Sobre eu, você e nossas coisas escrita por Jessie


Capítulo 1
Capítulo 1




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Talvez seja loucura eu estar aqui escrevendo tudo isso, levando em consideração o fato de que tudo foi tão real e automaticamente tão particular. Não sei como descrever a vida a partir do que ela é hoje mas sei que o meu passado ocorreu de um jeito extremamente surreal pra mim. Talvez não seja surreal pra muita gente, as pessoas estão acostumadas com a forma como as coisas acontecem e hoje em dia sinto que tudo é menos. O caos diminui com o passar do tempo (ou não); mas tenho certa consideração pelas lembranças. 

Me chamo Jessie - na verdade, esse é o apelido para Jéssica, o qual recebi desde pequena - e essa história começa lá em 2015, quando eu estava prestes à entrar numa nova escola de ensino médio. Era a primeira vez que saía da minha área de conforto. Sempre estudei próximo à minha casa, sete minutos andando até lá... quase nunca me atrasava. Como eu amei aquela escola, como eu a amo... as pessoas de lá foram sempre tão boas e gentis comigo, inimizades não prosperavam. Dessa nova escola eu mal podia falar. Tinha ido até lá uma única vez antes da matrícula. O muro não me atraía muito, achava todo aquele grafite informação demais, na verdade não entendia a mensagem. 

Logo no primeira dia de aula ja podia ver garotos fumando o famoso "beck" antes de entrar pelo portão. Havia uma multidão lá fora. Não deveria ter chegado tão cedo, eu sabia! Mas essa escola já não era do lado da minha casa, eu não tinha garantia de que não chegaria atrasada, então fiquei esperando a abertura dos portões. E o que mais me incomodava eram os olhares alheios daqueles que não me conheciam. Grupinhos falando e olhando torto, isso não acontecia na antiga escola, nunca iria acontecer, afinal todos crescemos juntos naquele lugar. 

Minha salvação foi encontrar alguns amigos que também se matricularam ali, nos arredores do muro amarelo morto... Eram eles o Beto, Gus e Larissa. Na verdade, a Larissa não gostava de mim naquela época por que o garoto do qual ela gostava estava ficando comigo e não era só um rolo, o negócio estava ficando mais sério do que pensei. Na época eu tinha apenas quatorze anos, me empolgava o suficiente com o "quase-namoro" a ponto de escrever textos numa agenda. O nome do garoto era Rogério e ele era de todos os meus amigos, o mais bonitinho mas nunca tive intenção de ficar com ele, mas eu não planejei nada e ele sim. Roubou-me um beijo na despedida do fundamental e a Larissa estava lá... Pois é, foi um papelão que eu paguei - e sem saber... Juro que nem imaginava a situação da Larissa, mas agora as coisas já estavam acontecendo e ela falava comigo por falar, por não querer dividir a atenção dos amigos exclusivamente pra alguém. Eu fiz o mesmo. 

Fomos conversando até que o portão abrisse e aquela multidão de uma perna só se atropelasse toda pra entrar num portãozinho! Infelizmente eu só conseguia ver defeitos na mudança e eu sabia que isso prejudicaria bastante a minha nova experiência escolar. Eu nem sequer sabia minha sala e o furdunço que estava perto da listas não era brincadeira. Aos poucos fiquei sabendo que estava na mesma que meu amigo Beto e mais dois conhecidos, Nico e Tayla. Assim fomos. 

Ao entrar na sala, me senti um ratinho inofensivo. Duas garotas já estavam no canto da sala e conversavam sem parar. Eu sentei atrás do Beto e o Nico e a Tayla sentaram do nosso lado. Decidimos ficar próximos nos primeiros dias e assim a sala foi enchendo. Fui fazendo na minha cabeça um jogo de adivinhação a partir dos nomes nas listas. Mais tarde descobri que não acertei nenhum... Mundo cruel e cérebro desbancado. 

As duas garotas se levantaram rindo e vieram na nossa direção: 

— Oi, eu sou a Nayara!! Essa aqui é a Val! Quem são vocês? 

— Hmm, sou Jessie. Jessica... Desculpa, costume de apelido, às vezes esqueço meu próprio nome!

Os demais também se apresentaram e elas até que foram simpáticas. Pediram nosso número de telefone pra montar um grupo de sala. Éramos o 1°A e elas estavam super animadas com o fato de entrarem no médio. Nós passamos os números e nada de relevante aconteceu naquele dia. Só fiz questão de observar bem e descobrir que haviam núcleos, os famosos grupinhos de sala... Entre eles, um se destacou pra mim e eu soube admirá-los de longe sem saber ao menos os nomes, apenas me fazia sorrir o fato de rirem tão alto... Eu não sabia um terço do que estava por vir, garanto.

 


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Notas finais do capítulo

Eu juro que foi exatamente assim jsksj



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