Notícias de natal - Hayffie escrita por F Lovett


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

E lá vamos nós de novo!

Fic de natal (totalmente fora de época), espero que gostem!!!

Manas do grupo de Hayffie, txoma que essa é toda de vocês ♥

Boa leitura! ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/755634/chapter/1

Véspera de natal sempre me deixa ansiosa demais. Hoje, em especial, toda a equipe de preparação comemorará no meu apartamento, já que todo ano escolhemos a casa de alguém diferente. Recebê-los aqui me deixou muito animada e, ao mesmo tempo, extremamente atarefada. Tudo tinha que estar perfeitamente organizado para eles. Não que eu esteja esperando algum estranho, até porque toda a equipe é composta por amigos meus. Mas organização é o meu sobrenome. 

Tudo bem. Depois que dei por finalizado, finalmente pude dedicar o tempo que restava para mim. Cinna e Portia chegaram um pouco mais cedo e acabaram me ajudando a escolher a peruca que usaria hoje à noite.  

— Ai! - exclamo quando Cinna põe um grampo com força demais. - Desse jeito você vai perfurar o meu cérebro! 

— Deixa de drama, Effie – Cinna rebate, terminando de arrumar o penteado da peruca. Faço uma careta e ele responde com uma breve risada. Apesar do estresse momentâneo, temos algo pelo qual comemorar: temos nossos vitoriosos. 

Quando finalmente terminamos, vou até o espelho maior e analiso o conjunto roupa e peruca, deduzindo que a escolha foi certa. Olho em agradecimento para Cinna, que parece satisfeito com o resultado. Olho para o decote do meu vestido vermelho desejando que meus seios fossem pelo menos um pouco maiores e bufo. Cinna parece perceber. 

— Você é linda assim, Effie – ele diz, vindo na minha direção. - Pare de se preocupar com isso – seu tom de voz vai baixando aos poucos até ele parar com as mãos nos meus ombros. Ele leva o rosto até o meu ouvido e fala baixo: - Aposto que Haymitch nem liga. 

Meu estômago congela e fico boquiaberta com o seu comentário. Com um sorriso de vitória, Cinna se afasta enquanto me viro para fitá-lo, sem saber o que dizer. 

— Cinna... - gaguejo. 

— Tudo bem, não se preocupe – ele não precisa dizer mais nada. Sei que não contou a ninguém. - Mas seria ótimo se vocês contassem de uma vez por todas – ele diz antes de sair. 

Portia já havia saído do quarto para atender a quem acabara de chegar. O pessoal estava chegando, então estava na hora de sair. 

Por incrível que pareça, todos chegaram juntos: Octavia, Flavius e até Haymitch. Cumprimento cada um deles, sendo Haymitch o último. Ele me abraça até com delicadeza, depositando um rápido beijo no meu pescoço quando, ao meu ver, ninguém nos observa. Me arrepio com o toque e torço para que ele não tenha percebido, mas meu suspiro provavelmente me denunciou. Ele ri brevemente antes de tomar distância e se encaminhar para o sofá. Enquanto isso, fico parada no mesmo lugar, apenas acompanhando-o com o olhar. 

Suspiro e tento voltar a mim. Não está sozinha em casa, Effie; repito para mim mesma. 

Me encaminho ao sofá e acabo me sentando ao lado de Haymitch. Cinna me lança um olhar bastante sugestivo, mas finjo ignorá-lo. 

— Não querendo ser chata logo de início, mas hoje vou precisar sair um pouco mais cedo, pessoal – Octavia começa a dizer. - Eu estou esperando a resposta de um cara... talvez a gente saia hoje. 

— Hoje? - Cinna indaga como se recebesse uma proposta indecente. - Não tinha dia melhor? 

— Por que não o trouxe, então? - sugiro. Octavia levanta uma sobrancelha como se estivesse em dúvida. - Chama ele! 

Depois de um pouco de insistência, Octavia acabou cedendo. Ela se levanta e vai até a varanda com o celular na mão. 

— Acho que vou pegar algo para bebermos – digo, levantando do sofá. 

— Você quer ajuda? - Haymitch indaga. Dou de ombros e sei que ele não está só oferecendo ajuda. 

— Claro. 

Ele vem rapidamente no meu encalço. Abro o armário e retiro algumas taças, esperando que ele comece a falar. Seu silêncio se prolonga enquanto termino de pegar as taças, até que sinto suas mãos me envolverem pela cintura. Sinto seus lábios encostarem na minha nuca, depositando um leve beijo. 

— Eu quero falar com você - murmura. Ele leva uma mão até a minha, me fazendo virar de frente para ele. Aproveito e acabo fazendo o balcão de apoio para mim. Olho por cima do ombro de Haymitch e percebo que ninguém está por perto. - Está vindo alguém? - ele pergunta. Meneio a cabeça em um não. Haymitch, então, traz o seu rosto bem próximo, até encostar no meu, e assim permanece. 

— O que você queria dizer? 

— Você adora quebrar o clima – ele rebate, me fazendo rir. 

— Fala logo! - insisto. 

Haymitch respira fundo antes de prosseguir. 

— Eu falei com o Cinna antes de vir para cá hoje - Haymitch começa a dizer, passando seus dedos pelas minhas mãos. Sei muito bem o que ele irá dizer após ter citado o nome de Cinna. Isso acaba me deixando escapar um fio de sorriso. - Enfim... acho que você sabe o que eu quero dizer. 

Meneio a cabeça em concordância e umedeço os lábios antes de voltar a encará-lo. 

— É, ele também falou comigo – comento, seguida por um suspiro, lembrando na nossa breve conversa enquanto eu me arrumava mais cedo. - Acho que está na hora, não é? 

— Já enrolamos por muito tempo. 

— Dois anos - reforço. Haymitch ri pela minha insistência em lembrar de períodos.  

Ele nunca lembra.  

Tudo bem. Quase nunca. Ele acerta quando completamos mais um ano. 

— O que Katniss e Peeta pensariam? - indago, tentando imaginar a reação do casal desafortunado do Distrito 12.  

Haymitch também parece se divertir com a ideia da reação deles e ri novamente. Seus braços encontram a minha cintura e ele me puxa para mais perto. 

— Katniss com certeza ficaria surpresa – Haymitch conclui, nos fazendo desatar a rir. Encosto meu rosto no seu ombro enquanto cessamos as risadas aos poucos. Risadas de duas pessoas aliviadas, realizadas por terem feito um bom trabalho nos últimos jogos e, mesmo com toda a confusão que parece ainda existir por trás de tudo, temos os nossos dois vitoriosos vivos.  

Até cogitei chamá-los para virem hoje, mas acredito que a Capital seja o último lugar que queiram visitar agora e o aconchego de casa deve ser a melhor opção para eles. 

Então Haymitch me beija. Suas mãos continuam me puxando para mais perto de si como se isso fosse possível. Seguro o seu rosto, deslizando meu polegar pela sua barba malfeita.  

— Será que os pombinhos vão sair por conta própria da cozinha ou vamos ter que rebocar? - a voz de Cinna soa em alto e bom som da sala. Interrompemos o beijo no mesmo instante, nos encarando enquanto prendemos o riso. 

— Acho que é a nossa deixa – digo por fim. Meu estômago revira enquanto imagino a reação de todos na sala, visto que agora fez-se silêncio no cômodo.  

— Ele é muito discreto – Haymitch comenta, sarcástico. 

— Bom, é melhor irmos logo. 

Pego a garrafa e duas taças e Haymitch se encarrega de levar o restante. Mordo o lábio em nervosismo quando saímos da cozinha para a sala de estar, e todos estão como eu suspeitava: surpresos e desconfiados. Encontro o olhar de Cinna, que parece se divertir com o que vê, então lanço um olhar furioso na sua direção, o que acaba divertindo-o ainda mais.  

Eu poderia até estar mais nervosa diante dessa situação, mas me lembro que estamos entre amigos, então a melhor forma de acabar logo com isso é jogando o jogo de Cinna.  

Coloco a garrafa de vinho e as taças no centro e Haymitch faz o mesmo. Portia se afasta um pouco no sofá para nos oferecer espaço. Murmuro um agradecimento e sentamos no sofá.  

Eles continuam nos encarando. 

— O que foi? - indago, fingindo estar confusa. 

— Effie... - Octavia começa a dizer, parecendo estar tentando encontrar as palavras corretas. - Você e o Haymitch...? - ela aponta de um para o outro, deixando a pergunta no ar. Ela não precisa terminar. 

— Ah! - exclamo, numa surpresa fingida. - Ah, isso! - dou de ombros e olho para Haymitch que parece estar um pouco perdido. Dou uma piscadela e ele parece entender o recado. Me recosto no sofá e ele passa o braço sobre meu ombro. - Nós estamos juntos – digo por fim. Assim. Direto. Sem rodeios.  

Eles continuam em silêncio por mais alguns instantes, digerindo a informação. Olho para Cinna e ele parece... orgulhoso. Eu diria satisfeito.  

— Isso é uma piada, não é? - Flavius quebra o silêncio que se seguia. Todos os olhares se voltam para ele que se encolhe na poltrona. 

— Flavius, eu vou começar a te pagar para ficar calado – Portia dispara e todos desatam a rir. Foi bom ela ter quebrado o clima estranho que havia se formado na sala. Já estava começando a ficar constrangida. 

Seguro a mão de Haymitch sobre meu ombro e entrelaço nossos dedos. Ele se move um pouco no sofá para que eu apoie minha cabeça no seu ombro. Consigo ouvir alguém soltar um "own" e tenho quase certeza de que tenha sido Octavia.  

— Eu não sei vocês, mas eu vou tomar um pouco desse vinho – Cinna diz, se levantando da sua poltrona. Isso parece desviar um pouco a atenção dos demais. Ele organiza as taças no centro e começa a encher as doses, deixando para que cada um pegue a sua.  

Octavia mexe empolgada no celular e um sorriso surge em seus lábios. Ela dá de ombros e murmura algo para Cinna, que parece aprovar alguma coisa. Se eu estiver certa, seu pretendente parece estar vindo. Isso acaba se confirmando quando ela olha para mim e aponta para o celular, tentando mostrar algo na tela que daqui não consigo ver bem. Ela sussurra um "ele está vindo", então ergo minha taça e sorrio em resposta. 

— Tudo bem, gente – Cinna diz, em pé no meio da sala. Todos voltam sua atenção a ele. - Eu queria dizer umas coisas... Enfim, mais um ano juntos e finalmente conseguimos nossos vitoriosos – a ênfase no finalmente nos fez rir um pouco. Todos já estavam quase perdendo as esperanças de um dia conseguirmos, mas esse dia chegou e agora estamos comemorando isso. - Acho que fizemos um ótimo trabalho em equipe e queria deixar claro que somos mais do que isso. Somos amigos – Cinna sempre sabe que palavras deve usar e eu sempre irei admirar isso nele. E quando seu olhar me encontra, um rápido flashback se passa na minha cabeça, alguns dos vários momentos em que realmente fomos mais do que apenas uma equipe de preparação. E eu nunca irei esquecer isso. - É claro que alguns de nós também são mais do que amigos – ele acrescenta, olhando de mim para Haymitch. Desatamos a rir novamente. - Bom, é isso. Vocês sabem que eu adoro fazer esses discursos, mas acho que dessa vez eu precisava falar isso... Então vamos logo fazer um brinde e beber! 

O desfecho cômico de sempre. Uma marca registrada do Cinna que eu conheço bem. 

Todos nos levantamos e erguemos nossas taças. Começo a sentir um pouco de fome e me pergunto que horas são.  

— A mais um ano juntos como equipe – Cinna retoma. - Aos nossos vitoriosos, ao nosso novo casal do grupo, que de novo não tem nada... - ele sempre sabe como nos fazer rir. Seu olhar, no entanto, torna-se um pouco misterioso de tão sério. Seu olhar fixa em Haymitch quando ele finaliza o brinde. - E ao futuro. 

— Ao futuro – todos repetem, mas fico tão intrigada que acabo apenas levantando a mão com a taça. Todos começam a beber o vinho e Haymitch, como de costume, vira sua taça. Tomo um pequeno gole da minha dose e quando ele olha para mim logo parece perceber a confusão que está se formando na minha cabeça. 

— O que foi? - indaga. - Você sabe que eu sempre viro doses pequenas. 

— Não era isso que eu ia falar – respondo e abaixo o tom da minha voz. - Está acontecendo alguma coisa que eu não sei? 

Haymitch parece respirar fundo. Ele dá de ombros e pousa sua taça no centro, como se quisesse ganhar tempo para me responder. 

— Tudo bem, deixe sua taça aí - ele pede e, um pouco relutante, acabo deixando-a no centro. Haymitch segura minha mão e me leva até a pequena varanda do meu apartamento.  

A campainha toca quando chegamos. Haymitch se vira e pede que alguém atenda, já que a única pessoa que estava para chegar era o tal pretendente de Octavia.  

Haymitch parece um pouco ansioso quando vem falar comigo e isso acaba me deixando preocupada. Dizer apenas "ao futuro" abrange qualquer coisa que está por vir, mas o tom de Cinna e a seriedade dele me dizem que é algo muito específico e talvez até... perigoso. 

— Effie – Haymitch começa. Não gosto muito de quando ele inicia uma conversa séria pelo meu nome. Geralmente ele faz isso quando está chateado com algo ou quando está prestes a me dar uma notícia ruim.  

Penso em Katniss e Peeta de imediato. Que outro assunto nos preocupou tanto nos últimos tempos além deles? Aquele casal acabou se tornando os nossos protegidos e tenho certeza de que qualquer membro dessa equipe estaria disposto a fazer qualquer coisa para mantê-los seguros. 

— É alguma coisa com os garotos, não é? - lanço a pergunta de uma vez, o que acaba pegando Haymitch de surpresa. Ele hesita um pouco, parecendo desconcertado. Então ele baixa o olhar, dando de ombros em seguida. Sua testa franze e então os meus batimentos aceleram.  

Touché. 

Minha respiração perde o ritmo. Preciso me apoiar no parapeito e sentir o vento. Não é possível que eles estejam correndo algum risco. Eles não podem! Simplesmente não podem! 

— Eles estão bem – ele finalmente fala. - Estão em casa, estão bem – repete. Prenso os lábios, aguardando que ele diga mais alguma coisa. - Mas... - ah, aquele "mas", aquele terrível "mas" que sempre aparece para mostrar que nem tudo está bem. - Dizem que Snow está furioso com a história das amoras. Katniss e Peeta simplesmente acabaram com o sistema dele com aquela cena.  

À medida que as palavras saem da sua boca, me lembro de tudo que aconteceu naqueles últimos minutos dos Jogos. Mas estávamos tão eufóricos que nada mais poderia passar pela minha cabeça além de apenas comemorar com a equipe. 

— E você sabe muito bem o que a Capital faz com quem encontra as falhas no sistema. 

Ele só precisou dizer isso. Rapidamente me recordo de quando ele me contou a causa dele beber tanto, tudo o que aconteceu depois dos Jogos que ele venceu. E agora a história se repete, com outros protagonistas, com outra falha. Mas ainda não chegamos na parte ruim e é isso o que o preocupa. É isso o que me desaba. 

Cubro o rosto com as mãos quando as lágrimas começam a se formar. Minha mente é preenchida por situações horrendas onde os garotos perdem a família e tudo o que amam. Eles não merecem isso.  

Os braços de Haymitch me envolvem num abraço do qual eu gostaria de nunca mais sair. E quando eu começo a soluçar, ele me aperta um pouco mais, como se quisesse me lembrar de que ele está aqui, bem aqui, e não vai me deixar sozinha. 

— O que vai acontecer agora? - pergunto sem esperar uma resposta. As mãos de Haymitch sobem e descem pelas minhas costas, procurando me tranquilizar.  

Ele sabe bem fazer isso. 

— Não vamos deixar que nada aconteça - ele murmura no meu ouvido. Ele afrouxa um pouco o abraço e eu o contorno com os meus braços. Haymitch leva uma mão até o meu rosto, passando o polegar para enxugar as minhas lágrimas. - Eu prometo. 

Meneio a cabeça em concordância, mesmo não fazendo a menor ideia do que está por vir. Mas pelo menos ele me disse, e sei que não está mentindo quando vejo Cinna nos observando da sala, através do vidro da porta, um semblante ainda sério e aparentemente satisfeito com o que vê. 

— Eu vou deixar que você saiba de tudo no tempo certo – Haymitch volta a murmurar. - Mas agora isso é tudo que precisa saber. 

Fecho os olhos e inalo o seu cheiro. Não vou insistir para que me diga mais coisas por mais que eu esteja curiosa e preocupada com tudo isso. Ele sabe o que está fazendo. Ele conhece os Jogos melhor do que qualquer outro aqui dentro.  

Haymitch pede para voltarmos à sala. Solto um muxoxo, mas concordo em voltar. Obviamente não passaríamos o resto da noite ali, longe do restante do pessoal. Não faria sentido algum. Afinal, era natal.  

Voltamos a nos sentar no sofá e as conversas são retomadas. Volta e meia eles voltam a falar sobre "o novo casal do grupo", é claro, se não falassem não seriam eles. Mas fico feliz pela reação, apesar das piadas anteriores, principalmente depois de ouvi-los dizer que, no fundo, torciam para que isso acontecesse um dia. 

Em alguns momentos acabo me pegando com os pensamentos nos garotos, pensando no que Haymitch havia falado sobre as amoras e o que poderia a vir. E em cada um desses momentos de devaneio, ele acaba me trazendo de volta, seja num abraço ou num beijo, deixando claro que está prestando atenção em mim. Chega a ser até um pouco irônico um Haymitch Abernathy tão atencioso e carinhoso assim, mas é a verdade. 

À medida que o tempo vai passando e a festa vai chegando ao fim, chega a hora de todos irem, mesmo após a insistência para ficarem e arrumarmos o espaço para todos. Mas valeu à pena. Sempre vale. 

Acabamos deitados no sofá, observando o que restou sobre o centro. A garrafa de vinho já estava com mais duas do lado, já esvaziadas. Pratos postos um sobre o outro, gritando para serem lavados. Mas me falta coragem para levantar e arrumar tudo. O sono está falando mais alto no momento. 

— Eu poderia dormir aqui mesmo – comento com os olhos fechados. Haymitch, deitado atrás de mim no pequeno espaço que o sofá nos oferece, aperta a minha cintura e deixa um beijo na minha nuca.  

— Você não dorme de peruca – ele diz.  

Sorrio ainda de olhos fechados.  

— Nós temos que dormir – insisto. Haymitch abafa um riso antes de se levantar do sofá, me fazendo soltar um muxoxo de preguiça. Ele estende a mão para me levantar e mesmo contra a minha vontade o faço.  

Eu gostaria de deixar para arrumar tudo amanhã, mas a minha mania de organização me diz que isso seria totalmente errado. 

— Olha, vai tomar um banho e deixa que eu arrumo as coisas aqui, ta bom? - ele sugere, como se lesse a minha mente. Não seria a primeira vez e tenho certeza de que não é a última. - Tenho certeza de que passou o dia inteiro deixando tudo perfeito, e se quer saber... foi uma noite maravilhosa.  

A convivência com Haymitch me fez conhecer um lado totalmente oposto ao que ele costuma mostrar em público. E isso faz com que eu me sinta a mulher mais sortuda do mundo.  

— Você vai ficar aqui até o ano novo, não vai? - proponho com a voz rouca. Haymitch, por sua vez, aponta com a cabeça para a mala deixada próxima a porta de entrada, voltando a me fitar com um belo sorriso nos lábios. Ele me beija, aproveitando para me envolver num abraço aconchegante.  

É bom poder sentir isso quando não estamos nos Jogos. Haymitch acaba se mostrando muito mais tranquilo, já que não temos toda aquela programação para seguir. E mesmo com o que pode vir mais adiante, mesmo com as nossas preocupações, ainda consigo sentir o alívio dele. E saber que eu colaboro com essa mudança faz com que eu me sinta completa. 

Talvez ele só precisasse de alguém que, antes de mais nada, pudesse ouvi-lo. E ele sempre soube que, apesar das minhas reclamações constantes, sempre pôde contar comigo. Eu não sei, realmente não sei como tudo isso começou. Às vezes é como se tudo tivesse acontecido de repente e quando dei por mim já estava me apaixonando pelo mentor. Mas de uma coisa eu tenho certeza: eu não vou deixar que isso tenha um fim. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem e deixem a Lovett feliz! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Notícias de natal - Hayffie" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.