Menina dos Olhos escrita por sweetheart


Capítulo 1
Único.


Notas iniciais do capítulo

Essa pequena oneshot (eu chamaria de drabble, mas dizem as más línguas que drabble possuem apenas 100 palavras) era parte de uma coletânea de drabbles de Fairy Tail que cansei de manter devido à falta de retorno e inspiração, e resolvi postar minhas favoritas separadamente. Espero que gostem dessa ♥



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Atrás daquele balcão e do vestido cor-de-rosa, Mirajane fechava os olhos para sorrir. E o sorriso dela era um fantasma do que já foi um dia, Laxus observava.

Agora Mirajane era uma criatura doce, alva e delicada.  Não que ele não gostasse, mas sentia falta da feroz e impiedosa Mirajane dos tempos de adolescente. Infelizmente, depois da perda da irmã, aquela criatura admirável murchou como uma flor senescente no final do seu ciclo.

Na verdade, muito da guilda mudou desde então. Todos foram obrigados a amadurecer e perceberam que a vida de um mago não era uma história fantasiosa com missões e curtição com os amigos. Pessoas morriam. Magos morriam. E magos da Fairy Tail não eram imunes a maldade do mundo, muito menos da morte.

Aos poucos, a guilda superou. Mas não Mirajane. Todos seguiam em frente, mas nunca Mirajane. E ele não devia a culpar por isso.

A cada cerveja servida, o brilho nos olhos dela tornava-se mais opaco, e, por trás da sua caneca de cerveja, sentado em uma mesa distante de todos, Laxus observava e se lamentava de nunca ter gravado direito em sua memória aqueles olhos cintilantes que despertavam o mais profundo de seu ser.

Aquele não era um dia bom, principalmente porque pensamentos errados como esse torturavam a sua cabeça. Ele queria diversão, queria sair daquela mesmice.

Levantou e caminhou sorrateiro até o balcão, sua capa balançava conforme seus passos. Ela encheria a sua terceira caneca naquele dia, olhando-o como se não lembrasse do passado. Como se não o olhasse com olhares sugestivos antes. E ele odiava isso, embora a encarasse taciturno de volta. Porque não. Ele nunca deixaria que ninguém lesse os seus pensamentos, suas fraquezas e o âmago do seu ser.

Quando chegou, esticou o braço, esperando que ela enchesse a sua caneca.

— Desde quando você bebe mais do que uma caneca de cerveja? — Ela perguntou simpaticamente.

Ela não deixava de ser simpática, aquilo fazia parte do seu ser atual, afinal. Mas com Laxus não havia a necessidade de sorrisos falsos de encorajamento. Ele sabia. Ele a entendia melhor que qualquer pessoa ali. Eles sempre tiveram um certo tipo de cumplicidade, mesmo que trocassem poucas palavras.

Laxus nunca foi um homem de conversas, mas com Mirajane nunca era um monólogo.

Ele ponderou antes de responder. Não queria se expor, mas ao mesmo tempo sentia uma necessidade enorme de olhos surpresos e sugestivos lhe encarando de volta.

Aqueles olhos.

— Desde que passei a pensar em você mais do que o necessário — ele respondeu, antes que pudesse controlar a si mesmo.

Ela o olhou profundamente. Em uma fração de segundos aqueles olhos grandes cintilaram para ele. Ele analisou cada movimento de sua íris. Ah sim... A antiga Mirajane ainda estava ali em algum lugar.

Aqueles olhos.

Ela esboçou um sorriso de canto para ele.

Aqueles eram os malditos olhos que ele amava.


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Notas finais do capítulo

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