P.O.V. Carly Shay

Termino de amarrar meus tênis e saio correndo, já atrasada para o meu encontro com Sam e Freddie. Quando me levanto, Spancer grita:

— Tá indo pra onde?

— Indo para a sorveteria encontrar a Sam e o Freddie, por que?

— Ah, se você fosse para o lado leste eu ia querer que você trouxesse um item para a minha nova escultura. Tchau, maninha.

— Tchau! – Grito e corro para o elevador, apertando diversas vezes o botão, até que ele se abre e sigo o mais rápido possível para a sorveteria.

 Ao chegar no local eles estavam com caras de entediadas. Sam jogava bolas de papel em Freddie distraidamente e comia um bacon, ele apenas rebatia sem ânimo.

— Coragem mandou um “oi”. – Digo, me sentando na cadeira.

— Não quero saber dela. – Sam resmungou.

— Ah, cala a boca. – Freddie respondeu.

— E por que esse desânimo todo?

— Não tinha tudo o que eu precisava pra uma boa tarde de agressão ao Freddie. – Sam respondeu, e ele lhe lançou um sorriso sarcástico.

— Rá, você me derrubou dentro de uma poça de lama há uns 10 minutos. – Ele fala e então o olho bem, vendo que sua roupa está realmente suja.

— Sam! Por que fez isso?

— Eu estava entediada. – Ela falou, dando de ombros.

Rolo os olhos e chamo a garçonete, nós fizemos nossos pedidos e então me voltei para eles.

— Amanhã começam de novo as aulas, último ano, quem está animado? – Pergunto e Sam fez sinal de pouco caso, mas Freddie ficou mais atento.

— Mal posso esperar para me livrar daquele inferno. – Ele respondeu.

— Sinto muito, cara, mas enquanto você respirar, eu vou puxar o seu pé. – Sam respondeu e ele lhe deu um olhar ácido.

— Não posso fazer nada a respeito mesmo, mas vai atrás do seu crush pra ver se você amansa um pouco mais. – Ele disse e eu olhei para Sam, estreitando os olhos.

— O que ele quis dizer com isso? – Pergunto, vendo ela corar um pouco e olhar para os lados.

— Nada, ele é apenas um idiota. Não ligue para o que ele fala. – Eu concordei, mas fiz uma anotação mental de perguntar mais tarde.

A garçonete chegou com  nossos sorvetes e eu retomei a conversa.

— Qual curso vocês vão fazer?

— Tem algum que seja para comermos? Eu aprovo. – Sam respondeu, enfiando o que sobrou do seu bacon dentro do sorvete, eu apenas fiz uma careta.

— Eu vou fazer ciência da computação.

— Claro, você é um nerd. – Sam alfinetou e Freddie rolou os olhos.

— E você, Carly? – Ele perguntou.

— Não sei, vou ver esse ano. Talvez publicidade. – Digo pensativa, comendo meu sorvete de chocolate.

— Eu vou fazer para ser produtora de bacon, não tem coisa melhor. – Sam falou.

— Oh, não. Com certeza não. – Freddie zombou.

— Meus gostos são melhores que os seus. – Ela acusou, e seu celular tocou, mas ignorou.

— Os meus com certeza são melhores que os seus. – Ele falou sarcástico.

— Hey, ninguém tem o gosto melhor que ninguém. Todos temos gostos diferentes, pronto. – Reclamo. O celular de Sam começou a tocar de novo. – E atende esse celular, pelo amor!

Ela rolou os olhos e atendeu, respondendo “sim” e “não” ocasionalmente.

— Eu terei que ir, espero que o Freddie não te mate de tédio, Carly.

— Tchau também. – Ele resmungou.

— Tchau, vai lá em casa depois.

Ela assentiu e saiu, me deixando ali com Freddie.

— Que tal antes de voltarmos, pedirmos mais um sorvete e andar um pouco pela cidade? – Ele sugeriu, sorrindo.

— Claro. – Respondo animada, vai ser bom andar um pouco.

Pagamos a conta e pedimos mais um sorvete, aproveitando que estava quente.

— E a próxima gravação para o ICarly? Preparada?

— Quase. – Digo. – E você?

— Estou mais do que preparado para gravar tudo. – Falou, dando uma piscadinha.

— É muito bom saber disso. – Falo rindo.

— E o coração? – Perguntou.

— Bem, eu acho. – Falo, dando uma risadinha.

Meu coração ultimamente estava bem confuso de entender, é como se ele estivesse desgovernado toda vez que eu estava perto de Freddie, não consigo evitar. Quando ele sorri também parece que ele bate mais forte, e eu devolvo o sorriso sem querer. Talvez eu devesse pedir a opinião de Spancer.

— E o seu? – Perguntei.

— Ele anda ocupado. – Ele falou sorrindo. – Talvez ainda se iludindo um pouco, mas ele sobrevive.

— Espero que sim. – Respondo, será que ele ainda gosta de mim?

Lembro que ele gostava há algum tempo, mas não tenho certeza se isso passou ou não, bem no fundo eu espero que não.

— Notícias do seu pai?

— Não, desde que ele decidiu me deixar aqui porque Spancer é responsável, ele mal fala com a gente.

— Fico feliz que tenha ficado, Carly. – Ele falou, afastando uma mecha do meu cabelo para o lado.

— Eu também, Freddie.

— Posso provar o seu sorvete para saber se está bom? – Ele perguntou de repente.

— Só se eu puder provar o seu. – Brinquei.

— Feito. – Ele disse, roubando um pouco do meu. – Este de morango está muito bom, mas prefiro de chocolate.

— Deixa eu ver. – Falei, roubando o dele. – Hum, uma delícia, mas o de morango e creme é meu favorito.

— Eu acho que napolitano é melhor.

— Como?

Ele foi se aproximando aos poucos, e para minha surpresa, ele me beijou, foi suave, mas o suficiente para me fazer ficar com o coração acelerado, aproveitando cada segundo.

— Tem razão, napolitano é muito bom. – Comento, sorrindo um pouco.

— Que tal tomarmos sorvete napolitano todos os dias? Eu posso fazer um estoque. – Ele brincou.

— Eu adoraria, Freddie. Espero que a senhora Benson não fique incomodada.

— Ela pode até ficar, mas eu não ligo, não sou mais um bebê. – Falou divertido.

 Ela procuraria um modo de atormentar, mas eu não ligo, não enquanto Freddie esteja comigo.