Qual é a cor da felicidade? escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 27
Sessenta segundos


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos a mais um capitulo, e espero que gostem dele.
Beijos e boa leitura.



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—Porque você não pode reconsiderar?- Alejandro questionou serio pelo telefone enquanto brigávamos novamente por causa da exposição que ele queria que eu fizesse.

—Porque já disse que estou feliz sendo professora de artes.- disse enquanto arrumava o lanche das crianças, que estavam fazendo a atividade de casa com a ajuda de Abuela.

— Eu conheço a mulher que dorme comigo, e ela não está feliz em ser professora de artes. Ela pode estar conformada com essa situação, mas feliz não.- ele disse serio pelo outro lado da linha e suspirei.

Já havíamos voltado há dois meses e nunca mais havíamos brigado, até o dia em que Alejandro me levou em uma exposição no shopping que ficava na saída da cidade, e ele viu como fiquei tentada em voltar a pintar, pois ele me conhecia melhor do que eu mesma.

Mas apesar de querer voltar a pintar, tinha medo de fracassar e preferia continuar onde estava, apesar de não ser o que desejei, gostava de dar aulas.

—Tecnicamente você não dormir com a sua mulher há dias.- disse ressentida, afinal meu namorado estava mais preocupado em brigar do que fazer amor comigo.

—Eu sei e isso está sendo torturante, mas não consigo fazer amor com você enquanto estamos brigando.

—Você está brigando sozinho, porque já disse que não vou reconsiderar. Gosto do meu trabalho.

— Gostar não é o bastante Olívia, quero que faça algo que ame. Quero que levante toda manhã e esteja realizada por fazer algo que ama, não quero que faça o que os outros esperam de você. Você já fez isso por tempo demais.

—Quer saber? Quando você chegar não vou  estar te esperando. Se você quer ser teimoso eu também posso ser. Então só me ligue quando aceitar a minha escolha.- disse e desliguei o telefone na cara dele.

—Ele está sendo teimoso?- ouvi Abuela questionar assim que apareceu na cozinha.

—Eu amo seu neto Abuela, mas quando ele mete uma coisa na cabeça ele é insistente.- disse com raiva e ela sorriu.

—Alejandro é genioso, quando ele decide algo vai até o fim. Como acha que ele conquistou você? Ou como conseguiu fundar a A.C. Motors? -ela questionou e sorrimos.

—Não quero continuar brigando com ele, eu o amo. Mas também não quero fazer algo apenas porque ele acha que vai me fazer feliz, quando sei que não irá.- disse suave e ela segurou as minhas mãos com cuidado enquanto me olhava nos olhos.

—Tem certeza que fazer uma exposição não irá te fazer feliz ?

—Tenho, não é o que quero agora.- disse seria e ela concordou suave.

—Vou falar com meu neto, ele sempre me escuta.- ela disse e sorri antes de abraçá-la.

—Obrigada Abuela.

—De nada querida, vou chamar as crianças para lancharem.- ela disse quando nos separamos.

Mas antes que pudesse dizer alguma coisa, fui dominada por um mal estar que me deixou desorienta, tentei me segurar no balcão da cozinha, mas acabei desmaiando antes de me apoiar.

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—Graças a Deus você acordou. Quase morri do coração quando a Abuela ligou para o meu celular dizendo que você havia desmaiado.- Noah disse preocupado segurando meu pulso assim que abri os olhos.- Graças a Deus, eu estava de folga. O que houve?

—Só fiquei um pouco tonta e tudo se apagou. -disse e senti um aperto estranho no peito, uma angustia inexplicável.

—Por acaso você é o Alejandro não andam se prevenindo?- Noah questionou e assim que ouvi o nome do meu namorado estremeci de frio.

—Onde o Alejandro está?- questionei nervosa para o meu amigo que me olhou confuso.

—Noah aconteceu alguma coisa com ele. Você precisa localizar o Alejandro.- pedi  em desespero enquanto segurava a camisa do meu amigo.

—Olívia, você precisa ficar calma. Esse desmaio não é normal, vou levar você para o hospital.

—Não quero ir para o hospital, só quero saber onde meu namorado está.- sussurrei chorando, mas de repente Abuela ficou pálida e colocou a mão direita em cima do seu peito.

Rapidamente Noah ajudou Abuela a se sentar no sofá antes de verificar a sua pressão.

—Algo aconteceu com meu neto. Sinto um aperto no meu coração. O mesmo aperto que senti quando Juan sofreu o acidente que o tirou de nós.  - Abuela disse olhando para o nada.

—Noah, liga para o Alejandro, agora.- pedi nervosa e ele concordou.

—Tenho certeza que o Alejandro está bem. Vou ligar para ele .-Noah disse pegando o celular e selecionando o nome de Alejandro na agenda.

—E então?- questionei enquanto ele segurava o telefone na orelha.

—Caiu na caixa postal. Vou ligar para a Sylvia.- ele disse assim que olhou para nós duas.

— Certo Sylvia, obrigado.- ele disse depois que ligou para Sylvia.

—O que Sylvia disse?- Abuela questionou desesperada.

—Ela disse que Alejandro saiu depois que você desligou o telefone na cara dele.- Noah disse e comecei a chorar desesperada enquanto Abuela e benzia e começava a rezar em espanhol.

—Olívia, você precisa se acalmar. Se você estiver grávida isso não vai fazer bem para o bebê.- Noah disse preocupado.

—Não estou grávida Noah, eu tomo pílula. Só sinto que algo ruim aconteceu com o Alejandro. Só liga para ele de novo.- implorei desesperada.

—Vocês sentiram, o aperto no peito também?- Guadalupe questionou entre lagrimas assim que entrou na cozinha sendo amparada por sua nova recepcionista, a minha irmã.

—O que aconteceu com ela Lizzie?- Noah questionou assustado.

—Eu não sei, estávamos conversando e do nada a Sra. Castillo desmaiou. Quando ela acordou me pediu para localizar o Alejandro, mas não consegui achá-lo. Então, achei melhor trazê-la para casa.-Lizzie disse nervosa.

— Algo de muito ruim aconteceu com mi hijo. Sinto isso em cada célula do meu corpo. Se eu perdê-lo, não vou aguentar.- Guadalupe disse tremula e Noah foi ajudá-la a se sentar, em seguida seu telefone começou a tocar.

—Deve ser o Alejandro. - ele disse antes de atender o telefone.

—Sim estou perto, chego em poucos minutos. -ele disse suave enquanto olhava para o relógio e ficou branco de repente.- Pode repetir o nome Lucia. Há meu Deus, chame o Dr. Medeiros também.

E assim que Noah nos olhou soubemos a verdade, algo de ruim havia acontecido com Alejandro e ele estava no hospital agora.

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Parecia que eu estava vivendo um pesadelo.

Como em sessenta segundo a vida inteira de uma pessoa poderia mudar?

Em um dia estávamos bem, tendo apenas brigas bobas de casais, e agora eu estava aqui, na sala de espera de um hospital pedindo a Deus que deixasse Alejandro viver, enquanto Noah ia saber o que tinha acontecido.

—Noah, e então o que houve?- questionei aflita por noticias assim que meu amigo veio até nós depois de passar meia hora tentando saber como Alejandro estava.

—Acho melhor vocês se sentarem.- ele pediu e negamos.

Automaticamente Guadalupe segurou a mão de Abuela que depois segurou a minha, era a forma que tínhamos de nos apoiarmos diante da situação, afinal nós três amávamos o mesmo homem, só que de formas diferentes.

—Alejandro sofreu um acidente grave de carro. Ele bateu a cabeça muito forte e está com um inchaço no cérebro, mas vamos conseguir aliviar a pressão intracraniana com a cirurgia.- ele disse e percebi em seus olhos que ainda tinha mais.

—Não nos esconda nada Noah.- Guadalupe pediu seria.

—O inchaço não é preocupante, só que Alejandro sofreu uma hemorragia interna que já foi contida, mas afetou o fígado esquerdo dele, fazendo com que ele precise de um transplante de fígado imediatamente. Estamos entrando em contando com a rede de transplante, mas não sabemos se ele será compatível com alguém. E Alejandro pode não aguentar por muito tempo.- meu amigo disse e senti meu coração se apertar só de pensar que Alejandro pudesse me deixar.

— Podemos vê-lo?- implorei com a voz embargada.

—Não sei se seria uma boa ideia. Ele está muito machucado.

—Ele é nosso menino, Noah. Ele é o homem que Olívia ama, e se não nos deixar vê-lo vou invadir esse hospital até encontrar mi hijo.- Guadalupe disse seria e Noah concordou suave.

—Tudo bem, será uma cirurgia delicada demais e ele corre riscos. Vocês têm o direito de vê-lo. Mas uma de cada vez.- ele disse e concordamos.

—Eu vou por ultimo.- disse e as duas agradeceram antes de seguirmos Noah.

Eu e Abuela ficamos na porta que dava acesso a ala da UTI enquanto Guadalupe entrava.

Não queria pensar em como ele havia sofrido o acidente, ou em como ele estava.

 Mas não pude evitar pensar que depois que desliguei o telefone na sua cara, Alejandro deve ter saído da empresa com raiva, por eu ter sido tão teimosa e deve ter se descuidado da estrada enquanto tentava ligar para mim.

—Olívia.- Noah me chamou me despertando dos meus pensamentos e o segui enquanto enxugava minhas lagrimas.

Assim que entrei no quarto e vi Alejandro todo machucado e conectados a inúmeros aparelhos comecei a chorar sem parar. No momento em que me aproximei dele, segurei a sua mão e a beijei antes de começar a falar com Alejandro.

—Se isso for culpa minha, me perdoa meu amor . Jamais quis te machucar, juro que se você sair daqui vivo e bem, vou fazer quantas exposições você quiser, só não me deixe. Você prometeu que iríamos ter uma família Alejandro. -sussurrei desesperada e respirei fundo tentando me aclamar, afinal se ele estivesse me ouvido ficaria preocupado, então tentei lhe falar sobre os nossos planos para o futuro, pois não iria abrir mão de realizá-los com ele.

— Quero que me escute com bastante atenção meu amor. Você vai fazer essa cirurgia e depois o transplante, e assim que estiver recuperado vamos sair daqui e começar a nossa família.  Nós vamos nos casar, compraremos um cachorro e depois teremos dois filhos maravilhoso, parecidos com o pai. Vamos criar nossos quatro filhos com todo amor e carinho do mundo, e um dia quando estivermos bem velhinhos, vamos sentar na nossa varanda e contar aos nossos netos a nossa historia de amor. Mas não posso realizar isso tudo sem você, então lute para ficar comigo. Lute para que isso tudo que lhe disse não fique apenas na minha imaginação. Volta pra mim, minha vida. -sussurrei determinada enquanto segurava a mão de Alejandro.

—Olívia, você precisa ir.- Noah sussurrou me chamando e concordei.

—Eu preciso ir.- disse e beijei a mão de Alejandro antes sussurrar em seu ouvido.- Eu te amo. Não importa a distancia, do céu até a lua, dá terra até o mar, eu sempre vou te amar.

Dei um ultimo beijo em sua mão, que era o único lugar livre de aparelhos, antes de sair da sala.

Assim que voltamos para a recepção do hospital demos de cara com Nicole.

—Soube o que houve, sinto tanto.- ela disse fingindo estar comovida.- Alejandro era um bom homem, todos irão sentir muito a falta dele.

—Meu filho não morreu Nicole, por mais que você queira desesperadamente isso. -Guadalupe disse furiosa e Nicole pareceu surpresa com a noticia de que Alejandro estava vivo, o que me deixou desconfiada.

—Eu jamais desejaria isso Guadalupe, ele é o pai da minha filha. E falando em filha, onde está a Luna?- ela questionou seria.

—Está com os meus pais, eles vão cuidar dela até o Alejandro melhorar.- disse olhando para ela.

—Vou buscá-la, afinal sou a mãe dela. E além do mais se algo acontecer ao Alejandro ela é a única herdeira dele. -ela disse se vangloriando e aquilo me doeu fundo.

Porque eu podia possuir o coração de Alejandro, mas Nicole havia me superado.

 Ela tinha uma filha do homem que eu amava, algo que eu não tinha.

 E se Alejandro se fosse, ele só existiria em minhas lembranças, eu não teria nada além disso, e pensar nisso me fez chorar de dor.

—Não vou deixar você colocar as mãos na minha neta ou na empresa do meu filho, que ele construiu com tanto esforço, antes sou capaz de cometer uma loucura. -Guadalupe disse furiosa para Nicole enquanto Abuela me consolava.

—Você não seria capaz de fazer algo contra mim.- Nicole disse confiante.

—Você é um abutre. Meu filho está entre a vida e a mor, e você só está  preocupada com o dinheiro?

—Foi o que mais me atraiu nele.- ela disse sorrindo e Guadalupe quase bateu em Nicole, mas foi impedida por Hunter.

—Não perca seu tempo com ela.- ele disse a Guadalupe e ela respirou fundo.

—Tire essa mulher daqui Hunter, ou vou mandá-la para o necrotério.

—Vou resolver isso.- Hunter disse suave antes de se virar para Nicole. -O que você faz aqui?

—Vim buscar a minha filha, e cuidar do que é meu. Porque pelo que sei Alejandro não passa de hoje.

—Você não tem direito algum sob a Luna.  Ela não é a sua filha.

—Claro que é. Se Alejandro morrer eu fico com a guarda da Luna.

—Você acha mesmo que Alejandro não iria fazer um testamento, que protegesse a Luna de você, além de assegurar o futuro dela? - Hunter questionou enquanto olhava para Nicole.

—Ele sempre soube, desde que você abandonou a Luna quando era uma recém nascida, que se algo acontecesse a ele, você iria aparecer do nada para reivindicar a guarda da Luna. E ele não poderia deixar você tomar conta da filha dele e muito menos assumir a A.C. Motors.

—A Luna é minha filha. E tenho o direito de cuidar dela, e esse cuidar inclui o patrimônio dela.- Nicole disse seria.

—Você não tem direito algum sob a Luna, por isso Alejandro fez questão de não registrá-la no seu nome, e se você reivindicar a maternidade dela, toda a fortuna que meu amigo construiu com tanto esforço será doada a instituições de caridade. -Hunter disse e Nicole ficou pálida.

—Isso não pode ser verdade. Alejandro não seria capaz de deixar a Luna na miséria.

—A Luna iria ficar bem sendo cuidada pelas avós e pelos padrinhos. E Alejandro sabia que se a filha não tivesse nenhum dinheiro ela não serviria para você.- ele disse pegando um papel da sua pasta e entregando para Nicole.

—Aqui está a sua copia, agora saia daqui ou mando chamar a policia.- ele disse furioso e Nicole me olhou com ódio antes de sair com raiva.

—Me desculpe, por ficar falando sobre testamento à uma hora dessas, mas era a única forma de afastar Nicole da Luna ou da empresa do Alejandro.- Hunter disse envergonhado por sua atitude.

—Então você mentiu?- Guadalupe disse confusa.

—Não, falei a verdade.  Alejandro sabia que se algo lhe  acontecesse, Nicole iria correr para tomar  o controle da empresa. Fizéssemos esse testamento quando a Luna tinha três semanas de vida, mas nunca achei que teria que usá-lo tão cedo.- Hunter disse abalado e respirou fundo antes de continuar.-  Alejandro me fez prometer que protegeria a Luna da mãe, e é o que estou fazendo.  Agora, preciso ajudar a Sylvia a proteger a empresa , porque os acionistas estão nervosos com o acidente do Alejandro, e ter Nicole querendo reivindicar tudo que é da Luna não está ajudando.

—Hunter, obrigada por tudo. E proteja a empresa que Alejandro ama.- pedi e ele concordou antes de nos deixar.

Em seguida Noah apareceu na recepção com a fisionomia cansada.

—Aquele era o Hunter?- ele questionou surpreso.

—Era, ele veio tirar a Nicole daqui. Mas como está o Alejandro?- questionei preocupada.

—Conseguimos aliviar a pressão intracraniana.- ele disse e respiramos aliviadas.- Mas não conseguimos achar ninguém compatível com ele.

—Como assim?- Abuela questionou confusa.

—Para que Alejandro receba um fígado, o órgão precisa ser de um doador compatível com ele, ou seja, a pessoa doadora precisa ter o mesmo tipo sanguíneo que ele.-Noah disse e logo Guadalupe e Abuela ficaram desesperadas.

—Alejandro tem o tipo sanguíneo do falecido pai, não podemos doar para ele.- Guadalupe disse chorando.

—Que tipo sanguíneo seria esse?- questionei, afinal devia ter alguém na cidade que fosse compatível com ele.

—Alejandro é B positivo.- Noah disse e sorri esperançosa deixando todos sem entender.

—Eu sou B positivo, e posso doar para ele.- disse e todos me olharam  surpresos.


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