Aqueles malditos… Estavam usando mais do que fungos…

Consegui escapar das instalações soviéticas (Como gosto de chamá-las), infelizmente só eu consegui. Está um caos aqui fora, ao que parece eles conseguiram chegar à capital. Quando era noite não percebi, mas estou perto de Brasília… ou o que costumava ser a cidade.

Ao sair de meu acampamento parcial, apenas uma árvore que me encostei, comecei a andar, seguindo para o centro. Os prédios, parcialmente destruídos enchiam-se de plantas, para a minha surpresa, os fungos e essas plantas viviam numa espécie de mutualismo. Lembravam os líquens, de certa forma.

Essa nova adaptação dos fungos não era bom sinal, mesmo que não pudessem ir muito longe, ainda estavam ali.

Meu braço esquerdo doía muito, decidi parar na altura da Catedral, encostei-me nos sinos para descansar um pouco.

Enquanto pensava no que fazer por seguir escutei um som, alguém caminhando. Estava bem perto, provavelmente, estava ali antes de mim.

A pessoa se mostrou e, para a minha surpresa, era uma conhecida minha. Ela levava uma escopeta de cano cerrado, estranho para alguém que não gostava de armas:

— E aí… — Ela disse normalmente

— O-Olá…

A indiferença dela me assustava. Quando a conheci, era uma garota enérgica e alegre, agora, tinha uma expressão estranhamente parecida com a minha, que, convenhamos, não era das melhores.

Ela então olhou-me diretamente nos olhos e deu um simpático e reconfortante sorriso, logo depois atirou na minha perna esquerda:

— Entendi… Então você a deixou…

Ela pôs-se a andar, deixando-me ali enquanto me contorcia de dor, não só pelo tiro, mas também pelo braço… Ainda assim… nada doía mais que ter feito aquilo…