Me sinto caindo em um precipício e acordo ofegando. Passo a mão pelo meu rosto e sinto o suor escorrer pela minha face. Me sinto quente, excitada e errada. Meu Deus. Só pode ser brincadeira. Respiro tentando me acalmar e afastar o sonho da minha mente, mas me sinto úmida e necessitada.

Me levanto e vou em direção ao banheiro, preciso de um banho para me acalmar. A água caindo sobre meu corpo me esfria um pouco, mas basta a lembrança do sonho vir em minha mente que me sinto queimando novamente.

Deslizo o sabonete por meu corpo e me sinto necessitada, passo o sabonete por meu seio e gemo baixinho com a sensação de prazer que me toma. Deslizo a mão até chegar por meu centro e deixo que o sonho surja em minha mente novamente.

“Me sinto desnorteada pelo beijo que ele me dá. Ele segura meu cabelo com força e deixa minha boca enquanto desliza seu lábios por meu pescoço. Sinto a temperatura subir e gemo baixinho no ouvido dele enquanto me agarro em seus ombros.

Christopher me prensa na parede e ofego com o movimento repentino. Ele afasta seu rosto do meu e encara meus olhos de forma desejosa. Morde minha boca lentamente e de forma sensual enquanto me faz sentir sua excitação em minha barriga.

Me vira de costas para ele enquanto toca a renda da minha calcinha por baixo do vestido colado que uso. Gemo alto querendo ser tocada de verdade e ele se aproxima do meu ouvido.

— Você quer que eu te toque Louise? – assinto com a cabeça. Sinto vontade de implorar mas não tenho voz – Eu quero que você diga Louise. Me fala. Você quer que te toque? – sussurra em meu ouvido enquanto morde levemente o lóbulo da minha orelha e desliza o dedo pela lateral da minha calcinha sem me tocar realmente.

— Por favor Christopher – sussurro gemendo – eu quero, por favor – imploro como sei que ele quer.

Sinto seu corpo se afastar de mim e me sinto frustrada. Antes que eu possa registrar qualquer outro pensamento, sinto minha calcinha ser rasgada e meu vestido ser tirado do meu corpo por suas mãos ágeis. Gemo em surpresa.

Olho para trás e vejo ele me analisar nua e somente de salto. Vejo seus olhos azuis tão negros quanto a noite e mordo meus lábios aguardando seu próximo movimento. Ele anda em minha direção e gruda seu corpo ao meu.

— Afasta as pernas Louise – manda de forma rouca. Obedeço rapidamente separando as pernas. – empina essa bunda pra mim – ordena e obedeço novamente. – eu vou chupar você agora Louise – me fala e se abaixa.

Grito alto quando sinto sua língua em mim".

Gemo quando consigo chegar ao orgasmo só de me lembrar do sonho. Ofego sentindo meu corpo tremer satisfeito. Encosto minha testa na parede fria e me sinto idiota. Como eu vou olhar nos olhos dele depois disso? Me sinto errada.

Termino meu banho e saio enrolada na toalha. Coloco uma lingerie branca, vestido bege de alça fina, meia calça, uma botinha marrom com salto e uma pulseira. Faço uma trança lateral em meus cabelos escuros e deixo ela para frente. Passo uma maquiagem marcando meus olhos e borrifo um perfume em pontos estratégicos.

Pego meu celular e vejo uma mensagem de Vivian nele.

“ Almoço hoje fora da empresa, vamos todos, leve dinheiro gata. Bom dia”

Rio dela, pelo jeito Andrew entregou meu recado. Respondo rapidamente.

“Bom Dia linda, pode deixar, até a empresa. Beijos”

Vejo se tudo que preciso está dentro da minha bolsa e vou para a cozinha pegando uma maçã. Olho a hora e vejo que está cedo. Aproveito que estou arrumada e pego meu celular para tirar uma foto. Observo e tela com um sorriso no rosto e aperto o botão vendo a imagem congelada logo depois. Posto em minhas redes sociais e saio de casa.

Paro no caminho para comprar dois cafés e 6 rosquinhas doces. Faço malabarismo para conseguir equilibrar tudo. Chego na empresa ao mesmo tempo que Edwards sai de seu carro. Ele me vê e sorri enquanto me espera. O sonho e o que fiz no banheiro me vem à mente e me sinto corar. Se controla falo para mim mesma. Ele nunca vai saber.

— Bom dia Chefe – sorrio enquanto me aproximo e ele toma um dos cafés e a caixinha de rosquinha da minha mão. – hey folgado – reclamo. – estou te acostumando mal. – acuso e ele sorri de lado.

— Bom dia Lou – ele fala e fico surpresa. Lou? Arqueio uma sobrancelha para ele. – O que? – fala enquanto bebe seu café. Dou de ombros e caminhamos em direção ao elevador.

Vejo algumas pessoas encarando e não gosto da sensação. Sei como as pessoas são maldosas e consigo imaginar as coisas que pensam. Levanto a cabeça e encaro nos olhos todos que me olham demais. Vejo eles abaixarem a cabeça envergonhados. Não tenho que abaixar a cabeça para ninguém aqui, não estou fazendo nada errado.

Entramos no elevador em silêncio e de repente o sonho volta em minha cabeça. O ambiente fechado faz a presença de Christopher Edwards ficar opressora e sinto meu rosto corar e meu corpo aquecer.

Não é possível que eu vá ter essas reações sempre que ele chego perto, Deus. Tenho que me lembrar de ter controle e respiro fundo. Sinto o olhar do meu chefe sobre mim e o encaro. Ele não desvia o olhar e me sinto incomodada com a sensação de que ele vá descobrir só de me olhar.

— O que foi? – fecho a cara. Ele arqueia a sobrancelha em minha direção e da um sorriso de lado, mas não me responde. – que saco Chris, o que foi? – quero que ele pare de me encarar. Preciso que ele se afaste, penso. Mas a vontade é de empurrar ele contra a caixa metálica e grudar meu corpo no dele.

— Você está muito estressada Lou – diz zombando de mim. Fecho a cara e me afasto. Ele se aproxima e pega a ponta do meu cabelo. Fico nervosa com a proximidade. – gosto do seu cabelo – sussurra me encarando.

Sorrio nervosa e dou um passo para trás. Ele invadiu meu espaço pessoal e parece não ligar nenhum pouco, mas para quem tá controlando os instintos, a proximidade é perigosa.

— É a segunda coisa que você diz que gosta em mim em – tento brincar, mas a voz falha de forma tímida. Ele me encara – vou começar a fazer uma lista – dessa vez a voz sai naturalmente brincalhona e afasto meu olhar do seu. As portas se abrem e saímos do elevador.

Ele anda em silêncio até sua porta enquanto eu deixo minha bolsa na mesa. Antes de entrar ele se vira e me encara. Olho para ele sem entender.

— Talvez você devesse – ele fala. Faço cara de confusa – sabe, fazer uma lista. Eu poderia citar várias coisas que eu gosto em você – vira as costas e entra em sua sala me deixando trêmula e com o coração disparado para trás.

Me sento na cadeira e tento normalizar minha respiração. Deus, eu preciso urgente transar, penso. Todas essas reações exageradas por palavras bonitas e um sorriso sexy só pode ser necessidade. Preciso sair e ter uma noite boa com alguém que não pretendo ter que me encontrar novamente depois. Casual.

Ligo o computador e pego a agenda de Christopher. Bato três vezes antes de entrar e ando em sua direção, olhando para qualquer lugar que não seja ele. Me sento e começo a falar de seus compromissos. Quando termino espero ele falar algo mas fica quieto ate que escuto ele bufar bravo.

— Será que você pode olhar para mim Louise? – escuto sua voz autoritária e levanto a cabeça olhando para qualquer parte do rosto que não seja os olhos. – nos meus olhos – manda e reviro os olhos dando-me por vencida. Sinto meu rosto corar.

— Satisfeito? – pergunto tentando parecer despreocupada. Ele nega com a cabeça. Bufo. – eu só estou envergonhada tá bom? – admito e vejo ele sorrir de lado. Seus olhos brilhando.

— Eu sei, mas você pode se sentir envergonhada enquanto me olha nos olhos – da de ombros e faço o mesmo.

— Te odeio – falo enquanto levanto. Ele ri e faz cara de quem não acredita. – da licença né, alguém aqui tem que trabalhar – pisco para ele de jeito sedutor enquanto saio e rebolo minha bunda de forma sensual. Escuto ele murmurar algo enquanto saio, mas não consigo entender o que.

O resto da manhã passa de forma rápida e quase na hora do almoço respondo uma mensagem de Vivian falando em qual restaurante iríamos. Confirmo minha presença e contínuo a trabalhar.

Alguns minutos depois Christopher sai da sala e para em frente à minha mesa. Não o olho até terminar de redigir um documento. Ele espera calmamente ao meu lado e quando acabo, olho para ele de forma interrogativa.

— ‘To com fome – da de ombros. Me lembro que não disse para ele que não iria comer com ele hoje. Faço uma careta. – o que foi? – vejo uma ruguinha de preocupação em sua testa e acho sexy.

— Vou ir almoçar com a Vivian e o outros hoje – falo de forma culpada. Ele dá de ombros.

— E em qual restaurante vamos comer? – pergunta simplesmente. Fico surpresa e o encaro. – que foi? A culpa é sua que me deixou mal acostumado – dou de ombros sorrindo. Senti meu coração se aquecer e pego minha bolsa me levantando.

Vivian manda mensagem falando que estavam todos lá só me aguardando. Respondo que chego em 10 minutos e que levaria alguém comigo. Sinto meu celular vibrando e sei que é ela perguntando quem eu levaria. Ignoro.

Como o restaurante fica perto da empresa, Christopher e eu vamos andando. Quando chegamos lá sinto ele deslizar uma de suas mãos para a base de minha coluna e andamos até a mesa que o pessoal está.

Eles conversam animadamente e quando nos vem parecem espantados. Vejo Christopher ficar tenso ao meu lado. Dou um olhar de aviso para Vivian.

Ela entende meu olhar e se recupera do susto rapidamente. Sorri largamente e se levanta para nós cumprimentar.

— Oii Lou, que saudades – me abraça forte – vai me explicar tudo depois – sussurra antes de se afastar como se não tivesse falado nada. – Sr Edwards que surpresa, não sabia que nos acompanharia. Fica a vontade – aperta a mão dele sorrindo e vejo meu chefe retribuir.

Depois de todos saírem do choque inicial e o cumprimentarem tentando ser o mais agradável possível, nos sentamos lado a lado e fazemos nossos pedidos.

Agradeço internamente aos meus colegas ao ver que tentam incluir Christopher na conversa sempre e que meu chefe está se esforçando para participar.

Vejo Vivian me olhando e sentando ao meu lado vazio. Estava se preparando para um interrogatório e me encolho.

— O que vocês dois tem? – pergunta de forma direta em um sussurro e vejo que Carol e Julia me olham curiosas aguardando a resposta.

— Não temos nada gente – sou sincera e elas parecem não acreditar. – sério, só somos amigos. Estamos nos entendendo e ele é uma pessoa legal sem toda a arrogância – explico de forma baixa.

— Isso percebemos – Júlia fala sorrindo – ninguém nunca viu ele tão relaxado e sereno como agora – com certeza era novidade para todos ali. Sorrio, e olho para ele sorrindo. Pensamentos pecaminosos passam por minha mente e afasto meu olhar dele.

— Preciso de sexo – falo para a as garotas ao meu lado. Elas me encaram assustadas. – podíamos ir em uma balada hoje não é? Aproveitando que é sexta feira. – proponho é torço para que elas topem.

Elas dão um olhar de Christopher para mim com sorrisos maliciosos. Elas com certeza entenderam minha necessidade de sexo. Como não entenderiam?

— Eu topo – Carol fala animada chamando atenção dos homens para nós. Coro com os olhares interrogativos.

— Topa o que? – Andrew pergunta curioso. Vejo os três pares de olhos masculinos nos encarando. Me sinto envergonhada.

— Louise propôs uma balada hoje – Júlia explica sorrindo – e nós topamos.

— Você não parece do tipo que curte balada Louise – Daniel se intromete, e bom, é verdade.

— Não gosto mesmo – sorrio. – vou por necessidade – respondo brincalhona. Sinto os olhos de Christopher em mim.

— Necessidade do que Louise? – pergunta sério. Fico calada, não tinha como eu responder isso para ele.

— De sexo – escuto Vivian responder rindo alto e sinto vontade de esganar ela. Sinto os olhares de todos sobre mim e me encolho envergonhada. Arrisco um olhar em direção a Christopher e o vejo com uma expressão tensa no rosto. O maxilar travado, a boca presa em uma linha fina, pupilas dilatadas. Me encolho com o olhar que ele me lança.

O resto do almoço se passa de forma estranha já que Christopher parece me ignorar. Que droga. Maldita Vivian e sua boca grande. Ela ao perceber o clima, me manda um olhar culpado. Suspiro, já foi mesmo. Dou de ombros e sorrio em sua direção.

Voltamos todos juntos para a empresa e entramos juntos no elevador. Pouco a pouco, cada um dos meus colegas foi saindo do elevador em seu andar até restar somente eu e Christopher nele. Ele continua me ignorando. Me sinto chateada. Ele não tem motivos pra ficar bravo comigo.

O resto do dia passa de forma lenta, e quando saio da empresa no meu horário, me sinto morrendo de raiva. Christopher me ignorou o resto do dia inteiro.

Mando mensagem para Vivian. Ela faz um grupo com a Júlia e a Carol junto, escolhemos a balada e marcamos um horário. Quando chego em casa, fico enrolando e 20:00 começo a me arrumar e taco Christopher o mais longe possível de minha mente.