Ghost escrita por CleanLee


Capítulo 1
Um - Apenas Anya


Notas iniciais do capítulo

Faz tempo que não entro no Nyah aushuahsua

Espero que vocês gostem da fanfic. Há certas coisas que mudarei em relação a série.

Tem Snowbarry. Se você não shippa, na minha opinião, não terá problemas em ler a história, já que não é o foco e não são os principais.

Resolvi fazer um Barry mais maduro. Eu não estou gostando de como a série está andando, tanto até que larguei de tanta frustração. The Flash não é minha série favorita de herói, mas antigamente era e vejo muito potencial. E não só o Barry, mas todos. E esse negócio de Killer Frost não existirá. Sinto muito para quem gosta dela, mas eu não tive todo esse apego, especialmente por ela ser mal trabalhada e jogada de escanteio. Sem falar que não engulo essa de ser uma dupla personalidade da Caitlin. Então, me perdoem fãs da Killer Frost, ela chegará a ser citada na fanfic, mas não é a mesma da série. Me inspirei um pouco do que ela é nas hqs recentes.

A Supergirl será da mesma Terra e certas coisas serão explicadas.

Eu espero que vocês gostem da fanfic e boa leitura!



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Pensamentos a mil, concentração plena e um grande foco na torre da direita.

Concentração era tudo para Anya. Se acostumou com alguns olhares sobre os dois participantes. Apenas os que realmente gostam de xadrez observam tudo, achando aquilo como um meio de entretenimento. Anya tenta ao máximo não olhar para a plateia, em parte por seu medo de palco, quanto por ter a esperança de que seus pais estejam ali.

Mas sabia que não viriam. E preferia nem que fosse, já que era melhor sentir a falta deles do que suportar as suas caras de tédio ao invés de testarem a super velocidade de Henry, no trabalho ou salvando o dia.

Seria exagero ela falar que xadrez era a única coisa pelo qual seus pais não interferem tanto. Pois tinha outra coisa pela qual a fazia se sentir única e, ainda por cima, não atrapalha-los.

No momento de indecisão, se arriscou a sacrificar a torre. Péssima jogada, pois Haru, seu adversário, comeu o restante de seus peões.

Anya tentou não demonstrar frustração. Puxou a franja novamente para trás de seu longo cabelo castanho claro. Os olhos esverdeados percorriam por todo tabuleiro, as peças brancas sendo maioria. Em desvantagem, pôs a rainha para se mover de novo.

Jogada esta que favoreceu Haru a vitória.

Anya tentou não transparecer a derrota, pois sabia que perderia de primeira. Haru era o melhor em xadrez de toda escola. Quando ele olhou para Anya, após seus amigos o parabenizarem, estendeu a mão a ela. Anya se levantou e apertou, retribuindo um sorriso.

Depois de um parabenizar o outro, todos saíram. Anya foi direto ao seu armário no vazio e vácuo corredor. Checou o relógio de pulso. Cinco horas. Tempo de sobra, já que ir para casa tão cedo não era com ela. Não que ela dava uma de rebelde, mas que ninguém se importava. Apenas quando passava das oito horas que sua mãe lhe dava um sermão.

Pegou suas coisas e saiu daquela área da escola. Correu o máximo que podia, sabendo estar atrasada. Enquanto corria, encontrou um rosto familiar. Na verdade, dois deles, completamente idênticos.

— Todas já entraram! — avisou Antony, motivando ela a correr ainda mais rápido.

— Ei! Espera aí! Está indo pelo corredor errado! — sua cópia idêntica alertou. Anya parou, deslizando pelo piso e notando que está certo.

Tão distraída e apressada que nem notara seu senso de orientação em falha. Correu pelo lado oposto, a tempo de ver os dois gêmeos segurando a risada.

Ao chegar nos vestiários femininos, Anya tirou cada peça de sua roupa e vestiu a do seu uniforme — a calça desbotada por meia-calça rosa bebê e uma saia curta preta, a pequeno moletom por uma blusa em mangas e branca.

Prendeu o cabelo em um coque, pôs as sapatilhas e correu ao enorme salão de dança. Algumas pessoas, tantos garotas quando garotos, o último citado em minoria, se reuniam e se alongavam.

— Você gosta de ser pontual! — admirou com uma certa ironia Andie, a professora de dança, que arrumava os fios ruivos alaranjados rebeldes.

— Você sabe que tive competição! — retrucou Anya, sempre levando na esportiva.

Andie sorriu. A menina tinha seu jeito atrapalhado de ser, e sempre deixando o coque folgado demais, mas a determinação era algo que a encantava. Anya não era lá aquelas garotas que são atrapalhadas e distraídas e que tem o otimismo acima de tudo. Pelo contrário, era pessimista até demais. Despejava sua determinação em apenas coisas que gostava, como ballet, um pouco no xadrez e em Química. Nada além disso.

Anya e todos os outros alunos ficaram em suas posições. Passos leves, musica calma, melodia encantadora, dançavam com harmonia.

Anya se sentia dona de si mesma. Pode ser exagero para quem vê a menina dançando e pensando nesse tipo de coisa, chegando a acharem que tinha amor próprio até demais. Porém, isso porque não sabiam os motivos para o qual míseros passos de dança para uns são na verdade um tipo de independência para Anya.

Anya Marlise Kaled. Sim, filha de Edgard Kaled, famoso pesquisador e cientista de meta-humanos. Edgard fez uma das maiores e melhores pesquisas sobre meta-humanos numa época em que se próprio nome for citado será motivo de agressão. As coisas não iam bem para quem descobria seus poderes, até Edgard fazer uma palestra sobre o que estava acontecendo em Central City e nas cidades ao redor. Foi autorizado pelas autoridades a fazer exames em um corpo de um meta-humano morto. Anya mal podia contar nos dedos as pastas cheias de arquivos sobre estes.

Seu nome estava sendo tão bem falado que até tentou abrir um laboratório apenas para estudá-los. E não um laboratório qualquer. Durou um ano de luta na justiça para ter a posse do Star Labs, onde tudo havia começado. Star Labs estava fechado há anos e, para as pessoas, nada de lá mudou. Edgard gostaria de visitar e se apossar do local onde Harrison Wells causou a explosão.

Seu plano não foi para frente. Por algum motivo não explicável, antigos cientistas que trabalhavam com Harrison Wells exigiam seus direitos sobre o laboratório. Gastaram muito tempo e dinheiro para que ele não seja comprado. E é aí onde surge a pergunta: por que alguém estaria se importando tanto com um laboratório que, além de ter causado um desastre na cidade, está fechado?

Anya não sabia os atuais planos de seu pai. Apenas de que prometeu a si mesmo e a família:

— Um dia, Anya, eu tirei este laboratório. Pode não ser o Star Labs, mas um dia terei!

E Anya, mais do que ninguém, sabe que quando seu pai quer alguma coisa, pode haver uma montanha entre ele e sua meta, não será o suficiente.

Sendo filha de uma das pessoas mais inteligentes e ricas, eles finalmente formaram sua família. Primeiro veio Adam, o garoto prodígio. Um ano depois, o inteligente Edgard Jr e Edward. Três anos depois, a pequena Anya.

E, sinceramente, parece que toda a inteligência, beleza e carisma da família foi criada a partir dos três primeiros filhos. Adam tinha uma excelente memória fotográfica. Edgard Jr também e compreendia as mais complexas fórmulas de Química. Edward constrói qualquer coisa.

Anya sabe cuspir a longas distâncias, dar várias piruetas e ter dislexia.

Ela não gosta de pensar o quanto é inferior a família. Não por ser apenas ter dislexia, pois Edgard Jr também tem, num nível bem baixo, mas por realmente ser diferente. Não aquele diferente bom, inovador e único. Um diferente, estranho, esquisito e problemático.

Tudo na família, apesar de seus quesitos, era perfeito, senão pelos momentos que os pais são ausentes no trabalho e nas comparações. A medida que ia crescendo, Anya sentiam leve peso na costas sempre que os pais comparavam ela com os irmãos. Seja nas notas, seja na educação, seja no que for. Como se eles fossem deuses, e ela, uma mera amadora.

Tudo começou a desandar aos poucos. Quando Anya crescia, ela exigia mais atenção. Seus irmãos antigamente gostavam de esfregar na sua cara o quanto eram inteligentes e ela não.

Eles tinham 9 a 12 anos, mentes ingênuas, ações sem propósito de grandes consequências.

Resultou em tantas brigas que Anya parou. Aprendeu a não ligar mais.

Porém, esta fase já passou. Ainda tinha ressentimento. Sentia a falta deles na sua vida. Mas se acostumou. Teve de se acostumar.

Teve de se acostumar com muitos elogiando seus irmãos.

Teve de se acostumar em não achar os seus pais quando volta para casa.

Teve de se acostumar em não assistir mais filmes de noite com eles.

Teve de se acostumar em ser a invisível.

As circunstâncias faziam ela ser invisível. E optava por este caminho. Não queria mais ser comparada.

Com isso, Anya tenta ao máximo se manter longe da família. Ter coisas pelos quais ela mesma faz, que não tenha nada a ver com Edgard Kaled. Pois todos gostam de compará-la a eles, até por que, são bem conhecidos. Insistem em falar que fala como a mãe, fica nervosa como o pai e tem o sorriso idêntico ao de Edward.

E esse tipo de semelhança ela prefere deixar física. Pois ser como os pais, nunca. Não é aquela garota rebelde sem causa para eles, mas não chegava a ser o exemplo a ser seguido.

Na verdade, ela não é nada.

Apenas um corpo a mais naquela casa enorme.

Uma garota companheira de dois gêmeos viciados em esgrima, sem pais a quem ter incentivo, e ganha apenas um irmão que gosta de zombar dela.

Pelo menos achava, já que Henry sempre anda com o grupo de amigos super dotados.

Will e Melissa são seus melhores amigos. Eles até são legais com Anya, a acham fofa e delicada, mas a veem como uma criança. Já o resto, gostam de provocá-la. Jeff até que era maduro, mas fazia brincadeiras durante a aula com ela. Alexandra gosta de espalhar para suas amigas quem ela gosta de quem, e espalham mentiras sobre tal. Becky... A garota apenas a encara com zombaria. Comenta sobre ela entre eles, Anya sabe disso quando eles vêm a sua casa.

E eles têm um trato, um trato do qual impede Anya de denunciá-los; sabem dos podres dela. Sabem que já gostou de Jeff. Sabem que ela sabotou, num momento de pânico, sua prova de matemática. Prestes a reprovar de ano e cair na sala da qual tem certos contatos com eles. Ela se arrepende amargamente, não sabia o que estava fazendo.

E muito menos quer que seus pais se preocupem com o possível bullying que está sofrendo. Tirará sua atenção.

Eles usam aquilo como um jogo para manipula-la. E isso a faz recusar de sair com eles. Seus irmãos não sabem, e nunca saberão.

Em meio a essa vida, Anya descobre o que quer para si mesma. Ela quer ser alguém desprendida dos pais e de seus irmãos. Não quer ser a melhor, mas quer ao menos ser diferente. Ser mais...

Ela não tinha palavras para descrever. Não sabia o que aquele sentimento era. Liberdade?

Por este exato motivo, eles não sabem que faz aula de ballet. Xadrez até sabem, que é boa em química também. Às vezes ficava na arquibancada do jogo de futebol americano, outras vezes praticava arremesso. Mas nunca disse que seu projeto na feira de ciências foi o melhor, nem que gostava de dança. E muito menos sabem que é muito amiga d Andrew e Antony, os filhos da brilhante Caitlin Snow.

Forjava a assinatura dos pais. Nunca deixou que Andie os conhecesse. E que diferença faria? Algo a mais para o qual nem ligariam? Nem precisariam se preocupar com o dinheiro. Anya rouba deles e paga as aulas de dança.

Não quer algo pelo qual comparariam.

Ballet era sua área. Sua vocação.

Xadrez era mais como um hobby. Escrever um lazer quando está emocionalmente estável. Jogar bola também, e ajudava muito na sua mira.

Mas ballet... Ninguém poderia impedi-la de fazer aquele passos. Quando estava dançando, tudo o que sentia se esvaía, nada existia a sua volta.

No ballet, ela era apenas Anya.

Apenas Anya.


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Notas finais do capítulo

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