O princípio do fim escrita por Sayuri


Capítulo 1
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/755768/chapter/1

A cidade de Black River se caracterizava como uma típica cidade interiorana, pacata e de baixa criminalidade localizada não muito longe da capital estadual, até a construção do enorme centro de saúde construído pela multinacional HealthCare S.A.

Contando com os incentivos fiscais do governo, a companhia investiu forte e aproveitou a localização para montar um centro especializado. Equipado com aparelhos sofisticados e os melhores profissionais na área da saúde, o centro se comprometia em cuidar de casos raros e delicados, garantindo a procura de pessoas de diversas cidades do país.

O prédio branco à esquerda era o maior de todos e onde se localizava o hospital, a emergência, as salas de consulta e cirurgia. O prédio possuía estacionamento e entrada própria, facilitando o acesso dos moradores e funcionários. Possuindo uma saída pelos fundos que dava acesso aos demais prédios.

À direita estava um pequeno sobrado com um galpão ao lado. No sobrado estava localizado o centro de coleta para exames, a farmácia local e o corredor de acesso ao laboratório. O galpão era uma distribuidora dos remédios produzidos no laboratório.

O laboratório era cercado e um pouco afastado do prédio de acesso, os funcionários eram revisados antes e depois do expediente. Os únicos veículos que tinham autorização de circular na área eram os caminhões de transportes da própria companhia que levavam os remédios embalados até o galpão para serem despachados ao seu destino.

Havia ainda uma construção aos fundos onde funcionava o manicômio, que passou a ser famoso por seus tratamentos revolucionários. Esta construção era um prédio de três andares e quatro alas que formavam um quadrado em volta do agradável jardim ao ar livre com um lago cercado e pássaros que montavam seus ninhos nas árvores.

Mas era o prédio central o mais chamativo e luxuoso. Com uma estrutura imponente, o prédio era uma demonstração de ostentação e presunção da companhia. O prédio comportava a administração, os setores de apoio e todo o avançado sistema de segurança, onde Bonga Kuenda observava tudo.

A criatura baixinha e magra, de cabelos castanhos claros e olhos verdes vidrados nas telas à sua frente, sentava ereta em uma cadeira alta e sem encosto enquanto mexia seus dedos tão rapidamente que parecia que os comandos dados eram simultaneamente, embora as luvas dessem mais mobilidade à troca de comando entre telas, era somente pela sua habilidade que isto podia ser feito a uma velocidade impressionante.

As telas mostravam imagens captadas pelas câmeras de segurança de todos os prédios. O computador analisava as imagens, detectando anomalias, como rostos não identificados ou cadastrados, pessoas correndo ou coisas caindo, emitindo um alerta e mostrando a atividade suspeita na tela principal. A função de Bonga Kuenda era cuidar e fazer a manutenção das telas e do sistema, mas ele gostava de observar.

Coisas interessantes podiam acontecer e todos ficariam chocadas com o que Bonga sabia. Poucos, como Karl-Erik, saberiam tirar proveito da situação.

— E então, Bonga, quais as fofocas do dia?

— Anna brigou de novo com o dr. Roberto, disse que ele estava negligenciando seus pacientes.

— Já é o terceiro médico com quem ela se encrenca. Se continuar assim, ela não vai durar muito tempo.

— Erik, se você continuar assim, ninguém vai durar tempo algum.

Karl-Erik riu.

— Então não posso decepcionar minha plateia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O princípio do fim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.