por isso, seu coração era frio como o gelo. Não se importava mais com as pessoas. Essa era sua forma de defesa, a sua forma de tentar não se importar.

Essas pessoas são tão estúpidas.

Suspirou, irritada, e continuou seu caminho.

Chegando perto da porta da sala de ciências, Temari a abriu com calma, para logo então fecha-la atrás de si. Estranhou, não havia ninguém lá dentro.

Apenas viu a paisagem lá fora, através da grande janela que tinha na sala. Uma fina neve caía, deixando Konoha toda branquinha. Até que era bonito.

—V-Você veio... – levou um pequeno susto ao ouvir uma voz baixa vindo do fundo da sala. Ao olhar naquela direção, viu uma garota de cabelos longos, pretos e olhar baixo. Essa moça usava um casaco branco, luvas cor de rosa claro e um gorro da mesma cor. Estava vermelha. – fico feliz...

—Foi você que me chamou aqui? – questionou, virando em sua direção e tentando se lembrar da onde conhecia essa garota, em vão.

—S-Sim... – ela estava acanhada e mexia em suas mãos de forma apressada. Dava para sentir seu nervosismo.

—O que você quer comigo? – sua voz saiu um tanto quanto grosseira.

—Eu... bem... eu queria dizer que eu....- estava tão atrapalhada, não sabia por onde começar.

—Hã? Poderia falar direito? Não tô ouvindo nada. – falou alto, interrompendo os pensamentos da tímida garota. – e quem é você?

Hinata respirou fundo e olhou para loira com uma cara determinada.

—Meu nome é Hinata, e eu...eu sei que você não é má como os outros pensam. – disse, dessa vez com um pouco mais de clareza.

—Ah, é? E como chegou nessa conclusão? – perguntou, demonstrando tédio. Uma de suas mãos estava na cintura, e ela fazia uma pose de ‘’termine logo com isso.’’

—Você me salvou naquele dia, lembra? – Hinata estava emocionada.

—Para falar a verdade, não. – ela fez todo o esforço possível para se lembrar de algo, porém de nada recordou.

—Olha só, a garotinha quietinha da nossa turma. Pobrezinha, não consegue nem gritar para pedir socorro, não é mesmo? – um trio de garotas estúpidas estavam perturbando a paz da pobre Hinata, que apenas lia tranquila na sua mesa. Sua expressão era de medo, mas fazia de tudo para não se importar com as garotas.

—Não tem amigos, por isso fica aqui sozinha. – a outra debochava. Era hora do intervalo, e ela gostava de ficar sozinha lendo, não havia nada de errado nisso.

—Verdade. É porque ela é muito sem graça. Quem sabe se pintarmos o cabelo dela, ela não fique mais legal? – rindo, outra integrante do grupo pegou dois apagadores. Hinata estava tremendo por dentro, mas fez de tudo para não demonstrar.

A garota estava pronta para bater ambos apagadores na cabeça da pobre garota, deixando seus cabelos branquinhos, mas alguém a impediu que a continuasse.

 -Ei! O que você... – assim que olhou para trás e viu Temari, a garota sentiu um frio subir pela espinha. – Temari... d-desculpe! – e como três ratinhos assustados que acabaram de ver um gato feroz, correram para salvar suas vidas.

Hinata estava surpresa com o que acabou de ver. Já tinha ouvido vários rumores sobre essa tal Temari, mas nunca acreditou muito neles, sabia como as pessoas podiam ser crueis.

—O-Obrigada... – disse baixinho, com suas bochechas vermelhas. Ninguém nessa faculdade havia sido legal com ela de verdade, era a primeira vez. Sentia-se muito grata.

—Hunf... – a loira simplesmente deu as costas e foi embora daquela sala, deixando o coração de uma Hyūga bem acelerado.

—Isso não quer dizer muita coisa. Aquelas garotas me irritam, por isso eu sempre quis dar um sustinho nelas. – suspirou, fazendo pouco caso. Hinata balançou a cabeça negativamente.

—Não! Tem mais coisa! – com convicção, decidiu se aproximar um pouco mais da loira, que levou um susto com a aproximação repentina, arregalando seus olhos esverdeados. – eu lembro quando um garoto caiu da escada, e você o salvou, dizendo para ele tomar cuidado. Infelizmente ele simplesmente saiu correndo de medo, sem agradecer. – fez uma cara triste, recordando da expressão depressiva que Temari fez naquele dia.

—Tá, eu salvei, mas e daí? Todo mundo tem medo de mim de qualquer forma, não adianta nada. – segurou com vontade suas lágrimas, não iria se demonstrar fraca diante de ninguém, nem que aquele assunto a deixava triste.

—Você não está entendendo, Temari. Eu entendi você de verdade!

—O que quer dizer com isso? – com uma cara irritada, olhou para a morena.

—Todos nessa escola têm medo de você, só porque você é mais bruta que as outras garotas. Mas isso não quer dizer que você seja ruim, Temari! Eu percebi isso pois andei te observando. – confessou, um tanto quanto envergonhada, deixando a loira surpresa. – eu sei que é errado, mas eu não consegui evitar. Você chamou muito a minha atenção! – quase gritou, de forma que ela entendesse bem o que Hinata quis dizer. – Porém, te observando pude chegar a essa conclusão. Você está sempre lá, para ajudar, mas como você é muito bruta, as pessoas tiram conclusões precipitadas sobre sua personalidade. Você não é má, Temari! Você é um anjo! – ao ouvir aquelas belas palavras, Temari se emocionou. Nunca havia pensando que alguém nessa faculdade poderia pensar isso dela. Estava realmente em choque, mas não chorou de emoção, ao contrário, abriu um largo sorriso, fazendo a Hyuga sorrir junto.

É verdade que Temari também sofria bullying. Um bullying diferente, onde ela era temida por ser bruta demais, tudo por causa do preconceito que as pessoas tinham dentro de si.

O que ninguém sabia era que Temari, assim como Hinata, tinha um coração doce, gentil. Ela ama ajudar as pessoas. Uma pena que ambas não eram reconhecidas por isso.

—Uou... eu... nem sei o que dizer... – disse, um tanto quanto sem jeito por tê-la tratado mal há alguns segundos.

—Não diga nada... – Hinata chegou perto da loira, segurando suas mãos. É uma pena as duas estarem de luvas, assim não puderam sentir o contato direto da pele tocando uma na outra. – deixe-me falar. – respirou fundo, tentando arrumar coragem. – eu... eu apenas te chamei aqui porque eu queria me d-declarar. – disse, deixando o seu rosto totalmente vermelho.

—D-Declarar? Como assim? – surpresa, a loira perguntou.

—Eu quero te conhecer melhor, Temari... – desviou o olhar, apertando mais forte a mão da loira. Fazer aquilo é realmente muito vergonhoso. – eu sei que somos duas garotas, mas eu não me importo! – balançou a cabeça negativamente. – eu apenas quero estar ao seu lado. Só isso. – além do olhar estar desviado, a morena estava com a cabeça baixa.

Temari sentiu suas bochechas queimarem. Era a primeira vez que alguém se declarava para ela. Ainda que surpresa, sentia seu coração e corpo bem aquecido, apesar do frio.

Aquela garota havia a entendido por completo, sem ao menos se conhecerem direito. Ela sentia seu coração bater mais forte, estava contente.

Sentiu que o gelo que carregava em seu peito estava se descongelando aos poucos. Era só disso que precisava, um pouco de compreensão e carinho.

Vendo a garota morena em frente a janela que nevava, notou o quanto ela era bonita e parecia especial. Seus olhos quase eram brancos, da cor da neve, raros e lindos. Ao contrario de seus cabelos, que eram pretos como a noite. De fato, essa moça parece ser bem gentil.

Talvez devesse dar uma nova chance para o mundo, afinal?

—Tudo bem, eu aceito sua declaração. – disse Temari, sorrindo animadamente. Hinata ergue a cabeça, com os olhos arregalados. – que tal tomarmos um pouco de chocolate quente lá em casa? – apontou a cabeça para porta, dando a entender que queria que ela acompanhasse. Hinata sorriu, totalmente feliz.

Temari era pansexual. Mesmo que nunca tivesse namorado, sabia disso, afinal, já havia se apaixonado. Não se importava se o seu amor fosse homem, mulher, trans. Desde que sentisse amor, estava valendo.

—É mesmo? Tudo bem eu ir para a sua casa? – se aproximou mais de sua paixão, ficando quase grudada a ela.

—Mas é claro que sim! Será um prazer, sem contar que é um ótimo lugar para gente se conhecer melhor. – colocou o braço direito no pescoço da nova amiga, deixando seus corpos finalmente colados. A loira conseguiu sentir os batimentos cardíacos da morena, o que a deixou feliz. – Você vai adorar meus irmãos!

E assim, as duas foram para casa, totalmente grudadas. O começo de uma nova amizade. O começo de um novo amor. Seria difícil desgrudar essas duas a partir de agora

Afinal, em um dia de neve, a melhor coisa para se fazer é tomar um bom e velho chocolate quente, junto da pessoa que se ama.


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