O inimigo ao lado escrita por Lobinha Cry Cry


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo para vocês! Hora de flutuar!



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Bill olhava para os lados, estava no centro do covil da Coisa, via-se preso entre milhares de caminhos, corria para a esquerda desesperado, como se algo o caçasse. Olhava para trás e só via uma sombra se aproximando e uma risada um tanto doentia, o medo o dominava assim como desespero de ver que estava sozinho, se morresse ninguém saberia e se tornaria mais um rosto entre vários outros de outras crianças desaparecidas e por fim, esquecido com o tempo; distraído, tropeçou em algo e caiu naquele rio de água cinza, molhado, sujo confuso e assustado, tentou se levantar mas algo o agarrava no tornozelo, um mão humana e toda já em decomposição, com força conseguiu se soltar e voltar a correr com o coração batendo para fora do peito. Cansado, parou e o pânico se espalhou ao perceber que voltará ao mesmo local de antes, havia se perdido dos amigos, nunca deveria tê-los deixado:

— Gente! Onde vocês estão? Mike! ...Richie! …Eddie! …Stan! …Ben! ...Bev! – Olhava para cada canto, nenhum sinal de vida de nenhum dos seis, estava desesperado, mas ao olhar para baixo, viu algo deslizar por uma das pequenas correntes de água e parar na sua frente, um barco de papel.

Olhou para direção que o barco havia vindo, seu coração deu um salto, George estava parado na frente de um dos caminhos, a mesma capa, as mesmas galochas, porém com apenas um braço sobrando, o qual segurava um balão vermelho; Bill ficou perplexo, não conseguia falar, a emoção tomando-lhe conta e ao mesmo tempo o medo o paralisando, apenas conseguia olhar para o irmão e o sentimento de culpa em seus olhos:

— A culpa é sua Bill! Você mandou eu brincar lá fora e a Coisa me pegou! – George o fitava com raiva

— N-n-não Gi-G-George, a culpa não foi m-minha, eu n-n-nunca saberia! E-eu amo você! – Bill se segurava para não chorar

— Eu estou com medo Bill, por favor me tire daqui, eu quero ficar com você, com o papai e a mamãe – A voz do menino que antes era de raiva, ficou manhosa, os olhos emaranhados olhavam para o maior

—Gi-G-George eu... -  Não houve tempo de terminar a frase, algo agarrou a perna do menor e o arrastou para a escuridão

— Biiiilll! – Enquanto o garoto Denbrough olhava para aquela cena horrizado, já havia começado a pegar impulso para correr atrás do irmão, quando sente que algo o segura e virando-o para si, se depara com Pennywise

—  Hora de flutuar Bill! – Só pode ver aquele ser avançar sobre ele e tudo fica preto.

— Nãaaaoooo! – Bill começa se debater no seu lençol, o corpo todo suado, o batimento cardíaco alto

— Bill! Bill, acorda! – O garoto abre os olhos rapidamente, ofegante e sente uma mão acariciar seus cabelos, olha para o lado, Bev estava sentada ao lado da cabeceira, o sorriso em seus olhos, sempre transmitindo paz, aquilo o tranquilizava. Foi se levantando devagar, todos do grupo estavam ali, o encarando com dúvida, preocupação e amor:

— O que aconteceu? Por que eu estou na cama? E por que vocês estão no meu quarto? – Perguntava com a voz fraca e sonolenta, olhando de um em um e a cabeça doendo mais ainda

— Você desmaiou no corredor da escola, você estava indo na minha direção e de repente caiu – A ruiva olhou pros integrantes do grupo – Eles me contaram o que aconteceu, sobre a briga com os garotos da nona série – De repente tudo se clareou para Bill, tinha se esquecido do ocorrido de mais cedo, a única coisa que não esqueceu e provavelmente jamais irá, foi ver a Coisa sorrindo para ele enquanto este se permanecia no chão, cada vez mais fraco

— Nós o trouxemos para casa, sua mãe deixou que ficássemos aqui com você, ela teve que sair, comprar algum remédio para você eu acho, provavelmente não achou que seria bom deixa-lo sozinho – Disse Richie, enquanto remendava seu óculos.

Bill olhou atentamente toda aquela cena, estava no seu quarto, seus amigos estavam lá por ele, sempre estiveram, se surpreendeu ainda mais, pois Mike também estava lá, o estudando atentamente igual aos outros, os setes sortudos; aquele fora escolhido como o número da sorte do grupo, desde do dia da apocalíptica guerra de pedras que salvaram Mike do Bowers e que tiraram aquela foto no meio dos destroços do lixão, juntos são fortes, essa força conseguiu matar a Coisa um dia, era preciso reuni-la mais uma vez, era sua única esperança, mas o medo que o mantinha calado era maior. Beverly viu que o garoto estava com uma expressão preocupada e ao mesmo tempo assustada, além da palidez junto do hematoma na bochecha ainda inchada, com os olhos escuros das noites perdidas, dava para sentir o coração dele apertado, então se sentou na sua frente e o puxou para um abraço caloroso e reconfortante:

— Estamos aqui por você Bill, nunca o deixaremos, somos seus amigos e sempre seremos, não importa as dificuldades, estamos aqui para te ajudar assim como você sempre esteve por nós – O garoto por um instante ficou paralisado, o rosto enrubescido, mas logo abraçou a amiga, o doce cheiro de lavanda que ela sempre possuiu, cheirava de leve seu pescoço para apreciar aquele doce aroma que tanto lhe fez falta; logo o resto do grupo se juntou ao abraço, nenhum outro abraço, além de seus pais, poderia possuir amor maior e proteção do que aquele, se pudesse, o garoto Denbrough gostaria de transmitir seus pensamentos, seus medos e angustias naquele simples gesto, queria gritar por ajuda mas não podia, simplesmente não conseguia, o medo abafava sua voz assim como suas lágrimas.

Todos se soltaram, Beverly acrescentou um beijo na bochecha do garoto que esquentou mais ainda:

— Cara, somos muito gays! – Disse Richie e todos começaram a rir

— M-minha c-c-cabeça doí m-m-muito – Bill voltou a se deitar novamente a cabeça no travesseiro – E-estou q-q-quente, acho que e-estou com f-f-f-febre – Com a mão na testa e passando no pescoço, estava quente demais

— Espera, deixa eu ver – Eddie foi até Bill e colocou a mão em sua testa – É, você parece estar com febre, o bom é colocar um pano de água fria na testa, eu tenho um aqui

— O que você não tem ai nessa sua bolsinha, aposto que guarda seu escudo da virgindade ai também – Disse Richie com a voz e olhar de deboche

— Não foi o que sua mãe disse ontem à noite – Disse o menor que saiu para molhar o pano na pia do banheiro

— OOOWWW! Disseram todos e novamente começaram a rir enquanto Eddie voltava e se juntava nas risadas, colocou o pano em Bill que com o tempo já se sentia melhor.

Foi uma das melhores tarde que o garoto havia passado, ouvir suas vozes junto com a dele, a presença de todos naquele momento era algo gratificante, se sentia protegido, aquela noite sentia que conseguiria dormir mais leve. Finalmente anoiteceu, estava ele deitado em sua cama, olhando para o teto que tinha pendurado seu móbile de avião, George amava aquilo, mas pensar no irmão doía mais por causa do seu sonho, ou melhor, pesadelo, aliás George está morto, provavelmente aquele George era representação física de sua culpa que mesmo não sendo responsável, não deixava as vezes de se culpar; de repente, sentiu uma presença a mais no cômodo, uma assombração, causava calafrios em Bill, a mesma risada ecoava pelos cantos do quarto, assim como o medo do garoto pelo seu corpo, mas veio-lhe em sua cabeça, a lembrança de mais cedo, da ajuda de seus amigos, das risadas, do abraço dos sete, o beijo da  Beverly, levou a mão lentamente a bochecha que fora beijada, a sensação incomoda do começo foi embora, sentiu que havia enfraquecido e depois fugido, o garoto adormeceu permanecendo com a mão no rosto, o sorriso estampado em sua expressão e o alívio no coração, tudo que podia se ouvir naquela noite era o vento assoprando as folhas daquela noite vazia e estrelada. 


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Notas finais do capítulo

Se vc leu até aqui foi pq eu consegui te entreter e pretendo entreter muito mais, até a próxima fic! Bye!



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