A estátua escrita por Cammis Silva


Capítulo 1
Casa dos Uchiha


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, Cammis aqui!

Trouxe um one-short de terror para quem curte o genêro e pretendo trazer mais se gostarem.

Ps: desculpe se houver algo erro na fanfic.

Espero que curtam, boa leitura!



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Naruto terminava de arrumar sua mochila para o trabalho. O tempo estava nublado e o Uzumaki achou melhor se apressar para não pegar chuva no caminho.

— Naruto já são sete horas! – Kushina apareceu na porta do quarto do filho para apressá-lo.

— Eu sei mãe, já terminei de guardar as coisas.

— Está levando tudo? Casado, roupa de dormir... – se aproximou na intensão de olhar a bolsa do loiro que fechou a mesma e pôs em um dos ombros.

— Mãe eu só vou passar uma noite fora cuidando de dois pirralhos, relaxa. – revirou os olhos para a matriarca, mesmo tendo seus 20 anos, Kushina ainda o tratava como um bebê. – Já fiz isso antes, não é como se fosse algo inédito.

— Eu sei, só queria garantir que estava tudo certo anjo. – fez carinho nos fios loiros do jovem de tez bronzeada. – Os Uchiha marcara ás oito com você não foi?

— Sim, então vou indo para não atrasar. – beijou a bochecha da ruiva. – Te amo mãe.

Deixou o quarto antes que ela responde-se e desceu as escadas pulando dois degraus de cada vez. O jovem apertou o grosso casaco laranja contra seu corpo assim que pôs os pés na rua.

— Que frio da porra...

Naruto caminhou até o ponto de ônibus que ficava no fim do quarteirão da rua onde morava.

Uma chuva fina começou a cair e o loiro puxou seu capuz sob a cabeça e colocou as mãos nos bolsos do casaco enquanto esperava a condução que o levaria até o bairro onde os Uchiha viviam.

[...]

Naruto atravessou o pequeno jardim e tocou a campainha da residência da família Uchiha. A porta foi aberta por uma morena de pele pálida.

— Boa noite Naruto. – Mikoto sorriu docemente para o rapaz a sua frente.

— Boa noite senhora Uchiha. – respondeu o garoto educadamente enquanto adentrava a grande casa.

— Pode me chamar de Mikoto, sua mãe é minha colega de trabalho, não precisamos dessas formalidades todas.

— Tudo então senh... Mikoto. – o Uzumaki se corrigiu coçando a nuca e Mikoto riu pelo jeito tímido do rapaz.

— Vamos até a sala, vou te apresentar os meninos.

Os dois seguiram até a sala de estar visualizando dois garotinhos morenos com a pele pálida igual á de Mikoto.

— Meninos venham conhecer o Naruto. – os morenos largaram o quebra cabeça que estavam montando no tapete felpudo da sala e pararam de frente para o Uzumaki.

— Esse é o mais velho, Itachi. – o moreninho de cabelos longos – amarrados por um rabo de cavalo caído – que aparentava ter uns dez anos acenou educadamente para o loiro.

— E esse é o meu caçula, Sasuke. – o outro garotinho se escondeu atrás do irmão mais velho e espiou Naruto timidamente, aparentava ter uns seis anos.

Passos na escada foram ouvidos e logo o patriarca Fugaku se juntou ao grupo.

— Rapaz você realmente está apto para cuidar de duas crianças? – Fugaku avaliou o garoto de cima a baixo, notando seus jeans rasgados nos joelhos, casaco chamativo e grandes fones de ouvidos pendurados em seu pescoço.

— Estou sim senhor, cuido de crianças desde os quinze anos. – respondeu simples com um sorriso suave, que fez o pequeno Sasuke corar ainda escondido atrás do irmão. – Já fui babá para várias famílias.

— Amor está tudo bem, ele é filho da Kushina e ela disse que ele é ótimo com crianças. – Mikoto fez carinho na mão do marido que suspirou.

— Nós vamos visitar a minha sogra que está doente e voltaremos amanhã á noite. Minha esposa deixou o jantar pronto, é só colocar os meninos para comer, tomar banho e dormir.

— Pode deixar senhor Uchiha. – o loiro assentiu confiante.

O patriarca pegou a mala que levaria na viagem e Mikoto pegou sua bolsa acompanhando o marido até a porta. Antes de sair o Uchiha mais velho se virou para o jovem Uzumaki.

— Os nossos telefones estão anotados em um folheto na porta da geladeira. – apontou para a cozinha. – Qualquer emergência não hesite em nos ligar. Fique a vontade para comer, assistir TV, ou ler algo. Os garotos andam tendo problemas com pesadelos então peço que fique em nosso quarto que fica entre o quarto de cada um deles, assim se acontecer alguma coisa você escutará.

O loiro olhou para os dois menininhos que ficaram cabisbaixos com as palavras do pai. Estranhou. Porém concordou assentindo devagar.

Mikoto deixou um beijo no topo da cabeça de cada filho. – Se comportem e obedeçam ao Naruto. – concordaram com um aceno de cabeça.

— Tchau mãe, Tchau pai. – se despediram. Ficando a sós com o Uzumaki.

— Então quem quer brincar de pega-pega pela casa até cansar? – o loiro sorriu como uma criança travessa ganhando um sorriso tímido dos meninos.

[...]

Naruto terminava de cobrir o pequeno Sasuke depois de colocá-lo na cama, de barriga cheia e banho tomado, trajando seu pijama das tartarugas ninjas.

— Eu me diverti muito hoje Naru... – o moreninho sorriu envergonhado. Era muito fechado para pessoas de fora. Mas o Uzumaki era tão legal e gentil que Sasuke rapidamente se apegou ao loiro. As horas brincando e contando histórias contribuíram muito para esse apego fluir facilmente.

— Eu também me diverti muito com você e seu irmão, campeão. – afagou os fios negros do menino pálido e se levantou para sair do quarto.

— Naru! – a voz do caçula Uchiha era estridente, até assustou o rapaz bronzeado.

— O que foi Sasuke? – sua feição era preocupada.

— Pode deixar a luz do abajur acesa? Não quero ficar no escuro, se ele vier aqui não vou conseguir ver e ele vai me pegar. – se encolheu nas cobertas.

— Ele quem? – Naruto não estava entendo.

— O palhaço malvado... – puxou a coberta até cobrir a altura do nariz, deixando somente seus olhos e cabelo de fora. Naruto suspirou e se aproximou do pequeno amedrontado. Agora entendia o que o pai dos meninos estava querendo dizer com os pesadelos.

Crianças tem uma imaginação muito fértil quando estão com medo.

— Olha campeão, não precisa ter medo ok? É só a sua imaginação.

— Não é verdade Naru, eu juro. – disse afobado e o loiro segurou as mãozinhas pálidas para acalmá-lo.

— Shiiiu, tudo bem então, vou ficar no quarto dos seus pais aqui ao lado o tempo todo ok? Qualquer coisa pode me chamar que eu virei correndo.

— Promete? – estendeu o dedo mindinho.

— Prometo. – sorriu entrelaçando seu mindinho com o do garoto de olhos ônix. Cobriu Sasuke novamente e acendeu a luz do abajur deixando o quarto logo em seguida.

Desceu até a cozinha e pegou um pedaço de torta na geladeira sentando em dos bancos que tinha próximo a bancada.

Seu celular vibrou em seu bolso. Pegou o mesmo visualizando uma mensagem. Era Kiba.

“O idiota, vc respondeu o questionário q o prof Kakashi passou? Me passa a resposta da 12, 15 e 18.”

Naruto revirou os olhos.

“Babaca, eu não fiz ainda, vou começar agora.”

“Vc é um vagabundo msm, serve pra nada. Não sei pq ainda sou seu amigo.”

“Vagabundo é vc vira-lata, eu tava trabalhando.”

Respondeu depois de pegar seu caderno da faculdade para fazer o bendito questionário.

“Trabalhando d q?”

“Tô cuidando dos filhos dos Uchiha.”

“Em pleno sábado á noite, que merda hein!”

“Como se vc estivesse se divertindo muito estudando no seu canil...ops! Quarto.”

“_I_”

“Tbm te amo cadela, agora volta a estudar e me deixa estudar tbm.”

“Falou, seu puto. Quando terminar me manda as respostas.”

O Uzumaki riu largando o celular na bancada e se concentrando nas questões de alfabetização. Cursava pedagogia na Federal, seu dom com crianças acabou fazendo o loiro se interessar pela profissão.

Ficou até quase meia-noite na cozinha estudando e trocando mensagens com Kiba e Karin. Guardou seu caderno e livro de volta na bolsa, e apagou a luz da cozinha – depois de lavar a louça que havia sujado – e se dirigiu as escadas. Passou no quarto de Itachi e depois no de Sasuke vendo ambos os meninos dormirem tranquilamente.

Foi para o quarto dos pais dos garotos e deixou sua bolsa em uma penteadeira que havia lá. Quando se virou para cama levou um susto com uma estátua de palhaço de tamanho real em pé no canto do quarto.

— Então era disso que o Sasuke estava com medo. – analisou a figura com uma maquiagem que estava mais para assustadora do que para divertida. – Esse troço é medonho, não é atoa que aqueles meninos tenham pesadelos.

Naruto sentou na cama e ligou a grande TV do casal tentando ignorar a estranha estátua. Fixava seu olhar na tela que transmitia algum desenho bobo que o loiro não estava conseguindo acompanhar por causa do arrepio que a figura medonha no canto do quarto lhe causava.

Sentia os olhos do palhaço fixos em suas costas enquanto assistia a TV. Quanto mais tarde ficava, mais desconfortável o Uzumaki se sentia naquele quarto. Sempre que olhava para a estátua, tinha a sensação de que o palhaço havia mudado de posição, quase imperceptível.

Tentava acreditar que era a sua imaginação lhe pregando peças por causa do medo. Nunca teve receio de palhaços. Quando era pequeno ia a circos com sua mãe e gostava muito. Porém, aquela figura com maquiagem bizarra lhe causava pânico e desconforto. Os olhos eram pretos e ao redor deles havia uma sombra preta. A peruca era azul e cacheada. Trajava um macacão – que parecia gasto - branco com detalhes negros e sapatos vermelhos  cada um com uma bolinha branca na ponta.

Mas o que chamava mais a atenção e perturbava Naruto, era o sorriso maquiado. A tinta ao redor dos lábios era de um vermelho que parecia sangue. E o sorriso era tão grande que ia até a ponta de cada bochecha e deixava o palhaço com uma aparência demoníaca. Naruto não entendia porque os Uchiha teriam algo assim em casa.

Estava tão assustado que saiu vagarosamente do quarto sob os olhos da estátua e se dirigiu ao andar de baixo. Acendeu a luz da cozinha e pegou o post it com o número do casal que estava colado na geladeira, discando o  número de Fugaku.

— Alô? – o patriarca atendeu ao telefone sonolento depois da terceira tentativa de Naruto. Estava ficando desesperado.

— Oi senhor, sou eu o Naruto...

— O que foi rapaz? Aconteceu algo com os meninos? São uma e meia da madrugada.

— Não aconteceu nada senhor Uchiha. Eles estão dormindo. Eu só queria perguntar se tem problema eu dormir em um dos quartos de hospedes que ficam no andar de baixo. – olhou para as escadas com medo de subir.

— Tudo bem garoto, eles estão um pouco empoeirados, mas se quiser usar fique a vontade. Mas por quê? Pensei que fosse dormir em nosso quarto. – questionou Fugaku desconfiado.

Naruto tossiu constrangido.

— Eu sei que pode parecer infantil da minha parte, pois não sou uma criança. – limpou a garganta. – Mas a estátua de palhaço que tem no quarto de vocês está me assustando de verdade. – confessou.

— Estátua de palhaço? – estranhou o Uchiha.

— Sim, a estátua de palhaço que fica no canto do seu quarto senhor. – o loiro respondeu acanhado.

O telefone ficou mudo por um tempo, até que Naruto se manifestou.

— Senhor Uchiha, ainda está ai? Tudo bem?

— Garoto me escute com muita atenção. – o tom do patriarca era sério e inquieto.

— Sim.

— Pegue os garotos e saia da casa rápido, vou ligar para a policia agora e estou indo para ai.

Naruto não entendeu.

— Como assim? Por quê?

— Não temos nenhuma estátua de palhaço.

O jovem ficou atordoado com o que acabará de escutar. Seu corpo não emitia nenhum movimento e o telefone caiu de sua mão.

Ouviu passos na escada e se abaixou escondendo-se atrás do balcão da cozinha. Os passos eram tão firmes que faziam o piso de madeira rugir. Colocou a parte da cabeça para fora da bancada espiando o que era e caiu no chão com o susto que levou com o palhaço que estava ao lado da bancada esperando por ele.

Você gosta de brincar, Naruto? Agora você vai ser o meu brinquedo.

O palhaço foi para cima do loiro com uma grande faca e o atacou acertando sua perna. Naruto gritou com o objeto entrando em sua carne e se arrastou para longe depois de chutar a cara do palhaço com sua perna que não estava ferida.

O garoto levantou e foi mancando até as escadas para proteger os meninos.

Não pode fugir de mim Naruto.

O palhaço voltou a segui-lo, no desespero Naruto pegou um dos vasos com flores que estavam em uma mesinha e do topo da escada jogou contra o palhaço que ficou mais furioso com o ato.

Eu vou desmembrar você, pedaço por pedaço e devorar sua carne.

Os olhos do palhaço tomaram uma coloração vermelha e seus dentes ficaram afiados e enormes.

Naruto correu mancando até o quarto de Sasuke e encontrou Itachi abraçado ao irmãozinho, ambos encolhidos atrás da cama. Trancou a porta do lugar e foi até eles os abraçando.

— Vocês estão bem?

— Sim. O que vamos fazer Naru? Esse monstro vai matar a gente. – Itachi tremia com o irmão nos braços. O sangue escorrendo do ferimento de Naruto deixou Sasuke mais apavorado.

— Eu quero a mamãe... – o caçula choramingou.

— Calma Sasu, a gente vai sair daqui. – Naruto tentou tranquilizá-lo.

Batidas fortes contra porta começaram a soar. A força da entidade era gigantesca. E Naruto sabia que a fechadura não iria aguentar muito tempo.

Precisavam sair dali ou seriam mortos.

Mordeu o lábio inferior com força para tomar coragem e puxou a faca de sua perna. O sangue já havia sujado grande parte da sua calça e o corte era fundo.

— Aaah, Merda!

As dobradiças da porta começaram a ceder. E o desespero tomou conta das três pessoas que estavam naquele cômodo.

O Uzumaki olhou ao redor e fixou sua visão na janela do quarto de Sasuke.

— Da para sair por ali Itachi?

O moreninho olhou para a janela que o mais alto apontava.

— Tem uma árvore que fica no jardim da mamãe. Podemos descer por ela.

— Ótimo!

O jovem correu para janela e abriu os dois lados dando de cara com o grande carvalho que ficava no quintal dos Uchiha. Os garotos correram para perto dele.

— Itachi consegue descer sozinho? – o moreno assentiu e Naruto o pegou no colo e ajudou o garoto a se equilibrar no grande galho.

Uma das dobradiças da porta caiu. E Sasuke gritou transtornado.

— Naru ele vai entrar! – disparou com o rosto banhando em lagrimas.

O Uzumaki pegou o garotinho no colo e ignorando a dor absurda em sua perna ferida, subiu no parapeito da janela, logo pulando para o grande galho.

Sasuke agarrava-se a si e escondia o rosto em seu pescoço. O loiro tentou descer com o maior cuidado possível, e entregou Sasuke para Itachi assim que estava perto do chão. Desceu o último galho e correu mancando pelo jardim junto das crianças deixando o terreno dos Uchiha e indo para a rua.

Suspirou aliviado quando o som de sirenes da polícia chegou aos seus ouvidos. Conseguia ver as luzes vermelhas se aproximando. Estava na calçada com as crianças agarradas a si. E olhou para casa.

O palhaço estava na janela lhe encarando fixamente. O sorriso de dentes afiados e os olhos vermelhos. Deixou uma mensagem no vidro da janela e desapareceu na escuridão quando as luzes da casa se apagaram.

Os policiais desceram dos carros e foram acudir as vitimas e os outros entraram na casa para investigar. Naruto via tudo a sua volta acontecer sem realmente prestar a atenção. Tudo que sua mente processava era a frase que o palhaço havia escrito para era ele.

Eu ainda vou devorar você, Naruto.


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Notas finais do capítulo

E então curtiram?

Estou aberta a opiniões!
Espero que tenham gostado.



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