Mad World escrita por Luna


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá people, LEIAM ESSE AVISO INICIAL:

Então... Eu não estava pretendendo continuar Mad World agora (embora não estivesse pensando em abandonar), por isso decretei um hiatus temporário, porém a cena desse capítulo tava na minha cabeça e eu precisava escrever, não consegui dormir enquanto não terminei. Vou publicar o cap, mas não tenho como prometer que vou continuar logo (quem lê the boy next door sabe que eu sempre surto nas notas por não conseguir me dedicar as ff como eu gostaria e por não conseguir ter uma frequência de publicação). Quem sabe acontece igual aconteceu com esse e o capítulo simplesmente se escreva (rsrsrs), mas não tenho como saber... Até porque a vida anda corrida e não ta sendo fácil.
Mas enfim... Fiquei com o capítulo e boa leitura (não esqueçam de deixar comentários, me motiva saber que vocês estão acompanhando).



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Era um dia ensolarado e Jughead Jones andava "sem rumo" pelas ruas do lado sul. Para chegar ao trailler onde morava precisava traçar um caminho relativamente simples, mas em vez disso, o garoto percorria ruas aleatórias esperando que em algum momento encontrasse sua casa. Ele protelava ao máximo esse momento, pois assim que adentrasse o trailler a solidão o consumiria.

Atualmente encontrava-se órfão, não porque seus pais haviam falecido, mas porque a mãe o abandonara e o pai estava preso por sabe-se lá quanto tempo. Também não possuía muitos amigos, o único que lhe restara era Archie Andrews, amigo de infância da época em que seu pai, F.P. Jones, era um homem honesto e trabalhava junto ao Sr. Andrews na Andrews Construction. Mantinham a amizade, mas eram essencialmente diferentes. Archie era popular e comunicativo, fazia amizade fácil e por isso todos os estudantes de Rivardale High School - a escola em que Jughead agora estudava - o adoravam, já Jughead era introspectivo e enigmático, na escola era conhecido como o "anormal" ou o "esquisitão. Mesmo assim eram amigos, embora desde o retorno de Betty Cooper após sua temporada em um hospital psiquiátrico, Archie dedicasse a maior parte da sua atenção para a garota e não empregasse muito tempo para conversar com o amigo. Sabia o quanto a loira era importante para Archie e o quanto ele havia entristecido com o que acontecera a ela, e embora Jughead não tivesse aversão alguma pela garota, já contava com drama suficiente em sua vida e preferia não adentrar em mais um, por isso mantinha distância.

Jughead não tinha "nada contra" Betty Cooper, mas também não tinha nada a favor. Sabia sobre ela e sua fama de garota perfeita e certinha antes mesmo de conhecê-la. E mesmo assim só a conhecia a distância, por meio de Archie, e nunca havia de fato conversado com ela, no máximo haviam trocado algum aceno que nem ao menos recordava. Por isso não foi surpresa quando, após seu retorno, ela entrou na sala de aula e seus olhar simplesmente passou por ele sem expressar reconhecimento. Jughead por outro lado dedicou-lhe alguma atenção já que a garota parecia exatamente como todos a descreviam: perfeita. Não apenas perfeita em sua beleza, mas perfeita em agir dentro das normas sociais. Ele via como ela era gentil com todos, como sorria nos momentos certos e usava as palavras adequadas para cada situação. Ela parecia um anjo rosa com sua aparência cuidadosamente composta e os olhos azuis condescendentes. Perfeita demais para ser real, principalmente se considerar sua história, foi o que Jughead escreveu sobre ela.

Seus pensamentos já estavam se direcionando para outros assuntos, mas um acontecimento lhe trouxe de volta ao "mundo real". Havia entrado em uma travessa onde duas pessoas discutiam, mas foi breve e alguns segundos depois um dos sujeitos, um homem alto que Jughead não viu o rosto, se afastou na direção oposta. A outra pessoa, que parecia ser uma garota, retirou algo de um pacote que tinha em mãos e levou a boca, para logo em seguida guardar o pacote em um bolso interno da blusa que usava. Estava com capuz e por isso Jughead não conseguiu ver com clareza seu rosto, mas por um segundo, ele julgou reconhecê-la. Sem notar sua presença a garota seguiu o mesmo caminho que seu acompanhante fizera antes.

Como possuía um espírito investigador e suas suspeitas haviam despertado seu interesse, dirigiu-se atrás da figura que agora já dobrava a esquina. A rua estava relativamente cheia naquele horário, por isso demorou alguns instantes até localizar a garota. Ela apenas continuou seguindo em frente por algum momento, embora houvesse desacelerado o passo. Após alguns minutos adentrou em outra travessa e Jughead manteve distância ao segui-la. Ao entrar na travessa notou que ela havia parado e sentado no chão com as costas contra a parede do prédio alto, que mesmo de dia lançavam sombras e davam um aspecto lúgubre ao beco. A cabeça ainda estava coberta pelo capuz e agora inclinada sobre o peito não permitia que ele identificasse a garota, mas estava com um péssimo pressentimento. Por isso, se manteve a alguns metros dela, em pé, encostado a parede, vestindo seu próprio capuz para não ser reconhecido. Ficou assim por alguns minutos observando-a de soslaio, a preocupação crescia já que ela continuava na mesma posição e não dava nenhum sinal de que mudaria isto.

Ele observou quando um homem mais velho se aproximou perguntando se ela estava bem, e terminando a frase com um "docinho". Ela ergueu a cabeça para responder e nesse momento Jughead teve um vislumbre do rosto de Betty Cooper, sem nem ao menos esperar para ver como a cena iria se desenrolar, seus pés o levaram como se por vontade própria até ela.

— Ela está comigo. - Jughead informou enquanto agachava-se ao lado da loira.

O homem apenas acenou com a cabeça e foi embora. Jughead finalmente olhou para a garota. Seus olhos estavam arregalados e ela o encarava como se ele fosse um ser de outro mundo.

— 'Tá tudo bem? - ele perguntou preocupado.

A garota que estava ali em sua frente nada tinha a ver com aquela que ele via todo os dias na Riverdale High School. Não porque agora usava roupas em tons escuros de aparência surrada e desleixada, mas porque sua expressão nada possuía de angelical, especialmente seu olhos que pareciam transtornados, delirantes. Naquele momento perfeição não era adjetivo para se destinar a ela.

Em vez de responder, ela ergueu a mão e tocou seu rosto com uma delicadeza ímpar, como se tocar com demasiada intensidade fosse fazê-lo se desmanchar. Mesmo confuso e intrigado, o toque fez com que um arrepio percorresse seu corpo. Ela recolheu a mão alguns centímetros como se o toque a houvesse assustado, como se não esperasse encontrar matéria corpórea. O garoto estava prestes a repetir a pergunta quando ela voltou a tocar seu rosto, dessa vez prosseguindo a carícia que se estendeu por toda a extensão de sua face. Jughead estava surpreso demais para reagir. Betty o olhava em êxtase. Ao se recuperar do choque e perceber que ela não iria lhe responder, alcançou o pacote que sabia estar no bolso interno da sua jaqueta e após verificar o conteúdo suspirou.

— Venha, vou te levar pra outro lugar. - ele falou segurando a mão dela.

Betty apenas acenou com a cabeça e seguiu o garoto. Felizmente o caminho até o trailler era curto e pouco movimentado. Durante o percurso Betty cantarolava baixinho e sussurrava para Jughead sobre a beleza do céu e sobre a maneira com que as cores se movimentavam, nesse momento ela lhe disse como seus olhos eram os mais belos que ela já havia visto e suas palavras dariam um poema digno de crédito que facilmente alcançaria os clássicos de poetas renomados. Quando chegaram ao destino abriu a porta e deu espaço para que ela entrasse.

— Esse é o melhor lugar em que eu já estive - ela falou enquanto dava voltas pelo trailler.
— Então você esteve em poucos lugares. - ele respondeu sarcástico enquanto fechava a porta.
— Acho que você tem razão. - ela concordou com um sorriso.

Ela não parecia ter condições de conversar mais do que isso, então Jughead se sentou no sofá e se limitou a observá-la enquanto ela explorava sua casa, cantarolava e falava coisas que para ele não faziam sentido algum. Depois de algum tempo ele questionou:

— LSD?

Ela apenas concordou parecendo ainda muito envolta em qualquer coisa que ele não entendia.

— Porque está usando drogas? - perguntou direto.
— Começou quando eu estava interrompida, no hospital, não era fácil... Eu sabia que eles precisavam acreditar que eu estava bem, mas a realidade não era fácil de suportar. Outros escondiam remédios, fingiam que tomavam e escondiam, e eu os pegava... Não é estranho que pra me manter sã eu precisasse realmente me drogar?

Depois disso ela se voltou para sua própria experiência particular e não o respondeu mais. Foi para o único quarto do trailler e aconchegou-se na cama. Jughead após se certificar de que a garota estava bem, pegou o livro de literatura que estavam lendo na escola e se concentrou nele. Por fim acabou adormecendo. Quando acordou, horas mais tarde, a garota não estava mais lá.


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Notas finais do capítulo

WHAAAAAAT?
Pois é!

Abraços meus amores (e leiam minhas outras ff)



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