Você não me vê faz tanto tempo, não é mesmo?

Será que ainda se lembra de mim?

Do meu rosto, do meu cheiro, do meu olhar?

Será que sente minha falta, assim como eu sinto a sua?

Será que você também sente a vontade que eu sinto de te abraçar?

Ah, bons tempos em que eu podia olhar para os seus belos olhos perolados.

Me perdia neles, fantasiando romances impossíveis em minha mente.

Mas claro que nem tudo foram flores entre a gente.

Você se lembra, Hinata, de nossa infância conturbada?

Lutamos feio. Eu quase te feri.

Sinto muito!

Perdão!

Eu gostaria que você me perdoasse, Hinata.

Como eu gostaria.

Eu fui um idiota com você, tudo por pura inveja.

Mas no fundo, eu só queria que você me aceitasse, mesmo sendo da família secundária.

Seu coração é bom, sei que me aceitou.

Agora, que faço eu da vida sem você?

Você não me ensinou a te esquecer.

Você é inesquecível, Hinata.

Mesmo aqui no céu eu te observo.

Você está tão longe agora, minha querida.

Tão distante de meu abraço.

Tento te encontrar.

Mas por alguma estranha razão, sempre quando chego perto, você começa a chorar.

Por que chora, meu amor?

Naruto fez algo de errado de novo?

Esse garoto...tem tanto a aprender.

Mas não me arrependo de morrer.

Quero que seja feliz, Hinata.

—Quem está aí? – sua voz soava melancólica.

Hinata? Você consegue me ver? Me ouvir?

—Sou eu! Neji! – minha voz saiu em um quase choro.

Silêncio.

Mas é claro que você não pode me ver, nem me ouvir. Eu estou morto, afinal.

Eu apenas queria ir até você, e falar como faz falta não ouvir sua voz todos os dias. 

Como faz falta não poder conviver com você.

Como faz falta você aqui do meu lado.

Será que você sente o mesmo que eu?

—Neji. – o vento soprava seus lindos cabelos pretos.— eu consigo te sentir.