Yoonay escrita por stanoflove


Capítulo 8
Discussions et ruptures .


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! ♥

Tenham uma boa leitura ♥



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Segunda-feira, 22 de maio de 2017.

Noah sempre teve princípios e valores importantes em sua vida. Contudo, após começar a sua jornada profissional na Univers, um de seus principais, foi: não deixar o pessoal atrapalhar o profissional.

No entanto, naquela manhã de segunda, seus planos de seguir a essas princípios foram simplesmente por água a baixo.

Após o dia anterior atordoado que tivera, Noah chegou à galeria com uma postura carregada de marasmo, o que consequentemente não passou despercebido por Yuna, que cerrou os cílios na direção do loiro, este que agora trancava a porta, e pigarreou.

─ Bom dia, Yuna. ─ soltou num muxoxo, levantando finalmente seu rosto para ela.

Como estava de chapéu, à primeira vista seus ferimentos estavam escondidos, mas agora, com o rosto mirado a sua direção, Yuna só conseguiu sugar o ar meticulosamente e arregalar os olhos, surpresa e assustada.

─ Já sei, já sei. E não precisa se preocupar. Já passou, e não é um assunto que precisa ser lembrado. ─ mal-humorado, Noah adiantou-se em dizer, e sem ao menos espera-la responder, caminhou a passos lestos na direção do elevador.

Assim que deixou o transporte, caminhou pesadamente até a sala, abrindo a porta e a fechando atrás de si em seguida.

Seung, já avisado por Yuna da chegada do loiro, levantou sua cabeça e o observou por sob os cílios, passando a ponta da língua na parte interna de sua bochecha, visivelmente irritado.

Observou o rosto retangular com um corte pequeno no lábio inferior, assim como o de seu queixo, ambos roxos e suspirou. Ao redor do olho direito um círculo escuro chamava a atenção e também observou as marcas de dedos em torno de seu pescoço, feitas durante a falha tentativa de defesa do Dominic.

─ Bom dia, Yoon. ─ Noah disse simplista, sentando-se em sua cadeira e levantando a tela do notebook, retirando o chapéu em seguida, enquanto sentia o olhar cortante de seu chefe sobre si.

Seung passou a mão sobre o rosto, incomodado, e respirou fundo, ajeitando-se na cadeira.

─ Você se meteu em uma briga Noah?

─ Não cara, caí da escada. ─ ele ironizou, recebendo um olhar repreensivo como resposta. ─ É óbvio que eu me meti numa briga.

─ Olha só... e ainda acha que está na razão? ─ Seung indagou, ligeiramente irritado com aquele repentino deboche de Noah.

─ Eu só estou cansado, me deixe trabalhar. ─ ele tentou abrandar o máximo possível, mas ainda assim, lá estava a grosseria presente em sua entonação.

─ Ray, eu vou te dizer somente uma vez, para que nunca mais se esqueça: minha galeria precisa sim de um assistente, mas se lembre que tem vários outros garotos por ai, que não saem se metendo em confusão, que abraçariam essa oportunidade. Então pense bem antes de vacilar novamente.

─ E com o que eu vacilei? ─ Noah indagou ríspido, o encarando no fundo dos olhos negros.

─ Chegou aqui machucado. Acha mesmo que eu quero alguém que se meta em confusões, trabalhando comigo? ─ o loiro deixou uma risada cínica escapar quando novamente, em sua mais pura ousadia, soltou:

─ Então me demita se esse for o problema.

Seung, que não imaginava escutar aquilo, entreabriu os lábios e fechou o cenho suavemente, erguendo as sobrancelhas em seguida.

Noah, em contrapartida, arregalou os olhos copiosamente quando se deu conta do que tinha dito, e puxou o ar devagar, trincando a mandíbula em nervosismo.

─ Ok. ─ Seung respondeu simplesmente, engolindo, assim como Noah, um bolo de saliva, e pôs-se de pé, ajeitando calmamente seu terno.

Noah, já arrependido, puxou o ar entredentes, mordiscando fortemente seu lábio inferior por dentro e soltou todo seu oxigênio, escutando, de olhos fechados, os passos de Seung seguindo para a porta.

─ Eu não quis dizer aquilo! ─ ele soltou rápido, torcendo o nariz numa careta.

─ Tem certeza? Pois parecia bem certo disso. ─ Seung continuou, arqueando as sobrancelhas e levando suas mãos até a cintura.

─ Eu estava, na verdade estou chateado, mas o que eu disse foi somente um momento de irritação. ─ ele tentou explicar, recebendo um ‘ah’ totalmente desinteressado em resposta, até que escutou a porta se fechar, anunciando a ausência de Seung. ─ Otário. ─ Noah resmungou para si mesmo e bufou

E a porta foi aberta em seguida, não pela primeira vez, já que nos minutos seguintes isso aconteceu ao menos umas três vezes, enquanto Seung alegava estar recebendo algumas ligações.

Na quarta vez, porém, o moreno entrou na sala e caminhou até a terceira gaveta de sua mesa, puxando do fundo dela um envelope com vários papéis.

Noah o ignorou ao máximo, mesmo que essa tarefa fosse ridiculamente árdua, e se surpreendeu ao ter seu nome chamado de repente pelo moreno, não demorando nem um segundo para encara-lo.

─ Eu vou ter que sair para resolver uma urgência, e agora pela manhã eu teria de fazer a compra de alguns materiais, então eu preciso que vá no meu lugar. ─ Noah somente assentiu, fechando a tela de seu notebook. ─ Aqui está a lista, o dinheiro e o nome da loja que deverá ir. Fique tranquilo que é só entregar essa lista ao vendedor e ele pegará o necessário.

─ Está bem. ─ ele disse por fim, vendo a figura do mais velho deixar a sala.

Leu o nome da loja e pegou seu celular, o colocando no bolso assim como a lista e o bolo de dinheiro. Noah, após desligar o que era necessário, deixou a sala, trancando-a em seguida, e desceu pelas escadas, encontrando a recepção sem nenhum sinal de Yuna, então somente deu de ombros e caminhou para fora, trancando a porta em seguida.

Noah pegou seu celular e buscou no GPS a localização da loja, não fazendo ideia de onde a mesma ficava e iniciando assim uma caminhada apressada para o metrô.

Ele precisou de quase uma hora para chegar ao estabelecimento que apresentava uma bela fachada conservada por um brilhante azul cobalto.

Noah observou a bela placa com o nome da loja e pensou em o quanto aquilo havia sido trabalhoso, já que aparentemente o estilo cursivo havia sido esculpido com muito esmero e pintado num tom de marrom terroso.

E não mais tardando ele empurrou a portinha de vidro, que fez um guiso dourado tilintar, e adentrou ao estabelecimento.

Escutou ao fundo a melodiosa voz do Elvis ecoando provavelmente de um rádio, e encontrou um senhor de cabeleira branca se aventurando no alto de uma escada de madeira, enquanto limpava os espaços da grande estante com um espanador.

─ Bom dia. ─ Noah disse acanhado, encostando a porta e caminhando para perto do balcão, recebendo um olhar animado do senhor.

─ Bom dia jovem, já vou te atender.

─ Ah, sem problemas. ─ ele sussurrou, olhando maravilhado para a prateleira branca em sua frente.

Ela era enorme e por isso apresentava uma diversidade de potes transparentes que mostravam a cor que comportavam. Ficou impressionado com a gigantesca variedade. Parecia estar olhando para um arco-íris de cores infinitas.

─ O senhor opera isso tudo aqui sozinho? ─ Noah indagou, bestificado com todo o material ali dentro.

Primeiro observou as paredes que, contrário daquela ao lado de fora, eram pintadas num tom de caramelo, a qual contrastava com variados quadros de armação amarela.

─ Ah sim, cuido desse universo aqui há cinquenta anos. ─ Noah murmurou um “caramba” e levou seu olhar para as estantes de porte pequeno, cada uma com sua especificidade.

Tinham potes transparentes de diversos tamanhos, assim como os pinceis de várias texturas. Ele mesmo certificou isso quando tocou cada um.

─ É o senhor quem organiza tudo também? ─ Noah indagou novamente, quando o senhor já chegava a sua última fileira de potes. ─ Porque se for, parabéns, a organização é impecável.

─ Sou eu mesmo, muito obrigado rapaz, mas eu bem sei. ─ disse convencido, desmanchando-se naquela risada rouca que a maioria das pessoas em sua idade apresentavam.

Noah riu nasalado e passou a caminhar para o fundo da loja, encontrando agora vários cavaletes para pintura, de tamanho, formas e cores variadas. Observou as palhetas bem adornadas, assim como os minigodês e espátulas; ficou apaixonado pela minúcia em seus detalhes.

─ Então meu jovem, o que lhe traz aqui? ─ e mais uma vez o loiro foi tirado de seu transe pela voz do mais velho, que deslizava uma mão na outra, deixando o aroma do álcool em gel subir pelas narinas de Noah.

─ Ah, eu vim comprar umas coisas para o meu chefe. ─ ele disse retirando a lista de seu bolso e o entregando. ─ Yoon Seung, conhece?

O senhor abriu um sorriso, literalmente, amarelo, quiçá pelo uso excessivo de cigarro, ou talvez pelas goladas constantes em seu café forte, e assentiu, passando os olhos pela lista.

─ Ele me avisou de que outra pessoa viria em seu lugar, mas não imaginei que fosse o seu mais novo subordinado, talvez Yuna ou Suze, mas não você. ─ ele disse sem vergonha, mas estendeu a mão na direção do loiro, que apertou logo em seguida. ─ De qualquer forma, seja muito bem vindo a minha loja garoto, é um lugar especial para seu chefe.

─ O senhor comentou da Suze, não soube que ela saiu de lá? ─ indagou, ignorando toda o discurso sobre aquele lugar ser importante para Seung.

─ Como assim?

─ A gravidez dela é de risco, então por precaução Seung a afastou até o parto.

─ Ah sim, é verdade, tinha até me esquecido. Cabeça de velho é uma merda. ─ ele ralhou brincalhão, e caminhou de volta ao seu balcão, sendo seguido pelo loiro. ─ A propósito, me chamo Paul, e você é?

─ Noah Ray, muito prazer.

─ Ah sim, Noah Ray. Senhora Yoon me falou de você. ─ escutando aquilo, o mais novo franziu o cenho e logo perguntou:

─ Senhora Yoon? Mãe do Seung? ─ Paul assentiu, rindo da feição confusa do garoto a sua frente.

─ Eu e a família de seu chefe somos muito próximos, a pintura nos proporcionou uma aliança muito bonita. ─ Noah limitou-se a dizer um “legal” e encostou-se numa pilastra de madeira ao lado do balcão, com medo de continuar andando e esbarrar em algo. ─ Eu vou pegando as coisas, que por sinal são muito mais do que na última vez, então se você quiser se acomodar, ─ ele apontou para um sofá de dois lugares num espaço fundo ao seu lado ─ Fique à vontade.

O loiro assim o fez, e sentou-se na mobília confortável, perguntando em seguida: ─ Posso ajudar o senhor?

─ Ah não, pode ficar descansando ai. Eu gosto de fazer isso sozinho.

─ Então ok, caso precise é só falar.

─ Está bem, mas então, o que está achando da Univers? ─ ele indagou, caminhando entre as estantes.

─ É diferente do que imaginei. Sempre achei que trabalhar numa galeria, não que fosse esse o meu desejo, envolvesse ficar vendo pessoas o dia inteiro produzindo suas artes em telas gigantes.

─ Ah, você foi iludido meu jovem. ─ Paul respondeu risonho, pegando uma gama de pinceis, os levando ao seu balcão.

─ É, realmente. ─ Noah concordou com um sorriso ladino e jogou os cabelos lisos para trás. ─ Mas isso não anula nada, sabe? A Univers tem todo aquele alto astral, um aconchego de família e estou certo disso desde o primeiro dia em que lá estive, inclusive hoje completo uma semana.

─ Oh, isso é legal, meu jovem! ─ explanou, apoiado à vidraçaria de seu balcão, enquanto pesquisava algo em seu catálogo de papel. ─ E sim, pensei que fosse só eu que achava isso, mas aquela galeria tem um estado de espírito diferente.

─ Sim. As pessoas que estão lá dentro são incríveis, no caso Seung e Yuna. No primeiro dia, quando Suze ainda estava lá, me senti sendo recepcionado no céu. ─ ele riu nasalado. ─ Achei que fosse passageiro, mas então passou-se vários dias e o cuidado deles ainda perdura, isso é realmente muito legal.

─ Ah meu jovem, é exatamente isso. Seung sempre procura as pessoas certas para estarem lá, e se você foi escolhido, pode ter certeza que ele viu algo bom em você. ─ Noah lembrou-se da pequena discussão mais cedo e suspirou, fechando o semblante em seguida.

─ Tomara que continue assim, eu gosto de lá, gosto de trabalhar lá, gosto das experiências que tenho, apesar de que poucas até agora.

─ Ah, mas vai continuar sim, sinto verdade nas suas palavras. ─ Noah sorriu, assentindo.

─ Meu jovem, só um instante, vou ali no segundo andar pegar uns pigmentos e já volto. ─ o loiro assentiu e viu o mais velho sumir pelo corredor.

Noah massageou suas pálpebras e no mesmo instante sentiu seu celular vibrar, o pegou de seu bolso e leu no visor o nome de Seung, abrindo a mensagem em seguida.

Seung

Conseguiu encontrar a loja?

[22/05 às 11h10]

Noah

Sim, já estou aqui.

[22/05 às 11h10]

Seung

Uhum, que bom. Está correndo tudo certo?

[22/05 às 11h11]

Noah

Sim, Paul já tá  pegando seus materiais.

[22/02 às 11h11]

Seung

Ok, dê todo o dinheiro que tem em mão ao Paul.

[22/02 às 11h12]

Quando tudo estiver concluído, chame um taxi, eu pago a corrida quando chegar.

[22/02 às 11h12]

Noah pensou em recusar, mas lembrou-se de que Paul ainda nem tinha pegado tudo que estava na lista e seu balcão já se encontrava abarrotado de materiais, imagina quando tudo estivesse em balado e ele tivesse que ir com tudo para um metrô.

Noah

Está bem, chefe. Até logo.

[22/02 às 11h13]

E depois não recebeu mais mensagens, então guardou seu celular no bolso e logo Paul voltou ao andar, dessa vez com duas caixas grandes de papelão em seus braços.

─ Ele sempre compra os utensílios aqui?

─ Sim. ─ falou com dificuldade pelo esforço, e quando Noah percebeu, rapidamente levantou-se, tomou a caixa de seus braços e deixou-a sobre o balcão, vendo-o passar a mão sobre os potes de pigmentos variados para uma nova contagem.

─ Pela intimidade com a família?

─ Ah não. Na verdade Seung sempre pega o que precisa comigo porque sou eu quem os produzo, tudo. Desde as tintas até os godês.

─ Quê? ─ o loiro arregalou os olhos. ─ O senhor está falando sério?

─ Claro que sim rapaz.

─ Caramba, isso é realmente admirável. Como aprendeu a produzir todas essas coisas? ─ sua postura mudou de desinteressado para megainteressado em questão de segundos, apoiando seu cotovelo sobre o balcão e repousando o queixo na mão.

─ Ah... eu nasci no meio de uma família pobre. Meu pai era usuário de drogas, o que consequentemente afetou os meus irmãos, que tornaram-se usuários e logo depois traficantes. ─ Paul cerrou os cílios, como se conseguisse conjecturar a cena em sua frente ─ Mamãe e eu sempre fomos os únicos sensatos da história e desde que eu era muito novo, dona Diana me levava junto com ela para os seus locais de trabalho. Eu cresci ativo no tocante a vida profissional. Apesar de que eu fosse levado para casas noturnas, onde minha mãe me deixava com suas amigas e ia vender o seu corpo, o que eu vim a ter conhecimento do que se tratava somente anos depois, isso nunca me deixou ter uma visão errada sobre ela.

─ Sua mãe me pareceu ser uma mulher incrível. ─ Noah interpelou. ─ Ela se esforçava muito, né?

─ Sim, tudo o que estava ao alcance dela ela fazia. ─ confirmou nostálgico, voltando ao seus afazeres. ─ Como eu dizia, meu jovem, após minha mãe falecer, eu tive que continuar a dar os meus pulos. Vivia de bicos na verdade. Fiz algumas amizades com pessoas mais velhas e experientes, e tudo o que elas faziam, eu copiava.

─ E onde entra as pinturas? ─ Noah indagou curioso, fitando os guizos dispostos pelo corredor de diluentes.

─ Na verdade as pinturas eu não faço, somente produzo os materiais. Comecei pelos sólidos e depois fui para os líquidos.

─ Você gosta do que faz?

─ Se eu gosto? Eu sou apaixonado, talvez tenha demorado um pouco para descobrir que essa era a minha especialidade, mas quando descobri, fiz valer a pena. Iniciei não sabendo nada, mas fui me aperfeiçoando aos poucos. Ganhando meu dinheiro até conseguir esse lugarzinho aqui, que é só meu.

─ Uau, isso é demais. ─ Noah falou todo bobinho.

─ É sim, quando tivermos um tempo de qualidade lhe conto mais. ─ o assegurou, e passou a organizar todo os objetos dentro de algumas caixas de papelão, lacrando-as também. ─ E você gosta do Seung? Digo, como chefe.

─ Ah... ─ ele resmungou, pensando um pouco sem saber ao certo o que responder, já que não esperava aquela pergunta. ─ Ele é um bom chefe, atencioso, inspirador, mas também cabeça-dura.

─ Ah, eu imagino. ─ Paul concordou, com um sorriso ladino. ─ Mas por que você acha isso?

─ Ah, hoje nós discutimos por motivos irrelevantes.

─ Por causa disso ai? ─ ele indagou, apontando para o rosto de Noah, referindo-se aos machucados e vendo-o assentir. ─ Acha mesmo que não é um motivo relevante?

─ Acho!

─ Ele fica preocupado, por motivos visíveis, e você acha desnecessário? ─ ele indagou novamente, arqueando as sobrancelhas quando viu Noah suspirar e constelas em seus lábios, um bico emburrado.

─ Ele nem sabe o motivo e veio todo irritado. Acredita que ameaçou me demitir?

─ Mas não é necessário saber o motivo, rapaz. Você acha que ele quer chegar para um dia de trabalho e receber o seu funcionário todo ferrado?

─ O senhor está discursando igual a ele. ─ Noah resmungou desgosto, soltando um riso soprado e trocando o peso do corpo para a perna direita.

─ Talvez você esteja realmente errado rapaz. ─ Paul, ferindo o ego de Noah, afirmou. ─ Mas ‘tá, isso é problema de vocês. Vai lá chamar um taxi, já terminei aqui.

Noah assim o fez, deixou a loja e dois minutos depois, quando conseguiu parar um taxi, retornou para dentro.

─ Aqui, Seung me mandou te dar todo esse bolo de dinheiro. Não me pergunte o porquê ou tampouco recuse, está bem?

─ Mas não deu tudo isso. ─ ele soltou, olhando a quantidade de dinheiro que Noah forçou contra sua mão.

─ Senhor Paul, foi um prazer conhecê-lo. ─ o loiro pronunciou-se, pegando as duas caixas nos braços e caminhando até o carro, que já tinha o motorista do lado de fora, a qual agora corria até o porta malas para abri-lo.

Depois, quando caminhou até a porta da loja, onde Paul estava, o loiro deu-lhe um rápido abraço, deixando dois tapinhas em suas costas e disse: ─ Nos vemos em breve Paul, foi realmente bom conhecer o senhor.

─ Ah meu jovem, é uma honra. Nos veremos mais vezes, tenho certeza.

Noah assentiu e após se despedir novamente, entrou no carro, dando tempo somente de escutar Paul dizer: “Agradeça ao Seung pelo dinheiro, por favor”, vendo o motorista arrancar com o carro em seguida.

Depois, por volta de uma hora mais ou menos, Noah chegou à galeria e Yuna pagou o motorista com o dinheiro que Seung havia deixado antes de sair, ajudando o loiro a subir com as caixas todas para o terceiro andar e descarregar.

Porém, enquanto os dois se divertiam com a tarefa de guardar os materiais, não muito distante dali, Seung terminava sua manhã de um modo não muito atrativo.

Pouco mais das 11h o moreno deixava a sala onde um processo de divórcio litigioso e cansativo acabava de chegar ao seu fim, fazendo-o se sentir livre, mas de igual modo, exausto.

Caminhando pelo corredor com o semblante fechado, o moreno escutou o tilintar alto de sapatos atrás de si, e então em seguida a voz de toda a desgraça de sua vida, rosnou seu nome.

Eu estou falando com você, não me ignora! ─ Dakota vociferou quando não obteve respostas, e não satisfeita, o puxou pela manga do terno, fazendo-o se virar com brusquidão em sua direção. ─ Você acha mesmo que pode se divorciar de mim? Nós temos um acordo.

Os olhares simultâneos eram como a mais afiada das navalhas, e quem ousasse achegar-se do casal seria facilmente ferido.

─ Não só posso como também o fiz! ─ ele a respondeu, puxando bruscamente seu pulso do contato. ─ Você me traiu, outra vez, Dakota. Acha mesmo que me importo com essa droga de contrato?

Meu amor. ─ ela sussurrou e numa tentativa falha tentou toca-lo na mão.

─ Não encosta em mim e tampouco me chame de seu amor. ─ Seung por pouco não cuspiu no chão, devido ao nojo intenso que sentia daquela a sua frente. ─ Eu te repugno Dakota, e mais, eu tenho pena do seu destino! Não se aproxime mais de mim e nem da Alice, senão eu serei obrigado a te denunciar. Você sabe dos seus podres assim como eu sei. ─ ele ameaçou.

─ Você está blefando. ─ Dakota retorquiu, e vendo-o dar as costas com um sorriso mais que desafiador nos lábios, ela disse por último: ─ Você vai se dar muito mal.

─ E eu quero que você vá para a puta que te pariu!


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Notas finais do capítulo

Até logo ♥



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