Após a "novela mexicana",decidimos acampar por ali mesmo,sim,a floresta era enorme e adentramos tanto nela,que não tinha condições de chegarmos a um hotel a tempo.Então,nos deitamos ali mesmo e iniciamos uma conversa sobre tudo que acontecia e possibilidades sobre as coisas,adormecemos.Primeiro eu,depois Victor.

Tive o mesmo sonho de sempre;Parada na rua,ouvindo gritos de pavor de uma mulher,corro e a acho,faço perguntas porém ela me ignora e apenas diz que eu preciso saber a verdade,sempre acordo nessa parte,mas dessa vez,acordei quando ainda estava a procurando,por que acordei tão cedo?Talvez seja porque havia uma mulher com um canivete suíço no pescoço do Victor,talvez..

Assustada,pedi calma a mulher,e disse que violência não era o que viemos buscar.

— Não me importa o que diabos vieram buscar!Só de estarem aqui já procuram a morte!Afinal quem são e o que vieram fazer? -Disse a mulher tirando o canivete do pescoço de Victor e o empurrando

— Procuramos por Helena,acaso a senhora a conhece?

— Quem são vocês,e como sabem esse nome? -Questionou a velha

— Crowley,pediu para que eu viesse aqui e a procurasse.Ele disse que ela pode fornecer-me as informações que preciso,a senhora a conhece?

Numa expressão preocupada e pensativa,ela disse:

— Eu sou Helena.Porém abandonei esse nome há muito tempo,não são muitas pessoas que tem conhecimento dele,então..o que vocês querem?

— Eu sou Catherine,Catherine Deville.E estou aqui para sab-

Interrompendo-me disse:

— Você não é Catherine.

— Pois é,não é a primeira vez que ouço isso.Mas se não sou Catherine,quem sou?

— Rose Rudford.

— An?Como isso faz sentido para você?Aliás,quem é você? -interroguei-a.

— Veio atrás de mim,sabendo meu nome e agora pergunta quem sou?Mulher tola.

— Não me importo com o que diz ou o que acha a meu respeito,só quero saber o que você sabe sobre meu passado afin-

— Não sei nada sobre seu passado. -interrompeu-me.

— Conheço o passado da verdadeira Catherine,não o seu.

— Eu sou Catherine. -Gritei.

— Se de fato acha isso,por que está aqui?Por que me procura pra saber quem é?

— Ela está confusa.Apenas diga o que sabe. -Rogou Victor.

— Catherine..

O ambiente foi tomado por mistério até que a louca continuasse:

— Eu cuidava dela há dezenove anos atrás..Era doce,tão meiga e carinhosa,o sorriso dela encantava a qualquer um.Foi a criança com quem mais tive afeto.Era como uma filha para mim.

— Mas? -Puxou Victor

— Estavamos em um parque,Catherine brincava com um gato de rua,até que ele resolveu tomar caminho e foi pro meio da rua.Catherine,inocente,perseguiu o gato até que,um ônibus a atingiu em alta velocidade.Ela morreu na hora.De certa forma fico feliz que tenha sido assim,afinal,ela sequer sentiu dor,foi instantanêo.

— Se Catherine morreu,quem sou eu?Está errada.Meus pais perceberiam se,eu não fosse a verdadeira Catherine. -Argumentei.

— Seus pais? -Sorriu ironicamente a mulher

— Sim,foram eles que pediram para que eu cuidasse de você como cuidava da pequena Cath.Porém me recusei.Aquilo tudo era sinistro de mais pra mim,cai fora..Não poderia fingir que você era a autêntica Cath.Eu sabia que não ia ficar por isso,e por ter me recusado a farsa deles,iam me matar.

— Do que está falando?Meus pais não sabem de nada,eles me amam e se não fosse Catherine quem sou?

— Catherine sempre brincava no parque..isso não apenas pelo parque em si,mas também por Rose,a melhor amiga dela,eram inseparáveis e,por várias vezes,pessoas as confundiam como irmãs,realmente,elas se pareciam.

— Eu sou Rose?

— As pessoas que,você chama de pais..acharam um homem chamado Crowley..você tinha semelhança com Catherine,e seria extremamente torturante perder Catherine,a filhinha deles.Então,chantagearam a Crowley para que apagassem sua memória e acrescentar experiências,histórias e coisas da verdadeira Catherine em você.E foi assim que você tomou o lugar de Catherine Deville. -Explicou

Fiquei em chock com tudo aquilo,meu pais mentiram pra mim por 19 anos?eu os amava tanto..

— Por que? -Indaguei com a cabeça baixa.

— Por que os verdadeiros pais deixaram eles me levar?Afinal,onde estão meus verdadeiros pais? -continuei

— Já lhe contei o que queria saber.O resto não é comigo.Procure suas próprias respostas,Rose. -Disse Helena dando as costas e deixando o lugar.

Ficamos eu e Victor ambos calados por alguns minutos,Victor,sem saber o que dizer,insistiu em falar:

— O que você quer fazer?

— Ela disse que preciso achar minhas próprias respostas.Vamos retornar a casa de Crowley e exigirei que ele torne a tona minhas memórias que apagou. -Afirmei decidida

Victor notou a angustia em que eu me encontrava,e não queria deixa-lo assim,estava triste porque e via triste.Porém não consegui fingir estar menos triste ou algo assim,era tudo realmente torturante para mim.Entretanto,senti uma sensação quente em minha mão esquerda.Notei que Victor a segurava forte,então o ouvir dizer:

— Posso não fazer a mínima ideia do que sente agora.Porém,seja qual for a situação,continuarei aqui com você.Entretanto,agora precisamos ir pro hotel.Sabe,um espaço pra descanso.Esses dias tem sido pesados,tanto pra você como pra mim também.

Acenei com a cabeça,como se concordasse com ele,não queria,mas admito,estava um lixo.Precisava descansar.Chegamos no hotel e,alugamos apenas um quarto.Não havia necessidade de dois,apenas gastaria mais dinheiro.Entretanto,só havia uma cama,apesar de maliciar,estava cansada de mais pra tentar algo com ele ou vise-versa.Então,deitei de costas para um lado,e ele pro outro.Adormecemos.