Flower power escrita por Grimmliz


Capítulo 1
✧ Makes me feel like I'm alive;


Notas iniciais do capítulo

Então que hoje minha parte Mertoria despertou de um jeito lindo, e eu escrevi essa fanfic em cerca de duas horas. Tive a ideia enquanto lia minha Mertoria de presente {♥}, e liguei com outros pensamentos aleatórios, inclusive fanarts. Enfim, espero que gostem.



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O sol brilhava com fervor na Bretanha. Era um dia quente de primavera, o que fez crescer no Mago das Flores a vontade de caminhar pelas planícies verdejantes, agora, floridas devido a estação.

O dia de Merlin estava um tanto enfadonho, já que Artoria não se encontrava aos seus cuidados. Ela havia saído logo cedo para visitar o povoado vizinho, dispensando a companhia de todos. O mago não aprovou muito a ideia do futuro rei estar vagando sozinho, longe de sua proteção, mas aquele seria seu reino, e se ela não estivesse segura em meio ao seu povo, então não havia outro lugar no mundo que o fosse, sendo assim, permitiu sua breve partida.

A brisa brincava com sua capa e cabelo conforme seguia pela trilha próxima da estrada, que coincidentemente, Artoria passaria mais tarde. Era muito provável que devido a sua condição, o próprio Merlin não percebesse o fato, porém, era inegável que seus pés o guiava em direção a jovem, independente de seus pensamentos.

Havia um pequeno riacho nos arredores, com pedras e árvores ideais para que alguém se visse inclinado a descansar no silêncio oferecido pela natureza. O Mago cortou o campo florido, até finalmente chegar à sombra de umas das árvores, suspirando de contentamento ao ouvir a água correr entre as pedras e os pássaros gorjeando nos galhos logo acima. Do lugar que escolheu sentar-se, Merlin tinha visão da estrada, mesmo que relativamente distante.

Pousando o cajado sobre a grama, Merlin estendeu seu longo cabelo logo ao lado. A pouca luz que atravessava as copas refletiu-se nos fios que aparentavam não ter cor alguma, mas ao mesmo tempo, um arco-íris completo. Cruzando os braços sobre o abdômen, recostou-se contra o tronco às suas costas, fechando os olhos a fim de absorver os sons do mundo através de seus ouvidos. Qualquer um que o visse naquela posição julgaria que o Mago dormia, mas por vezes Merlin se permitia momentos como aquele, afinal, a sabedoria está muito além do que os olhos podem ver, ou os livros ensinar.

Ao longe, no decorrer das horas, Merlin ouviu uma e outra carroça rangendo e uma dupla de cavaleiros a rir despreocupadamente, até que um trotar constante capturou sua atenção. O mesmo pareceu ocorrer com quem vinha, já que os sons dos cascos cessaram por um momento, para logo depois, passarem da estrada para serem abafados pela vegetação do terreno. A aproximação era perceptivelmente mais lenta, e a montaria foi detida a alguns metros, para logo seu condutor apear, e continuar o caminho até o Mago.

Merlin não se deu ao trabalho de se mover, já que de alguma forma, independente de sua clarividência, soube que se tratava de Artoria.

A jovem o alcançou com cuidado, murmurando para si mesma enquanto o rodeava com passos calculados, que buscavam emitir o mínimo de barulho. Merlin se sentiu tentado a surpreendê-la, mas gostava da curiosidade que instigava em Artoria. Decidiu por fim aguardar para ver até onde ela iria.

Um remexer constante nos arbustos indicou que Artoria não mais o cercava. Merlin arriscou abrir um dos olhos, com extremo cuidado. Encontrou-a movendo-se de um lado para o outro, depositando em um tecido estendido — que parecia se tratar de um lenço — diversas flores, de tamanhos e cores variadas. Um sorriso quase infantil ocupava seus lábios, e os olhos brilhavam de forma diferente de quando brandia Caliburn, cada vez que visualizava uma nova espécie de flor, e aspirava o perfume das pétalas. Antes que percebesse, Merlin a assistia trabalhar com ambos os olhos abertos, refletindo mesmo que levemente o sorriso que ela exibia.

Artoria depositou uma última flor sobre o amontoado de cores, e entendendo que aquele parecia ser o fim do trabalho, Merlin voltou ao estado anterior, para não ser pego a espiá-la. A jovem aproximou-se mais uma vez, desta vez chegando muito perto, a ponto do Mago sentir o calor dela. Após uma série do que ele imaginou serem testes, Artoria se moveu e tocou seu cabelo, primeiro apenas deixando as mãos correrem por seu comprimento, depois, emaranhando os dedos, separando-o em mechas que logo começaram a ser delicadamente enlaçadas.

Foi uma missão árdua para o Mago conter-se, já que era quase contra a sua natureza ficar tanto tempo imóvel ou calado na presença de outra pessoa, mas ele lutou bravamente pelos vários minutos que se seguiram, e que depois de um ruído ou outro, e um cantalorar constante, tiveram um fim.

Merlin sentiu um pequeno volume ser deixado sobre seu colo, e então, para sua surpresa, um rápido beijo foi depositado em sua bochecha. Diferente da chegada, Artoria se afastou a passos rápidos, quase numa corrida, voltando a montar no cavalo, guiando-o para longe antes de se colocar a galopar.

O Mago só abriu os olhos ao ter certeza de que ela se encontrava longe. Automaticamente, seus olhos se voltaram para o cabelo, agora, habilidosamente trançado, adornado com pequenas flores em cada ponto que as mechas se cruzavam, e em outros tantos que, de alguma forma, formavam um padrão harmonioso. Merlin sorriu, e então riu, ao analisar mais uma vez o trabalho engenhoso de sua pupila. Ao poucos, seu riso foi diminuindo, e os dedos se direcionaram para a bochecha, no exato local onde a jovem carinhosamente o beijara. Ele não era capaz de ter sentimentos, mas com certeza sabia que o calor que habitava sua face, assim como seu peito, não se tratava de indiferença.

Merlin deixou a mão pousar sobre a perna, olhando para a estrada, o sol se pondo no horizonte. Seus dedos agarraram o caule de uma última flor, a única que não se prendia ao seu cabelo. Aquela muito provavelmente seria uma dica para que o Mago adivinhasse quem havia lhe pregado a mais bela das peças. Artoria poderia não saber, mas mesmo que o Mago das Flores não tivesse se dado conta de sua presença, ao acordar, ele saberia exatamente quem teria sido o responsável, afinal, nem mesmo uma folha de papel assinada teria tanto significado quando o Lírio com o qual o presenteara.

E apenas porque queria manter aquela sensação por mais um tempo, para preservar o ato mais valioso já praticado para ele, Merlin permaneceu no exato lugar, sem se mover, pois, apesar de ter o mundo pela frente, aquele momento era algo que queria preservar, intacto, embora em algum lugar dentro de si, soubesse que Artoria por si só seria seu eterno presente.


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Notas finais do capítulo

O título tanto da fanfic quanto do capítulo, derivaram da música "Flower Power", da banda Greta Van Fleet. Eu estava pesquisando músicas que tivessem a ver com flores, e meio que me apaixonei por esta, já que fazia bastante sentido com meu conceito de Mertoria, sem contar que adorei a sonoridade rs

Até a próxima! (até porque estou com outra ideia rsrsrs) ♥



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