Indico a música White Horse, da Taylor Swift, que me ajudou muito na hora de escrever: http://www.youtube.com/watch?v=2I2JA9FWYss

Ela corria na noite escura, em becos sombrios, sem nem saber direito do que buscava. Às vezes uma lágrima escapava- lhe e corria por sua bochecha.

Preocupação.

Esta era a palavra certa para o que sentia naquele momento. Estava preocupada... bem, com tudo. Com o que Cronos poderia ser capaz de fazer, com a profecia de seu Cabeça de Alga, e com Luke... Pelos Deuses... Luke. Essa era sem dúvida a maior de suas preocupações naquele momento.

Uma vozinha, baixa, insistia que tudo ficaria bem, mas a sensatez não lhe permitia acreditar. O filho de Hermes se voltara contra o Olimpo e com isso... contra ela. Mas o que mais lhe revoltava era que no fundo, ainda o amava. Por que a Afrodite tinha que ser tão cruel com a menina?

E era por isso que estava ali, no meio da noite, sozinha, atrás do Princesa Andrômeda, navio qual o antigo Titã que devia estar queimando no Tartáro se encontrava, o que lhe dava mais um real motivo para não estar ali. Porém, não pudera evitar, forças maiores haviam a levado até lá e não era agora que iria desistir.

Tirou seu boné dos Yankees, o qual lhe deixava invisível e olhou a enorme embarcação maritíma estacionada no porto, como se fosse a coisa mais normal do mundo, envolta de uma grossa Névoa, a qual não permetia os mortais ver a grande ameaça que planava por ali. Respirou fundo e subiu até lá.

Era estranho estar tão próxima do mar sem Percy por perto. Sentia falta dele. Sabia perfeitamente que aquele Cabeça de Alga nunca tomaria jeito, mas sem dúvida o amava.

Nunca foi nada comparado a Luke. Mas não me entenda mal, posso afirmar com plena certeza que sempre será algo bem maior. Porém, o a criança do Deus dos Ladrões seria sempre a "pulguinha atrás de sua orelha".

Olhou em volta impressionada. Não com o fato do enorme cruzeiro estar repleto de criaturas mitológicas monstruosas, ou meio-sangues de talvez menos de 12 anos andavam armados com espadas de Bronze Celestial. O problema pode ser algo bem simples para você, mas a esperta garota sabia que nada poderia ser tão simples. Enfim, vamos direto ao ponto: Nenhum deles a a ameaçava, ou apontava suas armas para ela, o que deveriam estar fazendo, afinal Annabeth Chase era um invasora no meio deles. Davam lhe espaço livre para passear pelos corredores.

Estava bem claro que todos conheciam seu objetivo no recinto. Isso a deixava envergonhada, era inpossível não perceber. E novamente estava pensando na coisa errada, no momento errado. Algo nada típico da filha de Atena.

O lugar tinha uma aura sombria, capaz de lhe dar grandes pesadelos. Mas o meis apavorante era o que se encontrava no final do corredor, ou melhor, quem.

O seu melhor amigo lhe esperava, como se soubesse o tempo todo de suas intenções ali. Nada de ataques, ou discussões. Apenas uma longa conversa.

Ela estranhou Cronos não estar tomando o corpo dele naquele momento. Por incrível que pareça, nao tinha mínima noção de como aquilo podia ocorrer, e só de pensar, um calafrio corria- lhe por toda espinha.

 _Estava a esperando Annabeth_ ele a olhava de cima a baixo, estudando como a menina passava da fase de criança a mulher, e a continuava achando linda. Um sorriso parecia ter sido plantado no seu rosto, nada natural, nada que chegasse ao seus olhos . Nada como antes de toda essa confusão.

 _Como você...?_ não conseguiu terminar de formular a frase, segurando novamente o choro que estava por vir. A raiva e ódio por estar ali cresciam cada vez mais dentro do seu peito. Todavia, feliz ao mesmo tempo, por ver o Titã cruel fora do corpo de Luke.

 _Qual o problema?_ ele foi se aproximando mas a menina logo o afastou.

 _"Qual o problema?"_ repetiu a frase do traidor, cheia de sarcasmo_ O que você acha?_ sem dúvida os seus piores sentimentos predominavam.

O menino respondeu- lhe sério:

 _Não precisávamos estar aqui agora. Annie você poderia estar comigo aqui, agora e tudo estaria bem. Nós derrotaríamos aqueles Deuses estúpidos e um mundo novo, do jeito que sonhamos se ergueria. Poderia arquitetá- lo todo e... Ahh se aquele filho idiota de Poseidon não tivesse surgido...

_O que? O que aconteceria? Diga!!_ disse finalmente a loira, irritada por estar ali, e no fundo, de maneira alguma arrependida.

O silêncio reinou, nenhum dos semi-deuses ousava quebrá- lo. As palavras faltavam- lhes a boca. Finalmente, Annabeth disse olhando a enorme arma de Cronos que o amigo segurava firme nas mãos, como se sua vida fosse dependente daquilo (e de certa maneira era).

_Por que não me matou ainda?_ Ela se achava um completa idiota por perguntar aquilo, mas ao mesmo tempo era o que mais precisava saber.

O menino andou até a adolescente, e dessa vez ela não o afastou. Era clara a diferença de idade e tamanho, por sinal muito insignificante para os dois naquele momento. Ele lhe ergueu o queixo, fazendo os olhares cruzarem e um choque correr por seus corpos. Por uma fração de segundo sentiu fato de olhos verdes como o mar que quando encontravam a fazia corar de imediato. E passou tão rápido quanto veio, com lábios selados. Palavras e frases não expressariam nada parecido com esse gesto.

E todos os problemas desapareceram naquele instante. Não existia uma guerra que decidiria om futuro do mundo, e nem toda aquela maldita confusão. Eram apenas dois jovens que se beijavam. Um beijo tão doce, verdadeiro, digno de fazer a Deusa do amor chorar.

Porém nada acabava assim, facilmente.E olhos verdes como o mar assombravam a mente até mesmo naquele momento.

E ela correu, para longe, não podia continuar ali, não, definitivamente. Não precisou do boné para que nimguém viesse atrás dela. O desespero era altamente notável, dava para perceber que não enfrentaria nimguém aquela noite.

 Adentrou nos becos escuros buscando novamente o que não sabia.

E de repente lhe veio na cabeça o que tanto buscava. Um certo filho do Deus dos mares, com os cabelos negros bagunçados, que falava com grande frequência coisas idiotas,e ao mesmo tempo que faria tudo por ela. Que tinha lábios doces, os quais beijara tão rapidamente e tão vagarosamente quando pensou que fosse perdê- lo. Percy Jackson, o seu Cabeça de Alga.

Seguiu trôpega seu caminho de volta, ainda muito abalada com todos os recentes acontecimentos. Não sabia como, mas podia ouvir a risada melodiosa de Afrodite a chamando de "tolinha". Annabeth sabia que tinha sido "levada" ali com a intenção de descobrir isso.

É claro, dificuldade é o que mais teria nesse caminho. À começar por uma certa ruiva mortal que se achava importante por ver através da Névoa. Pobrezinha. Porém, a garota parecia um grande pedra no caminho, fazia diminuir até todo caos momentâneo.

Continuou pelas ruas escuras, de certa maneira feliz pela "descoberta" que cá entren nós, todos sabíamos antes mesmo desta conclusão mas para ela era algo mais que novo. Apaixonados, são capazes de destruir um QI em grande potencial.

Mas nunca, nada, é como um conto de fadas. Sempre tem aquele defeito lá no fundo, e no caso de Annabeth Chase era aquele sentimento que num buraquinho no fundo de seu coração ainda transbordava pelo seu traídor.