Fuga em nome do amor escrita por Denise Reis


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Capítulo longo e cheios de detalhes, então, uma dica: leia com atenção.
Boa leitura!!



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Kate e Castle ainda não tinham anunciado a gravidez para ninguém.

A família Castle estava reunida à mesa durante o café da manhã no sábado.

Flynn estava no seu cadeirão de refeição, com cinto de segurança, pois, apesar de já estar com quase três anos, ele era muito arteiro e se tivesse solto, com certeza poderia cair. Alexis, ao seu lado, se deliciava em tentar ajuda-lo a se alimentar, mas ele se achava o máximo e não queria ajuda.

— Eu sei comer sozinho, Lexi. Eu já sou grande. – ele recusou a ajuda da irmã – Eu comi sozinho o meu cupcake.

— Falou o menino com as mãos e a boca toda besuntada de cobertura do cupcake. – Alexis o provocou.

Ao escutar a irmã, o garoto passou o dorso da mão direita na boca para limpá-la, e, ao invés disso, espalhou ainda mais a sujeira.

Kate, Rick e Alexis prenderam o riso para não constranger o garoto.

— Mas eu só quero te ajudar, meu amorzinho. Deixe eu te dar as colheradas. Eu sou sua irmãzinha, Flynn e eu te amo.

— Não, Lexi...Eu como sozinho igual a você, o papai e a mamãe, tá bom, Lexi? – ele sorriu satisfeito por se achar grande.

— Ah, então tá certo, meu lindo! – Alexis sorriu, se levantou e foi até o menino e o encheu de beijos e depois voltou a se sentar.

Enquanto o menininho estava na labuta para comer sozinho o seu CEREAL MATINAL, os adultos já haviam terminado a refeição e continuavam à mesa, conversando.

— Alexis, querida, se eu não me engano, no lugar onde hoje é o quarto do Flynn, antes era um dos quartos de hóspedes, não é? – Kate sondou.

— Sim, Kate, por que?

— É que eu e seu pai estávamos conversando ontem à noite e eu tive a ideia de fazer uma nova reforma aqui no loft...

Alexis a interrompeu – Não acredito que vocês já vão reformar o quarto do Flynn? Mas, Kate, você gostou tanto do quarto dele.

— Ah, não, querida! Acho que eu não me expressei de forma correta. – Kate sorriu ao se justificar – Não vamos mexer no quarto do Flynn, Alexis. Ele é perfeito!

— Ah, ainda bem... – A ruivinha comemorou.

— Eu quero agora reformar o segundo quarto de hóspedes... – Kate continuou – Eu penso em fazer uma reforma geral, Alexis... Não vamos fazer nada no quarto da sua avó porque, apesar dela ter se casado com o meu pai e ter ido morar com ele, seria bom continuarmos com o quarto dela porque eles sempre gostam de passar a noite lá, quando tem festas ou jantar comemorativo aqui no loft.

— É, eles fazem sempre isso.

— Gente, há muito tempo nós não recebemos hóspedes... – Castle se manifestou – Kate, fala sério! Para que reformar um quarto de hóspedes se nós não recebemos hóspedes, eihm? Deixem como está, que está ótimo!

— Huumm!!! Será que estou conhecendo um Castle sovina? – Kate zoou o marido.

— Hey, pai... Nunca te vi assim... Além de avarento, mal humorado! – Alexis recriminou o pai.

— Não é isso, é apenas... – ele tentou corrigir.

— Apenas o que, amor?

— Ânimo, pai! O novo quarto de hóspedes vai ser mais moderno. Vai ficar lindo! Eu até acho que vou pegar o impulso e reformar o meu quarto também. -  Alexis provocou o pai.

— Ok! Vocês venceram. Podem reformar os dois quartos... O quarto de hóspedes e o seu quarto Alexis.

Alexis e Kate aplaudiram e a ruiva ficou animada – Kate, e você já sabe ou pelo menos tem ideia de como você quer o novo quarto de hóspedes? Que tal uma decoração clean, eihm?

— Alexis, antes de mais nada, vamos precisar da arquiteta e da decoradora que você contratou para fazer o quarto do Flynn, porque se a gente fizer por conta própria, além do gasto de dinheiro ser maior, a obra demora mais e ainda corremos o risco de não ficar bom...

Concordo! - Castle opinou.

— Ah, isso é fácil. Eu ainda tenho os contatos delas.

— Ótimo! – Kate comemorou.

— Kate, mas tanto a Arquiteta quanto a Decoradora vão precisar de um ponto de partida. Elas vão querer ver pelo menos um tipo ou estilo de mobiliário que você quer por no quarto.

Kate mostrou-se pensativa – Uma foto de internet serve, Alexis?

— Claro que serve. Eu me recordo que você me mandou via WhatsApp, várias fotos na época em que estávamos fazendo o quarto do Flynn.

— É... Lembro. Foi isso mesmo. – Kate começou a manusear o seu aparelho de telefone celular – Eu estou vendo aqui... Achei! Vou mandar a foto para o seu WhatsApp, Alexis... Pronto! Encaminhei. Chegou?

Ouviu-se um sonzinho característico de duas mensagens chegando – Duas mensagens? Chegaram, Kate...

Kate e Castle olhavam atentos a reação da ruiva ao receber as fotos.

— Não acredito! – Alexis estava incrédula – Não acredito! Meu Deus! Uma foto de um berço e a outra foto de três testes de farmácia com resultado “positivo”.

A garota levantou e correu até Kate e a abraçou por trás, pois a Capitã ainda estava sentada, mas logo se levantou e retribuiu o abraço apertado da enteada.

— Que maravilha! Vai nascer quando? Descobriram que dia? – Alexis estava vibrando de alegria e seus olhos estavam cheios d’água.

— Descobrimos ontem à tarde, Lexis e ainda não sabermos o tempo nem a previsão do seu nascimento. – Kate respondeu toda animada.

— Hey, e eu, Alexis? Eu não vou ganhar nenhum abraço, é? Pois fique a senhorita sabendo que a Kate não fez o bebê sozinha... – Castle zoou.

Alexis foi até o pai e o fez se levantar para abraça-lo – E você, eihm, papai, se passando de sovina e mal-humorado... Pura encenação! Bem que eu estava achando estranho... – ela ria.

— Então, eu sou um ótimo ator! Além de Bonitão e um ótimo Escritor, agora eu sou um ótimo ator! – Castle fazia sua filha e sua esposa rirem.

— Não sabem o tempo da gestação... – Alexis continuava querendo saber detalhes.

— Só depois da consulta.

As duas ficaram conversando sobre o assunto enquanto arrumavam a mesa e a cozinha enquanto Castle levou o filho para o quarto dizendo que iria ensinar o menino a brincar de videogame.

— Richard Castle! Não quero filho meu viciado em videogame.

— Você falando assim, até parece que eu sou viciado em videogame, Kate. – Castle se defendeu.

Kate não falou mais nada, apenas ficou de frente para ele, cruzou os braços e lhe enviou um olhar atravessado que dizia mais do que mil broncas.

— Ah, tá... Só sou  um pouquinho... – Kate não interrompeu o olhar – Ok! Mais ou menos viciado... Está certo, está certo!! Eu reconheço... Eu sou viciado... Mas eu juro que não vou viciar os nossos filhos.

— Nossos filhos? Socorro, Castle, este aqui nem nasceu e você já está pensando em ensinar videogame a ele...

Alexis ria da discussão divertida dos pais.

— Então, vou pensar em algo para fazer com este garotão aqui...

— Amor, mudando de assunto... – Kate chamou o marido.

Diga, amor da minha vida. ele enviou a Kate um olhar divertido.

— Amor, você se esqueceu que marcamos almoço com nossos pais. Você já fez a reserva? – Kate olhou para a enteada – Alexis, queremos muito que você vá com a gente, querida. Vamos contar sobre a gravidez para os seus avós. – Depois da chegada do Flynn, Alexis passou a chamar o Jim de avô, pois quando conversava com seu irmãozinho, ela se referia a Jim como “avô” e terminou por trata-lo como avô mesmo – Será um momento único, Lexi... – Kate fez um olhar de sedução e chantagem para a garota.

— Com esse olhar de cachorrinho perdido na mudança, Kate, como é que eu não iria, eihm?... Mas claro que eu vou, Kate! – A ruiva estava feliz – eu não perderia esse almoço por nada neste mundo mesmo, pois estou louca para ver a cara da vovó e do vovô. – Alexis confessou.

— Ah, que maravilha! – Kate comemorou.

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Após a descoberta da gravidez, os dias voaram.

A família comemorava as notícias após as idas mensais à médica obstetra.

Logo na primeira visita, depois de vários exames, inclusive ultrassom, ficaram sabendo que Kate estava com dez semanas de gestação.

Na décima oitava semana de gestação a médica conseguiu ver o sexo do bebê. Era uma menininha e a partir de então, passaram a chamar o bebê de Lizzie.

Muito amoroso, Fynn adorava beijar a barriga da mãe e conversava com a irmãzinha e já fazia mil planos com ela sobre as brincadeiras e travessuras.

— A Lizzie vai nascer pequenininha igual ao Lucca da tia Alice e do tio Nick, né, mamãe?

— É, querido!

O garoto fazia milhões de perguntas e as vezes os pais ficavam sem saber o que responder.

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O projeto do quarto de Lizzie ficou belíssimo. Ficou um sonho, mas Kate e Castle entendiam que não havia necessidade de iniciar a obra de reforma tão cedo, portanto, a Arquiteta e a Decoradora agendavam o início da instalação para quando Kate estivesse com trinta semanas, então daria tempo de sobra para montar tudo, já que a previsão do parto seria entre a quadragésima e a quadragésima segunda semana.

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Alexis, Martha e Kate amavam fazer o enxoval da Lizzie e por vezes Kate saia com as duas ou com uma das duas em lojas especializadas também em roupa para gestantes, pois sua barriga crescera mais rápido do que quando esteve grávida do Flynn.

Kate também saía com Lanie para comprarem roupinhas e utilidades para a bebezinha e todas estas saídas eram frutíferas e muito animadas.

Mas, na maioria das vezes Kate ia com o marido e estas saídas, possuíam uma grande carga romântica, pois todos os olhares, as brincadeiras e o tom de voz dele para a esposa, traduziam todo cuidado, carinho e amor que ele sentia por ela, arrancando suspiros de inveja das lindas e jovens vendedoras e também das pessoas que a viam circulando pelas alamedas do shopping, cheia de felicidade ao saber que era amada e protegida por ele.

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Kate estava com vinte e cinco semanas de gestação e, como qualquer grávida, continuava trabalhando normalmente.

Naquela manhã de segunda feira Kate acordara cedo e correu para se arrumar.

Próxima à janela do closet e de frente ao grande espelho de cristal, ainda de camiseta e calça de pijama, ela olhou para seu ventre distendido e, naturalmente, o tocou com as mãos fazendo círculos e passou a analisar como CRESCIA RÁPIDO.

Ela estava tão envolvida na avaliação do tamanho da sua barriga que nem percebeu que Castle estava parado, a admirando – Bom dia, amor! Você nunca esteve tão perfeita!

Mesmo sem razão de ser, Kate se assustou um pouco ao ouvir a voz do marido – Oi, amor, bom dia! Eu te acordei? – Ela indagou preocupada – Eu...

Ele fez que não com a cabeça e se aproximou dela. Encostou seu peito às costas da esposa, passou seus braços ao redor da barriga esticada e deu um suave beijo na cabeça dela – Ah, não, minha linda. Eu acordei agora e como não te vi na cama, deduzi que você estivesse aqui ou com o Flynn e vim aqui primeiro.

Kate passou novamente a mirar sua barriga, só que agora ficava alternando entre a barriga e os olhos do marido refletido no espelho – Eu estava aqui impressionada como ela está crescendo rápido.

— Amorzinho, na próxima semana completa seis meses... E esta não é a sua primeira gestação. Mas você está linda! Como eu disse, nunca te vi tão perfeita!

— Ah, tá! Uma linda elefanta! – Ela mesma riu com o exagero da sua comparação e o marido a seguiu nas risadas.

— Nem vou falar nada, Kate... – No entanto, Castle logo mudou de ideia, mas antes deu um beijinho na nuca da esposa – Vou falar, sim... Quando eu digo que você está linda, amor, é porque está linda mesmo. E você bem sabe que eu estou falando a verdade, tanto que na semana passada quando fomos àquela loja de roupas de gestante... Aquela loja que você disse que não queria nem mesmo olhar a vitrine porque era de grife, que tudo seria muito caro, mas que eu a convenci a entrar... – Kate assentiu e o olhava pelo espelho – Assim que entramos na loja, a dona e as vendedoras ficaram encantadas com a sua beleza e o seu porte. Elas teceram milhões de elogios para você e na mesma hora a dona da loja te convidou para ser modelo da grife dela... Você se lembra disso? – Kate novamente assentiu e ele continuou – Claro que você se lembra! Ela te convidou para você ser a modelo da loja e fazer um catálogo e as sessões de fotos seriam feitas esta semana, mas aí você disse que não tinha interesse. – Pelo espelho, Kate olhou para o marido e fez uma careta divertida para o Castle e ele a encorajou – Então, pare de se depreciar, amorzinho, até porque, além de linda e perfeita fisicamente, você está iluminada e sendo abençoada, porque está carregando a nossa bebezinha, fruto do nosso amor... Tem coisa mais sublime? – Castle a fez girar para que ela ficasse de frente a ele. Não era tão fácil quanto antes por conta da adiantada gestação, mas estava ótimo – E eu te amo por isso. E se você quer saber, eu te amo ainda mais... – Castle depositou um selinho que logo se transformou em um beijo mais apaixonado.

— Obrigada, meu Deus por ter me aberto os olhos e ter enxergado este homem e ter acreditado que ele me amava e ter tido coragem para admitir que eu o amava. – Kate fazia um tipo de oração, como se o marido não estivesse presente e ele sorriu todo feliz, pois sabia que mesmo em tom de brincadeira, ela falava a verdade. – Amor, se todos os maridos fossem como você, não haveria mulheres com autoestima baixa.

— Eu sou o máximo mesmo, não é? – Ele zoou e ela riu muito – Além de “Bonitão” eu ainda...

— Mas é convencido, esse meu marido... – ela ralhou de um jeito bem divertido.

— Você bem que podia ajudar a levantar minha autoestima também, Kate. – Ele fez cara de carente.

— Quem é mesmo que tem autoestima baixa, Castle? É você, é? – Ela não se aguentou e riu muito com a expressão teatral de deprimido que ele fez. Kate empostou a voz e, em tom de brincadeira, anunciou como se estivesse falando ao microfone  – E o OSCAR® de Melhor Ator vai para... Richard Castle! – Kate brincou e ambos riam.

Ainda abraçados, naquele momento os dois se entreolharam e arregalaram os olhos – Você sentiu isso, Rick?

— Senti, amor! Lizzie se mexeu. Hey, Lizzie! – Ele se sentou no puffe ao lado e ficou conversando com a bebezinha enquanto beijava e acariciava a barriga da esposa que permanecia de pé de frente a ele –, o papai e a mamãe te amam e estão ansiosos para te conhecer, filhinha. Falta pouco... Só três meses, meu amor.

Kate se sentou no colo dele – Ah, que delícia, amor! Isto é maravilhoso, pena que tenho que trabalhar. – Ela se levantou e acariciou a barriga em movimentos circulares, gesto que já tinha virado hábito – Por falar em trabalhar, não aguento mais ficar sem ir à campo, Castle. Bem que podia aparecer hoje um caso tranquilo para eu ir...

— Katherine Beckett Castle! – Castle também se levantou e, visivelmente chateado, falou seco com ela – A senhora sabe muito bem que neste seu estado você não tem mais a mínima condição de se expor e expor a nossa bebê – ele olhou para cima e deu um longo suspiro em sinal que procurava se acalmar. Segundos depois ele suavizou suas feições e a abraçou com carinho e obviamente percebeu que ela se assustara com a reação agressiva dele, cuja postura ela só vira quando eles ainda nem namoravam, pois, durante todo o tempo de namoro, noivado e casamento, até quando brigam, ele nunca se alterava. Dos dois, o Castle sempre fora o mais pacífico – Sinto muito, amor! Desculpa! Eu perdi a calma... Só de imaginar você, assim – ele tocou levemente a barriga dela – lidando com todos os tipos de criminoso que não têm nada a perder... Tudo o que os criminosos querem, Kate, é se aproveitar de uma fragilidade qualquer e, obviamente, você seria um alvo fácil... Não que você seja indefesa e despreparada, mas é que com a gestação avançada, seus movimentos são mais limitados e isso te deixa vulnerável.

— Tudo bem, amor. Você está certo... – ela o olhou triste e com os olhos cheios d’água – Não que eu tenha gostado de ouvir grito...

— Sinto muito, Kate... Não tive a mínima intenção de te magoar. – Ele deu um selinho nela – Não vai mais acontecer, eu te juro.

— Você nunca tinha levantado a voz para mim...  Você é sempre tão doce e tão amoroso comigo... – ela começou a chorar, pois, diferentemente do seu normal, ela estava muito sensível por conta da gestação.

Castle voltou a se sentar no pufe e a colocou novamente no colo.

Nem quando estava de TPM Kate ficava tão emotiva, mas a gravidez a deixara bem fragilizada e para piorar a situação, Castle reconhecia que, realmente, fora muito ríspido com ela. Ele a abraçava forte, acariciava o cabelo dela, a barriga e se recriminava – Oh, meu Deus! Eu sou um idiota mesmo! Desculpa, meu amor! Isso nunca mais vai acontecer. Eu prometo mesmo. Eu te amo! – Arrasado, com a reação rude que tivera, ele tentava enxugar as lágrimas da esposa.

O choro de Kate sessou e depois de algum tempo, ainda com o rosto vermelho, mas já sem lágrimas, ela, ainda com a cabeça no peito dele, sussurrou – Tuto bem, Castle. Eu sei que você não teve intenção. – Kate suspirou e tomou ar – Bem, amor, vou ajeitar o nosso café da manhã...

— Não, amor. Pode deixar que hoje eu ajeito tudo sozinho. Vá tomar seu banho e se arrumar. Eu ajeito o café da manhã e depois eu dou banho no Flynn – ele a ajudou a se levantar e depois também se levantou – e depois tomamos café todos juntos. Você pode deixar o Flynn na creche antes de ir para o Distrito? Eu estou muito atrasado com o capítulo e a Gina me deu um prazo para terminar, ou seja, não vou sair de casa hoje para nada.

— Tudo bem!

Ele a puxou para um abraço carinhoso – Nunca se esqueça que eu te amo, Kate. Isso que aconteceu hoje, foi uma idiotice que nunca mais vai se repetir. Mais uma vez, eu te peço perdão!

— Oh, amor! Eu sei. Eu sei, Rick.Tudo bem, amor. Eu também te amo. – Ela deu um selinho no marido, comprovando que estava tudo bem mesmo.

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Desde que a Beckett reassumiu como Capitão do 12º NYDP, muitas vezes ela ficava entediada com a papelada e nos dias em que não tinha reuniões ou outras atividades específicas da sua função, ela gostava de acompanhar o caso desde o início, como sempre fizera na época de Detetive, inclusive sair à rua à caça de suspeitos e testemunhas e depois de encontra-los, ela própria liderava os interrogatórios. Sempre que ela fazia isso, ela convidava o marido e em quase todas as vezes, ele aceitava, pois, além de amar a parceria com a Kate, ele também adorava investigar e criar suas teorias até fecharem o caso.

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Como qualquer grávida, a Capitã Katerine Beckett Castle trabalhava normalmente, só que devido ao tipo de atividade que exercia, ela não mais ia às diligências externas quando era solicitada, nem mesmo quando apertava a vontade de agir e sentir a adrenalina nas veias.

Ela tomou esta decisão na décima oitava semana de gestação, quando a barriga já estava aparente.

No entanto, assim que chegou naquela manhã à Delegacia, depois da altercação que tivera com o marido e de levar o Flynn à creche, ela ficara sabendo de um novo caso de homicídio que o Ryan e o Esposito estavam investigando, cujo suspeito principal era o irmão da vítima, que, segundo as testemunhas, tratava-se de um idoso paralítico, usuário de cadeira de rodas.

Esposito e Ryan foram à sala de Kate para fazer um breve relato do tal caso e se despediam porque iriam continuar a investigação, quando Kate se levantou, vestiu seu casaco e anunciou que também ia.

Ryan olhava a grande barriga de Kate – Acho melhor você não ir...

— Quem é mesmo a chefe aqui, eihm? – Kate indagou sem ser rude e piscou o olho para o irlandês.

— A gente sabe que você é a chefe, Beckett, mas apenas queremos poupá-la por conta da sua gravidez avançada. Se eu não me engano, você está com vinte e cinco semanas de gestação. Sua barriga está enorme, Kate e até o seu colete à prova de balas não cabe mais em você. 

— Hey, meninos! – Ela exclamou de forma mais leve – Vocês acabaram de descrever o caso e, ao que tudo indica, o assassino é um cadeirante... Um deficiente físico.

— Mas Kate, se esse cadeirante foi capaz de matar uma pessoa fisicamente normal, eu não acho que ele seja assim tão inofensivo. E tem mais, nem sabemos o exato local onde ele está escondido. Temos apenas suposições... E se estivermos equivocados, eihm? E se o assassino não for esse cadeirante?

— Eu vou! Já decidi.

— E o Castle? Pelo menos chame o Castle para ele ir também.

— Eu sou a policial e ele é o civil.

— Mas mesmo sendo civi, Kate, o Castle já te salvou mais de dez, onze, doze ou nem sei quantas vezes.

— Não é segredo que eu adoro trabalhar na parceria do Castle..., todo mundo sabe... – ela revirou os olhos – Mas hoje, mesmo se eu quisesse chama-lo, ele não poderia porque tem prazo para entregar um capítulo e a Gina está no pé dele. Ou seja, eu vou, mas não vou no carro de vocês. E, como não estou com vontade de dirigir com esse barrigão – ela tocou na imensa barriga –, vou pedir uma viatura com motorista.

— Ainda acho que você está sendo imprudente, KateRyan arriscou.

 Os rapazes se deram por vencidos – Então, vamos? Espósito concluiu.

Kate rapidamente telefonou e pediu uma viatura com motorista e prontamente foi atendida e os dois carros saíram para dar início à investigação.

Só que tudo saíra do jeito que ninguém imaginava, pois, o suspeito, ao contrário do que todos disseram, não era nem idoso nem paralítico. Ele se escondera em um grande galpão de uma fábrica desativada, localizada em um bairro comercial de muito movimento.

Depois de várias tentativas de negociação com Kate para ele se entregar, o sujeito, aproveitando-se que Kate estava próxima a ele e, sem a habitual facilidade de locomoção, em face da adiantada e evidente gravidez, ele a tomou como refém e passou a ameaça-la com uma arma apontada ora para a barriga e ora para a cabeça dela e também passou a fazer muitas exigências, o que incluía um helicóptero e ser libertado.

Essa negociação durou mais de uma hora e Kate já estava exausta física e emocionalmente.

As lembranças do sequestro e torturas anteriores voltaram à mente de Kate e isso a estava afligindo bastante e a preocupação com sua bebezinha lhe tirava a paz. E para piorar a situação, ela não conseguia parar de pensar na discussão que tivera com o marido naquela manhã justamente sobre isso, ou seja, do Castle não querer que ela acompanhasse as investigações fora da delegacia.

Muito preocupados com a vida da Capitã grávida, Ryan, Esposito e outros policiais convocados, tentavam vencer o bandido pelo cansaço, conversando e negociando até quase à exaustão.

A sorte da Beckett foi que o Esposito, por ser atirador de elite, valendo-se da sua experiência e de um descuido do criminoso, mirou no ombro direito do transgressor e graças a Deus o acertou e o derrubou, oportunidade em que, Kate, mesmo transtornada, aproveitou-se da vulnerabilidade do homem, conseguiu virar o jogo. Ela o desarmou, deu voz de prisão e o algemou.

Imediatamente após o criminoso ser alvejado, mais de cinco policiais o cercaram para impedir que ele reagisse mais uma vez contra a Capitã grávida.

Kate aproximou-se do Ryan e de Esposito. Estavam sozinhos em um canto, separados de todos e ela avisou que iria embora – Ryan e Espo, estou exausta! Na verdade, estou transtornada e já vou embora. Não consigo pensar em mais nada... Estou tremendo... Vou voltar na mesma viatura que eu vim. Vou procurar o policial que guiou. – Ela levantou as vistas e o enxergou – Ali está ele. Já o encontrei. Então, eu já vou, meninos. - ela afirmou visivelmente cansada.

— Não, Kate! Você não vai com nenhuma viatura. Eu sei que eu sou o civil e você é a policial e além disso, está no seu local de trabalho, mas você volta comigo. – Kate ficou pálida ao ouvir a voz austera, porém baixa do marido. Ela olhou para o lado direito e o encontrou com a fisionomia bastante séria. – Antes que você me pergunte, eu vou logo te avisando que não vou te levar para a nossa casa, afinal de contas, apesar de ter terminado o caso, ainda tem que fazer ou conferir os relatórios e eu jamais iria tirar sua autoridade na frente do seu pessoal... – em nenhum momento ele alterou a voz ou fez qualquer grosseria ou a desrespeitou perante os comandados dela, nem mesmo chamou atenção dos outros com aquela conversa, até porque todos já estavam acostumados a ver o Castle a vida toda junto da Beckett durante os casos.

Com exceção de Esposito e Ryan que estavam do lado deles, ninguém mais percebia o que se passava.

— Ãããnnnhh... – ela estava completamente sem graça por ter sido pega no flagra pelo marido em um tipo de investigação que, naquela manhã, ela jurara que nunca mais faria por conta da gestação avançada – Você sabe que eu fazia os Relatórios somente quando eu era a Detetive que chefiava as investigações, Castle. Como Capitã, eu apenas confiro e o encaminho ao Comissário. Quem vai fazer o relatório deste caso é o Esposito. – Ela falou num fio de voz.

 Quase sussurrando, Kate indagou, curiosa – Como você soube, Castle?

Sem dar tempo do Castle falar, Esposito se adiantou em responder – Desculpe, Kate, mas eu tive que ligar para o Castle assim que eu te vi ali, em poder daquele criminoso insano. – Esposito confessou.

— É, Kate, nós pedimos reforço e também ligamos para o Castle. – Ryan completou a explicação.

— Tudo bem, meninos. – Kate falou baixinho – Não tenho mais a mínima condição de continuar trabalhando hoje. Eu vou para casa com o Castle. Estou em frangalhos. Amanhã eu vejo o relatório...

— Obrigada por tudo, meninos! – Castle estava visivelmente preocupado, aliviado e grato aos meninos por eles o terem chamado.

— Vamos, Kate! – Castle falou suavemente para a esposa e, com carinho, pegou na mão dela e a levou gentilmente até seu carro, abrindo-lhe a porta do carona, ajudando-a a se sentar e até a colocar o cinto de segurança, pois percebeu que ela continuava trêmula.

O que o Castle mais queria naquele momento era chegar em casa. Não tinha intenção de brigar com Kate, não só porque havia prometido isso naquela manhã, mas principalmente porque sabia que ela, indiretamente, já fora punida o suficiente pelo próprio criminoso, pois, ficar à mercê daquele indivíduo seria apavorante para qualquer pessoa, pior ainda para ela, com quase seis meses de gravidez.

Quando ele se sentou atrás do volante e se preparou para ligar o carro, ele ouviu um suave ruído de choro e rapidamente olhou para a esposa e percebeu que ela tentava prender o pranto, mas não conseguia e isso o tocou profundamente. Ele acionou o motor do carro para o ar-condicionado refrigerar o ambiente e voltou sua atenção à esposa.

A rua ainda estava interditada e cheia de viaturas da polícia e os policiais andavam de um lado para o outro, mas ninguém dava conta que Castle e Kate estavam ali, até porque o carro dele possuía vidros escuros e quem estava do lado de fora não via quem estava dentro do veículo.

Mesmo muito aborrecido com a quebra da promessa que a esposa fizera naquela mesma manhã, Castle manteve a calma principalmente porque ela fora pega como refém pelo criminoso e sua vida esteve em jogo. Destravou os dois cintos de segurança e a puxou para um abraço apertado reconfortante.

Ele a amava e nunca mediria esforços para fazê-la feliz – Hey, amor, agora está tudo bem. – Ele beijava a testa dela – Já passou! Graças a Deus ele não machucou você nem a nossa bebê. – Castle acariciou o ventre crescido da esposa – Eu sei que você está tensa e aflita por ter passado por mais esse transtorno. Você está tremendo. Isso é natural. 

— Sinto muito, Rick! Sinto muito! Eu quebrei a promessa! Eu coloquei não só a minha vida em risco, mas coloquei também a vida da nossa bebê. Eu sou uma péssima mãe! – Ela chorava – Estou com vergonha e com muita raiva de mim.

— Não fique assim. Olha, amor, vamos para casa. Lá eu vou te preparar um banho gostoso na banheira e você vai se sentir melhor.

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Por conta da tortura no tanque de água, Kate ficara muitos meses sem nem mesmo poder ouvir o barulho da água jorrando na banheira, pois tal ruído provocava uma reação de pavor nela, porque todas as dores, pavores e medos voltavam. Contudo, antes mesmo de engravidar da Lizzie, Kate já conseguira quebrar essa barreira com o amor e o apoio incondicional e incomensurável do marido e ainda com a ajuda da terapia com o Dr. Burke.

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Kate se acalmou um pouco e ele prendeu a ambos novamente nos cintos de segurança.

Fizeram o percurso até em casa em silêncio, contudo, sempre que o trânsito permitia, Castle fazia carinhos no rosto e nos cabelos dela com o objetivo de acalmá-la.

Castle destrancou a porta do loft e assim que ambos estavam já do lado de dentro, Kate ficou de frente para o marido – Temos que pegar o Flynn na creche...

Ele a puxou para um abraço amoroso – Não precisa, amor, assim que eu cheguei lá no galpão e vi tudo o que acontecia, eu telefonei para minha mãe e pedi para ela pegar o Flynn na creche... Ainda bem que indicamos o nome dela lá na creche, ou seja, ela tem autorização para fazê-lo. O Flynn vai dormir com os nossos pais esta noite.

— Mas eu quero ver o meu filho! – Ela tremia e chorava.

— Eu sei que você quer vê-lo, como eu também quero, mas é que, na verdade, é o nosso filho que não pode te ver assim do jeito que você está. Ele não vai entender nada e isso não é bom para ele. Você tem agora é que tentar ficar tranquila para a Lizzie não ficar tensa aí dentro.

— Você contou para sua mãe a burrada que eu fiz? – Kate estava constrangida do seu erro.

— Não. Eu falei apenas que eu e você queríamos ter uma noite romântica e por isso queríamos que o Flynn dormisse com eles. A mamãe achou fofo e disse que iria ligar para a Alexis dormir lá com eles também.

— Obrigada, amor! Mas eu sinto muito e estou muito chateada comigo mesma. Estou com raiva por eu ter sido tão idiota e tão irresponsável. Eu não tinha nada que ter saído para fazer investigação... Olha o tamanho da minha barriga e foi por isso que o criminoso me rendeu, porque eu não tive agilidade para me safar...

— Vamos! – Castle a interrompeu e a levou até o banheiro deles – eu vou encher a banheira.

Muito rapidamente ele colocou sais de banho aromatizados e encheu a banheira.

Ela se despia e ele também o fazia – Eu também preciso de um banho quente relaxante, pois as cenas que eu vi hoje... Você ali em poder daquele homem... Meu Deus! – Ele falava baixo, mas demonstrava estar tenso.

Já na banheira, estavam sentados separados e a hidromassagem estava ativada. Os jatos de água quente atingiam os corpos de ambos e isso propiciava acalmar o corpo e a mente.

— Quero que você saiba que eu estou muito triste e muito preocupado com tudo o que aconteceu com você e com a situação como um todo, Kate. – Castle quebrou o silêncio, mas o fez de modo suave.

De modo sorrateiro, mas muito constrangida pela estupidez que fizera, Kate vai para junto do marido e quase sussurrando, ela mais uma vez pede desculpas – Sinto muito mesmo, Rick! E obrigada por você não brigar comigo.

— Ah, você está completamente enganada, Kate. Pode nem parecer, mas eu estou, sim, brigando com você, querida... – ele a olhou de modo doce e confessou ao acariciar os cabelos molhados dela – Eu posso não estar gritando ou fazendo grosseria com você, mas estou muito chateado, sim, no entanto, também estou muito preocupado com você e com a nossa bebezinha e muito contente porque você escapou com vida. Kate, eu te amo, contudo, hoje, além de você ter quebrado uma promessa que fez para mim, você se superou ao se colocar em risco... E você está com a gestação avançada...

Kate estava atenta ao que ele falava e não conseguiu falar nada.

— Kate, desde que eu te conheci, você quebrou protocolos por inúmeras vezes, desobedeceu a ordens superiores e pôs sua vida em risco tudo em nome desta sua paixão desmedida pela justiça. Até suspensa você já foi... E em algumas destas vezes, aliás, eu diria muitas vezes, eu estava lá do seu lado, intoxicado com a mesma sede de justiça. Mas a situação agora é completamente diferente, Kate. Se já é errado você se expor, ou até mesmo eu me expor, a ponto de corrermos risco de morrer, imagina você grávida? Óbvio que no meio de tanta gente você, com a gestação aparente, é a melhor opção para o bandido. Você é uma presa fácil, mesmo com toda a sua experiência em campo...

Do lado do marido e prestando atenção a cada coisa que ele falava, Kate recostou a cabeça no ombro direito dele – Rick, mesmo chateado, você pode me dar outro abraço? – Kate sussurrou em súplica, a voz quase nem saia por conta da emoção – Eu ainda estou tremendo e não consigo parar de pensar na burrice que eu fiz.

Era visível o estado de temor que ela se encontrava – Kate, como eu já disse, eu estou muito chateado com você e com tudo o que aconteceu, mas eu te amo e detesto te ver sofrer. Aliás, a minha chateação é por conta disso mesmo, pois, eu detesto a ideia de ver a mulher que eu amo em apuros e pior ainda a mulher que eu amo esperando um bebê... meu bebê. – Ele a fez deitar-se sobre seu peito e, a prendendo nos braços de modo carinhoso, sentia o coração acelerado dela bater descompassado e esse, aliás, era o mesmo ritmo que batia seu próprio coração.

Os jatos quentes direcionados aos corpos deles era algo maravilhoso.

Sem deixar de abraça-la, Castle passou a afaga-la, nos cabelos, costas e braços em toques curtos, mas depois passou a estender para outras regiões... Nádegas, seios e por fim, seguiu por carícias mais ousadas e, quando percebeu, fizeram um caminho sem volta, pois estavam completamente excitados.

— Kate, eu continuo muito chateado com você, mas eu te quero. – Ele sussurrou com voz rouca, carregada de paixão, enquanto mordiscava o lóbulo de sua orelha e acariciava seus seios e o centro das coxas dela. – Agora!

Tão excitada quanto o marido, Kate se contorcia e gemia com os carinhos que recebia e, acomodada sobre o corpo dele, e estava ávida ao sentir as carícias mais audaciosas. Simultaneamente, também o acariciava e roçava seu sexo sobre o sexo do marido que, naquele momento já estava rijo.

Castle se encontrava em um turbilhão de emoções... O pavor e a paixão, a tensão e o carinho, o medo e a preocupação. A irritação e o amor se misturavam. Estes sentimentos tão contraditórios provocaram uma corrente de energia intensa... Uma coisa viva... Uma reação maravilhosa e explosiva. Seu corpo estava agitado e querendo experimentar sensações ardentes.

Com habilidade, e logicamente percebendo que Kate queria vivenciar as mesmas emoções, Castle ergueu os quadris dela e, com a ajuda dela, fez seus sexos se encaixarem com uma única investida.

O que se seguiu foi algo diferente e tórrido, porém, extremamente prazeroso para ambos.

Era a primeira vez que faziam sexo sob circunstâncias tão especiais. Os ânimos alterados e as emoções divergentes e abrasadoras, desencadearam reações nunca experimentadas.

Os corpos se movimentavam na medida da necessidade e os gemidos dos dois era intenso. O casal inverteu a posição. Agora sobre Kate, Castle arremetia seu corpo na direção do dela, de modo intenso e muito viril e a acariciava na mesma intensidade até que, como se estivesse sem ar, Kate atingiu um orgasmo sem igual e logo em seguida, as paredes ladrilhadas do banheiro ecoavam um gemido forte do Castle em sinal de que, igual à esposa, ele atingira um orgasmo excepcional.

Mantiveram-se abraçado por mais algum tempo até que os corpos se acalmaram e o Castle retornou a posição inicial, recostado no assento próprio e pôs Kate sobre seu peito.

Os jatos de água quente continuavam agitados, contudo, os corpos de Kate e Rick agora estavam calmos e satisfeitos.

Castle acariciava as costas e a nuca da esposa – Acho que poderíamos brigar mais vezes... Adorei o resultado! – Ele brincou e deu um selinho nos lábios dela.

— Até já tínhamos feito amor depois de alguns desentendimentos bobos, nada sério, tipo birra e sempre foi bom, pois é um tempero diferente e excitante – ela sorriu –, mas hoje foi completamente diferente e confesso que adorei, não vou mentir... Ainda assim, querido, por mais que eu tenha amado, inclusive um orgasmo maravilhoso... Meu Deus... – Ela revirou os olhos ao recordar da incrível experiência –, não estou interessada em te ver chateado comigo novamente, amor, ainda mais quando eu sei que eu fiz a maior burrice da minha vida.

— Hey... Está tudo bem, amor... Vamos esquecer...

Os jatos d’água quente os atingiam e ficaram abraçados em silêncio.

.... .... .... .... .... ....

— Rick, você não me disse que ficaria aqui em casa porque estava preocupado com o prazo para terminar o livro? – Ela indagou um pouco mais tarde, durante o jantar.

— Ah, sim. Eu estava mesmo muito preocupado, mas a preocupação com você e com meus três filhos se sobrepõe a qualquer outra preocupação, até mesmo com o livro que eu escrevo com a sua versão ficcional. Então, não dou a mínima para prazo de livro ou para os gritos e as ameaças da Gina. Amanhã ela vai me telefonar e me cobrar, mas eu dou um jeito. – ele torceu a boca, não querendo mais falar da Gina – Quando o Esposito telefonou e me avisou o que estava acontecendo eu senti meu mundo se desmoronar... Te juro que eu me senti pior do que no dia em que você me abandonou... Pois, por pior que eu tivesse me sentido quando você foi embora, eu sabia que você estava viva em algum lugar do mundo, ao passo que hoje eu não sabia o que se passava na mente daquele criminoso que te mantinha em poder dele com uma arma apontada para a sua barriga e para sua cabeça.

 — Você está coberto de razão, amor. Eu fui imprudente. Eu acreditei que o cara estava se rendendo, quando, na verdade, ele estava era me levando mais para junto dele até fazer o que fez.

— Bem, que tal a gente tentar esquecer este episódio difícil, eihm? – Ele propôs e Kate concordou – Vamos assistir a um filme, mas vou logo pedindo que hoje eu dispenso filme de terror, de suspense, de policial ou de guerra. - Castle fez uma expressão assustada e ao mesmo tempo divertida.

— Hummmm!!! Você sabe que meus filmes preferidos são de guerra, lutas e quanto mais sangue melhor... - Kate recebeu um olhar atravessado do marido - Ok! Entendi... Então, pelo que estou entendendo, você quer uma comédia romântica...

— Desde que não seja “Idas e vindas do Amor”...

— Você não esquece mesmo, eihm, Rick... – ela riu ao recordar da vez que ela escolhera aquele filme e ele detestara e no dia seguinte, durante um caso de homicídio, se juntara ao Esposito para zoar dela.

— Impossível esquecer aquele filme horrível e o seu péssimo gosto para escolher filmes. – Ele a provocou.

— Ah, já sei... Agora eu entendi o que você quer... Você queria mudar apenas o assunto da briga... Agora vamos brigar por causa de filmes, acertei? – Kate devolveu a provocação.

— Errou! Errou feio, amor! É que eu amo ver você assim, caindo nas minhas provocações. Adoro ver você fazendo bico de birra! – Ele a colocou no colo e a encheu de beijos – Te amo! Te amo! Te amo!

Como um eterno casal de namorados, ambos sorriam felizes e depois de fazerem uma triagem, escolheram uma comédia romântica bem fofa, leve e divertida que os fizeram rir muito.

 

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Link das imagens:

https://thumbs.dreamstime.com/t/um-menino-est%C3%A1-comendo-o-cereal-de-uma-bacia-18789200.jpg

https://n1.picjoke.net/useroutputs/3324/2018-04-02/1-pt-f6ea725df471123ed2d6d9af5d2e78fb.jpg

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