Cinco Mil Memórias Por Segundo escrita por Wolf White


Capítulo 2
Último Capítulo. My Damn Ignorance...


Notas iniciais do capítulo

Olá novamente xuxus :3 como tem passado? Cá estou eu com o último capítulo dessa two-shot/short-shot, como preferirem chamar xD ♥

PRIMEIRAMENTE OBRIGADA TECHU POR FAVORITAR A FIC ♥ DE CORAÇÃO, NÃO SABE O QUANTO TO FELIZ AQUI XD

Essa capítulo é um pouquinho maior :3 e eu espero que vocês gostem, confessando aqui pra vocês que quase chorei escrevendo isso u.u mas oh... segredo hein, não contem para ninguém u.u xD

Adoro escrever cenas emotivas, pois tenho uma certa dificuldade em me expressar normalmente, então acabo usando meu máximo de sensibilidade nessas cenas ♥

Aqui temos também a apresentação de uma personagem própria minha, talvez ela lembrem vocês de uma certa loira xD Não quis me aprofundar tanto no universo de DN pois como dito antes, minha memória está meio falhada então ficou assim mesmo ;-;

Por esse motivo também que alguns acontecimentos tentei não ser muito evasiva, os escrevendo superficialmente.

Dessa vez coloquei também a tradução da letra da música xD (vai que ajuda, non?) creio que todos já ouviram ela pelo menos uma vez... mas mesmo assim é incrível :3

Sem mais delongas amorecos... tenham uma boa leitura ♥ até as notinhas finais com mais algumas informaçõezinhas.



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And all I can taste is this moment
And all I can breathe is your life
And sooner or later it's over
I just don't want to miss you tonight

 

" E tudo que posso sentir é este momento
E tudo que posso respirar é a sua vida
E mais cedo ou mais tarde se acaba
Eu só não quero ficar sem você essa noite "

 

(Iris, Goo Goo Dolls)

 

Tão irônico, em minha cabeça ainda continuava me perguntando se ele era masoquista ou algo do gênero, ou… talvez eu quem seja, por inúmeras vezes massacrando meu orgulho próprio.

Matt estava mais alto que eu, os cabelos um pouco mais curtos, os googles ainda existiam, e estavam ainda mais inseparáveis agora. Ele tinha com o cenho franzido, os braços cruzados e olhava-me fixamente, sentado no sofá marrom.

— Então… não vai comer? Mesmo? — Indicava o prato de comida que estava em minha frente, posto em uma mesinha, apenas olhar para o prato fazia meu estômago revirar, e um gosto amargo se apoderava da minha boca.

— Eu realmente preferia uma barra de chocolate. — Suspirei, mas Matt continuou firme. — Mail…

Um sorriso de canto surgiu em seu rosto, e ele se levantou quando ouviu a campainha tocar, afagando meus cabelos quando passou por detrás do sofá que estava.

Eram um jogo de dois sofás, um de três lugares, no qual Matt estava, e um de dois, com uma mesinha de madeira os separando.

— Mais tarde, agora você precisa comer… — Foi até a porta pegando a pizza que encomendara, logo em seguida se sentou no mesmo lugar, abrindo a caixa e tirando uma fatia repleta de queijo e calabresa. — Faz pouco tempo desde a explosão, você está fraco, precisa de energia, Mihael.

— Me pergunto como cresceu tanto comendo essas bobagens, mamãe… — Arqueei uma sobrancelha, zombeteiro e abafando uma risada a muito custo.

— Ao menos elas possuem alguma proteína, diferente de quilos de chocolate — rebateu sorrindo, mas o sorriso murchou quando o celular que repousava sobre a mesinha apitou, ele rapidamente pegou o aparelho, o encarando durantes alguns segundos. — Merda.

— O que houve?

— Um dos clientes está vindo pra cá.

— Pensei que eles não soubessem onde morava, isso é perigoso. — Tentei fingir indiferença.

— Normalmente não, mas… — Matt parecia estar fazendo algum tipo de mega cálculo enquanto fitava o chão, minha desconfiança começava a ficar aparente quando ele despejou — Ela é de uma máfia rival a sua.

— O QUÊ?! — Me levantei bruscamente, ok, ok, ele poderia pegar trabalho com quem quisesse, afinal, mal nos falávamos, mas há quanto tempo ele mantinha essa ligação com outra máfia? Que Mail, inclusive, se recusava a me dizer qual era. Faziam nada mais, nada menos que três semanas que estava em sua casa, visto que Matt queria me ver totalmente recuperado antes de voltar a investigar o caso Kira.

Além do mais, por mais que aqueles caras sejam uns puta pau mandados, se descobrissem que eu andava com pessoas neutras, que trabalham para qualquer máfia, não que esteja duvidando da discrição de Mail, mas o que poderia fazer?! Ele contara a uma mafiosa onde ele MORAVA!

Nervoso, mordia o dedão da mão direita, dividido entre socar a cara daquele ruivo ou a da sua ‘cliente’.

— Vou embora — disse, simplesmente, me levantando, Matt não sabia o que fazer, me encarava com vontade de me deter, porém, seu lado racional o impedia de se mexer, minha mão quase tocava a maçaneta, quando a campainha soou, três vezes, como um código.

As safiras se arregalaram no mesmo instante, e eu entendi de quem se tratava, minha expressão era de puro desgosto e decepção, enquanto Matt me orientava a entrar em um dos armários da sala, o que não era muito difícil, devido minha estatura e porte físico, mesmo o lugar sendo um cubículo, consegui me sentar nele com certa facilidade.

Mesmo assim, a última coisa que aquele ruivo viu, foi meu olhar de desgosto sobre si, e como se tivéssemos voltado há anos atrás, eu o vi recuar, como fazia as diversas vezes que o xingava ou era rude, ele fitou o chão alguns segundos antes da campainha soar novamente.

“Desculpa…” sussurrou antes de correr para a porta, esquecendo um fio aberto do armário, por onde eu obviamente espiaria.

Uma loira adentrou o local, parando alguns metros do sofá.

— Demorou a abrir a porta, Matt. — Ótimo, ao menos ele não fora burro o suficiente para lhe dizer seu nome verdadeiro, o ruivo a olhava como se a mulher estivesse falando outro idioma, vamos, está dando bandeira, demorando para responder ela vai desconfiar, babaca!

— Estava no banho… — disse por fim, de fato, seus cabelos ainda estavam úmidos pelo banho recente, mas a loira não pareceu acreditar muito em si pois o fitou de uma maneira estranha. Confesso que eu também não acreditaria.

Para sustentar a mentira e tentar deixar um clima razoável, Matt passou por ela e se sentou no mesmo lugar que estava antes, esperando que ela o acompanhasse, mas ela não o fez.

Em vez disso, seus olhos se direcionaram diretamente para o prato posto, quase intocado, na mesinha.

— Costuma deixar a comida pela metade enquanto toma banho?

— Ah, sim, estava muito suado, não conseguia comer. — Sorriu.

Retribuindo o gesto ironicamente , os olhos felinos dela percorreram o resto da mesa, encontrando a pizza, fitando-o, ela encostou dois dedos na caixa do fast food. Estava quente, obviamente. Em seguida, pousou os dedos em cima da comida.

Oh… merda! Ela também estava quente, droga, devia ter engolido aquilo de uma vez.

Sua face então foi de desconfiança para deboche, a mulher olhou em volta, por sorte, todos meus pertences estavam no armário que estava, só me restava ficar lá e rezar para que ela não desconfiasse disso.

Ela então andou um pouco pelo apartamento, quando voltou a parar em frente a um Mail, que permaneceu calado a inspeção inteira, atento e evitando o suor frio que ora ou outra lhe surgia nas mãos.

A mulher o encarou por um tempo, que para mim pareceu uma eternidade, estava ficando irritado, entediado, e de praxe, como não havia comido nada, não demoraria muito para meu estômago soltar um estrondo, denunciando meu esconderijo, se ao menos tivesse uma barra de chocolate comigo…

Mas a fome sumiu quando vi aquela cena, a loira se aproximando de Matt novamente com olhos felinos, ela se sentou em seu colo, uma perna de cada lado. Puxou as madeixas ruivas para que ele a encarasse, e

bruscamente… não, selvagemente, o beijou, eu assistia a tudo de camarote, conseguindo ver até mesmo as línguas se mexendo, e o filete translúcido de saliva que ainda os ligava quando ela se afastou dele.

— Desconfiada de algo, Ditshk? — Mail continuou a encarando sem reação alguma, nem mesmo as bochechas, que quando mais novo coravam com qualquer contato físico, apresentavam alguma cor, essa faceta nunca havia visto!

— Nadinha, qualquer que seja a vadia da vez, foi esperto para mandá-la embora antes da minha chegada. — Assumindo uma postura totalmente infantil e dócil, ela saiu de cima dele, apertou uma de suas bochechas e se sentou no sofá da frente, começando a tratar dos negócios.

Meu rosto queimava, queimava ainda mais do que o dia da explosão, quando metade da minha pele havia sido derretida, era uma ardência diferente, sentia ódio, sentia repulsa pela tal de “Ditshk”.
A sensação semelhante a minha possessividade da infância voltava, mas maior, muito, muito maior, de modo que queria sair daquele cubículo de madeira e sair arrastando aquela loira para longe, ou até mesmo fazer com que ME  assistisse em seu lugar.

O que… o que estava pensando? NÃO… isso não é algo que eu faria literalmente, era apenas meu ciúme, sim… isso!

A “reunião” durou cerca de uma hora e meia, ou mais, não me dei ao trabalho de contar, estava perturbado com as coisas que sentia, simplesmente não fazia sentido, por mais possessivo que fosse, fazia anos que não nos víamos.

Quando Ditshk foi embora, apenas sai daquele cubículo que estava deixando minha bunda dormente e fui direto para o quarto, ignorando Matt, que me perguntava seguidamente o porquê de eu estar agindo daquela forma, e, se desculpando por não ter me contado antes.

Podia sentir o pesar de suas palavras, e a cabeça baixa, mas mesmo assim, mesmo se quisesse, aquele incômodo não sumia de mim, tinha que dar um jeito nisso.

 

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Era aniversário de Mail, saímos para uma casa de shows próxima em comemoração. De início, o ruivo não queria sair, foi uma luta de argumentos e tanto! Mas uma parte de mim já esperava que ele se tornaria esse tipo de pessoa, reclusa por vontade própria.

Eu havia descoberto um novo drink a base de cacau, meu deus, como aquilo era divino! Pedia mais uma dose dele quando Matt voltada da área dos fumantes.

Green Day tocava ao fundo, caso não estivesse levemente alterado, provavelmente xingaria o responsável por deixar músicas tão melosas assim naquela altura.

— Mihael? — Mail passou a mão em frente aos meus olhos, dizendo o nome baixo o suficiente para que apenas eu ouvisse.

— Sim?

— Anda distraído ultimamente, bom… ainda bem que não ficou uma cicatriz muito feia.

Ele aproximou uma mão, que ao contrário da minha, era muito quente, como se fosse lava, e acariciou a suave marca que atravessava meu rosto, descendo pelo pescoço, ela terminava perto do peito, mas o ruivo se limitou a repousar a mão na curvatura do meu pescoço. Nossos olhos se encontraram em meio às luzes coloridas.

— Mello, eu…

— Ahhh! Matt ! — Uma enorme cabeleira loira colidiu contra minha face, algum tempo depois quando os fios voltaram a quem pertenciam, vi aquela mesma mulher… Ditshk, o abraçando por trás e estalando um beijo em uma de suas bochechas — Se fosse você, não andaria muito com gente desse tipo, ruivinho! — Ela riu pelo nariz, me olhando friamente.

Não era fácil distinguir quando alguém fazia parte de alguma máfia, ainda mais nos dias atuais, dos quais as marcas de lealdade não se restringem apenas a tatuagens, todavia… eu era um dos peixes grandes, como costumavam dizer.

Me levantei, e lhe lancei um dos meus sorrisos mais sarcásticos.

— Ditshk — disse pausadamente, o que surpreendeu ambos, eu saber o nome dela, pois quando Matt me perguntou, disse que havia cochilado no armário e não ouvira nada, porém àquela altura não podia evitar, estava borbulhando de raiva, ciúme. — Cuidado com os litros, pode acabar voando por ai qualquer dia! Com licença…

Apontei para os seios fartos — obviamente siliconados — dela, que realmente pareciam dois balões prestes a saírem voando, girei sobre os calcanhares andando para fora de lá sem esperar a resposta, pude ouvir uma risada abafada de Mail, ou não… nunca saberei se era dele, pois agora já é tarde…

O fato foi que, no mesmo instante que pisei na calçada, ele veio atrás de mim, confesso que nem ao menos me esforcei em tentar esconder um sorriso, afinal… o que estava havendo comigo?

— Mello… espera ei… — Então ele me puxou pelo braço, fazendo com que parasse em sua frente — Não pode ir embora a pé, vem.

Sem dizer uma única palavra, o segui até o carro vermelho.
Me acomodando em silêncio, tudo que era ouvido era o som do couro da minha calça e o do banco rangendo enquanto me sentava, Matt acendeu um cigarro assim que a máquina começou a andar. Odiava o cheiro daquilo, e o vento ajudava para que não chegasse até mim.

Percebi que não estávamos indo para casa quando ele virou uma rua diferente, mas estava irritado, e simplesmente não senti vontade de dizer nada, então ele dirigiu até uma estrada antiga, que apenas os caminhoneiros velhos, algumas raras vezes, passavam por lá, e parou o carro.

Evitei de lhe olhar, apoiando o cotovelo na batente da porta, a mão em frente a boca e olhando para o vidro, o ouvi suspirando.

— Mello, o que exatamente ouviu e viu daquela reunião? — Sua voz era séria, não vacilava, não parecia ser Mail Jeevas que estava a minha frente, e sim outra pessoa… um  mafioso, sério, como quando falou com a loira em sua casa, aquela faceta sim, era algo novo para mim, não sabia exatamente como lidar com aquilo, mas tinha que tentar, afinal eu era Mihael Keehl!

Tomando coragem olhei para Mail, e creio que foi aí que minha ficha começou a cair, lenta e dolorosamente. Quando o olhei, sério demais, o cigarro na outra mão, pendurada para fora, a franja cobrindo levemente os olhos e lembrei do beijo que Ditshki havia lhe dado, e isso fez com que uma dor parecida a de um soco no estômago me atingisse.

Ele havia me chamado de… Mello? Sim, envolto as pessoas era simplesmente normal nos chamarmos pelo codinome, mas estávamos sozinhos e aquilo não era necessário, então por quê?

Sabia que não era raiva o que sentia, mas então, o que era? Sentia uma vontade imensa de fazê-lo dizer meu NOME seguidas e seguidas vezes, como um mantra. Observando meu silêncio, ele tragou seu cigarro mais vez, o que fez com que meus olhos seguissem para seus lábios.

Eu queria que o mundo explodisse, tudo, tudo o que queria era que ele dissesse meu maldito nome! Na época, achava que fosse o efeito da bebida,claro, isso ajudaria a fazer remendas no meu orgulho, no dia seguinte.

Sentando sobre os calcanhares, me debrucei e retirei o cigarro de seus lábios, o arremessando longe, Matt me fitou incrédulo.

— Escute… — Não o deixei terminar, pois no segundo seguinte meus lábios estavam colados aos seus.

Nossas línguas se encontraram e eu senti que todo meu ser iria derreter e sumir, mas isso não era o suficiente, não para mim, passei as pernas ao redor de seus quadris, ficando sobre ele. Agora eu era o loiro que o comandava, e não Ditshki..

Nos separamos para recuperar o fôlego.

— Mihael… — Mail ofegava, com uma das mãos em minha face, nos encaramos. Isso! Mais… diga mais!

— Diga mais, quero ouvir dizer meu nome a noite toda… Mail Jeevas… — sussurrei em seu ouvido, enquanto rebolava me insinuando em seu colo.

Sabia onde aquilo iria dar a partir do momento que Matt havia retribuído meu beijo segundos antes, mas não dava a mínima, alias… eu nunca levava nada a sério mesmo, me sentia flutuando, e aquilo me bastava.

Os sussurros à noite, o ranger do couro, do banco, nossos nomes, nossos reais nomes sendo pronunciados diversas vezes, como uma reza, onde um desejava o outro com mais intensidade, o frio e o quente, o positivo e o negativo. As mãos que se embaralhavam nos fios, carmesim e ouro.

Mail aquela noite havia me mostrado uma faceta que eu tinha certeza que ninguém conhecia, ao menos, era o que eu queria acreditar.

Por vezes nossos olhos se cruzaram, a mistura do verde com o azul… aquilo me deixava louco, os gemidos roucos que ele soltava como uma sonata sem fim… sem fim? Sem fim poderia ser aquela noite, aqueles beijos, carícias, quando finalmente percebi porque ele tanto me irritava.

Porém, esse foi o começo de tudo, o começo do fim.



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— MELLO, EU VOU TE TRUCIDAR! — Estava sentado no sofá enquanto Mail me chacoalhava, ria tanto que logo perderia todo meu fôlego, mas não poderia evitar, ele ficava extremamente fofo quando irritado.

Suas bochechas coravam como quando era criança, e a boca fazia um leve biquinho, por mais que ele negasse, igual quando alguma das monitoras o pegava jogando Nintendo fora do horário permitido e lhe confiscava o aparelho.

Continuava rir enquanto ele disparava:

— EU NÃO ESTOU BRINCANDO! VOU GANHAR DINHEIRO COMO AGORA?!

Cansando de me balançar, agora ele andava de um lado para o outro, abri uma barra de chocolate 98% cacau e o observei. Bom, o motivo desse surto do ruivo? Não fora grande coisa.

Após muita insistência de Matt, tentando me convencer de que ele e Ditshk não tinham nada, e que aquele beijo vulgar que ela dera em si, na verdade era apenas para comprovar se havia alguém além deles na casa, E APENAS ISSO.

Como um beijo poderia ter relação com um integrante na casa? Gostaria de saber, e MUITO, bom, na verdade gostaria de ter paciência para saber, porque quando ele começou explicar, fiquei muito irritado e sai cantando pela casa com meus novos fones de ouvidos.

Algo sobre terem se conhecido há muito tempo e ela ter sido sua primeira cliente, com o passar do tempo, eles foram pegando uma espécie de “amizade de negócios”. Mail também mencionou que Ditshk sabia o real motivo da Wammy’s ser fundada, mas que não diria a ele a menos que a ajudasse.

Ela ainda continuava a ir lá, de quando em quando, para novas informações e favores que pedia ao ruivo, atualmente, a loira, que descobri ser russa, era a única cliente fiel de Matt, enquanto os outros estavam sumidos.

Em um lindo dia, do qual eu havia deixado o QG dos yakuza para visitá-lo, coisa que estava cada vez mais difícil ser discreto, veja bem, eu havia lhe avisado que passaria a tarde lá, e mesmo assim quando Ditshk tocou a campainha três vezes, ele disse que TINHA que atender.

TUDO BEM! Pode atender… foi o que disse. Enquanto estavam na sala discutindo, senti sede, bom, minha roupas estavam sujas, meu chocolate também havia acabado e não tinha nada para me distrair ou vestir. Então simplesmente me levantei e sai, passando pela sala e indo para a cozinha.

Logicamente, roubei um beijo de Matt durante o percurso, parando de costas para a loira e me inclinando para beijá-lo. Ela não gostou… estranho, normalmente Mail gosta da vista do meu par de bundas branquinhas, o caso foi que Ditshk disse que apenas voltaria nos dias que eu não estivesse lá.

De início foi a melhor notícia que poderia ter, se não fosse que ela ligava, e ligava MUITAS vezes para confirmar o mesmo arquivo com Mail, acho que ela não sabia mexer direito em coisas tecnológicas, mas aquilo estava me enchendo muito mais do que quando sua presença era física.

Algumas horas atrás, o ruivo estava no banho e seu celular tocou novamente, a terceira vez aquele dia. Simplesmente o atendi e disse que Matt não poderia mais trabalhar para ela porque, bem…

— SIMPLES, você vai trabalhar comigo! — Sorri, fazendo com que ele parasse de andar e me fitasse.

— Tá falando sério?

Me levantei, andando até ele e lhe dando uma breve lambida no pescoço, senti a pele de Mail se eriçar.

— E quando eu não falo? — Sorri de lado. — Mas para isso, você precisa ser inteira e completamente… meu.



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Pilhas de caixas de fast food vazias, embalagens de chocolates se mesclavam junto a elas, para completar o cenário, fios de computadores, vídeo game ligado e algumas peças de roupas espalhadas pelo chão.

O lugar estava realmente uma bagunça, tínhamos que assumir, porém, o que poderíamos fazer? Havia finalmente percebido que, se quisesse pegar o Kira realmente, teria que ir muito além da máfia, que só me causava dores de cabeça.

Por esse e outros motivos, Mail e eu trabalhamos incansavelmente, dormindo apenas quando uma ou outra informação era descoberta. Conseguimos também por escutas em diversos lugares que também estavam em busca do ‘justiceiro’, como por exemplo, no próprio QG de Near, duvido que ele não sabia sobre isso, mas parecia ignorar, o que era vantagem para nós.

Afinal, precisávamos estar um passo à frente de TODOS!

— Arg! Que dor nas costas… — Mail se espreguiçava do meu lado no sofá olhando em volta — Cara, isso realmente ‘ta uma bagunça.

— Só mais um pouco e arrumamos tudo, sim? — Abria a quinta barra do dia.

Ele assentiu, indo até a cozinha e pegando mais uma caixa com alguns pedaços de pizza. O olhei com uma sobrancelha arqueada.

— Isso deve estar ruim… há quanto tempo estava na geladeira?

— Hm… três dias? Acho… — Matt torcia os lábios tentando se lembrar do tempo exato.

Aquilo fez com que minha atenção se atraísse para seus lábios, deixando o notebook de lado, passei a observar quando o ruivo levou a fatia de pizza até os lábios, dando uma mordida cheia de vontade.

           Percebendo que estava sendo observado, ele sorriu de lado, tentei disfarçar em vão meu interesse dando uma mordida no doce.

           — Servido? — Ofereceu, indicando a pizza, fiz que negativo com a cabeça, mas ele insistiu, divertido — Vamos, apenas uma mordida, aposto que nunca comeu isso.

           O encarando com as sobrancelhas franzidas, em um claro sinal de irritação, me inclinei até o alimento que era oferecido, abocanhando-o, realmente, do mesmo modo que eu sabia como lê-lo, Mail sabia exatamente como jogar comigo, um desafio, um insulto, um “dúvido”, podiam ser o gatilho perfeito para muitas de minhas ações.

          — Bom... — analisei, porém,  antes que o sorriso dele se alargasse concluí — Mas não é melhor... — Sorri.

           Matt me olhou durante um certo tempo antes de sorrir travesso.

           — Então, me deixe experimentar?

           — Eu NÃO vou te dar MEU chocolate! — Apertei a barra contra o peito infantilmente, foram poucas as vezes que compartilhei com alguém  meu doce, umas duas vezes, no máximo.

           De início, achei que a risada que se seguiu era puramente pelo meu ato possessivo, entretanto, conforme o riso de Matt se extinguia, um sorriso malicioso se formava em seus lábios, e seus olhos se fixaram nos meus.

           — Não estava me referindo ao chocolate... — Ele se aproximou de mim, de modo que, conforme fui recuando, chegou um determinado momento em que tudo o que me restava era encostar minhas costas no sofá, e assim eu o fiz.

           Mail estava sobre mim agora, me fitando com olhos selvagens, ficamos assim, lutando contra a vontade gritante de tomarmos os lábios um do outro, o néctar que nos dava força, coragem, e por que não... nos divertia?

           Nessa luta interminavelmente dolorosa, sorri de lado quando o ruivo não aguentou, tomando meus lábios de modo delicado, como sabia que ele gostava, mas fui aprofundando conforme suas mãos passeavam pela minha pele debaixo da blusa.

           O beijo era doce, árduo, e nossos lábios rapidamente se tornaram vermelho intenso com as mordiscadas que eram trocadas. Ele então se levantou me puxando pela cintura, levando-me até nossos corpos estarem colados.

           Pude sentir seu suspiro em meu ouvido quando o espaço entre ambos se extinguiu.  Mail era uma droga. Daquelas mais viciantes existentes, das quais apenas um singelo contato é necessário para que se vicie, e eu era um viciado, que cada vez mais procurava por ele, para lhe provar novamente.

           Era inevitável, depois da descoberta de meus sentimentos, depois da vontade de me colar a ele, que muito tempo demorou para ser finalmente descoberta, eu não conseguia mais voltar atrás, simplesmente não dava! Meu corpo clamava por ele, cada célula entrava em erupção apenas com o mais suave dos beijos, se fosse dele

           Arranhei-lhe as costas quando Matt apalpou, com gosto, minhas coxas, deslizando as mãos até a bunda.  No final, havia descoberto que o ruivo realmente era um masoquista, e eu, um sádico que amava suas feições em momentos como esse.

           Nos livramos das roupas como num passe de mágica, não havia tempo para preparações ou algo do gênero, havia apenas ardor, desejo, fogo, fogo que não queríamos apagar nem em séculos, mas sim fazer com que crescesse loucamente, até que explodisse, que todos pudessem ver esse fogo, mesmo de longe.

           E eu daria tudo de mim para fazer essa chama crescer, para fazer com que ele se tornasse uma estrela, Mail Jeevas! Faria tudo para que nosso fogo fosse eterno!



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Ligava para o celular de Mail seguidas vezes, ele não atendia, achei que estava no banho, impaciente, saí da minha sala.

— Aonde está indo, Mello? — Um dos guardas perguntou, olhando desconfiado, poucos haviam sobrado da máfia após a explosão, e esses poucos estavam ariscos.

Passen Sie auf Ihr Leben auf! (cuida da sua vida) — Recebendo um olhar incrédulo do japonês, que não entendeu uma palavra sequer, ele desistiu de fazer mais questionamentos ao perceber meu olhar cortante sobre si.

Vendo que estavamos ‘entendidos’ segui adiante, saindo do local e indo até a casa do ruivo.

Travei meu dedo na campainha, não a soltando até que ouvisse o som dos cadeados sendo destravados do outro lado, medida que eu e Matt resolvemos tomar depois de começarmos a trabalhar sozinhos.

— M-melo...— O ruivo que abriu à porta tinha olheiras profundas, uma cara cansada e uma voz rouca, mais do que isso, era que se conseguisse sentir uma certa hesitação em sua voz e expressão, mas não estava focado nisso no momento.

Havia ficado preocupado, de fato, com as chamadas não atendidas, porém, apenas em encarar sua face me recordei do motivo da chamada. Não me contendo o agarrei pelo pescoço, mal dando tempo dele dizer algo, empurrei Matt apartamento adentro,batendo a porta ao fechá-la de qualquer jeito e o jogando na parede ao lado.

Ele tentava contestar, não sabia o porquê, mas quando tomei seus lábios com euforia, todas as barreiras cederam, puxei seus cabelos com certa violência, fazendo com que Matt se separasse de mim e soltasse uma lufada no ato.

Ele me olhou confuso por alguns instantes, um sorriso aberto estampado em meu rosto.

— FINALMENTE! É amanhã! Amanhã que vamos atacar com tudo! — Meus olhos brilhavam de um modo infantil, e eu sabia disso, e era exatamente por esse motivo que apenas Matt conhecia esse meu lado “meigo”.

O beijei novamente, me permitindo deixar alguns sorrisos escaparem dentre os beijos, ele parecia alegre, pois seus braços circundaram minha cintura, tentando acompanhar os beijos apressados.

Então, enquanto minhas mãos passeavam por seu abdômen, mais desejosas do que nunca, ouvi uma risada anasalada vinda detrás, parei, estático.

Apesar do riso ser abafado, com o intuito de não ser ouvida, a voz era fina, e todos os pelos do meu corpo de eriçaram ao pensar a quem ela pertencia. Olhei para Matt, que tinha os olhos arregalados, fixos em mim, ele tentou me impedir de virar-me, pondo ambos os braços um de cada lado do meu ombro, segurando-os, mas eu os afastei bruscamente.

Girei lentamente, tomando fôlego nesse tempo, quando virei totalmente, meus olhos cruzaram com os de Ditshk, que estava sentada no sofá de três lugares, tinha uma caneca enorme de café em mãos, trajava uma saia muito curta de pregas marrom e uma blusa social amassada, aberta demais.

Quase podia ouvir os seios dela gritando para saltarem da roupa apertada, as longas madeixas estavam presas em um coque bagunçado.

— MAS QUE PORRA É ESSA?! — Ela… ela estava sem sutiã! e ainda mais, com os dois ‘balões’ quase totalmente visíveis!

Trinquei o maxilar, em seguida passei as mãos pelo rosto e cabelos, puxando os fios dourados enquanto andava pela sala. Parei, encarando hora um, hora outro, na esperança de que alguém me explicasse algo. A explicação não veio.

O ruivo olhava para o chão, levemente corado, e com um olhar vago, enquanto a loira me fitava de cima a baixo, sarcástica.

— Uou… não é que a Mona realmente tem pegada?! — Riu divertida, soltando os cabelos do coque — Isso explica os hematomas do seu corpo, Matt! — Piscou para ele.

— Ditshk! — Fixei meus olhos em Mail, minha alma era puro ódio, um ódio tão intenso, que penso ter sentido o mesmo apenas por Near. O ruivo pressionou o cenho franzido com a ponta dos dedos, e logo puxou um cigarro do maço, acendendo-o, ele parecia irritado agora.

Fiquei parado alguns segundos, olhando para o nada, apenas deixando que meu ódio baixasse, o que foi em vão pois Matt caminhou até mim, pondo uma mão em meu ombro.

Dei um passo para frente, quebrando o contato, fitei a russa, lhe lançando o meu olhar mais filha da puta, deixando todo meu ódio para o próximo ato.

— De fato — disse secamente, depois me virei para Mail, que tinha o cigarro preso entre os lábios sem traga-lo, apenas esperando por minha reação, ele sabia que viria, ah… sabia.

Mas penso que ele não esperava que fosse tanto, por vezes perdoei inúmeras burradas, os cortes que ele mesmo fazia em sí até chegar a beira de um coma, ou os quase dias sem comer, mas nada, absolutamente nada me atingira tanto quanto aquilo.

Fechando os olhos e respirando fundo, Matt pensou que dessa vez também deixaria que passasse, visto que estava a ponto de me chamar, quando lhe desferi um tapa no rosto.

O barulho tornou apenas o clima, antes tenso, pior, ele levou uma das mãos à marca vermelha que já jazia na pele clara, os olhos arregalados, cigarro no chão. Até mesmo Ditshk pareceu surpresa com o ato, se levantando num pulo.

— Ei… Monna, espera aí n…

— CALA BOCA! — Virei a cabeça brevemente para lhe encarar, agora com todo meu ódia vazando pelos poros, ela congelou. Voltei a minha atenção ao ruivo, e num gesto impulsivo, mas decidido, retirei da parte de trás da minha calça minha pistola 58 HC PLUS calibre 380 prateada e a apontando diretamente para sua testa, desativando a trava.

Momentos se passaram, e eu podia ver o suor gelado escorrendo pela lateral de seu rosto, a respiração que tentava controlar, para não transparecer demasiadamente alterada, também percebi quando Matt lançou um olhar para a loira, para que ela não intervisse.

Nossos olhos se encontraram, o azul e o verde… encontro que muitas vezes me arrancara suspiros, agora esse encontro era uma batalha, travada pelas nossas almas, que pareciam chorar, clamando para que aquilo acabasse, mesmo assim me mantive firme.

Ainda com nossos olhos conectados magneticamente, aproximei meus lábios aos poucos de seu ouvido.

— Depois de amanhã, tenha a certeza de que tudo está acabado, e, caso não suma junto com essa schlampe dreckig¹ depois disso, tenha certeza de que eu o farei. — Analisando o rosto que estava descorado, voltei minha atenção a sua pele, a curvatura do seu pescoço, para ser mais específico, passei os dedos livres pela pele, vendo-a eriçar.

Sorri de lado antes de abocanhar a carne, Matt soltou um gemido de dor, porém, não moveu um centímetro, mesmo quando o gosto agridoce metalizado do sangue atingiu meu paladar, apenas quando chegou a isso, o soltei.

Olhei uma última vez para Ditshk sorrindo com os lábios tingidos de carmesim, e, ao passar por Mail pude ver… um lágrima sendo derramada? Apenas de um dos lados… mas apenas passei reto fazendo pouco caso, se parasse, provavelmente meu coração traiçoeiro me trairia, e eu não queria isso.

— Te amo… M. — Ainda pude o ouvir sussurrar, ao menos foi esperto o suficiente para não dizer meu nome, caso contrário, só Deus sabe o que poderia fazer com a raiva que fluía de mim.



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No dia seguinte levantei cedo, antes mesmo do sol nascer, ansiedade se apoderava de mim, por mais que o plano fosse entrar em ação apenas ao entardecer. Esperava que tudo saísse como o planejado.

Me levantei e fui preparar um capuccino, enquanto ligava a máquina, levava comigo meu smartphone em uma das mãos, checando as notificações. Mail havia me mandando uma mensagem.

“Vamos conversar, por favor… quando vizualizar, me responda.”

Mordi o lábio inferior pensativo, não poderia deixar aquilo me abalar! Afinal, ele estava com ela na casa dele, aquela hora da manhã e ela estava daquele jeito, até mesmo com os malditos ‘faróis acesos” o que havia para ser explicado perante aquilo?!

Peguei a caneca nervoso, tomando um grande gole do seu conteúdo, e de praxe, queimando a garganta.

— Argh! ÓTIMO!

A tarde passou-se mais tediosa do que eu esperava, não fiz mais questão de checar minhas mensagens o dia todo, afinal, tinha que manter um bom ânimo para aquela missão. Apenas disquei o número de Mail, rapidamente, quando o relógio marcava 18h, lhe dizendo brevemente que era a hora.

 

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Houve imprevistos, houve imprevistos, houve… MERDA! Minhas mãos soavam frio enquanto eu apertava o volante, dividindo minha atenção entre a estrada a frente e o tablet ao lado, este mostrava imagens via-satélite de Mail, que tomava uma rota diferente para distrair os policiais.

Estava nervoso, impaciente, e tremia horrores, Deus, eu não era uma menininha! Mas mesmo repetindo isso em minha mente, incontáveis vezes, não conseguia impedir meu coração de bater tão fortemente a ponto de quase saltar do meu peito.

Sem perceber, cada vez mais priorizava as imagens mostradas no pequeno aparelho, alguns momentos, quando o ruivo arriscava uma curva muito fechada, me via prendendo a respiração.

— Droga, droga, droga… vamos, conseguiremos sair dessa, Mail! — falava, naquele ritmo minha pouca sanidade iria para os ares.

Em determinado momento, tive que tirar meus olhos de Matt… foram, o quê? Três, quatro minutos, no máximo, pois dois carros haviam tentado me fechar, por sorte, escapei sem nem arranhar a lataria.

Entretanto,quando meus olhos furtivos pousaram sobre a tela, novamente, meu coração falhou, e minha vontade era de parar o carro imediatamente, porém, sabia que não poderia fazer aquilo, então apenas coloquei meu corpo em um modo “automático”.

Estava frio, tinha certeza que minha temperatura corporal tinha baixado uns dois graus, Matt corria muito rápido enquando seguia rumo à uma das ruas de Shibuya, o cruzamento mais movimentado do mundo, que caralhos ele foi virar ali?! Por acaso é suicida?

Me perguntava em vão, apesar de já saber a resposta, claramente, meu estado apenas piorou, se tornando quase catatônico quando vi aquele muro de viaturas.

Ele parou o carro, bruscamente, quase capotando com o ato, saiu do carro, lentamente, e eu conseguia enxergar um típico cigarro no canto de seus lábios.

As mãos para cima, Mail tentou dizer algo, como uma simples desculpa, mas não teve tempo, e nunca mais teria, pois foi bombardeado com uma chuva de tiros, seu corpo balançou para frente e para trás, antes que deslizasse lentamente pela lataria, caindo sentado no chão.

Ele ainda olhou para cima uma última vez, sorrindo para o nada… nada? Eles pensariam, mas eu sabia, sabia que ele estava sorrindo para mim, que estava pedindo perdão pelo ocorrido, sua cabeça caiu bruscamente em seguida, junto com o cigarro que prendia nos lábios.

Sentia lágrimas escorrerem pela minha face, eu queria pará-las, mas não conseguia evitar.

— Então esse era o SEU plano… seu idiota… — Meus lábios tremiam por conta do choro, que se não desse um jeito, logo se tornaria compulsivo.

Então ouvi o tablet tocando uma música de muito mal gosto, brega, não duvido nada que tenha sido obra de Matt isso, era uma chamada, o número era desconhecido, prendi a respiração, tentando meu melhor para soar natural, afinal, poderia ser alguém da máfia, mas não, não era.

— Mello?... — Silêncio — Mello?... Está ouvindo, porra?!

— O QUE VOCÊ QUER, CARALHO?! — Simplesmente não consegui manter meu controle ouvindo a voz daquela russa, não naquele momento… estava em cacos e nem podia me dar ao luxo de um minuto de luto!

— Escute…

— NÃO! — As lágrimas voltaram, incontroláveis, e eu me esforçava para conseguir enxergar o caminho.

— FICA QUIETO EU TAMBÉM ESTAVA ASSISTINDO AQUELA MERDA, PORRA! — vociferou, nesse momento um silêncio preencheu o carro, apenas o choro era ouvido, de ambos os lados, estava na merda… deixaria que ela falasse o que quisesse, quem sabe pudesse ser uma companhia para um ou duas ressacas depois daquela noite.

— Ok.

— Certo. — Suspirou, tentando esconder a voz embargada pelo choro — Ontem…

— NÃO IMPORTA! — Pacientemente, ela esperou que me calasse novamente para prosseguir.

— Ontem… Matt havia me ligado porque estava preocupado com você, ele teve outra crise depressiva, Mello, sentia que estavam chegando perto do tão esperado dia, mas… — Pausa, ouvi seus soluços aumentando. — Ele tinha muito medo de te perder nisso, ele não dormia, tentando bolar planos e planos para que… pelo menos você, você, Mello… ficasse vivo. Tentei, juro que tentei convencê-lo de que era loucura entregar a própria vida sem hesitação alguma por alguém, mas ele te idolatrava, Mello, te amava, ele… vivia falando algo sobre você ter aceitado ele sobre ter sempre p…

Não consegui ouvir o que veio a seguir, e não sei exatamente O QUE ou COMO aconteceu, mas um clarão me atingiu… eu havia batido o automóvel…

Com o impacto o tablet voara para longe, e a voz de Ditshk não era mais audível, meu rosto estava colado ao volante, e eu não tinha nem vontade e nem força suficiente para tirá-lo de lá.

Minhas mãos agarraram a direção, fortemente, enquanto mais lágrimas escorriam.

— Mail… Mail Jeevas, seu idiota!...seu grande idiota… — E, subitamente me lembrei de algo, algo que nunca havia lhe dito, e eu não sabia exatamente o porquê eu nunca havia lhe dito aquilo, pelo menos, não com palavras completas, e uma culpa se apossou do meu peito, apertando-o, quase o trincando — Mail… eu te amo, amo tanto…— sussurrei para mim mesmo.

A vida passa tão rápido, como um beija-flor voando, indo e voltando, e essas idas e voltas dela, essas diversas flores que ela passa, são como os momentos que vivemos, ou que temos a oportunidade de viver.

Soltei uma risada fraca ao lembrar de Near, é… eu não tinha conseguido superá-lo, mas eu havia conseguido algo melhor, muito melhor, e que só finalmente entendi nos meus últimos suspiros.

Com a pouca força que me restava, consegui pegar meu celular no bolso, meu corpo todo tremia, estava dormente e eu não sabia exatamente como, com os dedos tremendo consegui desbloquear a tela do meu celular.

Uma foto nossa estampada, uma foto antiga, sorrisos, risadas, abraços… Matt… ruivo, Mail Jeevas… eu havia ganhado você, eu o tinha, desde sempre, apenas demorei para pegar meu prêmio.

— Me perdoe.... Matt...

 

 

The end... RIP Mihael keehl and Mail Jeevas

Tovarish-N

 

 


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Notas finais do capítulo

Sobre a foto do capítulo (mais uma vez xD): Dessa vez não são as divas do DirtyPlaygroundCosplay, mais sim os(?) cosplayers do Tovarish-N, que deixei linkado no finalzinho do capítulo, infelizmente os conheci a muito pouco tempo, e por isso não possuo maiores informações apenas esse "blog" :/

Porém as fotos são perfects, corrão lá conferir ♥ um estilinho mais caseiro, e um Mello mais 'louco'

Falando em loucura... sim, eu sei, eu sei Mihael bem sentimental neh? Bom, eu tentei manter parte da sua personalidade 'rude' mas confesso que não me apeguei a isso, apenas deixei fluir na minha mente e deu nisso xD Oque acharam? :3

schlampe dreckig significa 'cadela imunda', ao menos é isso que nosso tio Google tradutor diz ♥ :3 no final optei pelo alemão mesmo, pois sim, acho o loirinho com carinha disso u.u/

E... bom... vamos ver... em quase todas fanfic's que li, o Mail é retratado como alguém depressivo e afins, decidi não mudar isso, já que para mim já tinha alterado em demasia a personalidade do Mello, mas mesmo assim não quis entrar muito nele, talvez em uma outra fanfic, sim? ♥

Até porque, minha visão sobre esse ruivinho lindo, é de alguém com uma auto-estima e psicológico sensível, mas não a esse nível, temos que lembrar que ele é o terceiro mais inteligente da Wammy's neh mores!?

Simplesmente AMO Mello uke ♥ e é isso ♥ não teve lemon, mas confesso que me senti muito feliz por ter conseguido insinuar o ato de um modo tão... poético (clichê também, eu sei) isso também foi algo novíssimo para mim xD

Bom... escrevi pra carai* MAS é isso queridos leitores xD KKK Obrigada aos que leram até aqui, tiveram essa paciência de me aturar e..e ♥ espero realmente que tenham gostado.

Nos vemos nas próximas fanfic's queridos :3 (atualmente tenho duas no forno e uma long em andamento)

Kisses ♥



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