Recuérdame escrita por PegottyHellathus


Capítulo 1
Capitulo único


Notas iniciais do capítulo

Depois de ver o filme Viva/ Coco três vezes no cinema e chorar absurdamente em todas elas decidi escrever sobre.
Espero que apreciem. :)



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20:08

Toda a família chorava a perda que estava prestes a ocorrer.

 

Mama Inês estava doente.

Não havia muito o que fazer.

Ela logo estaria no outro mundo.


        -    Miguel. Mama Inês quer falar com você.  -

 

O cabisbaixo menino olhava nos olhos igualmente tristes de sua mãe.

Ele nada falou.

Apenas saiu da soleira de sua casa onde ia quando precisava pensar e foi diretamente ao leito de mama Inês.

Abrindo a porta ele encontrava a todos de sua família e a sua bisavó deitada no meio da grande cama.


        -  Mi hijo…. Toque para mim…. -

Miguel naquele momento olhou para todos os seus outros familiares a sua volta.

Tentava ver se havia em algum daqueles rostos tinha algum sinal de desaprovação.

Mas não, pelo contrário.

 

O jovem então apenas pediu o violão novo que mama Inês havia lhe dado de aniversário.

Seu pai trouxe e logo ele aproximava se da cama e começava a tocar.

Sabia exatamente qual ela mais gostava.


         -   Lembre de mim.  

Hoje tenho que partir, lembre de mim.

Se esforce pra sorrir.

Não importa a distância nunca vou te esquecer.... -

Naquele momento o menino ameaçou parar a música pois mal conseguia cantar com sua voz embargada pelo choro iminente.

Mas ouvia se a fraca voz de mama Inês continuar a música.


              -   Cantando a nossa música o amor só vai crescer;

           Lembre de mim.

          Se um violão você escutar; Ele com seu triste canto te acompanhará.

         Até que eu possa te abraçar.

                 Lembre de mim.  -

 

O silêncio fazia -se no ambiente após a música.

Miguel então deixou o violão do lado da cama se aproximou beijando a testa de sua bisa que sorria com o gesto doce do menino.

E depois de longos 100 anos ela partiu com um sorriso em seu rosto.

Sem gritos, sem dor.

Na mais terna paz que ela merecia.

Durante todo o restante da noite foi preparado o velório da matriarca tão amada por todos.

Já miguel não conseguiu dormir em momento algum.

Sentado no canto de sua cama o jovem chorava abraçado em seu violão e com o fiel Dante o consolando ao lado.

Em sua mão o retrato restaurado depois de tantas décadas faltando um pedaço.

 

Nele encontrava-se Mama Inês ainda pequena, com seus 6 anos.

E junto dela seus pais.

Mama Amélia e papa Hector.

 

Mas sua mãe estava certa, não deveria ficar tão triste. A final.

Finalmente Inês reencontrou seus familiares no outro lado.

Assim como ele fez a meses atrás.

Acima de tudo, Hector finalmente pode revela.

Pensava na felicidade que ele estaria agora.

Com isso um pequeno sorriso brotava em seu rosto enquanto sua mente enchia se de lembranças não só de Hector e Inês mas de todos os outros.

 

Ao olhar pela janela ele percebia que começava a amanhecer.

A fraca luz que surgia entre as casas começava a iluminar os detalhes pintados de seu violão.

Diversas pétalas de calêndula asteca em um leve dourado brilhante.

Ele levantava do canto que se encontrava e ia diretamente para o quarto ao lado.

O quarto de mama Inês.

O seu quarto estava do jeito que ela deixou.

Sua cama estava arrumada com um lençol branco de linho.
      Ela já não se encontrava mais ali.

 

Miguel senta na beirada da cama e afinava seu violão enquanto observa o quarto.

Então fechando os olhos ele começava a dedilhar o violão.

Um vento leve começou a soprar pela janela aberta.

Era como se de algum modo ela ainda estivesse presente ali.

E apesar do frio leve Miguel sentia se aquecido, como se estivesse sendo abraçado por mais de uma pessoa.

Naquele momento a tristeza foi trocada pela alegria.

Alegria de mostrar a sua música a seus antepassados que ele sabia que estavam ouvindo.

 

Mas houve uma pausa brusca.



         -    Miguel, vai dormir.  -

 

Era a voz cansada de sua avó que também passou a noite acordada velando por sua falecida mãe.

Ele então não teve alternativa além de parar.

Pois também era muito cedo.

Com ainda o violão em mãos ele saia do quarto de mama Inês.
Mas não antes de observar o antigo retrato que deixou em cima da cama.



Mundo dos mortos. 

19:01

 

Nunca esteve tão ansioso em toda sua morte.

Sabia que o dia seria hoje, a final recebeu a notícia pela manhã.



        -   Inês está chegando. -

 

Essas palavras o levaram ao êxtase e logo que Amelia disse tais palavras ele a pegou pelo braço e pôs a dançar feliz com ela pela sala.

 

Depois de décadas ele estava de volta aquela família que tanto amava.

Depois de décadas Amélia o perdoou e o deixou voltar.

E agora finalmente veria Inês ,sua tão preciosa filha.

Ele arrumava se de frente para o espelho enquanto ouvia se os sons do outro mundo.

Já que o limiar naquele momento de leito era tão fraco podia se ouvir o que todos os parentes do mundo dos vivos falavam, incluindo a voz de Inês.

E então ouvia se um violão.



        -    Lembre de mim.  -

Era Miguel.

A voz dele cantando ressoava enquanto Hector terminava de se arrumar.

Assim ele cantava junto; Junto com Inês e Miguel.


        -    Hector, está na hora.  -

 

A sua voz travou no momento final da música.

Ele então olhava Amélia pelo espelho.

Esperou tanto para reencontrar sua filha e agora que chegou a hora ele sentisse estranho.

Era uma mistura de expectativa ,felicidade, tristeza por saber também que Miguel e todos os outros ficariam arrasados com essa morte.


         -     Vamos.   -

Um pouco cabisbaixo ele apenas saiu do cômodo e junto com Amélia e todos os outros foram a estação.

Estava na hora.

 

Na chegada eles podiam ouvir os lamentos de todos no mundo dos vivos.

Mas naquele momento ele não prestou tanta atenção.
     Olhava atentamente cada pessoa que saia da parada final.

Até que finalmente a viu.

 

Naquele momento ele sequer pensou.

Correu até sua filha furando todo o bloqueio e quase a jogando no chão com um forte abraço que ele tanto esperou dar.

       -   Papa ? -



      -     Inês, me perdoe, eu…. -



      -      Que saudades suas papa.  -

 

Inês retribuía o abraço de seu pai que chorava em seus braços.


      -     Inês ,mi hija.  -

 

Amelia aproximava se também e abraçava sua filha.

E assim os três ficavam por um longo tempo enquanto os entusiasmados funcionários da estação aplaudiam.

Finalmente Hector conseguiu ver sua preciosa menininha.


      -    Posso fazer apenas mais um pedido ? -

Com um sorriso Hector tentava convencer o chefe da estação.

     -      Só meia horinha Hector. -



5:47

 

Nem conseguia acreditar, estava no mundo dos vivos.

Olhava para todos os cantos abismado, sentia-se como em um sonho.

Então, no interior da casa ele ouvia um violão.

A casa da família Rivera.

E como aquela casa estava mudada.

Foi mais de 80 anos a ultima vez que ele pisou ali.

A casa estava muito maior e cheia de tecnologias estranhas.

Mas não tinham tempo para brincar com aparato nenhum

Hector, Amélia e Inês seguiam o som da música e logo achavam quem queriam.

 

Miguel sentado na cama de Inês a tocar violão enquanto chorava.

          -     Miguelito.  -

 

O nome do jovem dito por Hector soou como o vento da janela.
     Assim hector abraçava seu trineto junto com Amélia e Inês.

E o choro dele era trocado por um sorriso.

 

Sorriso da certeza de que um dia todos iram se reencontrar.  


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelos que chegaram até aqui.

Se não for pedir muito; gosto de comentarios. :)
Serão todos devidamente respondidos.

E venho humildemente pedir que favoritem se realmente tiverem gostado.



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