20/01/5130

Querido diário,

Hoje eu começo minha faculdade de jogos, algo diferente do normal, mas eu acho que vai ser no mínimo interessante. Em todos esses anos eu nunca tentei algo assim... sei que é uma nota curta, mas eu juro que volto a escrever!

Espero que esse ano eu o encontre, isso é, se ele ainda estiver vivo.

Xoxo, T

Fechei o diário e eu me levantei para ir pegar o trem, a pior parte disso é que é horário de pico, vai estar um caos aquele lugar. *suspiro* “Eu consigo” disse a mim mesma, como se isso fosse mudar algo, já passei por isso centenas de vezes, essa não seria a primeira e muito menos a última.

Dentro do trem, esse inferno de lugar que deve ter umas 50 pessoas a mais no vagão, eu percebi que esqueci meus fones de ouvido “parabéns, já começou bem” pensei e comecei a ficar distraída com as conversas das pessoas procurando algo de interessante para se gastar o tempo.

Facilmente me prendi na conversa de dois homens bem vestidos, em que um deles disse:

— Cara, ouvi dizer que aqueles monstros ainda estão a solta – disse o homem barbudo bem vestido num tom de indignação para outro homem que não tinha barba e estava comendo um lanche caseiro de presunto e queijo, que respondeu:

— O governo ainda não abateu aquelas desgraças? E depois eles esperam que a gente confie naquele bando de filhas das putas engravatados – “ele também não está com gravata?” respondi mentalmente. E o barbudo continuou a conversa respondendo:

— Pois é, e o pior é que parece que a guerra piorou e está sendo um verdadeiro massacre pro exército. Se eles continuarem assim eles vão conseguir invadir a cidade e matar todo mundo, aqueles porras. – “para um cara bonito de barba ele é bem imbecil... e insensível” e então ele continuou – “Eles não percebem que eles são uma raça morta e nojenta?”

— Err, com licença, senhores bem vestidos – ao mesmo tempo que me aproximava deles com muita dificuldade, pensei em debater com eles mas a porta se abriu para a estação que eu tinha que descer, mas então as pessoas que começaram a entrar no vagão me empurraram para trás, isso significaria que eu perderia o outro trem e chegaria atrasada, até que o senhor barbudo, não sei como, conseguiu pegar minha mão e me puxar, quase que me lançou na verdade, para fora do trem e me disse para ter cuidado e ser rápida no trem. Queria agradecê-lo, mas eu estava no chão com os joelhos levemente ralados, o máximo que consegui fazer foi um joinha com a mão, mas sem nem ao menos olhar para trás, pois eu estava vendo o meu trem do outro lado da estação partindo.

Me levantei lentamente e olhei para meus joelhos, que estavam normais, mas o chão estava com sangue então eu olhei para as pessoas ao arredor e ninguém parecia ligar “ótimo, motivo pra cair fora daqui”, mas no momento em que dei o primeiro passo pra sair correndo em direção à outra plataforma o trem, na qual eu devia estar dentro, explodiu dentro do túnel e graças a isso, toda a estrutura foi abaixo.