Por trás daquela farsa escrita por calivillas


Capítulo 5
O elo fraco da cadeia




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Já no fim do dia, Marion entrou no seu quarto, era a primeira vez que ficava sozinha desde a manhã, enfim poderia relaxar, tirar aquelas roupas sem graças, que não combinavam com ela, sentia falta dos seus brincos e pulseiras, mas principalmente, das suas poderosas unhas compridas e coloridas. Pensava, como aquela gente era maluca, com aquela história de fantasma e o brinco, o que aquilo significava, aquela história lhe dava um frio da espinha, não gostava de se meter naqueles assuntos, talvez, fosse melhor lembrasse de algumas das orações, que sua mãe lhe ensinou, quando era criança, para se proteger dos maus espíritos. Então, ajoelhou-se ao lado da cama e rezou, mas, nesse momento, ouviu sons vindo do corredor, porém não se atreveu ir até lá para ver quem ou o que era.

Agora, sozinho, no seu quarto, Roger, finalmente, podia tirar aqueles óculos, que não serviam para nada, mas combinava com aquelas camisas xadrez esquisitas fechada até o pescoço, que tinha que usar. Contudo, o que mais sentia falta era do seu computador, pois apesar de nunca de ido para uma universidade, sacava muito de informática, ele era um hacker muito bom, e precisava do dinheiro para comprar equipamentos mais novos, mais modernos, por isso entrou nessa história, que agora, parecia complicada demais, mas já que estava ali, iria até o fim. Havia considerado a possibilidade de contrabandear um computador na sua bagagem, porém ali, não havia internet, então não adiantaria. Olhou-se no espelho, despenteou o cabelo certinho, sentia-se mais como ele mesmo assim. Ouviu lá fora no corredor, um barulho de portas se abrindo, alguém estava saindo do quarto, o que não era proibido, mesmo assim, não tinha nada com isso.

Sam havia acabado de sair do banheiro, preparava-se para dormir, quando alguém bater na porta, vestiu uma calça, que estava a mão, e foi abri-la, curioso, imaginando o que teria acontecido, encontrando Alicia parada ali, no corredor, usava um robe de seda colorido aberto deixando ver a camisola curta e decotada, que em nada escondia seus vastos e provocantes seios.

— Oi, aconteceu alguma coisa? – quis saber, surpreendido, ela apenas lhe devolveu um sorriso travesso.

— Não conseguia dormir.

— E aí? – perguntou, já sabendo da resposta.

— Pensei que pudéssemos fazer alguma coisa juntos – ela declarou, com um olhar lascivo, enrolando um cacho dos seus cabelos cacheados em um dedo. Ele lhe deu um sorriso torto, puxando-a contra si, dando lhe um beijo impetuoso na boca.

— Como isso? – Sam perguntou, assim que se separaram tomado folego.

— Puxa! Você é bem direto! Mas, eu não posso entrar aí no seu quarto. Você sabe, as regras.

— Você tem alguma ideia para onde ir?

— Por aqui – Alicia deu um sorriso malicioso e pegou a mão dele, guiando-o pelo corredor até uma porta igual as outras, que abriu, entraram e ela acendeu a luz.

Sam percebeu que estavam um pequeno recinto que servia como um armário, com várias prateleiras onde utensílios de limpeza e roupas de camas eram guardados.

— Que lugar é esse? – Sam perguntou, olhando ao redor.

— Uma espécie de despensa. Eu o descobri, porque sou muito curiosa, gosto de olhar por trás de portas fechadas – ela revelou e ele sorriu satisfeito, enquanto a envolvia em um abraço e beijava sua boca, com ardor, cheio de desejo, desvencilhando-se as suas roupas, que caíram abandonadas, aos seus pés.

— Não tenho proteção – Sam observou, preocupado.

— Eu tenho – Alicia lhe mostrou um pequeno envelope prateado, ele a imprensou contra porta, descendo sua boca pele pescoço, o colo, os seios dela. Enquanto, ela passava mãos no peito dele e crava as unhas nas suas costas.

— Sua gata selvagem! Eu gosto disso — Ele murmurou contra a pele dele, ela envolveu o quadril dele com suas pernas.

Ele não foi cuidado, o ato impetuoso, a cada investida as costas dela batia contra a porta, fazendo um barulho surdo. Ela arfa junto ao pescoço dela e ela gemia até uma longa e última vez e os dois desabaram no chão.

— Isso foi uma loucura, você manda bem, Sam — Alicia disse quase sem folego, afastando os cabelos da testa úmida de suor.

— Você também manda muito bem, gata.

— Ouviu isso? – Alicia indagou, desviando sua atenção, aguçando os ouvidos.

— Não – Sam respondeu, sem interesse, recuperando o folego.

— Tem alguém aí fora, no corredor – ela falou, alerta.

— E o que tem demais nisso? Deixa para lá – Sam retrucou, enquanto suas mãos ficavam mais audazes, desviando a atenção dela, que seguiu o conselho dele e esquecendo-se do barulho lá fora.

Lisa ouviu uma conversa que vinha do quarto ao lado, deveria Sam e Alicia, deveriam estar tramando algo, pois aquela garota tinha algum objetivo em mente, pois deu em cima do cara o dia inteiro, descaradamente, e ela não estava gostando nada daquela atitude depravada, mas não podia falar nada. Ela sabia que Alicia era tão jovem e bonita, seria difícil ele resistir, então o som se calou. Será que eles arranjaram algum canto para transar? Aquilo deixou Lisa ainda irritada. Bem, que poderia ser com ela, mas não estava ali para isso, só pelo dinheiro, assim precisaria aguentar calada. Chegou perto da janela e ficou observado, a noite lá fora, quando percebeu que algo se moveu na escuridão, por um breve instante, não estava enganada, tinha certeza disso.

— Bom dia, a todos – Alicia pareceu saltitante na sala.

— Bom dia, Alicia – Sam respondeu, com um sorriso travesso.

— Você parece muito bem-disposta, hoje – Lisa a instigou.

— E estou, dormir como um bebê – ela respondeu, faceira – Mas, você não parece muito bem, Lisa.

— Não, eu estou bem – Lisa estava com receio de falar, que vira algo lá fora outra vez, na noite passada, poderia pensar que era louca.

 Já na mesa do café, foi Marion que começou a conversa.

— Vocês ouviram algum barulho no corredor, ontem à noite?

Sam e Alicia se olharam de soslaio, veladamente.

— Sim, eu também ouvi – Roger confirmou, sem emoção na voz. – Pensei, que você um de vocês.

Os outros negaram, quase, ao mesmo tempo.

— Talvez, alguns participantes tiveram algum tipo de atividade não programada – Lisa alfinetou, olhando para Alicia e Sam.

— Você, Lisa, viu algo de estranho ontem à noite? – Alicia a provocou.

— Na verdade, eu acho que vi – Lisa confessou.

— Um fantasma? – Alicia continuou a provocação.

— Eu não sei – Lisa deu de ombros.

— Pode ser só algum tipo de um reflexo da sua janela – Roger ponderou, logicamente.

— Não parecia – Lisa insistiu, estava certa disso.

— Não podemos ir ao seu quarto, mas alguém podia olhar da sua janela, para tentar ver algo, hoje, à noite – Bruno deu a ideia.

— De quem é o quarto mais próximo ao seu, Lisa? – Marion perguntou.

— Acho que é o meu – Sam revelou.

— Então, você faria isso, observaria da janela à noite? – Marion quis saber, bastante interessada.

— Posso, – Sam deu de ombros – mas, ainda, acho que isso faz parte da nossa experiência.

— Mas, eu não quero atrapalhar suas atividades noturnas – Lisa provocou Sam, que lhe deu um olhar de desaprovação.

— Não se preocupe, acho que Lisa está com inveja – Alicia cochichou a Sam, quando dava sua volta diária pela manhã. – Ela tem cara de encalhada, não deve transar um tempão.

— Ela parece ser meio maluca, vendo fantasma à noite, andando em volta da casa.

— Tem gente que é assim mesmo. Quem sabe, apenas quer chamar a atenção sobre si, só assim alguém vai olhar para ela – Alicia especulou.

Bruno corria mais à frente do grupo, ele sempre se mantinha o mais isolado possível, Lisa, Marion e Roger andavam juntos, conversando.

— Talvez, faça só parte dessa história maluca de experiência comportamental de convivência entre pessoas. Talvez, eles queiram que nós acreditemos que haja um fantasma ou algo sobrenatural nessa casa para nos testar – Marion raciocinou.

— Pode ser, que eles queiram nos observar como agiríamos nessas situações de medo e estresse, por isso um grupo tão heterogêneo, com ideias tão diferentes – Roger considerou.

— Pode até ser, mas por que só eu estou vendo esse tal fantasma? – Lisa disse, fazendo aspas com os dedos.

— Eu não sei. Quem sabe, isso faça parte da experiência – Roger analisou, com lógica a situação. — E você foi escolhida para passar por isso, Lisa.

— Quer dizer que sou o elo fraco da cadeia? Aquele que está mais fadado a quebrar? – Lisa cogitou, um tanto impressionada, com a ideia de Roger.


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