O amor abençoado pelo Nilo escrita por kagomechan


Capítulo 10
Visitas boas e ruins


Notas iniciais do capítulo

saiu capítulo! yeey! XD
espero que estejam gostando. comentários são importantes para que eu saiba se estão gostando e onde eu posso melhorar. sem falar de me motivarem à postar mais rápido. por isso, comentem.



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Sadie segurava aquela pequena criatura com medo de acidentalmente deixa-la cair ou algo do tipo ao mero sinal de qualquer movimento. O pequeno Colin se aconchegava em seus braços olhando para ela com seus olhos verdes que tanto lembravam o mar.

— Ele é tão fofo… - disse Sadie.

Algumas horas depois de ter descoberto a gravidez, ela e Anúbis foram visitar Percy e Annabeth para conhecer o pequeno Colin. A casa de Percy e Annabeth estava uma completa bagunça, pois o casal havia acabado de se mudar para Honolulu, Havaí, devido ao novo emprego de Percy do Departamento de Biologia da Universidade do Havaí adquirido graças ao seu diploma de Biologia Marinha. Na verdade, o único cômodo que realmente estava perfeitamente montado, era o quarto do pequeno Colin. Annabeth, que fazia parte de uma firma de engenharia e arquitetura, ainda estava em sua licença maternidade embora já estivesse com a burocracia, que pedia sua transferência para Honolulu, rodando pelas mãos de seus chefes.

— Mil desculpas pela bagunça, de novo - disse Annabeth sentada no sofá.

— Já disse que não precisa pedir desculpas - disse Sadie.

— Entendo como deve ser complicado arrumar tudo e ainda cuidar de um bebê - disse Sam.

Sam, a garota de descendência iraquiana estava com o cabelo castanho escondido por causa de seu hijab, típico acessório muçulmano, e tinha aproveitado para pedir para que Sadie a Anúbis buscassem à ela e Amir, seu esposo de descendência também iraquiana, em Boston para que pudessem visitar Annabeth e Percy também. Afinal, Não foi difícil para Sadie e Anúbis ir até lá, bastou uma mera viagem de Anúbis pelo duat para que chegassem na capital havaiana.

Embora os sofás da sala já estivessem em seu devido lugar, o que seria a sala de jantar estava cheia de caixas e mais caixas com as coisas que ainda faltavam guardar, quase que o grupo todo não cabia na sala de estar.

Sadie olhou para o pequeno Colin por mais alguns segundos e trocou um olhar cheio de significado com Anúbis que, logo ao seu lado, olhava para o pequeno Colin também só que imaginando o filho ou filha deles. Nesse mesmo instante, Percy se aproximava botando uma bandeja com biscoitos, bolo e suco de abacaxi para os convidados. Na mesa de centro também estava as dúzias de falafel que Amir havia trago de Boston direto do restaurante que liderava junto com o seu pai.

— Eu falei que não precisava.. - disse Sadie olhando para Percy.

— Pff. - disse Percy - Vocês são nossos convidados do dia. Ao menos um lanche tenho que dar por terem vindo de tão longe.

— Não é como se tivéssemos demorado muito - disse Anúbis.

— E demos sorte de eles terem aceitado nos dar uma carona - disse Amir com um sorriso sem graça olhando para Percy e então trocando o olhar para Anúbis - Aliás, desculpa abusar assim.

— Mesmo assim vieram - disse Annabeth pegando o pequeno Colin do colo de Sadie pois ele estava começando a parecer chateado por estar longe de sua mamãe - Eu entendo que essa mudança por causa do emprego do Percy pode ter feito com que fiquemos longe de todos e consequentemente deixa visitas mais complicadas mas…

— A oportunidade do emprego era muito boa para se deixar passar - disse Percy dando de ombros.

As olheiras de cansaço se acumulavam embaixo dos olhos de Percy e Annabeth decorrentes das noites com falta de sono que tiveram. Perguntar se eles estavam cansados ou sobrecarregados por estarem cuidando de um bebê seria no mínimo idiota. Contudo, o sorriso indicava que eles estavam verdadeiramente felizes.

— Quando vai voltar a trabalhar, Annabeth? - perguntou Sam.

— Infelizmente, mais cedo do que eu queria - disse a loira soltando um pesado suspiro - Bem queria ficar um pouco mais de tempo com Colin, mas fica complicado. A licença maternidade só cobre 12 semanas. E eu ainda tive que usar duas semanas quando ainda estava grávida.

— Ninguém mandou ficar andando de um lado para o outro como se estivesse ligada no 220 - zombou Percy.

— Aconteceu algo? - perguntou Sadie.

— A sabidinha aí trabalhou tanto que foi parar no hospital. Acredita? Em plenos 9 meses de gravidez! - reclamou Percy revirando os olhos.

— O conceito de ‘relaxar’ parece ser estranho para você então né? - disse Sam fazendo alguns ali darem uma leve risada.

— Me vi literalmente forçada a relaxar depois disso - disse Annabeth - Maaas… se é assim… me digam, Sam e Amir, quando vão dar algum amiguinho para brincar com Colin?

— Foram os primeiros do grupão à casar - disse Percy.

— E a noivar - completou Anúbis.

As bochechas de Sam e Amir ficaram completamente vermelhas, principalmente as de Sam. A jovem se encolheu no sofá e desviou o olhar como se achasse repentinamente a imagem das caixas de papelão da mudança extremamente interessantes. Embora tenha rido com a pergunta que botou o casal numa situação difícil de fugir de dar uma resposta, Sadie não pode deixar de trocar um olhar conspiratório com Anúbis pois sabia muito bem o segredinho que os dois escondiam na barriga da loira.

— N-Não sei… - disse Amir.

— Mas… mudando de assunto um pouco.. quem diria, não? - disse Annabeth - Todos bem adultos agora. Eu e Percy casados. Sam e Amir também. Hazel e Frank também. Nico e Will noivos, assim como Sadie e Anúbis. Parece até que foi ontem que tínhamos que ficar salvando o mundo.

— Acho que já podemos agora é fazer um bolão para chutar qual vai ser o próximo casal a ficar noivo - disse Sadie.

Eles pararam para pensar por um tempo enquanto pensavam em qual casal chutar.

— Cléo - disse Sadie.

— Leo e Calipso - disse Percy.

— Leo e Calipso - disse Anúbis afirmando com a cabeça para Percy.

— Nem você apostou no Carter e na Zia, Sadie? - perguntou Annabeth.

— Não. Meu irmão é complicado - disse Sadie - Vai apostar nele?

— Acho que vou. - respondeu Annabeth.

— Vou concordar com a Sadie. Cléo e Paulo - disse Sam.

— Eu apostaria na Clarice mas vou chutar no Carter e na Zia só para ficar tudo empatado - disse Amir soltando uma leve risada.

— Não vale! - reclamou Sadie rindo também.

— Aliás, já decidiram onde e quando vai ser o casamento? - disse Sam olhando para Sadie.

— Ainda temos que escolher mas… - disse Sadie olhando para Anúbis - estava pensando ontem, aqueles hoteis da praia eram bem bonitos mesmo. Os para o Mar Vermelho.

— São mesmo - disse Anúbis afirmando com a cabeça depois de dar um gole no suco de abacaxi - E o mar vermelho é bem bonito. Apesar do nome, ele é bem azul e também é bem limpo

— Porque ele se chama “Mar Vermelho” então? Quem foram os primeiros a usar ele? - perguntou Percy.

— A honra de pioneiros no Mar Vermelho é nossa. - disse Anúbis - Quanto ao nome, é possível em algumas partes ele ficar vermelho. Se não me engano, acho que o nome da causadora disso é Trichodesmium Erythraeum.

— Falou grego agora. Ou melhor, latim - disse Sam.

— Ah, acho que eu estudei essa coisa estranha aí - disse Percy - é uma bactéria né?

— Ok, devo me preocupar com essa bactéria nadando na água do nosso casamento?- perguntou Sadie.

— Pelo o que me lembro, são inofensivas. Apenas mexem com o… o nitrogênio ou o oxigênio da água. Não lembro direito. Mas era algo assim. Posso olhar para você para que não tenha medo de tomar banho na praia lá. - disse Percy com uma leve risada.

— Agradeceria muito - disse Sadie também rindo.

Depois disso, eles seguiram jogando assunto fora e Sadie aproveitou para chamar Annabeth para ser sua madrinha de casamento. Annabeth prontamente aceitou deixando Sadie então com oficialmente três madrinhas. Enquanto isso, Anúbis não tinha convidado ninguém para tão importante cargo, as suas ideias estavam apenas na cabeça por enquanto.

Pouco depois de mais alguns minutos, Sadie, Anúbis, Sam e Amir deixaram a casa de Percy e Annabeth. Com ajuda da boa e velha carona mágica, Sadie e Anúbis deixaram Sam e Amir na casa deles em Boston e então seguiram com mais uma viagem mágica pelo Duat para Londres. No entanto, não pararam diretamente no Nomo da Inglaterra, pois decidiram passar em algum supermercado para comprar comida. De mãos dadas, casal voltava calmamente para casa depois do supermercado querendo aproveitar a capital inglesa. A responsabilidade de levar todas as sacolas tinha ficado com a mão livre de Anúbis que, embora Sadie estivesse no começo da gravidez, tinha brigado muito com ela falando que ela não deveria estar carregando peso.

— Temos que encontrar um dia para ir ao médico - disse Sadie.

— Se não conseguir encontrar nada amanhã, podemos deixar pra o final de semana que vem - disse Anúbis pensando um pouco.

— Fica mesmo complicado por causa do trabalho ir nos dias de semana.

— Falando em trabalho, como estão as coisas lá na emissora? - perguntou Anúbis.

— Vão bem. Estavam discutindo quem vai substituir e moça do tempo do jornal da manhã enquanto ela tira férias. E meu nome está na lista! - disse Sadie abrindo um sorriso radiante.

— Por que não me contou isso até agora?

— Porque ainda não é certo. É aquele ditado do ovo na barriga da galinha.

Foi nessa hora que Anúbis parou e olhou para trás. Uma estranha sensação crescia dentro de si indicando que algo estava errado. Por uns segundos Sadie olhou preocupada para ele e então esse mesmo olhar de preocupação se direcionou para o mesmo ponto que ele olhava, o cruzamento que eles tinham deixado para trás. Não demorou nem um minuto para uma estranha criatura aparecer vinda da rua perpendicular a rua em que estavam. Dois estranhos animais com corpo de leopardo e pescoço alongado e escamoso como o de serpente corriam na direção deles.

— Serpopards! - exclamou Sadie lembrando bem de quando teve que lutar com alguns daqueles no passado.

Anúbis não pensou duas vezes antes de aproveitar o fato de que estavam de mãos dadas para transportá-los para outro lugar. Teria ido para o interior do Nomo se não fosse o fato de os escudos de proteção, nos quais ele inclusive tinha se empenhado bastante na última semana, impedirem de ele aparecer dentro do Nomo vindo do lado de fora. Não achava que fosse reclamar dessa pequena problemática tão cedo. Tinha investido tempo no escudo para deixar o Nomo mais protegido e ainda estava tentando achar o melhor jeito de restringir aparições aleatórias de seres preocupantes, como Set, mas não impedir a própria aparição. Tinha postergado isso devido à vários motivos e agora se xingava por não ter resolvido esse detalhe mais cedo. Sendo assim, teve que se contentar em aparecer na frente do Nomo.

— Não podemos deixar aqueles bichos andando lá na rua livres daquele jeito! - reclamou Sadie - Podem machucar alguém!

— Eu acho que eles estão interessados em um “alguém específico”. - disse Anúbis.

— Acertou, Inpu - disse uma mulher que estava ali.

O cabelo da mulher era negro como a noite e escorria longo e levemente ondulado por suas costas até quase suas coxas. Seu corpo era levemente bronzeado e bem curvilíneo. Poderia ser uma modelo se não fosse os olhos tenebrosos azuis tão claros que quase pareciam brancos e o sorriso maléfico exibido em seu rosto. Ela vestia um vestido esvoaçante de linho branco que fazia um trabalho porco de cobrir seus seios visto que tinha um decote extremamente generoso. Tudo nela, inclusive a forma de andar, parecia mostrar que ela tinha orgulho de exibir seu corpo.

— Quem é você?! - exclamou Sadie colocando rapidamente mão no Duat e puxando de lá sua varinha.

— El Naddaha, prazer. Pode me chamar de Ginneyya também.– disse a mulher enrolando uma das mexas de seu cabelo ao redor do dedo - Inpu, querido, acho que essa é a hora que você se arrepende de ter aberto mão de sua imortalidade e seus privilégios de deus.

A falta de resposta de Anúbis fez com que Sadie olhasse para ele e então a jovem rapidamente notou que tinha algo de errado. Afinal, Anúbis não só estava quieto demais, como também o olhar vazio fazia Sadie lembrar de filmes quando o personagem ficava hipnotizado. Outra prova disso foi que as sacolas de supermercado em sua mão lentamente escaparam de seus dedos e caíram no chão. Esse pequeno acontecimento, criou como vítima uma dúzia de ovos.

— O QUE FEZ COM ELE?! - exclamou Sadie apontando sua varinha para a mulher.

— Admito que não sou muito famosa, então irei me apresentar melhor - disse a mulher abrindo um sorriso e dando uma piscadela para Sadie com um dos olhos. - Sou praticamente a versão egípcia de uma sereia. Homens são tão fáceis de lidar… não acha?

Sadie não queria mais saber de conversa. Rapidamente movimentou sua varinha gritando os feitiços que sabia. Ginneyya desviava-se com tanta facilidade que parecia estar dançando. Contudo, às vezes se via obrigada a contra-atacar e o fazia lançando ataques de água ou fazendo uso de longas e afiadas garras.

A movimentação na entrada do Nomo logo atraiu os aprendizes que estavam ali. Liderados por Hannah, eles até tentaram ajudar, mas se viram incapazes quando um escudo mágico impediu que se aproximassem da luta. Infelizmente, o escudo mágico não impediu que Serpopards, que chegavam correndo, entrassem. Não importava que onde Sadie e Ginneyya lutavam já estivesse parecendo um incêndio, Sadie não conseguiria lidar com os três sozinha.

Ocupada com Ginneyya, ela não viu quando um Serpopard se aproximou dela pelas costas. Quando tentou se virar no último segundo, no entanto, pode ver Anúbis agarrando o monstro pelo longo pescoço e com um pouco de esforço transformando-o em uma pilha de ossos.

— Voltou ao normal? - perguntou ela depois de um breve ofego.

— A-Ainda está... meio complicado… organizar a cabeça… - disse ele com uma expressão de dor como se estivesse com dor de cabeça.

— Não atrapalhe, Inpu - disse Ginneyya embora não quisesse admitir que nenhum homem jamais conseguiu driblar seu poder assim.

Ao som de som nome em sua forma original egípcia, e não grega como era “Anúbis”, Anúbis pareceu entrar em transe de novo por mais que sua expressão mostrasse que estava lutando contra isso. Sadie se levantou e segurando sua varinha com firmeza, ficou entre Ginneyya e o Serpopard restante.

— O que é que você quer de nós?! - perguntou Sadie.

— Será que devo contar? - disse Ginneyya enquanto botava o indicador embaixo do seu queixo e o Serpopard restante olhava para ela como se esperasse ordens. - Meh. Que diferença faz?

— Desembuche ou eu arranco a informação a força! - exclamou Sadie.

— Saiu à uma hora.. achei que era melhor ser rápida para pegar o prêmio. - dise Ginneyya.

— Que prêmio? - perguntou Sadie perdida.

— O prêmio pelo semi-deus egípcio. Vivo ou morto - disse Ginneyya com um sorriso maquiavélico exibindo dezenas de dentes pontudos.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado. estão preocupados com o prox cap? já tentaram lutar contra monstros mitológicos enquanto grávida? acho que faz parte né? XD