Agridoce escrita por Faeline


Capítulo 1
Único.


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amores!

É a primeira vez que posto aqui e confesso que estou um tanto ansiosa. Nunca havia escrito NADA, então vocês já sabem né. *3*
E sim, críticas construtivas s e m p r e são bem-vindas! ♥

Antes de mais nada, vou levantar dois pontos para vocês:

— É um UA (Universo Alternativo). Então nada se passa no jogo de fato, assim, apagando as possibilidades de existir tudo o que acontece no game. *3*

— Depressão é algo sério! Busquem ajuda, ok? E não se esqueçam, vocês não estão sozinhos. ♥


Acho que é isto hehe
Espero que gostem~ ♥



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          Por alguma razão sentia-me entediada ao ver o sol do meio-dia invadindo as janelas da sala do clube de literatura, as flores primaveris adentravam-se sobre a classe; era tão bonito, ao mesmo me sentia totalmente sozinha naquele aposento. Queria muito que as meninas estivessem presentes aqui comigo para poder deslumbrar este lindo cenário. Provavelmente, Natsuki diria que parece com aqueles cenários dos mangás que ela lê... Qual seria o nome? Shoujo? Talvez seja, já que para ela mangá é literatura.  Entretanto para Yuri, seria bem tedioso, uma vez que ela é uma grande fã de contos de terror, certo? Ah... Sayori, você amaria ver isso, seria muito parecido com os seus doces poemas.

         Hoje nós não iríamos nos reunir por causa das provas finais que nos aguardavam. Algo estava muito estranho e definitivamente não se mostrava normal. Perguntava-me como a vice-presidente do clube estava tão ausente nos últimos dias que têm passado. Ela não era apenas um cargo importante para o nosso pequeno grupo, mas sim, a nossa amiga. É tão doloroso ver alguém que você gosta ir se afastando aos poucos; dói muito. Cadê aquela Sayori animada que sempre aquecia os nossos corações com a sua personalidade extrovertida? Sempre fora uma menina tão desajeitada e fofa. Os seus olhos que sempre foram brilhantes, estavam totalmente opacos e fora de órbita. O modo que ela vê o mundo me intriga de uma maneira tão intensa, sempre havia dito que gostava muito de coisas felizes e tristes. Como Sayori diria isso? Ah sim, seria agridoce... Uma mistura perfeita de tristeza com felicidade. Nos menores detalhes, a rosada contemplava a sua essência em pequenos poemas, parecem tão simples e alegres, mas algo neles ainda não me desce. Por que ela quer dormir para sempre? Por que o sol a motiva a se levantar? E o mais intrigante de tudo, por que diabos ela gosta de nuvens para assim dar lugar a um belo arco-íris? Será que ela... Não... Ela não faria algo do tipo, faria? Não sei... Quero tanto poder ajudar aquele pequeno anjo, mas não sei como. Aflição, angústia e ansiedade eram as palavras que me definiam no momento. 

     Eram muitas perguntas, porém poucas respostas encontradas nesta minha linha profunda de pensamentos. Há uns dias que a vejo no seu canto sozinho na hora do clube; nem nas pequenas brigas de Yuri e Natsuki a mesma interferia.  Algo definitivamente não está correto.

Dando-me por vencida, mando uma pequena mensagem para ela.

12:16

“Monika: Sayo, você está bem? Sabe que pode conversar comigo, não é mesmo? Não falo isso como presidente do clube, mas sim, como uma pessoa que está extremamente preocupada com a sua amiga!”

  Enviei e logo caí de cabeça nos meus pensamentos por alguns minutos, até que percebo o meu celular vibrar. Em um reflexo rápido, abro o pequeno aparelho e avisto a resposta de quem tanto esperava.

12:19

“Sayori: Monika... Preciso conversar com você. Venha aqui em casa no final da tarde.”

12:20

“Sayori: Por favor, venha sozinha.”

Senti um arrepio imenso ao ler a mensagem. Ela nunca foi tão formal assim. Confesso que estou preocupada.

Como pensei... Algo estava errado.

 

 

~

 

 

         O entardecer é tão único; é tão singular a oportunidade em que podemos ver o crepúsculo ocorrer de forma tão natural. Os pequenos raios alaranjados de sol iluminavam o meu cabelo castanho, deixando em um tom completamente irreal.  Viajava em meus passos até chegar na casa de Sayori. Chegando à frente, analisei por alguns minutos para ver se era a casa correta, fitei para o pequeno relógio de pulso na minha mão esquerda e percebi que o horário marcava dez para às seis. 

           Agora seria a hora.

       Toquei na pequena campainha e logo Sayori me atendeu. Ela estava tão diferente do que o dia a dia na escola; estava com roupas casuais. Sayori me guiou até o seu quarto, ao chegar no aposento, a mesma trancou a porta. Bem, o que dizer sobre o seu quarto? É tão ela. Mal entrei e pude visualizar os seus bichinhos de pelúcia que tanto falara nas tardes do clube em períodos livres.

       Atentei-me à Sayori sentando na sua cama e logo fiz o mesmo. O seu olhar estava evasivo e um tanto melancólico. Não conseguia visualizar o sol, a alegria e o brilho radiante neles; apenas imensas nuvens cinzas recheadas com uma tamanha tristeza.

— Monika... Eu deveria ter te contado antes, mas eu não conseguia – os seus olhos estavam vidrados em algum pequeno ponto no chão, enquanto falava em um tom sereno. – Sabe, eu queria muito falar sobre isso... Você não imagina o quanto queria.

— Você sabe que pode contar comigo para tudo, não é? Não fique assim... – era visível o seu olhar curioso atento em minhas palavras.

A menor respirou fundo, olhou para um ponto qualquer e suspirou.

— Monika, eu tenho um grande quadro de depressão. E não é uma simples depressão...  – os seus olhos que sempre pareciam ser dois topázios azuis que refletiam o céu, estavam cheios de lágrimas –  Ela é um tanto severa e me faz acreditar em muitas coisas que podem ou não ser verdade. Não sabe o quanto me sinto um lixo ao dar uma preocupação assim para você! Justo você, a PRESIDENTE! Eu não sirvo para nada mesmo... Vejo-me como um lixo... Ou melhor, eu sou um lixo.

— Sayo... – mal pude terminar a frase que a menor estava aos prantos enquanto falava outras coisas um tanto negativas para si mesma.

— Apenas... m-me deixe terminar. 

Consenti para mesma, enquanto os meus olhos já lacrimejavam com o tamanho sofrimento em cada palavra. Como ela podia pensar isso? COMO?

— Faz tempo que me sinto assim... Não sinto mais vontade de me levantar... Quero apenas dormir para poder parar com um pouco desse sofrimento – Sayori soluçava em cada palavra dita – É tão ruim ter que acordar e se lembrar do quão você é incompetente... Em momento algum eu queria preocupar vocês... Essa é última coisa do mundo que eu faria!

— Sayori, por favor, deixe-me... –  fui cortada por suas palavras.

— Por favor, quero apenas terminar o que comecei.

   Assenti e deixei a mesma finalizar.

— Não sei mais o que fazer, todo dia é um inferno para mim. Cadê o sol que tanto brilhava nos meus olhos? Hoje em dia, ele se tornou um estorvo para mim. As nuvens cinzas tem consumido os meus dias. Tudo não tem mais cor. A vida não tem mais cor...

A fitava completamente estupefata com o que acabara de dizer. Como não? Eu não entendo! Tentava lutar contra as lágrimas, mas era impossível. Não estou aguentando ver a minha amiga assim. Como não percebi? Os poemas... Sol... Nuvens... Tristeza... Felicidade... Agridoce. Tudo nunca fez tanto sentido na minha cabeça! Ela sempre deu detalhes no seu comportamento. Ela sempre pediu ajuda, mas fui tola e não percebi. Não posso mais deixa-la a pensar esses absurdos de si própria!

 Pisco os olhos em um movimento rápido e ouço a sua última fala.

—  Talvez eu não devesse mais viver... – o seu olhar era tão opaco agora, parecia um oceano em um conflito com a tempestade se aproximando.

A olhei mais uma vez e simplesmente a abracei; desabando em lágrimas na vice-presidente.

— SAYORI! COMO VOCÊ PODE PENSAR ALGO ASSIM?

   A menor ficou completamente estática a me ver completamente como uma cachoeira de lágrimas em seu pescoço.

— Monika...

— VOCÊ É O NOSSO SOL! VOCÊ É A ALMA DO NOSSO GRUPO! VOCÊ É IMPORTANTE PARA NÓS... E... VOCÊ NEM SABE O QUANTO! – gritava para ela.

— Sayori... Antes de qualquer coisa, você é a minha amiga. E... Posso-te dizer que é uma das minhas amigas mais queridas. Eu a amo – sussurrei em pequenas pausas, enquanto acariciava os curtos fios de Sayori  - Você não imagina a dor que sinto em ver a minha amiga assim... Não apenas eu, mas digo também sobre Natsuki e Yuri, elas gostam muito de você... E jamais iriam querer te ver assim... Você é a vida do nosso grupo.

Sayori atentava-se em cada palavra dita e mais a pequena desabava em lágrimas.

—  Então não diga que você não deve viver, pois você DEVE! Pense na sua família, amigos e todos os seus amados... Eles ficariam tão tristes em ouvir algo assim de você... – em um reflexo rápido, a coloco de frente para mim e a fito no fundo dos seus olhos. – Sayori... Se a vida do grupo morrer, não vamos ter motivo para eu e as meninas nos encontrar todas as tardes... Vai faltar uma parte de nós ali, sabe?

   Os seus pequenos olhos estavam concentrados nos meus. Oh, céus... Seus olhos já não estavam mais tão cinzas como antes, será que ela percebeu no que havia dito antes?

—  Monika... – a menor me olhava de uma forma acentuada; intensa. – E-eu... – coloco o dedo rapidamente em seus lábios.

—  Shhhh... Por favor, não diga nada – a envolvo em um abraço acolhedor – Saiba que você é a minha amiga e quero muito te ajudar.  Nós vamos te ajudar em tudo, Sayori. Podemos te acompanhar em uma ajuda psicológica... Jamais vamos lhe deixar sozinha! JAMAIS!

  Precisava dizer aquilo, apenas queria ver a minha amiga bem. Doía... E como doía...  Era tão bom poder ficar abraçada com ela desta forma, analisando pela linguagem corporal, ela parece não estar mais tão tensa. A abracei mais forte e sussurrei no seu ouvido:

— Com a ajuda da Yuri e Natsuki, nós vamos fazer o seu sol brilhar em todas as manhãs. – murmurava de maneira pacífica em seu ouvido -... Será um sol tão forte que irá mandar para longe essas nuvens cinzas que te assombram... E o seu agridoce não vai passar de poemas antigos.

Farei de tudo para fazer a minha amiga se sentir bem, nem que eu tenha deletar todas as nuvens existentes.

 

 

—  Tudo irá melhorar, Sayori. Estamos com você.

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero de coração que vocês tenham gostado. ;u;
Até mais!

Kissus~



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