Qual é a cor da felicidade? escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 1
Uma surpresa nada agradável


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a fic Qual é a cor da felicidade?
Espero que vocês gostem dessa fic e se divirtam com a história de Olívia em busca da cor da sua felicidade.

Beijos e boa leitura.



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 Algumas pessoas acreditam que a felicidade eterna não existe.

Para elas, a felicidade ocorre em pequenos instantes, os quais devem ser valorizados.

 Já eu, sempre acreditei que a vida era repleta de cores invisíveis, e que cada pessoa possuía a cor da sua felicidade, a qual ia mudando diante das situações, até encontramos a representação perfeita de felicidade em forma de cor.

 Minha mãe sempre dizia que essa minha visão, era resultado da minha paixão pelas cores.

Encontrei a cor da minha felicidade por um mero acaso, e o resultado me surpreendeu, afinal nunca fui fã de azul e seus derivados.

Havia saído da pequena cidade de Coleman, situada no interior da Virginia, para cursar artes plásticas em Nova York, enquanto andava perdida com o mapa da faculdade em mãos, esbarrei em um rapaz de olhos azuis celestes e sorriso cativante que me ajudou a entender o mapa. Desde aquele dia nos tornamos próximos, uma relação que evoluiu para um casamento de oito anos e um filho lindo, demonstrando assim que azul celeste poderia ser a minha cor.

Afinal, sempre achei que minha paleta de cores fosse tons de escuro, mas a vida sempre pode nos pregar peças.

—Por favor, querido tente não se atrasar.- pedi a Luciano enquanto o ajudava com a gravata.

—Vou fazer o possível, Olivía.- ele assegurou suave.

—É o nosso aniversario de casamento Luciano, tenho certeza que todos na construtora irão entender.- disse suave e ele suspirou.

—Não posso simplesmente me dar ao luxo de perder um contrato de milhões querida. Mas prometo fazer de tudo para chegar a tempo.

—Tudo bem.- disse suave antes de Luciano me beijar e descer para tomar café.

Tentava ao máximo não exigir muito dele, afinal ele trabalhava muito para nos dar o melhor, e agora que a construtora havia passado por algumas perdas, sua dedicação havia aumentado. E uma parte de mim sempre entendia suas ausências, enquanto a outra se perguntava se eu realmente havia feito a escolha certa.

Jamais iria me arrepender de ter casado com Luciano, afinal tivemos momentos ótimos, e ainda temos um filho maravilho, mas ultimamente nossa família estava em ultimo lugar nos seus planos.

Respirei fundo e afastei da minha mente todas as vezes que meu marido faltou em algum compromisso familiar, pois tinha um aniversario para organizar, além de toda uma rotina de mãe e dona de casa.

—Pai, o senhor vai ao meu jogo de futebol no sábado?- Vinicius questionou assim que me sentei para tomar café da manhã.

—Preciso perguntar para a minha secretária se tenho algum horário vago, filho.- Luciano disse sem prestar atenção enquanto lia seu jornal.

—Luciano, é o jogo de futebol do seu filho. E não uma reunião de negócios na qual você marca um horário.- Felippa disse seria.

Felippa nunca gostou de mim, ela sempre deixou claro que preferia ver o filho casado com outra mulher, do que com uma zé ninguém que veio do meio do nada. E eu sempre ignorava suas provocações ou ofensas, afinal ela era a mãe do meu marido e avó do meu filho. E em respeito a eles, fingia que não ouvia nada.

Mas quando se tratava do neto, ela era capaz de tudo.

—Sei disso mãe, mas preciso manter essa família, pois antes de morrer o papai deixou a construtora cheia de dividas. E preciso priorizar meu tempo, porque alguém nessa casa precisa pagar as contas.- Luciano disse serio antes de se levantar.- Perdi a fome, acho melhor ir trabalhar.

—Pode ir querido, mas tome cuidado com suas escolhas. Ou irá acabar pior do que o seu pai.- Felippa disse suave antes de tomar o seu café enquanto via o seu filho deixar a mesa.

—Está acontecendo algo Felippa?- questionei preocupada.

—Não.- ela disse seria antes de olhar para o neto.- Não está na hora de você ir para a escola, querido? Se não chegará atrasado.

—Sua avó tem razão.- disse enquanto nos levantamos e Vinicius ia se despedir da avó.

—Mãe?- meu filho questionou enquanto eu dirigia em direção a sua escola.

—Sim querido?

—O papai, não gosta de mim?- ele questionou e o olhei pelo retrovisor do carro.

—De onde tirou isso meu bem? Seu pai te ama.

—Não é o que parece, afinal o papai nunca tem tempo para mim.- ele disse triste.

—Filho, sei que seu pai não tem sido presente, mas ele te ama muito. A construtora só está passando por alguns problemas. Mas assim que tudo se normalizar, tenho certeza que ele vai passar mais tempo com você.

—Promete?

—Prometo.- disse enquanto estacionava o carro em frente a sua escola.

Desci do carro e ajudei o meu filho a pegar sua mochila antes de me despedir dele e lhe desejar um bom dia.

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—Onde estão as orquídeas?-ouvi Felippa questionar furiosa para a decoradora assim que entrei em casa, após deixar meu filho na escola.

—O que está acontecendo?- questionei olhando para a minha sogra.

—Eu disse a equipe de decoração que concordamos em usar orquídeas e não rosas.- ela disse furiosa.

—Mas eu pensei que as rosas ficariam melhores.- disse e ela me olhou chocada antes de rir.

—Não sabia que você pensava. E além do mais você não tem nenhum senso de decoração devido ao lugar que nasceu.- ela disse e todos me olharam sem saber o que fazer.

Calma Olívia. Não perca o controle.

—Tudo bem. Faça como preferir.- disse suave após recitar meu mantra por inúmeras vezes.

—Foi o que pensei.- ela disse vitoriosa e respirei fundo antes de subir para o meu quarto.

Eu me sentia como uma esposa troféu.

Uma que não devia ter opinião própria, a qual tinha como sua única função estar sempre linda e sorrir como se estivesse sempre feliz, mesmo que não estivesse.

E era em momentos assim, que me lembrava das palavras proferidas pelo meu pai no dia do meu casamento enquanto esperávamos para entrar na igreja.

“-Tem certeza disso, filha?- ele me questionou assim que ficamos a sós em frente a porta da igreja que se encontrava fechada, aguardando apenas o sinal o sinal do cerimonialista  para que fosse aberta.

—Claro pai. Eu amo o Luciano e ele me ama.- disse sorrindo ansiosa enquanto esperava a porta abrir.

—Meu bem, ele não ama você. Ele só viu o potencial que você tem, em ser uma mulher que serve apenas para se apresentar aos amigos. Luciano, não vê você realmente. Ele não conhece você de verdade.

—Isso não é verdade pai. Ele me ama, e me vê como eu sou.- assegurei e logo as portas se abriram.”

 Durante oito anos de casamento, as palavras do meu pai se tornaram verdade dia após dia. Mas não podia desistir de tudo, afinal, tínhamos um filho que merecia ser criado ao lado do pai, e eu iria proporcionar isso a ele. Era a desculpa que me dizia durante todos esses anos, mas na realidade estava com medo do meu futuro caso me separasse de Luciano, pois não tinha idéia do iria que fazer da minha vida, estava dependente do papel que desempenhava e não conseguia  me ver sendo outra pessoa.

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—Olhe só para você, está linda.- Luciano disse assim que entrou em nosso quarto e me surpreendeu, por chegar cedo.

—Obrigada.- disse sorrindo e ele se aproximou para me dar um beijo.

—Mas achei que iria usar o azul.- ele disse olhando para o vestido que estava em cima da cama.

O vestido azul havia sido escolhido por sua mãe, mas decidi que se não poderia opinar na decoração do meu próprio aniversario de casamento, iria escolher a roupa que quisesse.

Então optei por um vestido rosa claro, discreto e simples.

—Ele não ficou bom.- disse justificando a escolha do vestido rosa.

—Estranho, você sempre fica bem em qualquer coisa.- ele disse dando de ombros antes de ir em direção ao banheiro.

 Assim que estávamos devidamente prontos, descemos para receber nossos convidados.

Felippa tentou disfarçar ao máximo seu desagrado diante do meu novo vestido, mas fingi que não estava vendo, afinal aquele era o meu dia e não iria estragá-lo.

—Olhe só para vocês. Parecem um casal de revista. - Alice disse sorrindo assim que veio nos cumprimentar.

Alice era amiga de faculdade do meu marido, afinal os dois faziam o mesmo curso. E assim que comecei a namorar Luciano, acabei me tornando amiga dela.

Alice era um amor de pessoa, sempre gentil e verdadeira. Ela fazia de tudo para me ver feliz, muitas vezes substituía Luciano em algumas reuniões apenas para que ele participasse mais da vida do filho, ou para que pudéssemos passar algum momento a sós.

—Obrigado Alice.-Luciano disse desconfortável.

—Espero que nada estrague a felicidade de vocês.- ela disse levantando sua taça em nossa homenagem.

—É muita gentileza a sua, mas temos muitos convidados para recepcionar.- meu marido disse antes de me levar para longe dela.

—O que houve entre vocês?- questionei confusa, afinal os dois jamais agiram daquela forma.

—Não houve nada.- ele disse e acenou para Noah que sorria de forma educada ao conversar com Felippa.- Vou pedir para que seu amigo lhe fazer companhia enquanto resolvo algumas coisas no escritório.

—Tudo bem.- disse resignada, afinal ele nunca ouviria os meus protestos.

—Obrigado por ter me livrado daquela controladora. Não sei como você agüenta aquela mulher.- Noah comentou assim que se aproximou de mim e sorri antes de lhe abraçar.

Noah era o único amigo de Coleman com quem mantinha contato, afinal quando terminamos o ensino médio ele veio comigo para Nova York estudar medicina. Pois seu pai o havia expulsado de casa assim que o filho lhe contou que era gay.

Doze anos depois, meu amigo era um reconhecido médico que se casou com um homem maravilhoso, e recentemente os dois tiveram uma filha, chamada Manuela.

A qual foi gerada pela irmã gêmea de Noah.

 Quando sua filha tinha apenas dois meses, seu pai sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), que o deixou entre a vida e a morte.

Sem pensar duas vezes, meu amigo largou tudo em NY e voltou para Coleman, para cuidar do  pai. Que mesmo estando doente ainda renegava o filho.

—Ela é a mãe do meu marido. E temos que fazer alguns sacrifícios em nome da felicidade conjugal.

—Se você diz.- ele disse dando de ombros antes de tomar um gole do seu suco de tomate.

—Onde está o Hunter?- questionei confusa por não vê-lo ao seu lado, afinal os dois não se desgrudavam.

—Está com a Manu. Ela está um pouco manhosa por causa da viagem, e ele decidiu ficar com ela, enquanto eu vinha.

—Entendo. Isso quer dizer que será uma visita de médico?- questionei brincado e ele revirou os olhos enquanto riamos.

Mas nosso momento de descontração foi interrompido quando um homem bem vestido se aproximou de nós e nos mostrou seu distintivo do FBI.

—Sra. Amadori?- ele questionou serio para mim.

—Sim sou eu, o que deseja agente?- questionei confusa.

—Olívia Collins Amadori, você está presa.- ele disse e me entregou o mandado antes de começar a falar.- Você tem o direito de permanecer calada. Tudo o que disseres, poderá e será usado contra você no tribunal. Você tem o direito de falar com um advogado, antes e durante o interrogatório. Se não puder pagar um, o juiz nomeará um para lhe defender gratuitamente.

—Isso é algum engano. Eu não fiz nada.- disse assustada enquanto tentava evitar que o agente me prendesse.

—Olívia não resista. Será pior.- Noah sussurrou tão assustado quanto eu.- Vou ligar para o Hunter, e vamos resolver tudo.

Concordei entre lagrimas enquanto era levada algemada como uma criminosa para fora da minha casa, e antes de entrar no carro pode ver que meu marido também estava sendo preso.

—Mãe.- Vinicius gritou assim que se aproximou da janela da viatura.

—Vai ficar tudo bem meu amor, foi apenas um mal entendido.- sussurrei para o meu filho que estava assustado.

—Então, porque estão prendendo você?- ele questionou chorando e não soube o que dizer.

—A sua mãe precisa esclarecer algumas coisas, por isso ela tem que ir com esses senhores.- Felippa disse ao lado do meu filho.

—A sua avó tem razão. Não se preocupe, logo estarei em casa.- prometi a ele antes de olhar para a minha sogra.- Por favor, cuide dele por mim.

—Vou cuidar.- ela assegurou seria antes da viatura começar a se mover.

E naquele momento percebi, que a felicidade eterna realmente não existia, e que muito menos ela era azul celeste. Pois se estava passando por isso tudo, só podia ser culpa de Luciano.

 

 

 

 


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