Por trás daquela farsa escrita por calivillas


Capítulo 13
Dois anos depois




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Edward entrou naquele restaurante comum, no centro da cidade, só havia algumas mesas ocupadas, àquela hora da tarde, pedindo por uma, enquanto a jovem garçonete o levava até o seu lugar, avistou um rosto um tanto familiar, sentada, em outra mesa, sozinha, parou na frente dela.

— Alicia? — A mulher o interrogou com o olhar — Não se lembra de mim? Sou eu Sam, da experiência da Inter mentes — concluiu com um sorriso simpático.

A mulher o encarou e piscou duas vezes, sem consegui disfarça o ar de surpresa

— Ah! Claro que eu me lembro. Como vai, Sam?

— Na verdade, meu nome é Edward Moore. Posso me sentar um pouco aqui com você?

— Eu estou esperando uma pessoa...

Entretanto, antes que ela concluísse, ele puxou a cadeira e sentou-se diante dela.

— Nem acredito, que já se passaram dois anos desde que tudo aconteceu.

— É mesmo, o tempo passa rápido – ela proferiu, sem emoção na voz nem querer continuar aquela conversa.

— Mas, você está tão diferente, eu quase não a reconheci.

A mulher à sua frente não lembrava em nada a antiga Alicia. Os cabelos encaracolados louros, agora, eram lisos e escuros, bem cortados, as roupas provocantes e sensuais foram trocadas por roupas elegantes e discretas, ela deu um meio-sorriso, incomodada.

— Fazia parte do meu personagem. Aliás, meu nome é Cynthia Jones.

Ela estendeu a mão sobre a mesa, como se acabassem de ser apresentados.

— Sim, todos nós estávamos interpretando. Então, como você está?

— Bem, eu me casei recentemente.

Ela mostrou o anel com um pequeno diamante em seu dedo, como um sinal para acabar com qualquer pretensão dele. Edward fez uma cara de decepção.

— Ah!  Meus parabéns! Você disse que está esperando alguém. Seu marido? Poderíamos, pelo menos, almoçar juntos

— Estou esperando outra pessoa, uma amiga. — O telefone dela soou, anunciando a chegada de uma mensagem, que leu, imediatamente – É da pessoa que eu esperava, ela não poderá vir hoje.

— Mas, ainda podemos almoçar juntos?

— Infelizmente, não posso, preciso ir para casa, já esperei muito tempo aqui.

Chamou o garçom para pedir a conta.

— Posso ficar com o número do seu telefone?

— Claro — Não sabia como dizer não, passando o número a ele. O garçom chegou com a conta,

— Pode deixar que eu pago. Afinal, você só tomou água  — Edward tirou da mão dela.

— Obrigada. Até uma próxima oportunidade, Edward. Foi um prazer revê-lo.

Ela se levantou e ele também, observando-a, enquanto saía do restaurante, depois, sentou-se, novamente, e sacou seu telefone, usou a discagem rápida.

— Eu a encontrei, conforme você disse — Desligou, sem esperar a resposta.

Cynthia andou apressada pela calçada, desviando-se impaciente dos passantes, pretendendo se afastar o mais rápido possível daquele restaurante, quando virou uma esquina, sentiu alguém segurar o seu braço com firmeza, assustada, olhou para a pessoa.

— Meu Deus! Você quase me matou de susto! – Colocou a mão livre sobre o peito com o coração, em pulos. – Fiquei preocupada, que você chegasse, de repente, no restaurante e desse de cara com o Sam, aliás, Edward Moore.

 — Isso não ia acontecer, porque eu vi vocês à mesa, antes de entrar, por isso, fui embora e mandei uma mensagem.

— Boa menina!

— Não gostei muito de ver você juntos.

Cynthia deu uma risada.

— Não acredito que você esteja com ciúmes de Sam

— Você precisava transar com ele?

— Foi necessário, ele era o mais esperto dali, precisávamos de algo para tirar a sua atenção, mas foi só sexo, não significou nada para mim. Você sabe que eu te amo, Julie.

Cynthia passou os dedos levemente sobre a face da outra garota, afastando alguns fios dos cabelos louros e lhe deu um leve beijo no rosto.

 — Ainda, acho que não devíamos ter voltado para essa cidade.

— Era preciso, Julie.

 — Sabe, Cynthia, eu posso estar enganada, mas eu não me lembro de mandar nenhuma daquelas cartas-convites para algum Edward Moore.

— Nós mandamos muitas dessas cartas, não dá para se lembrar de todos os nomes.

 Andaram de volta para o apartamento delas, lado a lado, pelas ruas movimentadas daquele bairro de classe média.

Edward estava entusiasmado, depois de dois anos reencontrou Cynthia, agora, estava tudo acontecendo como esperado, sabia que estava próximo de um desfecho, tinha certeza do que ocorreu naquela casa não passou de uma encenação mirabolante para esconder a sua fuga da outra garota, que desapareceu como em um passe de mágica. Agora, após esperar pacientemente, só precisava de mais um pouquinho de sorte para finalizar o seu plano.

— Acabamos não jantando – Cynthia observou, quando entravam no pequeno e simples apartamento que alugaram, assim que regressaram à cidade.

— Podemos pedir uma pizza — sugeriu Julie.

— Peça você! Eu vou tomar um banho e trocar de roupa.

Cynthia se dirigindo para o banheiro, com o seu telefone escondido na mão, trancou a porta, teclou o número memorizado na sua cabeça.

— Por que eu está me ligando, Cynthia?

— Fomos descobertas. Teremos que acelerar os planos.

Silêncio.

— Como assim descoberto?

— Eu encontrei com Sam, quer dizer, Edward Moore, em um restaurante hoje?

— E daí? Pode ter sido só uma consciência?

— Não algo me diz que não foi, sempre achei que havia alguma coisa estranha com aquele cara.

— Verei o que posso fazer.

Depois do banho, Cynthia colocou seu melhor sorriso, para encontrar-se com Julie, que estava sentada em frente do computador, abraçou-a por trás e beijou sua nuca, Julie se apoiou a cabeça nos braços da namorada

— Então, pediu a pizza?

— Sim, de calabresa.

— O que está vendo aí?

Cynthia ficou curiosa, pois Julie quase nunca usava o computador, que se virou para encarar a namorada.

— Só vendo as fofocas.  Não consigo parar de pensar naquele homem hoje, no restaurante.

Cynthia deu-lhe um sorriso tranquilizador

— Pare de se preocupar, querida. Foi só coincidência, sabíamos que algo parecido poderia acontecer, quando voltamos para essa cidade. Mas, ninguém pode reconheceu você, com esse cabelo. Está tão diferente – E passou a mão sobre os cabelos louros de Julie, caindo sobre os ombros. – E nem precisa mais esconder esses seus lindos olhos verdes com lentes de contatos – beijou-a.

Era um fim de noite qualquer, Ramon assistia televisão e olhou sobre os ombros de Marcos, que recebeu uma mensagem, e vendo o nome escrito na tela, ficou desconfiado.

— Uma mensagem do seu amigo Rafael?

— Sim. Ele está voltando para a cidade a trabalho, quer saber se podemos nos encontrar.

— Você vai se encontrar com esse Rafael? – Contrariado, Ramon cruzou os braços na frente do corpo.

— Não seja ciumento, Ramon. Rafael e eu somos apenas velhos amigos de infância, além disso, ele é completamente hetero. E se você está assim tão preocupado, poderá jantar conosco, para comprovar que não nada de errado, além das invenções dessa cabecinha.

— Talvez, ele seja um enrustido, com medo de se revelar — Ramon cogitou.

— Não seja bobo, baby.

Loreta se preparava para dormir, já que no dia seguinte, bem cedo, buscaria o filho Jonathas, na instituição correcional, onde estava internado, há alguns meses, seu delito foi pequeno um simples furto e, felizmente, ele não precisaria cumprir toda a pena. Sabia que ele era um bom garoto, inteligente e esperto, mexia em computadores como ninguém, só que andava com as pessoas erradas, mas seu menino nunca tivera o adequado exemplo de um pai, um homem descente que o orientasse, começou a se misturar com maus elementos e deu no que deu, daqui a poucas horas, seu filho estaria novamente em casa e para sua vida normal. Talvez, se conseguisse realizar o seu sonho e ir morar em uma cidade do interior, poderia criar melhor o seu filho, dar a ele uma boa educação.


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