Para Annabeth Chase J escrita por PJOdasfic


Capítulo 1
ÚNICO


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Esse AU pode conter cenas de angustia e violência, então se não gosta, não leia!

Aproveitem!

LEIAM AS NOTAS FINAIS!!



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Nunca pensei que passaria a noite sozinho novamente. Muito menos que seria numa vila abandonada e destruída pela guerra.

Eu estava ensanguentado, jogado no chão do que parecia ser a cozinha de uma casa rural em algum lugar no leste grego, uma cabana sem muitos atributos, feita de madeira, resistente, mas ainda sim pequena, e se eu não estivesse nas circunstâncias atuais, acharia confortável.

Nasci na Grécia e perdi minha mãe aos 12, e meu pai morreu antes que eu chegasse a ver seu rosto, então cresci em um orfanato, com dezenas de irmãos e irmãs.

Depois que me tornei maior de idade, mudei-me para os Estados Unidos e fui realizar o sonho de minha mãe de ter um barco. Ele era relativamente pequeno e o batizei  de Sally J, em homenagem a ela. Como não tinha mais dinheiro, me tornei um pequeno pescador de salmão, indo em viagens que duravam semanas até o Canadá, e depois voltava até New York para descansar.

Em uma dessas voltas conheci o amor da minha vida: Annabeth Chase.

Não sei como tinha conseguido me guiar no mundo antes de conhecê-la, porque com toda certeza ela era meu farol, minha luz guia. Com seus cabelos loiros que emolduravam seu rosto como cascatas douradas; seu sorriso brilhante e muitas vezes desdenhoso para com minhas histórias mirabolantes de pescador; seus lábios doces e delicados; e seus olhos... Ah, seus olhos! Eles eram como duas tempestades cinzas, aquelas quedas d'água que lavam a alma e te fazem seguir em frente, pronto para enfrentar qualquer coisa.

"Amada Annabeth...". Comecei a escrever.

E então veio a maldita guerra.

Fui convocado logo de início, e por isso não tive nem ao menos uma chance de sentir esperança. Aquele telegrama que chegou até minha casa, que há alguns meses dividia com minha linda Annie, com letras grandes e palavras bonitas para me motivar a ser patriota e corajoso. O que eu era, mas eu não queria deixar minha esposa.

"Me desculpe por não conseguir fazer aquelas panquecas que lhe prometi um dia antes da convocação chegar...". Sentia minhas mãos tremerem e as lágrimas começarem a se acumular em meus olhos, não apenas pela dor física, que parecia se espalhar por todos os músculos e ossos de meu corpo, mas também por ter que escrever aquelas palavras... Eu tinha dito que não diria adeus.

Tínhamos nos casado dois meses antes, numa cerimônia simples, mas muito emocionante. Eu a amava e estava feliz. Fiquei imaginando se minha mãe e meu pai ainda estivessem conosco, sua alegria em meu casamento, seus abraços fortes e desejos de muita felicidade aos noivos.

Eu pensava todos os dias neles também, além de Annie, depois que cheguei ao encontro de meu pelotão, agora meus amigos de batalha. Cada um com suas histórias, dores e segredos.

"[...] Eu fiz alguns amigos aqui, sabe? Você sempre disse que eu tinha essa facilidade natural de fazer amizades. Um deles gosta muito de panquecas também, o Valdez, nosso consertatudo. Tem também o Grace e o Zhang, o loiro eletricista e o chinês veterinário. Você iria adorar conhecê-los. Grace e Zhang também são casados..."

Ordenei ao meu pelotão que batesse em retirada, já que o inimigo havia nos encurralado perto de um vilarejo abandonado. Um de meus parceiros, Jason Grace estava muito ferido, perdendo muito sangue, precisava rapidamente de ajuda, por isso fiquei para trás, retardando o avanço inimigo. Agora eu estava sozinho há mais de 14 horas, o céu escuro e o som apenas do vento, porque aparentemente até os grilos haviam fugido.

É claro que hesitei antes de ir, eu poderia fugir, não? Pegar meu barco, Annie, nossas coisas de mais valor e fugir para o mar. Viver lá até que a guerra acabasse. Mas... O quão errado seria isso? Mesmo não tendo poder sobre nós mesmos, sendo apenas instrumentos do governo para matar em nome de um ideal, não me pareceu certo deixar que pessoas morressem sem que eu pudesse fazer alguma coisa para ajudar, mesmo sendo um homem só.

"[...] Em uma dessas noites, Valdez começou a contar seus planos para o futuro. Ele quer ter uma oficina, assim como a mãe dele. Então eu fiquei pensando como seria nosso futuro, se teríamos filhos, sentraríamos naquela discussão para saber se eles se chamariam Tyson, Grover e Rachel, em homenagem aos meus velhos amigos do orfanato, e você diria veementemente que não, que os nomes Charlie, Will e Thalia seriam nomes muito melhores..."

Enquanto fazia os inimigos se afastarem da rota que meus companheiros haviam tomado, acabei sendo atingido no ombro e na perna. E depois de todas aquelas horas, do frio da madrugada e o silêncio de vozes conhecidas, estava começando a ficar difícil ignorar a dor exorbitante, mesmo com minha tentativa fajuta de estancar os sangramentos, lutando para me manter concentrado na escrita.

"[...] Eu não consigo me lembrar da última vez que te disse o quanto você é importante para mim, com todas as palavras. Então aí vai: Você foi uma das pessoas mais importantes da minha vida, eu agradeço aos deuses por terem me dado o privilégio de ter te conhecido e divido uma parte da minha vida contigo, mesmo que tenha sido pouco, valeu muito a pena..."

As lágrimas já rolavam pelo meu rosto sem que eu tivesse pudor. Eu chorei quando minha mãe morreu, chorei quando tive que dizer adeus aos meus amigos do orfanato, chorei quando tive que me despedir de Annabeth antes de voltar para a Grécia e ser designado para meu pelotão, e estava chorando agora. Eu estava com medo.

"[...] Não sei se voltarei a ver você, mas saiba que todos os meus bens são seus e que eu sei que você é uma mulher forte e independente que sabe se virar sem ajuda de ninguém, e que deixa muitos céticos de queixo caído..."

As coisas estavam começando a ficar indistintas, o vento já não parecia fazer barulho nas árvores lá fora. Minha respiração estava ofegante, então trato de encerrar logo a carta.

"Eu te amoAnnabeth Chase Jackson. Te amei desde a primeira vez que me vi perdido em seus olhos tempestuosos, até quando me aplicou aquele golpe de karatê depois de eu ter me atrasado para o jantar num dia de pesca.

Por favor, me perdoe por não cumprir a última promessa que fiz a você antes de partir, a promessa de voltar e te abraçar, te beijar e ver novamente seu lindo rosto. Me perdoe.

Com amor, Perseu Jackson".

Dobro o papel amarelado que tinha arrancado de um dos muitos livros espalhados no chão.

"Para Annabeth Chase J".

Eles não iriam chegar a tempo. Eu iria dormir sozinho uma última vez. Mas ao menos eu... Disse que a amava, e com certeza, se achassem o meu corpo, levariam a carta até ela, e isso valia todo o esforço.


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Notas finais do capítulo

E fim!

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Escrito por: ~March

Betado por: -Lah (@Laísm )



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