Laranjinha na Terra do Nunca escrita por SnowShy


Capítulo 3
Segredos


Notas iniciais do capítulo

Oi! Sou eu de novo com mais um capítulo brisado! Hahaha
Espero que gostem :)



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As fadas da Terra do Nunca faziam fila para pegar sua porção de pozinho mágico e, como planejado, Laranjinha se escondia na casa de Terence, que, por sua vez, falava com fada Gary.

— Por favor, o senhor tem que me liberar, é uma emergência! Eu preciso falar com a rainha.

— A rainha? Por que você precisa falar com ela?

— É que... eu não posso te dizer agora, mas é muito importante! Por favor!!!

Fada Gary hesitou, mas acabou cedendo. Terence, então, foi chamar Laranjinha.

— Foi você quem escreveu todos esses poemas? — Perguntou a menina quando ele chegou para buscá-la.

— Você tá mexendo nas minhas coisas? — Disse Terence, alarmado, enquanto escondia rapidamente as folhas que estavam em sua escrivaninha. Ninguém sabia daqueles poemas.

— Não, é claro que não! As folhas estavam aí em cima e eu acabei lendo sem querer... Ai, desculpa, é que eu tava muito entediada! Você não tá bravo comigo, tá?

— Não, tá tudo bem. Enfim, não temos tempo a perder, precisamos ir logo falar com a rainha.

Então eles saíram com o maior cuidado para que ninguém os visse. No caminho, Laranjinha perguntou:

— Então... aquela sua amiga Tinker Bell... Você gosta dela, né?

— Ah dá pra gente não falar disso?

— Tá bom...

Enquanto isso, na Árvore, Zarina fazia o trabalho de Terence, ela era a única fada do pozinho mágico disponível, no momento. Não bastasse ela achar aquela função muito chata, cada fada que aparecia perguntava o que ela fazia lá e onde estava Terence. Em determinado momento, Zarina se estressou e acabou gritando com uma.

— ELE NÃO ESTÁ AQUI! EU TÔ NO LUGAR DELE TEMPORARIAMENTE E PAREM DE ME PERTURBAR! — Ela olhou para as outras fadas da fila e percebeu que estavam todas com os olhos arregalados. — ÓTIMO, ESPERO QUE TODO MUNDO TENHA OUVIDO!

— Zarina?

— QUE É? Ah, Oi Tink. Olha, eu não vou explicar de novo!

— Não, não precisa. Eu só queria saber onde ele está...

Zarina deu um imenso suspiro e respondeu:

— Eu não sei! O fada Gary não explicou por que ele teve que se ausentar. Mais alguma coisa???

—Ahm... Sim. Minha porção de pozinho mágico.

— Ah é. Toma — Zarina entregou-lhe a porção.

Tinker Bell estava achando aquilo tudo muito estranho e suspeito e estava decidida a descobrir o que o seu melhor amigo escondia.

Tink, então, saiu voando pelo Refúgio das Fadas à procura de Terence. Como tinham muito cuidado para não serem vistos, ele e Laranjinha demoraram um pouco mais do que o normal para chegar até a rainha. Tinker Bell os encontrou mais ou menos no meio do caminho e começou a segui-los escondida.

— Quem essa fadinha? — Perguntava para si mesma. — Então esse é o segredo do Terence... Por que ele tá escondendo ela de todo mundo? — O rosto de Tink já estava começando a ficar vermelho (ela era muito ciumenta!). — AH-HÁ! — Ela gritou, aparecendo na frente dos dois, que tomaram um susto e gritaram. — Eu sabia que você que você tava escondendo alguma coisa! — Dizia a fadinha enfurecida. — Poxa, eu sou a sua melhor amiga, você devia me contar tudo! E QUEM É ELA?

— Calma, Tink, se acalma! — Disse Terence.

— Você tinha razão, o rosto dela fica vermelho mesmo quando ela tá com raiva — Laranjinha falou para ele.

— Ah, então você falou de mim pra ela?

— Falou. Ele disse que você era a melhor amiga dele e a melhor fada artesã da Terra do Nunca.

— Sério? — Tink começava a ficar mais calma. — Mas o que é que está acontecendo aqui?

— Olha, Tink, não dá tempo de explicar tudo agora, mas, pra resumir, a Laranjinha não é uma fada, tá perdida aqui e a gente vai falar com a rainha Clarion pra saber o que fazer.

— Ah entendi. Eu vou com vocês, aí vão poder me contar a história todinha!

— Legal! — Exclamou Laranjinha.

Então foram-se os três, Terence em um lado, Tink no outro e Laranjinha no meio.

**

Na Cidade Tutti Frutti, tudo continuava na mesma: todo mundo procurando por Laranjinha, e Maçãzinha tentando fazer seu tradutor de animais funcionar.

Ameixinha, que havia ficado encarregada pela procura no mercado e na casa de Laranjinha, já procurara por todo o mercado e, agora, estava no quarto da menina. Obviamente, não a encontrou lá, mas achou uma coisa: havia uma porta escondida atrás do armário de Laranjinha.

— Que estranho... Por que ela colocaria um armário na frente dessa porta? Pra onde será que ela dá? Ah, será que a Laranjinha tá aí dentro?

Com muito esforço, Ameixinha empurrou o armário e conseguiu abrir a porta.

— Caram-bolas! — Disse a menina, com os olhos arregalados.

Maçãzinha foi atrás de Moranguinho, muito triste por não ter conseguido consertar sua invenção. Quando a encontrou, foi logo dizendo:

— Desculpa, Moranguinho, não deu certo.

— Eu sinto muito!

— Semente de dente-de-leão — Marmelada latiu e a coleirinha esquisita (o tradutor de animais) que usava disse isso.

— Ei, ela falou! — Disse Cachinho de Framboesa, apontando para a máquina. — Tá funcionando!

— Não tá, não, Framboesa. Ela fala, sim  quando a Marmelada late, mas só palavras aleatórias. Ela já falou vento, noite, guarda-chuva, voando... e até "dentebol", isso nem é uma palavra.

— Espera... Não foi a Laranjinha que inventou a palavra "dentebol"?

— Sim, Framboesa! — Confirmou Moranguinho. — É o nome daquele jogo que ela inventou, que tinha uma bola recheada de sementes de dente-de-leão...

— Laranjinha! — Disse a máquina, novamente traduzindo Marmelada.

— Maçãzinha, eu acho que a sua invenção está funcionando perfeitamente! — Disse Moranguinho à prima. — Agora, Marmelada, tenta se acalmar e nos contar exatamente o que aconteceu ontem à noite.

Enquanto isso, Ameixinha falava com Amora Linda por telefone.

— O Mirtilo já chegou?

— Não. Advinha? Ele se perdeu no meio do meio do caminho.

 Novidade...

— Pois é, e ele disse que não ia se atrasar hoje... Por que ele não compra um GPS ou uma bússola, sei lá?

— Então você não tá fazendo nada, ótimo!

— Ei, isso não é verdade! Eu postei uma foto da Laranjinha na tuttinet e várias pessoas já estão compartilhando. Só que ninguém encontrou ela ainda...

— Enfim, você a menos ocupada de nós, então pode vir pra cá. Você não vai acreditar quando eu te disser onde eu tô!

— No mercado ou na casa da Laranjinha?

 Eu tô na casa dela, mas em que parte da casa você acha que eu tô?

 No quarto? Ah, sei lá, Ameixinha...

— No laboratório!

— A Laranjinha tem um laboratório??? Por que ninguém sabia disso?

— Não é óbvio? Porque é um laboratório secreto! Tem um quadro negro enorme e cheio de cáculos na parede, um microscópio, uma máquina muito louca... E eu achando que você era a nerd do grupo!

— Eu tô indo praí agora!

Chegando no laboratório, Amora viu que tinha mais algumas coisas além das que Ameixinha havia falado: um relógio, três pilhas enormes de livros, várias ferramentas, vários frascos de elementos químicos, uma tabela periódica e...

— Uma máquina de fliperama? — perguntou Amora Linda.

— É, eu também não entendi o que ela tá fazendo aqui...

— Bem que eu percebi que a Laranjinha andava comprando livros demais ultimamente — disse Amora, apontando para os livros.

— São sobre o quê?

— Eu não me lembro... E nem todos eram da minha livraria. Vou olhar.

Amora deu uma olhada nos livros e viu que a maioria falava sobre viagens no tempo. Ela e Ameixinha olharam-se intrigadas.

— Será que a Laranjinha viajou no tempo??? Ah aquela máquina maluca deve ser pra isso! — Deduziu Ameixinha.

— Isso é impossível! Ninguém conseguiu viajar no tempo até agora.

— E se a Laranjinha tiver sido a primeira? Você duvida da inteligência da nossa amiga?

— É claro que não! Mas essa coisa de viagem no tempo é só ficção científica, não é real...

— Não é real? Você já viu as coisas que a Maçãzinha inventa? Uma vez, ela fez botas dançarem sozinhas! E elas ainda ficaram descontroladas e saíram correndo pela cidade... Se ficção científica não é real, então é o quê?

— Ficção?

As duas continuariam discutindo, mas, naquele momento, Moranguinho mandou uma mensagem para todas as meninas, dizendo que elas tinham que se encontrar no Café, pois ela sabia como Laranjinha havia sumido.

**

— Tinker Bell. Terence. — A rainha Clarion falou o nome de cada um quando eles apresentaram-se diante dela.

— Sua Majestade! — Tink e Terence falaram juntos enquanto faziam reverência.

— E quem é a garota?

— O nome dela é Laranjinha — respondeu Terence.

— Bem-vinda à Terra do Nunca, Laranjinha.

— Muito obrigada, Majestade — respondeu a menina, fazendo uma reverência.

— Suponho que vocês tenham vindo falar comigo sobre ela.

— Sim, rainha Clarion — respondeu Tinker Bell. — Então, pra começar, a Laranjinha não é uma fada e está perdida aqui.

— Sei que ela não é uma fada. Por isso usei a palavra "garota" ao perguntar sobre ela. De onde você veio, Laranjinha?

— Cidade Tutti Frutti. Vossa majestade já ouviu falar?

— Infelizmente não.

— E as outras fadas? — perguntou Terence.

— É, as que vão com mais frequência ao Continente — complementou Tink. — Será que elas não conhecem?

— Receio que não — respondeu a rainha. — Laranjinha não veio do Continente que conhecemos. Só existe uma fada que já esteve no mundo dela: aquela que a trouxe aqui.

— A Berry Bitty? — Perguntaram os três.

— Sim.

Laranjinha ficou pensando em como a rainha sabia que Berry Bitty a tinha trazido para a Terra do Nunca. As outras duas fadas, por sua vez, já eram acostumadas com a sabedoria da rainha, então nem estranharam.

— Então a gente tem que falar com a Berry Bitty? — Perguntou Tinker Bell.

— Sim. Mas eu sugiro que não o façam agora, pois ela acabou de chegar ao Refúgio e ainda está se adaptando. É melhor esperarem, pelo menos, até amanhã.

— E ela vai saber como eu faço para voltar? — Perguntou Laranjinha.

— Se ela veio de lá, talvez saiba como voltar. Infelizmente, eu não posso te garantir nada. Mas, não se preocupe, vou informar a situação às outras fadas. Tenho certeza de que todos vão se esforçar muito para encontrar uma solução. Enquanto isso, espero que aproveite o Refúgio das Fadas.

— Rainha Clarion — disse Terence, um pouco sem jeito. —, eu gostaria que soubesse que eu emprestei um pouco de pozinho pra Laranjinha...

— Não tem problema — a rainha respondeu com um sorriso. — Ela é nossa hóspede, é o mínimo que podemos fazer.

Os três ficaram felizes com a compreensão da rainha, ela era tão boazinha. E Laranjinha, particularmente, estava deslumbrada por ter conhecido uma rainha fada.

Após a conversa, Terence voltou para o seu trabalho, o que foi um alívio para Zarina. Falando em Zarina, quando ela soube o motivo pelo qual teve que substituir o amigo, ou seja, a história de Laranjinha, ficou muito intrigada e resolveu pensar em algo para ajudar. Pelo que entendeu, a menina perdida era de um mundo paralelo do qual ninguém no Refúgio das Fadas nunca havia ouvido falar... Será que a alquimia da fada poderia ajudar com isso? Para dizer a verdade, já fazia um tempinho que Zarina não fazia nenhuma nova descoberta. "Espero que esse mistério possa me dar alguma inspiração", pensava.

Laranjinha foi com Tinker Bell para a árvore onde as fadas artesãs viviam. Já que a garota ainda não podia voltar para casa, ao menos tentaria se divertir no Refúgio. Ela adorou conhecer as artesãs e até pediu para que fada Mary a deixasse trabalhar um pouco. A menina se identificou muito com o trabalho delas, já que também adorava construir coisas e tal. Assim, o dia passou em um piscar de olhos.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
A Zarina tava meio estressadinha no começo, mas ela é gente boa kkk. E aquele laboratório da Laranjinha? Acham que ele tem alguma coisa a ver com o sumiço dela ou a Ameixinha tá viajando nas ideia? E será que a Berry Bitty vai poder mesmo ajudar a "menina perdida"?



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