Inclinados a Amar escrita por Lauriana


Capítulo 18
Capitulo 17 – Batalhas


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Voltei mais cedo, gostei bastante de escrever esse capitulo, estou muito animada por estarmos em reta final. Agradeço imensamente a todos que estiveram comigo até aqui!! Beijos!!



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Descemos todos para o chão e nos posicionamos, apesar de estarmos em uma grande desvantagem de número, os demônios estavam de todo modo que se olhava acabados de várias formas. Muitos nem andavam mais e ficavam se arrastando como um bicho asqueroso pela areia quente, poucos que tinham suas asas falhas ainda se mantinham de pé por apoio das mesmas, estavam esgotados e os que ainda não estavam, ficariam, pois drenavam o resto de energia negra que restava de si mesmos.

Seu pequeno exército começou a avançar sem medo nenhum pela própria vida, e deplorável de se ver, esperamos onde até chegarem a nos e começou o confronto inevitável. Usava duas facas que aprendi a manusear bem, e ia avançando cortando de um lado e de outro, muitos me seguravam pela perna e tinha que concentrar-me para não cair com o puxão que davam, assim que recuperava o equilíbrio virava para eles e lhe enfiava a faca, acabando assim com mais um.

Os meninos para lutarem eram elegantes, talvez ate majestoso em comparação a mim. Cain usava um enorme bastão dobrável, de corte na ponta, dava golpes no ar e durante o pulo, acertando ate mesmo alguns a distancia, ele estava tomado pelo ódio. Ezequiel usava uma espada e quando voava atirava com arco e flecha certeiramente, eram ágeis e implacáveis, mas a asas os beneficiavam muito.

Juntou três demônios rastejantes de uma vez em minhas pernas e perdi o equilíbrio caindo de cara no chão, recuperei a uma das facas que escapou de minha mão e acertei a garganta de um deles, eles se irritaram e começaram a rasgar minhas pernas com aquelas garras que pareciam ter acido de tão dolorido que era, não consegui segurar o grito e acabei chamando a atenção dos meninos. Cain se livrou rápido dos demônios que lutava e veio em meu socorro e os exterminou rapidamente.

Levantei-me e continuei a luta ignorando a dor que logo parei de sentir devido a novos ferimentos, não iria cair por tão pouco, não seria um fardo novamente para os meninos. Num momento de “sossego” olhei ao redor, estávamos vencendo, realmente estávamos quase lá, haviam pouquíssimos demônios para serem derrotados e o portal ainda se encontrava aberto, meu peito se encheu de esperança.

“Áuuuuu” um uivo pairou forte pelo deserto, seguido por vários outros, procurei em direção ao som, e quando encontrei o que vinha pela frente minha esperança se esvaiu tão rápido quanto havia chegado. Cães. Cerca de 20 enormes cães pretos vinham raivosos e velozes em nossa direção

 — Cães do inferno? Não estavam instintos Cain? — ouvi Ezequiel perguntar ao longe.

— Estavam... — foi tudo que conseguiu responder e voltamos a luta. — Não estão de brincadeira, eles realmente querem nos extinguir.

Os cães nos alcançaram e Ezequiel me pegou por trás e levantamos vôo.

— E o seguinte; não podemos lutar com eles de frente como estávamos fazendo com os outros, eles são incrivelmente mais resistentes. Eu os atacarei de cima e você e Ezequiel se organizam para atacarem de cima também. — Instruiu-nos Cain. — Mais uma coisa: não Caiam, se caírem já eram.

Voltamos a lutar só que agora de cima o que era bem mais difícil, os cães realmente eram resistentes, morriam depois de 4 ou 5 facadas bem dadas e olha lá, era difícil acertá-los corretamente sem perde um pedaço meu, e eles tinham um pulo de longo alcance o que complicava tudo ainda mais.

Por incrível que pareça ainda estávamos nos dando ate bem considerando a situação, a luta evoluía de maneira bem mais lenta agora, mas o importante e que ainda estávamos evoluindo por mínimo que seja, porém estávamos cansados, os últimos suprimentos foram utilizados em pleno ar, eu estava sendo carregada e apesar de ser mais frágil não estava tão cansada quanto os meninos que nos sustentavam no ar, não agüentaríamos por muito mais tempo.

— Vamos cassar algum local alto em que possamos descansar um pouco. — Sugeri aos meninos que concordaram.

Seguimos atrás desse local e os demônios em baixo se revoltaram e nos seguiam também gritando várias e várias barbaridades, por vezes atirando armas e cuspindo fogo alguns.

— Anjinhos covardes, nunca seriam páreos para nós.

— Vermes que se acham superiores, mas na hora de uma boa briga correm.

Foram várias e várias as provocações que ouvimos e ignoramos até chegarmos numa montanha alta e descemos, sentamos (no meu caso deitei no chão), a fim de recuperar um pouco das energias. Conseguimos paz e descanso por mais ou menos uma hora e meia, os ferimentos dos meninos se curaram sobrando só o mais graves, enquanto eu estava toda verde pelo remédio que aplicaram em meus ferimentos. Ele ardia mas depois dava um frescor e anestesiava bem.

Descobri que demônios são como baratas e nunca se rendem, em vez de descansarem também, mas não eles resolveram que escalar a montanha para chegarem até nos era melhor. Assim que se aproximaram levantamos vôo novamente e recomeçamos a atacar os cães pelos céus. Faltava metade dos cães e estava esgotada mais continuamos.

Então novamente do outro lado do deserto apareceu outro esquadrão de demônios, todos descansados, fortes e normais, nenhum um pouco comparado com o que enfrentamos no começo, foi ai que percebi que não tínhamos chance de vencer aquela batalha, eles estavam apenas brincando e se divertindo a nossas custas. O novo esquadrão eram cerca de 50 demônios e tenho certeza que de onde saíram esses, ainda sai 70 vezes mais.

— Cain. — Gritei em meu desespero. — Eles estão apenas brincando com a gente. Pode nos matar quando quiserem, mas preferem nos cansar e brincar conosco.

— Perdoe por não ter percebido antes. Mas a única chance de sairmos daqui vivos e resistir ao máximo que pudermos. Desculpa pessoal. — Disse Cain com pesar nos olhos.

Continuamos com nossas investidas pelo céu, lançamos flechas, lanças e facas e apesar de estarem diminuindo não me permitir ter esperanças dessa vez, ainda tinha muito por vir.

— Estavam demorando vir. Droga! — Ouvi Cain resmungar de algum lugar e olhei para o lado. Parece que finalmente decidiram que era hora de nossa execução.

Cerca de 300 ou demônios entraram marchando gloriosos e sem nenhum arranhão pelo outro lado do campo, liderados do céu pelos três cavaleiros do inferno que sobraram, que apesar de terem as asas deploráveis ainda conseguiam voar. Nossa única e melhor vantagem sobre céu acabou de terminar, realmente era o nosso fim.

Num lapso de coragem (ou talvez a certeza de que já morreríamos mesmo) fomos ferozmente ao seu encontro. Fui dominada por uma onda de raiva e ódio por esses seres desprezíveis que carregam um sorriso debochado em seus rostos e sem que percebesse estava toda brilhando, e sabia que nesse momento conseguiria usar meus poderes de raio como bem entendesse.

Comecei a atingi-los de longe, derrubei muitos definitivamente ao chão, mirei nos cavaleiros do inferno, principalmente Murilo e Sandriele, eu os odiava com todo meu ser, mas devo admitir que eles eram bastantes habilidosos e desviavam sem muito esforço. Acertei um de raspão na coxa de Sandriele e vi seu sorriso de desfazer, o que só fez com que um sorriso enorme se abrisse em meu rosto juntamente com uma das sobrancelhas, numa clara interrogação: “Uai, você não e a boa?”

Ela rosnou e teria partido para cima de mim se Andriel não a segurasse. Continuei atirando com eles como alvo, mas mesmo assim consegui acerta vários de outros demônios. Ezequiel me colocou no chão, numa espécie de pouso que nem sabia que dava conta de fazer e nos posicionamos. Um para cada Cavaleiro. Cain e Murilo. Eu e Sandriele. Ezequiel e Andriel.

Giro as espadas em minhas mãos e a seguro com firmeza, Sandriele avança contra mim com suas garras e desvio por pouco, avanço com um espada rumo a sua barriga e ela recua como esperado, solto o outro braço em direção seu pescoço e erro por pouco cortando pedaço de seu cabelo ruivo, dou-lhe um sorriso debochado de canto e avanço novamente.

Ficamos nessa dança por um bom tempo até ouvirmos um grito desesperado no qual desvia a atenção de Sandriele e sei que só pode ser de seu amando Andriel. Aproveito sua distração súbita e seu olhar a corre pelo local a procura do mesmo e enfio com toda força as duas espadas em sua barriga, ela olha sua barriga e me dar um último olhar antes de desfalecer no chão.

Olho em volta e vejo Andriel caído aos pês de Ezequiel, Cain ainda lutando com Murilo, ele e pego o pelo pescoço e para defender-se e não deixa-lo escapar enfia a lança atravessada que passa por sua coxa e sai no meio do peito de Murilo que logo cai ao chão. Cain ajoelha-se e depois apoia na lança e voltamos a lutar.

Os cachorros que até então tinham parado de interferir, agora voltaram com força total, fiz um círculo imaginário em volta de mim e atiro de longe tentando não deixar nada penetra-lo. Atiro várias vezes em um mesmo cachorro até vê-lo quieto no chão e então me volto em outras direções. Agora que vieram todos os demônios e que de alguma forma estamos dando conta sinto que pode haver chance de vencermos.

Sinto uma mordida em minha perna e quando olho e o cão que pensei estar morto, ele me puxa de uma vez e caio, junta-se então um amontoado de demônios em mim. O cão morre e só queria mesmo me ferrar, tento me livrar deles mas são muitos e acabo me desesperando, depois de um tempo me sinto cansada e inútil e acabo desistindo. Não acredito que vencemos os Cavaleiros do inferno e me deixo ser pega por um cão moribundo.

Minhas forças se acabaram, sentia como se cada músculo do meu corpo estivesse se partindo mesmo estando deitada imóvel naquele chão frio. Então é assim que termina depois de tudo? Pensei quando vi uns dos demônios que estavam em cima de mim, vindo com minha faca na mão, morreria por minha própria arma, fechei os olhos e esperei tudo acabar.

Sinto a demanda de demônios em minha volta diminuindo e logo após seus braços quentes a me envolverem num abraço caloroso e desesperado, abro os olhos e vejo seu rosto abatido, tendo dar um sorriso para aclimar-lhe, mas até minhas bochechas doem e acaba saindo uma espécie de careta.

— Está tudo bem. — Digo e obrigo meu braço chegar até seu rosto cheio de fuligem e sangue para dar-lhe um pequeno conforto. — Nós estamos quase vencendo. Não desista

— Você está morrendo... não está nada bem, não me adianta vencer sem você, será que não sabe disso? — Diz agoniado e volta-se para o céu e começa uma prece: — Deus, salve-a, me ajude. Eu faço tudo o que quiser, mas salve-a pai. Somos seus filhos apesar de tudo, não posso viver sem ela, o senhor sabe disso no fundo de minha alma, ajuda-nos.

Ele embala no choro com a cabeça em meu peito e não vê quando o milagre acontece e sua prece e atendida. Vários pontos de luz vem descendo calmamente pelo céu, num espetáculo de luzes que até mesmo os demônios param para assistir e se encantar. Ezequiel percebe a quietude da luta e se volta para o céu parando de chorar no mesmo instante.

— Obrigado, prometo que não me esquecerei. — Diz ele ao céu. Os anjos terminam de descer graciosamente, uns 30 anjos luminosos e lindos, reconheço Ângela, Thomas, Frank, Ramon, anjos lutadores e outros mais. Que com seu semblante de calma continuam a luta em nosso favor. Não demora muito para os números de demônios diminuírem drasticamente.

— Vai ficar tudo bem, você vai ficar bem. — Diz Ezequiel comigo no colo e sei que agora estou segura e que vencemos.

A luta que durou um dia e quase uma noite inteira, acabou de forma graciosa em questão de 30 minutos. Anjos soltavam raios, flechas, atacavam com suas asas e armas, muitos fazem isso a vida toda então são implacáveis, dizimaram os demônios sem nem suar, e eficientes como eram limparam todos os vestígios de que ouve uma luta naquele local, voltando a ser somente um deserto qualquer.

Estávamos preparando para entrar pelo portal, sinto meus olhos se fechando e não luto contra isso, agora tudo ficaria bem, ouço Ezequiel conversando apressadamente ao longe e pedindo tratamento a mim primeiro, ouço também outras vozes, dentre elas Ângela e Cain falando sobre ferimentos (acho que meus, de Ezequiel e Cain), vejo os vultos de luz ao meu redor e então tudo fica em paz e escuro. Me deixo levar pelo sono ao constatar que estamos todos bem (vivos) e dentro do céu, a parte mais difícil de batalhas já passou, agora e aguardar um veredicto para minha vida.


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Notas finais do capítulo

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