We are blue escrita por Kagura May


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Agora que me lembrei, esqueci de avisar que nesta terça tive prova e trabalho para serem entregues. Resolvi terminá-los e estudar para a prova.
Desculpinha~
Espero que gostem do capítulo e que tenha compensado a falta da semana passada.
Beijos!~



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Ira

 

Em um teletransporte, voltei para o esconderijo. Meu rosto continuou quente, lembrando de Rikka e de seu calor, não tem como estar de outra forma. Ainda não acredito nisso! Não posso tê-la simplesmente abraçado enquanto dormia.

Será que ela...?

Uma certa esperança veio em mim para que ela tenha tentado dar algum avanço entre nós. Será que estou exagerando ou esperando demais? Droga! Só o fator da possibilidade, já esquenta um pouco meu peito.

 

—  Aonde estava, Ira?

Escutei Leva com sua voz totalmente debochada atrás de mim.

Nem me virei, não fiz questão de prestar atenção na sua pessoa. É perda de tempo.

 

—  Fica na sua. Não sou obrigado a te dar explicações.

 

Fui direto para a pista de boliche e comecei a jogar a bola o mais forte que pude. Escutei Leva dizer algo, mas ignorei totalmente. Com certeza deve ser de mim e das minhas saídas. Deve estar jogando para tentar descobrir o que estou fazendo. Inocente ele em achar que eu fosse dizer tão facilmente, ainda mais por essa inveja sem limites querendo foder qualquer um que esteja melhor que o mesmo. Ou talvez até seria bom jogar na cara que tenho alguém que gosta de mim e que está me esperando - pelo menos, prefiro acreditar nisso - todos os dias.

Sorri com a oportunidade de humilhá-lo de alguma forma, assim como ele fazia, mas confesso que uma pontada veio em meu peito.

Se ele descobrir, estou fodido.

Não sei nem como explicar a sensação. Esse medo de não conseguir seguir da forma como quero. Sempre lutando contra as Precures, ansioso para vê-la novamente mesmo em uma luta e tentar descobrir quem irá ganhar, quase um jogo limpo, mesmo que estamos em mundos diferentes e para ela, o que estou fazendo é errado. Se eles descobrirem, sei que irão me usar para fazer seus jogos sujos e trapacear da pior forma possível, e quando digo pior, é da pior mesmo. Não que seja ruim trapacear, mas meus limites não permitem matá-las só pra chegar no lugar que quero.

 

— Tsu

 

Joguei a última bola na pista e me joguei no sofá mais próximo. Por algum milagre, o sono não apareceu, não consegui pregar os olhos nenhum minuto pensando na possibilidade de descobrirem meu segredo.

Estar com ela, será que é melhor?

Depois dos meus devaneios, só consegui escutar o jeito de Leva com Gula que agora resolveram nos incomodar essa noite. Mammo foi a primeira a se queixar, jogando uma almofada, que encontrou sabe se lá aonde, nos dois e aos berros. Pelo visto estão montando a próxima estratégia contra as Precures de provocação.

O resto nem vi, pois adormeci.

No outro dia, ouvi Mammo reclamar como nunca da presença dos dois ontem à noite. Bel participou pedindo a ela que os ignore já que é nossa única escolha.

Sentei no sofá e os observei, ainda sonolento.

 

— Vou é mandar os dois pro inferno! Que merda! E você, Ira? Não têm nenhuma reclamação?

 

Percebi o tom autoritário e mandão de Mammo esperando que minha mente funcionasse bem logo de manhã cedo.

Suspirei e apoiei a cabeça no sofá pensando no que responderei a ela.

— Aonde estava, Ira?

 

Só quero que eles cuidem da própria vida e parem de encher o saco.

 

Senti um desânimo quando a pergunta de Leva ecoou na minha mente novamente. Ele pode já ter notado alguma coisa ou pelo menos desconfiado. Meu comportamento ultimamente não tem sido um dos mais normais e aposto que minha psyches mudou de alguma forma. Tenho que manter minha guarda antes que Leva resolva xeretar minha vida.

Olhei para Bel que me chamou, com o pirulito na mão, encarou-me junto com Mammo.

 

— O que foi?

 

Esperei a resposta deles, mas só ganhei um breve e longo silêncio.

 

— Fala logo, porra!

— Ira, o que anda fazendo?

 

Senti uma pontada no peito, o medo vindo de poder me denunciar na manifestação das dúvidas e desconfianças deles.

 

— Como assim!? Não tô fazendo nada.

— Está mais calmo do que antigamente.

— Ah, será que o Ira parou de ser aquele pirralho mimado?

 

Provocou Mammo em tom de deboche.

Admito, meu coração bateu um pouco mais forte com a conversa. Espero não ter demonstrado nada além do normal.

 

— Vai se foder! Eu tô normal, caralho!

 

Me joguei de volta no sofá ainda me sentindo ansioso que dessa vez, foi trocado por prazer. Não evitei o sorriso que dei ao notar o nosso envolvimento proibido. Essa enganação toda e a brincadeira de ter que fingir a quem for só para não ter problemas, foi ótimo. Ainda mais com eles desconfiados da forma errada.

Me levantei e olhei para os dois nem evitando meu sorriso irônico.

 

— Estou de saída.

— Sabe que não podemos lutar contra as Precures, né?

— Quem disse que vou atrás delas?

 

Saí e fui direto para frente do quarto de Rikka. Não percebi nenhuma movimentação e nada de conversas. Normalmente ela está conversando ou estudando. Teletransportei para dentro e nada de alguém.

Ela não está...

Saí e fui andar para qualquer canto da cidade querendo me entreter, quando me deparei com um menino, uma criança, e uma garota um pouco mais velha. Ele deu uma flor que tirou do chão do parque e a garota sorria feliz com o presente, agradecendo-o.

Será que...?

Senti meu rosto esquentar com meus pensamentos. Não acredito que estou me preocupando com isso! Por que farei uma coisa dessas? Que tipo de idiota faz algo assim?

Vi novamente os dois brincarem bem animados correndo para os cantos do pequeno local. A felicidade deles me causou dúvidas e certa inveja.

Será que... Ela...?

Balancei a cabeça.

Ela deve ter me envenenado. Só pode! Agora não paro de pensar nessa desgraça!

Quando os dois saíram de perto, desci da árvore e peguei uma das flores. Comecei a observá-la buscando alguma graça para a garota ter gostado de uma coisa tão inútil como essa.

Se eu desse, ela sorriria pra mim desse jeito?

Rikka...

 

— Ira!?

 

Olhei para o meu lado e encontrei a garota dos meus pensamentos.  Me virei a favor a ela e escondi a flor o mais rápido possível nas costas com a mão que a segura. Foi um impulso dominado pela ansiedade e vergonha.

 

— O que está fazendo aqui?

 

Droga! O que respondo?

A amiga dela se despediu e saiu correndo na frente, enquanto Rikka se aproximou de mim, o que fez meu coração disparar.

 

— Vamos?

 

Concordei e a segui. 

Pensei em mil formas de entregá-la, formas que ficassem naturais e sem muita melação. Imaginei como reagiria quando o recebesse.

Aff, devia estar preocupado com a outra e não com isso!

 

— O que você têm?

— Huh!?

 

Dei um pulo.

 

— Está todo estranho. Não me diga que está com medo? Não se preocupe, ela não vai falar nada pra ninguém.

 

Soltei um suspiro sem querer.

Então era isso que estava pensando...

Aceitei a desculpa deixando a sua adivinhação tomar conta do assunto o que a fez sorrir. Talvez se sinta satisfeita? Não entendo. O que falei de tão engraçado? Foda-se.

Quando chegamos em sua casa, a primeira coisa que fiz foi chamar o seu nome - tirando a parte que respirei fundo e me preparei o restante do caminho inteiro para tomar o impulso. Ela olhou para mim confusa, mas ao mesmo tempo animada.

 

— O que foi?

— Toma!

 

Estendi a minha mão com a flor que antes tinha deixado no bolso da minha calça. Evitei olhá-la, meu nervosismo não permitiu qualquer estratégia além de fugir dessa parte.

Ela segurou e eu abaixei o braço, querendo me esconder em qualquer canto. Resolvi dar uma espiada e ver a reação que tanto esperei nesses últimos minutos.

 

— Obrigada, Ira. Amei a rosa. 

 

Vi o sorriso mais lindo que já deu, emanando pureza e brilho em cada movimento. Seu deslumbre foi diferente de todas as vezes que a vi. Isso me prendeu a ela da forma como não gostaria que tivesse sido. É como se tivesse me paralisado sem ter feito nada.

Senti algo quente na minha testa, o que me despertou do transe.

 

— R-R-R-R-R-Rikka!?

 

Suas mãos seguram meu rosto e seu rosto se afasta lentamente da minha testa. Não consegui evitar de corar, ou pior, do meu rosto queimar com sua atitude.

Ela soltou um bufo de riso. Me irritei em seguida, não por rir, mas por ter ficado tão indefeso perante a ela e gaguejado dessa forma.

Isso foi constrangedor...

Mas... Estar com alguém nunca foi tão bom.


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