He Is My Captain escrita por Airi


Capítulo 15
"Lutar contra sentimentos; Não é meu forte!"


Notas iniciais do capítulo

Podem me matar vai, eu deixo ! hahaha, agora, FINALMENTE de ferias, voltei a escrever e não vou parar mais! Para aqueles que pensaram que eu ia abandonar a historia, o eu aqui óóó! UAHSUAHSUAHSUAHS, bom, espero que gostem! Este foi um presente para os fãs do casal principal, vamos parar de enrolação de novela mexicana e fazer esses dois trabalharem juntos? Sim ou não? Espero que gostem *---*!
Boa leitura!



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Henry. Mas como eu consegui saudades dele mesmo? Um ser tão estupido e idiota, e agora por causa dele estamos a caminho de uma linda e maravilhosa prisão, isso porque eu não sequestrei filho de rei nenhum! Ah... bem...Carlos não me avisou, eu apenas o...digamos que o adotei, então porque será que ninguém me agradeceu por ter cuidado do menino durante esse tempo todo? Será que não deu pra perceber o tempo que dediquei aquele pestinha que infelizmente me apeguei? Não né! Piratas são malvados, frios e o inferno a quatro. Ótimo!

- Mary?

Escutei aquela voz do infeliz me chamar.

- O que é? – perguntei irritada, olhando para ele

- No que está pensando? – Ele arriscou

- No que? – disse em tom amoroso, me virando para ele – Ah, em apenas o quanto estou irritada e com vontade de esgana-lo seu pirata burro e imprestável! – disse por fim, não me controlado

- Fala a verdade – Henry disse em tom irônico e tentando ser sedutor, como sempre – Você sentiu minha falta.

Verdade.

- Mentira! Da onde tirou isso seu imprestável? A culpa é toda sua de estarmos aqui! Se não fosse tão escandaloso quem sabe eu não teria já me livrado da sua companhia inútil e ninguém tiraria Carlos de mim! Mas não! Agora estamos aqui, dentro dessa carroça, indo para um pulgueiro cheio de homens que se não me comerem viva antes do julgamento, morrerei enforcada... eu mereço vai, pode falar.

- Mary – Henry tornou a me chamar

- O QUE? – rosnei impaciente

- Eu sinto muito...

 Até o breve momento eu não estava o olhando, mas ao ouvir aquelas palavras em tom tão desamparado me virei, perdendo toda a raiva que estava sentindo naquele momento, por estar acorrentada e indo para a prisão.

 É, Henry ainda tinha aquele poder sobrenatural sobre mim , de me fazer mudar de humor rapidamente, mas...será que ele não havia mudado nada mesmo? Seus olhos cor do mar novamente encontraram os meus, como no passado, quando ainda tínhamos algumas duvidas sobre nossos sentimentos. A nostalgia voltou a arder em meu peito, trazendo aquelas vontades incontroláveis em um momento nada agradável.

- Porque? – perguntei baixo, o olhando

- Como assim?

 Henry já não devia estar entendendo mais nada, afinal, as perguntas estavam ainda em minha cabeça, nenhuma palavra havia sido dita, eu estava prestes a lhe perguntar novamente o porque da relação de nossos pais, e como havia acabado a um ano atrás.

- Porque voc—

- Não – ele foi um pouco mais rápido, calando-me apenas com uma palavra – Não me perguntei essas coisas agora Mary...

- Você nem sabe o que eu vou perguntar – insisti, porém agora, mais suplicante do que irritada

- Quer relembrar do passado logo agora?

- Se eu morrer... – comecei irônica - ...pelo menos saberei aquilo que gostaria a algum tempo

 Nos calamos após minha afirmação. O que não deixava de ser uma verdade, eu queria esse tempo todo saber o porque dos últimos acontecimentos antes de eu me retirar da tripulação de Henry.

 Não estávamos mais nos olhando e aquela aproximação sorrateira do meu antigo Capitão já estava me deixando nervosa, quando fui perceber ele já estava ali, sentando ao meu lado e não do outro lado, como antes.  Henry próximo a mim em momentos como esse nunca havia prestado, porém é inevitável ir contra meus sentimentos em momentos como este, eles são muito mais fortes do que minha vontade de lutar para mostrar que tinha mudado.

 No fundo, ainda continuo a mesma orgulhosa de sempre, dependente incondicional dos carinhos daquele que mais me magoou, que queria se vingar do meu pai e que amo tanto. Sim, no fundo continuou fraca como podem ver.

- Porque sempre faz isso? – sussurrei, vendo que Henry se aproximava de meu rosto

- Porque sei que você quer o mesmo que eu... – ele rebateu no mesmo tom, ainda a se aproximar

- Você me odeia

- As coisas mudam quando percebemos que não adianta lutar contra o que sentimos Mary

- Eu... te odeio Henry – completei, virando o rosto para o lado, e logo após me afastando

 É, o clima após isso não ficou nada agradável, já que os olhos brilhantes de Henry passaram a me mandar um brilho um pouco opaco, como se estivesse triste e com raiva ao mesmo tempo. Não posso mudar o passado e nem o presente, mas o futuro eu posso. E se ficarmos juntos sei que será uma agonia tão grande, que manchará a honra que nossos pais construíram com tanto carinho, mesmo que de modo diferente. Sou uma mulher, mas gosto de ter honra e orgulho, e piratas tem o seu, mesmo sendo considerados ladroes dos sete mares.

- Então você – ele começou

 Então, a carroça parou e segundos depois a porta fora aberta, mostrando um guarda da marinha, bem mal encarado.

- Venham, chegamos a nosso destino

 Quando saímos de dentro pude ver que não haviam nos trazido para uma prisão e sim para um palácio. Olhei em volta, estranhando um pouco o local, e vi que Henry estava da mesma forma, mas com cara de bobão como antes. Uffa, pelo menos ele havia voltado ao normal.

- Ora ora – comentei – As acomodações aqui não são tão ruins assim... pena que não posso dizer o mesmo para o tratamento

 O oficial que estava comigo apertou um pouco mais meu braço e me puxou para perto dele, segurando sua arma com a outra mão.

- Se não parar com as gracinhas você vai ver como o tratamento vai piorar Capitã Mary.

- Oficial grosseiro este não é mesmo? – continuei – Os meus preferidos, diga-se de passagem.

 Mas desta vez ele não acatou com a minha provocação, como eu esperava, o Oficial começou a andar, me arrastando para uma salinha junto com Henry, e claro, ainda deixando nossas mãos acorrentadas, enquanto iam para outro cômodo e depois voltaram, nos puxando que nem animais até um salão enorme, onde estava o mais que esperado: Rei.

- Então foram estes dois piratas que roubaram meu pequeno filho? – Ele perguntou autoritário

- Posso apenas corrigir uma coisa? – Henry perguntou, parecendo tímido e bobo

Como todos ficaram quietos, ele prosseguiu.

- Foi só ela, eu não tenho nada a ver com isso

- Covarde! Tentando salvar sua pele é?! – berrei, tentando me soltar do Oficial para soca-lo

 Mas foi um esforço em vão. Eles são muito mais fortes que eu.

- Mary Bonnie e Henry Morgan... – ele continuou - ...quem diria que um dia eu teria em meu poder os dois maiores piratas?

- Ora, obrigado – Henry disse baixo, com um sorriso infantil, se gabando.

É, não posso contar com ele neste momento.

- Silencio! Está achando que isso é um elogio meu rapaz?

- Tudo o que o enalteça é um elogio – disse impaciente

- Silencio você também! Ainda estou pensando no que farei com os dois...

 Enquanto o Rei dava seu lindo e tedioso discurso sobre sua cidade, paz, confraternização e humildade, eu estava pensando em um jeito de sair de lá rápido, antes que anoitecesse, mas não dava para saber ao certo como eu iria fazer para chegar a baia daquela ilhota sem precedentes.

- Então, tá afim de falar logo que a gente vai morrer? Eu não to com vontade de ir entediada para minha cova não – disse em tom alto, com uma expressão entediada, afim de irrita-lo

E não é que deu certo?

- Como? – o rei disse irado – Vocês raptaram meu filho e estão em meus domínios, não tem o direito de falar assim com o rei!

- Blá blá blá. Eu não raptei o seu filho, se quer saber a verdade, mesmo não acreditando em mim é claro, eu o achei, caminhando por ai sozinho sem se lembrar de nada, porque é claro que você percebeu que ele não está se lembrando de nenhum de vocês, que possivelmente deve ter batido a cabeça em algum lugar, essas coisas. E não, Henry Morgan não teve nenhuma participação nisso. – disse por fim

- Capitão... – Henry complementou de longe - ...Capitão Henry Morgan. Não se esqueça do mais importante, sua Capitã impostora

- Como se soubesse, infeliz – Respondi rapidamente, o olhando de canto

- Mas... – o rei começou - ...mas é claro que fui ver meu filho assim que o pegamos! Acha que sou um pai desnaturado? Amo meu filho!

- Ama? Carlos é homem, você só está pensando em sua sucessão, não em seu filho, me poupe!

- Quem é você para dizer tal coisa? É apenas uma pirata sem coração e...

Acabei cortando o discurso patético do reizinho, já que o sangue me subiu a cabeça.

- Cala essa sua boca seu rei sujo! – berrei – Piratas tem coração, pelo menos muito mais coração e honra do que um imbecil que fica ai sentado o dia todo dizendo que está fazendo o bem para a população, sendo que desvia todo o dinheiro! Deixando a população na miséria, porém esperançosos, acreditando que seu Rei esta fazendo de tudo para melhorar sua situação! Mas n—

 Quando me dei conta, o rei já estava a minha frente,  levantando uma de suas mãos e a enfiando diretamente na minha cara, num tapa certeiro e dolorido. Virei o meu rosto com tudo, fechando meus olhos e sentindo uma dor misturada com o prazer de saber que tinha atingido o ponto de irritação dele.

 Mas nenhuma palavra fora dita e o rei apenas acenou com as mãos e saiu. Hm, então eu tinha deixado o “poderoso” rei sem palavras? Me virei para olhar Henry, que parecia assustado com alguma coisa, poderia ser talvez o tapa que eu havia levado a pouco, mas ele parecia surpreso demais para estar pensando em uma coisa dessas.

 Fomos levados para uma cela e fomos tacados lá, finalmente sem as correntes e cada um foi para seu canto, ambos calados. Respirei fundo, soltando o ar levemente, um pouco frustrada por não conseguir pensar em nada para escapar de lá.

- Você ficou quieto demais Henry, o que aconteceu com o Capitão dos piratas afinal? – perguntei irônica, a fim de irrita-lo

- Aquele tapa doeu Mary? – ele perguntou serio

 Por conta daquele tom de voz o olhei, virando o rosto levemente, e vi uma expressão na qual não via a muito tempo naquele rosto angelical, porém besta: Raiva.

- Está perguntando porque? Mas é claro que doeu Henry, mas nada se compara a reação que eu provoquei nele – disse orgulhosa

- Isso poderia acarretar em algo pior, sabia disso?

- É por isso que você é sempre tão covarde? – continuei a provoca-lo – Para com isso Henry, se vamos morrer de qualquer jeito, o bom é aproveitar para xingar esses imbecis que se chamam de “rei”.

- Mas Mary, você é uma mulher – Henry insistiu

- E só porque sou uma mulher não posso levar um tapa? Escuta Henry, a partir do momento que me tornei uma pirata eu não posso me classificar com uma mulher indefesa, preciso lutar, e me machuco em lutas, então...

- Não, você não está entendendo Mary – ele continuou teimoso – Doeu te ver levando aquele tapa, eu queria estar no seu lugar...

 Henry disse aquilo em tom triste e tornou a se aproximar de mim, colocando uma das mãos sobre o meu rosto, um pouco vermelho pelo recente tapa. Senti meu coração querendo pular pela boca novamente, como nos velhos tempos e agora um pouco recentes, mas isso não podia acontecer e era a segunda vez, será que ele não tinha entendido que eu queria ele longe de mim?

 Segurei a mão dele, sentindo o calor que emanava dela, tentando puxa-la para longe do meu rosto.

- Chega né, já discutimos isso agora a pouco e ...

- CALA A BOCA!

 Escutar aquela frase, dita em tão e alto bom som por ele foi um choque. Eu nunca havia visto ele ser daquela forma, então... fiquei completamente paralisada, enquanto ele me puxou rapidamente para cima, me levando até a parede e me tacando com força lá, encostando sua cabeça em minha barriga e apertando bastante meus braços.

- O que aconteceu no passado, aconteceu, não podemos apagar, mas Mary, dá para pelo menos uma vez na sua vida deixar de ser orgulhosa e deixar eu te proteger? Eu sei que está tão feliz quanto eu de estarmos juntos após tanto tempo. Chega, eu não suporto ver as pessoas lhe tocando de forma tão rude, mesmo após tanto tempo, por favor, seja sincera apenas uma vez e verá que as coisas vão dar certo.

 Não dava para aguentar vê-lo assim, mas também não sei esquecer o passado, ele me machucou muito, mas...machucou ele também, não é mesmo? E querendo ou não, eu amadureci, não posso deixar o meu Capitão escapar novamente. Acho que consigo lidar com tais problemas.

- Henry – disse baixo, o levantando – Você escolhe sempre os piores lugares para falar, é um imbecil, irritante, uma criança, é teimoso, orgulhoso e infantil sempre que pode. Gosta de me irritar com esse seu jeito de se gabar que me deixa louca, meus sentimentos por você são sempre contraditórios, desde que nos conhecemos. Mas pare, por favor, de se lamentar e volte a ser o meu lindo, brincalhão e bobo Capitão?

 Os olhos curiosos e felizes de Henry me acompanhavam a cada palavra dita, que no meu caso, eram completamente sinceras, eu não conseguia mais aguentar tanto sofrimento. Nunca consegui. Chega.

- Você quer dizer que... – ele começou

Porém, eu terminei desta vez.

- Que eu quero voltar para sua tripulação. Para junto daquele que eu amo. Capitão... vamos lutar juntos novamente?

 Neste momento ele já estava afastado de mim e encarando minha mão, pequena e delicada, estendida como uma boba, e com um sorriso que pensei que nunca mais daria.

- Vamos – ele respondeu por fim, apertando, finalmente, minha mão – Então vamos começar saindo daqui Mary!

- Sim, senhor Capitão! – disse animada, soltando a mão dele e batendo continência, sorrindo.

 Agora era minha vez de se desculpar e seguir as regras.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostou? Não? Por favor voltem a comentar para saber se meu trabalho decaiu, continuou o mesmo, melhorou, estas coisas. Porque sabe como é, eu preciso saber para poder ir em frente! *-*
Obrigada por tudo e sinto muito pela demora, a partir de agora é só risada e felicidade para estes dois!...ou não -qq