Inclinados a Amar escrita por Lauriana


Capítulo 15
Capitulo 14 – Confissões, luta e telepatia


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas voltei, tudo bom com vocês? Bom quero agradecer a todos os pensamentos positivos, graças a Deus estou muito bem de saúde e vamos que vamos hehe... Que bagunça de país que estamos heim, mas deixando isso de lado vamos ao capitulo.
Espero que gostem.



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Os dois garotos olhavam-me ansiosos esperando que continuasse, respirei fundo e continuei:

— Creio que nenhum dos dois pode me ajudar no que vim fazer. – Dei uma pausa me preparando para falar por que estou aqui e o quanto isso e constrangedor, já que acabei me apaixonando por ele de novo, mas daria um jeito. – Estou na terra por que me apaixonei por um arcanjo no céu...

— Mas isso pode? – Cain me interrompeu sendo o primeiro a questionar.

— Exatamente isso Cain, não pode, os anjos não tem livre arbítrio e eu sabia disso então me confessei ao Trono que me mandou para uma vida humana como redenção. – Finalizei com um suspiro, me senti mais leve.

— Então está certo, você poderá voltar ao céu. – Disse Ezequiel feliz. – Você não tem contato com nenhum outro arcanjo a não se eu e...

— Esse e o problema. – Interrompi-o. – Era você no céu e é você agora Ezequiel. Me desculpa. – Disse e não consegui segurar as lagrimas, como eu sempre consigo estragar as coisas? Minha vida aqui e no céu está uma bagunça, parece que não tem lugar nenhum em que me encaixe, e ainda levo as pessoas para a enrascada comigo. Sai e fui para o “meu quarto” e chorei até dormir esgotada.

Acordei no dia seguinte e decidi que rumo iria tomar na minha vida: retornaria ao céu para receber uma resposta a tudo que fiz, e isso não seria fácil eu sei por isso decidi que aprenderia a lutar, se já fui guerreira uma vez, poderia tentar ser uma novamente, isso me deixaria mais segura.

Bateram na porta do quarto e disse que podia entrar. Ezequiel entrou e fechou a porta atrás de si, involuntariamente me encolhi na cama e não tive coragem de encara-lo. Eu sei que estava sendo muito covarde, mas não sabia o que fazer em uma situação como essa. Senti a cama abaixar com seu peso, ele suspirou fundo e começou a falar:

— Talvez seja realmente errado Ayla, mas niquem tem culpa de sentir um sentimento tão bonito quanto esse, então não se desculpe nunca mais, porque eu não vou me desculpar por amar você. - Olhei-o assustada com seu tom sério. – Estou tão perdido quanto você. Não sei como aconteceu e tentei lutar contra assim como você, mas foi inevitável.

Disse ele e meu mundo parou, fui jogada sem aviso nenhum no melhor dos contos de fadas, e abri o sorriso mais largo que já deu, não consegui pronunciar nada então ele sorriu e continuou.

— De agora em diante vamos aceitar nossos sentimentos, e eu e você enfrentaremos as consequências juntos, o que me diz? – Estava chorando e não falei nada, mas meu sorriso se alargou e queria dizer “sim” mas não saia nada, então balancei a cabeça freneticamente e então sem esperar mais Ezequiel me tomou nos braços e selou nossos lábios de forma apaixonada, senti sua mão em meus cabelos e outra em minha cintura, enquanto minhas mãos estavam uma em sua nuca e outra em seu rosto, sua língua adentrou em minha boca e as duas dançavam um tipo de valsa, paramos ao sentir faltar o ar e ficamos um tempo ali com as testas encostadas uma na outra e sentindo a respiração normalizar. O sorriso não abandonava meu rosto.

— Isso foi diferente daquele. – Disse se referindo ao nosso pequeno beijo quando estava doente.

— Bem melhor. – Completei sem medo e sentindo como se tivessem me libertado de correntes pesadas. Ele entrelaça nossos dedos e deitamos um do lado outro, e ficamos ali juntos, sem pressa ou cobrança, num silêncio que aquece a alma, curtindo a companhia do outro, depois de um tempo falo:

— Eu queria aprender a lutar Ezequiel. – Disse e me virei para ele.

— Não sei não... Você era uma boa lutadora quando anjo, mas tanta coisa muda quando se e humano. – Ele disse e eu fiz biquinho. – Está bem, podemos tentar. – Disse ele, pouco depois levantamos e fomos para sala.

Ao chegarmos Cain não fez questão de ser discreto ao notar nossas mão entrelaçadas.

— O que e isso? – Perguntou olhando nossas mãos.

— Decidimos ficar juntos e arcar com as consequências. – Disse e ele fez uma careta estranha e depois ficou quieto então continuei. – E eu queria aprender a lutar.

Cain relutou bastante no começo e depois concordou sobe a ameaça de que não ia pegar leve comigo, e era exatamente o que eu queria, pois tinha certeza que os inimigos também não ia pegar leve. Combinamos de começar com o treino no dia seguinte e eu e Ezequiel passamos o resto dia juntos, ora conversando ou trocando beijos.

Acordei disposta no dia seguinte e depois de tomar um banho demorado e vesti uma roupa de ginastica (que foi o mais perto de uma roupa confortável para lutar que achei), desci e tomamos um café reforçado e depois fomos para os fundos do templo, lá já havia alguns tatames jogados pelo chão e o espaço era muito bom.

Eles insistiram em me ensinar primeiro golpes defensivos, tipo fazer com que o adversário caia de costas no chão enquanto eu uso outro golpe para incapacita-lo, usar o peso só meu corpo para erguê-lo sobre o ombro e derrubar no chão (essa eu tentei umas três vezes até consegui aplica-la direito em Cain).

Aprendi com Ezequiel a imobilizar o adversário no chão, pegando braço e virando pro lado contrário lhe provocando dor, Ou prender sua cabeça entre as pernas enquanto puxa-se os braços.

O resto do dia passei aprendendo sobre os pontos de pressão do corpo humano, que ao receberem pressão produz na pessoa uma dor excruciante, isso costuma ser usado em muitas lutas e também na acupuntura.

—Chute com a parte larga do pé quando for mirar nas canelas, pois vai ser mais difícil de errar. – Vai explicando Cain e demonstrando em Ezequiel, e depois eu repito tudo com um dos dois. - Puxe o pé para trás rapidamente quando for mirar na virilha para que ele não fique preso.

— Chega por hoje eu estou exausta. – Digo deitando no chão fresquinho.

— Disse que não pegar leve, mas hoje passa. – Ameaça Cain e sai, acho que ele está chateado comigo e Ezequiel e por isso ando dando um tempo a ele.

Depois de criar coragem de levantar, fui para o quarto e tomei um banho demorado e apaguei. Continuamos com o treinamento a semana toda, e ainda não me sentia totalmente pronta, mas evolui bastante.

Já me sai bem durante uns 5 minutos numa luta contra um dos meninos, lutando com Cain consegui lhe dar um enforca gato e fiquei muito contente comigo mesma, consegui fica atrás dele e envolvi o pescoço dele com um braço, usando o antebraço para aplicar pressão na carótida (localizada na lateral da garganta, onde é possível sentir a pulsação) enquanto abaixei ele lentamente na direção do chão, aumentando a pressão puxando o outro braço e enchendo o peito de ar.

Mas no final de uma semana de treino descobri um tremendo golpe baixo comigo: os meninos tinham telepatia e muitas vezes avisavam um ao outro antes de eu atacar (não sei quando se tornaram parceiro a esse nível mas preferia assim). Proibi eles de ficar no mesmo cômodo quando estiver lutando com um, e assim estava bem melhor do que imaginei.

Passamos mais uma semanas treinando todo dia a tarde, Ezequiel me ensinou um golpe na a clavícula, localize-a e encaixe dois dedos por trás dela e faça pressão para baixo, é preciso ser muito rápida para ter sucesso, mas quando funciona faz um estrago grande. Cain me ensinou o golpe que usou na garganta do demônio quando estávamos saindo do inferno. Acerta a fossa cubital, que e uma área triangular presente no cotovelo, composta inteiramente por músculos e tendões, e bastante vulnerável. Agarre o cotovelo do inimigo, com o dedão por cima, coloque os outros dedos na parte traseira do cotovelo para dar firmeza, aperte a ponta do dedão na direção dos dedos indicador e médio e pressione bem o dedão no centro da fossa ou no calombo que é formado no antebraço quando forçamos a mão.

Acertar o plexo solar, (um conjunto de nervos na região central do abdome, responsável pela sensação física das emoções profundas), acertando o plexo, causa uma contração violenta no diafragma, deixando o oponente sem ar. Caso o oponente tente acertar o seu plexo solar, flexione o abdome rapidamente na hora do impacto, soltando todo o ar dos pulmões. Esses foram um poucos dos golpes que aprendi.

A outra semana foi mais leve, apenas treinando o já aprendido e aprendendo pequenos truques, como:

Usar sempre as pontas dos dedos na hora de aplicar pressão ou beliscar. Assim, seus dedos funcionarão como agulhas, multiplicando a pressão várias vezes.

Dobrar um pouco os joelhos, o tempo inteiro, para ter mais estabilidade e potência. Além do mais, que assim tem um tempo de reação menor e pode se esquivar com facilidade.

Transferir o peso do corpo na direção na qual aplicará a pressão. Se vai pressionar para baixo, dobre os joelhos. Se vai pressionar para a frente, dê um passo à frente e incline os quadris na direção desejada.

Para reforçar os socos, e sempre bom imaginar que o alvo está um pouco adiante do que realmente está.

É além de tudo, praticamos bastante o recuo, eu acostumei com os treinos, mas mesmo assim estava exausta psicologicamente e precisava urgentemente de uma folga, tinha manchas roxas e amareladas por todo o meu corpo, mas não me importava.

No fim da sexta depois do último treino perguntei sobre a telepatia.

— A telepatia foi criada logo após a criação dos humanos, afinal não dava muito certo quando conversávamos nossos “assuntos” perto deles. – Disse Ezequiel e imaginei anjos falando sobre demônios e guerras e não consegui deixar de rir ao perceber que os humanos entrariam em pânico.

— Mas só descobrimos que também funcionava com demônios a pouco tempo. – Disse Cain se referendo a ele.

— Mas talvez não funcione com outros demônios e só funcione com você porque já foi um anjo. – Palpitou Ezequiel e acrescentou: - Podemos testar depois.

— Eu queria também. – Disse manhosa.

— Quem sabe com o tempo você não volta a desenvolver essa habilidade. – Disse Ezequiel numa tentativa falha de me animar.

— Ia ser de grande ajuda. – Comenta Cain que recebe um olhar furioso de Ezequiel.

Paro um pouco e fico olhando os dois e agradeço a Deus por ter colocado os dois em minha vida, sem eles eu nem seria o que seria de mim hoje, sem contar a alegria, carinho e amor que me trazem, sem nem mesmo pedir algo em troca. Depois de um tempo subo para o quarto e tenho uma conversa mentalmente com Deus, peço perdão pela minha escolha e ajuda para enfrentar tudo o que está por vir.

Levanto disposta e animada na manhã de sábado e enquanto tomo café com Cain, ele me dá uma maravilhosa ideia sem perceber.

— Você me deu uma ótima ideia Cain, falando aí sobre jantar e eu e Ezequiel não fizemos nada para comemorar o início do nosso namoro ou sei lá o que, seria muito perigoso sairmos uma noite para jantar? - Pergunto esperançosa.

Ele faz umas caretas engraçadas e depois de um longo suspiro responde:

— Acho que não, podem ir que eu fico de vigia. E aproveitem que estou bondoso hoje. – Acrescentou ele saindo da cozinha. Cain e generoso e bom, mas sempre tenta esconder isso dos outros com esse seu jeitão, dando uma desculpa pelo favor que está fazendo como se fosse algo ruim, chega a ser engraçadinho.


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Notas finais do capítulo

Gente eu queria muito a opinião de vocês para o próximo capitulo, vocês gostaria que escrevessem uma cena mais intima do nosso casal ou não? Estou em dúvida e seria muito bom saber a opinião de vocês.
Favoritem, recomendem e comente se gostaram, beijinho e até a próxima.
Amo vocês.



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