O sol da manhã entrava pela janela avisando Blissa, que a segunda-feira estava começando. A garota bufou só de pensar em sua rotina, ela já estava entediada antes do dia começar de verdade. Fazer as mesmas coisas todos dias deixava Blissa irritada, ir a escola, estudar, sair com os amigos, ficar com o namorado, estudar, e jantar com os pais. Todos os dias eram iguais. E isso irritava Blissa profundamente, não que ela tivesse raiva das pessoas, longe disso na verdade. Ela amava seus amigos, família e namorado, ela apenas estava insatisfeita com a mesma rotina monótona e pacata de todos os dias.

O som do alarme marcava 06:00AM em ponto, quando o mesmo despertou, tirando Blissa de seus devaneios.

A garota levantou desanimada para fazer sua higiene matinal. Vestiu uma roupa qualquer, que a deixasse pelo menos apresentável para ir a escola, e partiu rumo a cozinha, para o típico café da manhã em família.

— Bom dia, querida! – Carrie, sua mãe lhe presenteou com um beijinho na bochecha, assim que Blissa cruzou a porta da cozinha.

— Bom dia, mamãe. – A garota deu um sorriso fraco para a mãe.

— Que carinha desanimada é essa Blis? – Eric, seu irmão mais velho, lhe perguntou.

— Só estou cansada Ric, estudei a noite inteira. – Não deixava de ser  verdade, as provas do Sr. Lansson eram difíceis, e Blissa tinha estudado a noite inteira para se sair bem.

— Entendo, o Sr. Lanssom pega pesado nas provas! – Eric disse, pegando uma torrada.

— Cadê o papai? – Blissa perguntou, olhando a mãe.

— Ele já saiu querida, teve que ir mais cedo para o escritório. – A mãe respondeu, colocando uma panqueca no prato da garota. – A propósito, querida você não poderia pegar uma carona com a Elena? – A mãe perguntou. – Preciso ir mais cedo para a Floricultura hoje, e não tenho como te levar.

— Claro, mãe. – A garota respondeu, colocando mel em sua panqueca. – Vou até mandar uma mensagem para ela.

Blissa pegou o celular e digitou um: “Ei, minha mãe não pode me levar hoje, posso ir com você e o Ben?”. Recebendo a seguinte resposta logo em seguida: “Claro, estamos terminando de tomar café, te esperamos lá fora.”.

— Bom, eu vou com ela. – Ela disse se levantado. – Até logo, galerinha. – Deu um beijo em cada um. Quando chegou á porta, ouviu o irmão dizer:

— Diga ao Parker, para não fazer nada que eu não faria. – Ele tinha um sorriso malicioso nos lábios.

— Eric! – A mãe o repreendeu sorrindo.

— Não se preocupe Ric, ele não vai fazer nada, que eu não goste. – Ela deu uma piscadinha, deixando o irmão rindo, para trás.

Subiu, escovou os dentes, pegou a mochila, e desceu novamente. Abrindo a porta encontrou a amiga, encostada no carro,a esperando do outro lado da calçada.

— Ei gata, você vem sempre aqui? – Elena perguntou sorrindo.

— Só quando tem uma gata dessas, como você. – Blissa respondeu com graça, abraçando-a.

— Oi para você também, Blissa. – Ben, comentou aparecendo ao lado da irmã.

— Oi, Ben. – Ela disse o abraçando. O garoto, apenas sorriu e revirou os olhos – ato típico dos Gadjers  – retribuindo o abraço.

— Vamos logo, não quero chegar atrasado na escola. – Ele disse após soltar a garota, balançando as chaves do carro.

— Como se você quisesse ir para á escola. – Elena disse, revirando os olhos para o irmão mais velho– como eu disse, um ato típico dos Gadjer.

Blissa apenas sorriu de lado, olhando os irmãos Gadjer começarem as provocações, ela não andava muito animada ultimamente, e Elena já tinha percebido isso há muito tempo, mas toda vez que amiga perguntava a Blissa, o que a garota tinha, ela fugia do assunto e dizia que era apenas cansaço da escola, mas Elena sabia que não era, ela conhecia a amiga há muito tempo, e sabia decifrar quando a garota mentia e falava a verdade, e nesse caso, ela estava mentindo.

A amizade de Blissa e Elena, começou quando a família Gadjer se tornou vizinha dos Edwards em 2005, Blissa viu Elena de longe, e percebeu o quão tímida a garota era, decidiu então fazer amizade, e foi assim que nasceu a amizade das duas. Quem as visse de longe diria que Elena era a típica rebelde sem causa, e que Blissa era a doce garota tentando fazê-la mudar, achariam que Elena era a razão e Blissa a emoção, tudo com base no estilo das meninas. A droga do estereótipo, como elas costumavam disser. Acontece que as coisas, não eram do jeito que os outros pensavam, Blissa era a razão, enquanto Elena, era a emoção. Elena era tímida, enquanto Blissa não tinha vergonha de nada. Uma sabia o que a outra tinha, com apenas uma troca de olhares, aprenderam com o tempo a se decifrarem, não importava o que uma tinha, a outra sempre descobria. Blissa protegia Elena, e Elena, á seu modo, protegia Blissa, uma cuidava da outra e seria sempre assim.