Um Cartão de Dia dos Namorados para Weiss escrita por Holanda


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fic do meu OTP freezerburn, podem ter certeza que depois dessa, vou fazer muito mais, porque amei muito escrever cada palavra! ♥


Ps: A Weiss e a Yang são uma bagunça gay e eu amo elas! *-*



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Weiss olhou impaciente para seu relógio de pulso, faltava apenas cinco minutos para começar o horário da aula com a professora Goodwitch, ela se virou vendo duas de suas três colegas de quarto ao seu lado, Weiss estalou a língua irritada:

— Onde está a Yang? Ruby, onde está sua irmã?

Ruby que estava conversando distraída com Blake olhou para Weiss e deu de ombros murmurando que não sabia onde sua grande irmã loira estava.

A herdeira Schnee bateu o punho na mesa, aquilo era inaceitável, como aquela turrona poderia ser assim tão irresponsável, acabava prejudicando a reputação de seu time que já não era das melhores, Weiss não poderia está mais estressada e a sala estava especialmente barulhenta naquele dia, a deixando ainda mais irritada.

— Por que toda essa confusão afinal? — Ela perguntou.

— É dia dos namorados, Weiss. — Blake afirmou com se fosse uma resposta obvia.

— E o que tem demais nisso? E ridículo por si só, que exista um dia para namorados. — Weiss bufou.

— Ridículo ou não, parece que o pessoal está bem animado. — Ruby disse olhando em volta meio deslocada.

— Que perda de tempo! — Weiss se levantou.

— Para onde você vai? — Ruby perguntou se surpreendendo.

— Procurar a irresponsável da sua irmã! Porque eu não vou ser advertida só porque a Yang resolveu matar aula.

Weiss saiu da sala e atravessou os corredores da Beacon a passos duros, seu salto batendo no chão e uma expressão furiosa no rosto, assim que virou no corredor de seu dormitório cruzou com Jaune.

— Ei, Weiss! — O rapaz loiro a comprimentou. — Tem uma coisa que eu queria falar com você…

— Não! — Ela rosnou e passou reto por ele o ignorando completamente.

Ela chegou no quarto que dividia com Ruby, Blake e Yang, ela empurrou a porta que bateu na parede de forma ruidosa e Weiss ficou parada bem debaixo do umbral, com as mãos na cintura olhando furiosa para a colega loira que deu um pulo de susto com sua entrada repentina.

— Uou! Weiss? O que está fazendo aqui? — Yang perguntou olhando assustada para a herdeira.

— Eu é que pergunto! Por que você não está na aula? — Weiss olhou rapidamente para seu relógio. — A aula já começou e por sua causa, mais uma vez, vamos levar uma advertência da professora Goodwitch! — Ela se aproximou de Yang mantendo uma expressão inflamada. — Será que você está contente com isso? Valeu a pena dormir até mais tarde?

— Eu não estava dormindo! — Yang se defendeu.

— Então o que raios você estava fazendo que é mais importante do que a aula?! — Weiss começou a bater o pé no chão sentindo sua raiva só crescer.

— Aaah… eu… — Yang olhou para lados e coçou a parte de trás da cabeça, parecia procurar alguma desculpa esfarrapada para dar a Weiss.

— Vamos, Yang! O que você estava fazendo aqui que era assim tão importante? — Weiss pressionou estreitando seus olhos.

Yang pareceu ficar ainda mais nervosa com isso, ela se moveu para mais perto da cama de Weiss o que só aumentou sua desconfiança, a herdeira esticou a cabeça para ver se a loira estava escondendo alguma coisa.

— Eu… eu estava dormindo mesmo! Quer dizer… eu pensei que voltar para cama e dormir por mais cinco minutos não faria mal, mas eu perdi a noção do tempo. — Yang riu nervosa.

— Saia do meio! — ordenou.

— Foi isso que aconteceu, Weiss, eu juro! — Yang se deslocou  bloqueando ainda mais a visão dela.

— Yang, saia do meio, agora! — ordenou novamente, agora passando ainda mais raiva por sua voz, Yang ficou rígida a saiu da frente. — Se isso for uma de suas estúpidas brincadeiras… — Weiss vasculhou sua cama e não demorou para encontrar em envelope branco debaixo de seu travesseiro.

— O que é isso? — Ela perguntou se virando e encarando Yang.

— Eeeeh… eu não sei, por que você não olha?

— Você está agindo muito estranho. — Weiss constatou estreitando os olhos novamente.

— O que? Claro que não! Eu estou normal, super normal!

Era claro para Weiss que Yang estava mentindo, mas ela decidiu ignorar por hora, ela voltou sua atenção para o envelope e começou a abrir verificando que havia um cartão dentro, era azul suave e tinha um coração desenhado no meio.

Weiss levantou uma sobrancelha e olhou para Yang procurando alguma dica de deboche da colega loira. Não achou nada, então ela abriu o cartão e leu o que estava escrito dentro:

Eu sei que isso é um pouco repentino, você pode se assustar, eu sei, porque eu também me assustei quando percebi que tinha sentimentos por você. Estou ciente que as chances de nos darmos certo são pequenas, mas se você estiver disposta a me dar uma chance eu adoraria tentar.

Estarei te esperando perto da fonte quando o sol se por.

Não havia nenhuma assinatura ou identificação. Weiss sentiu suas pálpebras tremendo, ela suspirou e fechou lentamente o cartão.

— Weiss, eu… — Yang começou, mas foi interrompida.

— Tudo bem, Yang, eu já entendi tudo.

— Entendeu? — A loira ficou confusa. — E está tudo bem?

— Não precisa se preocupar, eu vou resolver isso agora mesmo, não há motivos para esperar.

Yang abriu a boca para dizer algo, mas sua voz faltou e ela teve de ficar em silêncio vendo Weiss sair porta afora a deixando sem entender o que aconteceu ali.

Jaune estava na biblioteca com o resto de sua equipe, Pyrrha, Nora e Ren, quando uma sombra cobriu o livro que ele estava lendo.

— Ei, o que é isso? — Jaune levantou a cabeça para ver Weiss lhe encarando muito séria. — Ei, Weiss, como posso ajudar?

— Podemos ter uma conversa, em particular. — A herdeira deu uma sutil olhada para Pyrrha que estava sentada ao lado de Jaune.

— Claro. — Jaune se levantou e seguiu Weiss para uma estante distante, ela se virou ficando de frente dele e o forçando a parar. — Ei, você está me deixando nervoso, eu fiz alguma coisa errada?

— Deixe-me ver… — Weiss colocou uma mão no queixo e fez uma falsa expressão de reflexão. — Entrar no meu quarto, mexer na minha cama, deixar esse cartão cafona e genérico para mim, mesmo que eu já tenha deixado bem claro que não estou interessada e ainda por cima, envolver a Yang em suas armações, então… Sim! Você fez alguma coisa errada!

— Oh, espere um segundo, do que você está falando?

— Não se faça de desentendido! — Weiss se irritou. — Eu cruzo com você no corredor vindo exatamente da direção do nosso quarto e depois eu acho isso na minha cama! — Ela balançou o cartão na frente do rosto dele. — Quem mais nessa bendita escola seria capaz de fazer tal coisa?

— Weiss eu não…

— Chega Jaune! Será que você não ver que isso não tem graça? Pare de ficar insistindo em uma coisa que nunca vai acontecer!

— Weiss, eu juro que eu não sei do que você está falando, eu… eu até fiz um cartão, mas não era para você. — Jaune fitou o chão incapaz de sustentar o olhar.

— Não foi para mim? Então quer dizer… Para a Ruby?! — Weiss quase engasgou pensando que Jaune havia confundido as camas no quarto.

— Não! Não! Não!

— Então… Blake? Não me diga que você está gostando da Yang?

— Não! — Jaune balançou os braços e a cabeça em negativo. — Não é nenhuma de vocês, eu não estive no seu quarto, eu juro!

— Espere, quer dizer que não foi você que escreveu isso? — Ela mostrou novamente o cartão branco com o coração azul e ele negou.

O rosto de Weiss queimou em vergonha, ela havia cometido um terrível engano e acusado injustamente Jaune. Ela tinha o péssimo hábito de ser rápida em julgar as coisas, na maioria das vezes, Weiss acertava, mas daquela vez ela havia cometido um erro e brigou com Jaune sem ele ter culpa alguma.

— Me desculpe, eu achei… — Weiss lutou para encontrar as palavras, ela não era acostumada a se desculpar.

— Tudo bem. — Jaune lhe deu um sorriso encorajador e Weiss acabou retribuindo. — Parece que você tem outro admirador. — Ele apontou para o cartão, trazendo a questão de volta e o sorriso de Weiss se desfez em um segundo.

— Jaune, você por acaso viu alguém entrar no nosso quarto?

— Não, eu via Yang, demos bom dia um para o outro e foi só. Nada de estranho.

— Certo, obrigada pela ajuda e mais uma vez, desculpe pelo mal entendido.

Weiss se virou para ir embora e ouviu Jaune lhe desejando sorte, mas ela estava muito imersa em seus pensamentos para lhe dar qualquer agradecimento. Quem poderia ser a pessoa que escreveu aquele cartão? Weiss não tinha muitas opções, então achou melhor fazer algumas investigações antes.

Na hora do almoço, Weiss encontrou os membros de seu time no refeitório.

— Ei, Weiss! Onde esteve? Perdeu a aula da professora Goodwitch. — Ruby disse assim que viu sua parceira.

— Depois de toda aquela confusão você que acabou matando aula! — Yang comentou levantando uma sobrancelha.

— Eu tinha algo para fazer, agora me digam uma coisa, viram alguém estranho perto do nosso quarto? — Weiss foi logo perguntando.

— Todo mundo está meio estranho hoje. — Blake falou estreitando seus olhos felinos. — Incluindo você.

Yang e Ruby fizeram coro rindo.

— Como você está engraçadinha hoje, senhorita Belladonna. — Weiss falou sarcástica. — Ruby! — Ela gritou fazendo a pequena jovem saltar na cadeira de susto.

— Sim… — Ela pareceu assustada com a intensidade do olhar que Weiss estava lhe dando.

— Você não mentiria para mim, não é? Eu sou sua parceira!

— Não, Weiss, eu não mentiria para você.

— Bom, então me responda, você sabe o que é isso! — Ela colocou o cartão na frente da cara de Ruby. — Responda! — exigiu.

— Eu não faço a mínima ideia do que seja isso! — Ruby gritou nervosa.

— Então tudo isso é porque você ganhou um cartão de dia dos namorados! — Um leve sorriso malicioso pintou nos lábios de Blake quando ela disse aquilo.

— Nada de gracinhas! — Weiss censurou.

— Não precisa levar tão a sério, as pessoas trocam cartões até mesmo com amigos, é uma tradição. — Blake falou casualmente.

— Normalmente sim, porém, isto não é só um mero cartão de dia dos namorados.

— O que quer dizer? — Ruby perguntou agora curiosa.

— Então quer dizer que…

— Sim, exatamente! — Weiss confirmou sem Blake precisar terminar a sentença tendo plena consciência que sua colega fauno sabia perfeitamente do que se tratava.

— O que? O que é? O que elas estão falando, Yang? Eu não estou entendendo nada. — Ruby choramingou no colo da irmã.

Yang estava estranhamente calada com toda aquela situação que certamente renderia boas piadas da loira.

— Ela quis dizer que foi uma confissão de um admirador secreto, estou certa? — Yang disse bebericando um copo de suco.

— Sim, e eu quero descobrir quem é!

Ruby abriu a boca e arregalou os olhos surpreendida:

— Para vocês namorarem e fazerem coisas nojentas?

— O que? Não! Para eu colocar essa pessoa em seu devido lugar e dizer o quanto isso é ridículo!

Yang desviou o olhar se concentrando em seu prato já parcialmente comido.

— Isso parece bem cruel! Depois você acha ruim quando te chamam de rainha do gelo. — Ruby disse.

— Durante toda a minha vida, os rapazes só se aproximaram de mim por causa do nome de minha família, eu não vou acabar como a minha mãe!

— Por causa disso você vai rejeitar todas as pessoas que se aproximarem de você? — indagou Blake.

— Sim!

— Não tem medo de acabar sozinha? — Yang perguntou levantou o olhar.

— Eu posso lidar com isso. — respondeu Weiss, mas a verdade é que pensar naquilo lhe causava uma pontada no coração, ela não queria ficar só.

— Isso parece triste… — Yang disse tão baixo que quase não dava para ouvir, antes de Weiss pensar em alguma resposta, Blake falou:

— E se for o Netuno?

— Desculpe?

— E se a pessoa que te mandou o cartão for o Netuno, você ainda sim o rejeitará?

— Eu… eu… Eu tenho certeza que não é ele, e mesmo que fosse, isso não muda nada!

— Eu acho que você deveria dar uma chance, talvez a pessoa goste de você de verdade. — Yang falou.

— Por que eu deveria dar uma chance a alguém que nem sequer tem coragem de confessar seus sentimentos pessoalmente e tem de mandar estúpidas cartinhas? — Weiss se debruçou na mesa encarando a colega loira.

— Talvez a pessoa tenha te chamado justamente para conversar sobre isso!

— Como você sabe? Até onde sei, pode apenas ser uma estúpida brincadeira! — Weiss agora estava quase gritando, deixando Ruby e Blake assustadas com discussão acalorada entre suas duas colegas de equipe.

— Pode ser uma brincadeira, ou pode ser sério, se você não for, nunca vai saber!

— Eu não vou deixar ninguém rir da minha cara!

— Mas que droga! Ninguém aqui está rindo da sua cara! E se alguém risse, eu mesma me certificaria de quebra a cara de quem fosse que estivesse zombando de você!

— Por que você… — Weiss se interrompeu abruptamente e olhou curiosa para Yang. — Como você sabe que havia um convite de encontro no cartão?

Yang arregalou os olhos e se afastou aturdida, ela abriu e fechou a boca algumas vezes, mas nenhum som saiu, Weiss reconheceu que foi exatamente o que ela fez no quarto pela manhã. Claro, era isso, tudo ficou claro na cabeça de Weiss.

— Você estava mexendo na minha cama quando eu cheguei. — Yang sentiu todos os músculos de seu corpo se enrijecerem. — E depois tentou me impedir de ver o cartão como se já soubesse da existência dele. — Yang engoliu a seco.

— Eu posso explicar, eu…

— Você estava mexendo nas minhas coisas, achou o cartão e leu! — Yang soltou a respiração. — Você achou engraçado e resolveu entrar no jogo e fingir que não sabia de nada apenas para brincar com minha cara.

— Eu não estou brincando com a sua cara! — Yang se apressou a dizer.

— Diga a verdade! Você viu quem deixou esse cartão na minha cama? — Weiss a encarou com determinação.

— Não. — Yang respondeu seca.

— Gente… por favor, não briguem… — Ruby falou com a voz frágil.

Weiss se afastou refletindo sobre tudo isso.

— Quer dizer que você tomou café da manhã conosco, depois voltou para o quarto para dormir mais e achou o cartão na minha cama? — Ela colocou as mãos na cintura e lançou um olhar inquisitor para Yang que apenas assentiu com a cabeça. — Bem, isso não resolve meu problema. — Weiss colocou uma mão no queixo pensativa.

— Tem um jeito de você saber quem é seu admirador secreto. — Blake disse e todas as três garotas olharam para ela. — Vá até o encontro.

Weiss ficou em silêncio por um instante depois passou os olhos por cada uma de suas colegas e disse meio arrogante:

— Por que eu deveria ir em um encontro com um gatuno que se esgueira para dentro do meu quarto? E se for um pervertido? Ou pior ainda!

— O que poderia ser pior do que isso? — Ruby perguntou.

— Pode tudo ser parte de uma pegadinha! Sem falar, que eu já disse que não estou interessada.

Yang enfim explodiu, ela se levantou e bateu as mãos na mesa com violência:

— Ótimo então! Não vai! Fica ai sozinha com todo esse seu orgulho que não te serve para nada!

— Quem você pensa que eu sou para se dirigir a mim desta forma? Sua mal educada!

— Eu penso que você é uma garota mimada e arrogante que não sabe ver quando as pessoas se importam com você! — Depois de dizer aquilo, Yang saiu irritada deixando uma Weiss indagada para trás.

Nada havia saído como Yang gostaria e ela estava tão irritada que poderia derrubar uma Ursa com um soco, mas a sua raiva nunca dura para sempre e logo ela se sentiu arrependida de ter gritado com a garota que ela tanto gostava, por isso Yang procurou Weiss para de desculpar.

Ela procurou por todos os lugares que imaginou que Weiss poderia estar, e não achou a herdeira em lugar algum, nem mesmo Blake ou Ruby sabiam onde ela havia ido, no final da tarde já se aproximava, Yang olhou pela janela e viu o sol começar a se esconder no horizonte foi quando uma ideia lhe surgiu, Weiss só poderia está no último lugar que ela pensaria que ela estivesse.

Yang encontrou Weiss em uma área externa da escola, era semelhante a um parque, com árvores e bancos para os alunos aproveitarem o bom clima do Vale. A herdeira estava sentada em um dos bancos com a cabeça baixa e as mãos nos joelhos meio encolhida.

— Ei. — Yang a comprimento e Weiss levantou a cabeça para vê-la.

— Yang?! — Weiss piscou surpresa

— Eu posso sentar aqui? Prometo que não vou gritar. — Yang disse em uma voz calma e Weiss assentiu se afastando um pouco para dar espaço no banco.

Assim que Yang se sentou, a herdeira começou a falar:

— Yang, eu queria falar com você, tive muito tempo para pensar no que aconteceu no almoço e queria me desculpar, eu… O meu comportamento foi irritante e desnecessariamente grosseiro, você só estava tentando ajudar e eu fui simplesmente estúpida com você. Eu vou entender se você não me perdoar. — Weiss deixou as palavras saírem como uma torrente de sua boca, ela só poderia espera que Yang aceitasse suas desculpas.

— Tudo bem, Weiss. — Yang sorriu e segurou a mão da outra garota de uma forma reconfortante. — Eu também vim aqui para pedir desculpas, eu gritei com você, te chamei de mimada e arrogante, fui uma idiota e tudo porque perdi a paciência… me desculpe. Eu não queria dizer aquelas coisas e eu realmente não penso que você seja nada disso.

Weiss abaixou o olhar e mirou na mão de Yang segurando a sua, a loira percebeu que ela estava olhando e entendeu que estava incomodando.

— Ah, me desculpe. — Yang começou a tirar a mão, mas Weiss a agarrou em um segundo voltando a posição que estavam antes, deixando Yang surpresa.

— Eu acho que nos duas nos exaltamos demais e passamos dos limites, estou feliz que possamos ficar bem. — Weiss olhou nos olhos de Yang e sorriu, elas só sustentaram o olhar por um instante, antes de desviarem olhando para o chão.

— Weiss tem outra coisa que preciso dizer.

— Eu queria te pedir uma coisa.

Ambas falaram ao mesmo tempo.

— Pode dizer. — disse Weiss.

— Não, pode falar primeiro, você disse que queria me pedir uma coisa, o que seria?

— Bem… — Weiss apertou a mão de Yang meio nervosa. — Eu gostaria que você me acompanhasse até o encontro com esse tal admirador secreto. — Terminou a frase com um leve desprezo na voz.

— O que? Mas você disse que isso era estúpido e não iria.

— Sim, eu sei o que eu disse, mas eu quero muito saber quem é, e me sentiria mais segura com alguém de confiança comigo, então pensei em você.

— Ah… certo… — Yang piscou meio sem saber como reagir.

— Ótimo, sempre soube que poderia contar com você! — Weiss se colocou de pé em um instante batendo palmas discretamente.

— O que? — Yang se surpreendeu ao perceber que suas palavras foram interpretadas como uma assertiva.

— Vamos! — Weiss agarrou a mão de Yang a puxou. — No cartão dizia que ele estaria me esperando perto da fonte ao pôr do sol, o que vai ser daqui a pouco, temos de nos apressar.

— Weiss, espera! — Yang parou impedindo a herdeira de continuar.

— Não, Yang, o sol já está se pondo, temos de nos apressar. — Weiss a puxou novamente e Yang acabou correndo junto dela até chegarem no centro do parque onde a fonte estava.

Quando as duas chegaram, olharam em volta apenas para confirmar o que era evitante, não havia ninguém ali.

— Bem, parece que eu estava certa e tudo não passava de uma brincadeira, veja, ele nem sequer veio! — Weiss disse quase presunçosa.

— Não, você está errada. — Yang estava parada alguns passos atrás de Weiss e quando ela falou a herdeira se virou para encarar a colega levantando uma sobrancelha.

— Desculpe?

— Ele veio! — afirmou Yang e Weiss olhou em volta mais uma vez se certificando que só havia elas duas ali.

— Onde?

— Aqui!

— Aqui, onde?

— Bem aqui. — Yang apontou para si mesma tentando seu melhor para manter uma expressão impassível, mas seu coração batendo acelerado estava complicando a tarefa de se manter calma.

Weiss juntou as sobrancelhas em uma compreensão tardia, ela olhou para o rosto de Yang avaliativa e deu um passo para trás:

— O… o que… o que é isso? Que brincadeira é essa?

— Não é brincadeira, nunca foi uma brincadeira.

— O que significa tudo isso? — Weiss parecia realmente assustada.

— Significa exatamente o que parecer ser.

— Você… você… não pode ser sério com isso.

— Eu sou muito sério, não é como se eu fosse brincar com algo assim.

— Você está gostando de mim? Que dizer… como… não de um jeito… ah meu deus!

— Weiss me escuta um instante! Faz um tempo que eu estou pensando em você e… eu achei que era apenas uma atração passageira, mas vão foi! Eu percebi que estava apaixonada por você.

— A… apaixonada?

— Desculpe, eu não sou muito boa em me expressar, parece que nada que eu digo faz realmente jus ao que eu quero dizer. — Yang passou a mão por trás da cabeça e sorriu meio constrangida.

— Yang… eu… eu não sei o que dizer, quer dizer, eu não esperava, você me pegou completamente desprevenida.

— É… eu sei, mas então? O que me diz?

Weiss piscou algumas vezes para processar o que Yang estava querendo dizer, então ela completou:

— Você me dar uma chance?

— Defina uma chance. — Um sorrisinho pintou nos lábios da herdeira e Yang lhe sorriu de volta.

— Ah, você sabe…

— Não, não sei. — Weiss disse se aproximando um pouco, ela já estava se sentindo mais confortável com aquela ideia. — Não seja estúpida, você sabe bem que eu não tenho nenhuma experiência nesse tipo de assunto, então de agora em diante vai ter de ser bem mais clara quando quiser alguma coisa de mim. — Ela terminou fazendo um gesto vago com as mãos.

— Cadê aquela garota fofa que estava se atrapalhando com as palavras até agora a pouco? — Yang deu um sorriso torto e se aproximou já entendo que Weiss estava permitindo.

— Quem disse que você pode me chamar de fofa? — disse ainda sorrindo e deu mais um passo ficando apenas a um palmo de distância de Yang.

— Ninguém, mas acho que você não se incomoda, não estou certa? — A loira abaixou levemente a cabeça ficar ainda mais perto de Weiss.

— Bem, se não tiver ninguém por perto, acho que não vai fazer mal.

— E eu posso te chamar de outra coisa?

— O que, exatamente?

— De… namorada?

Weiss ficou em silêncio por assustadoramente cinco longos segundos deixando todos os músculos de Yang tensos, ela estava começando achar que havia forçado demais a barra e ficou com medo ter estragado tudo.

— Hum… suponho que esteja de acordo com isso.

— Isso quer dizer… — Weiss balançou a cabeça confirmando, mas Yang queria palavras. — Eu preciso ouvir você dizendo.

Um rubor surgiu o rosto da herdeira.

— Sim.

— Sim o que? — Yang estava se divertindo provocando um pouco ela.

— Sim, eu deixo você me chamar de sua namorada. — Weiss olhou para o lado incapaz de lidar com o amplo sorriso e o brilho nos olhos de Yang.

— Que incrível! — Yang gritou e depois amassou Weiss em uma abraço apertado.

— Yang, chega! Eu estou sufocando!

— Desculpe. — A loira se afastou só um pouco rindo, mas manteve um braço ao redor de Weiss e com a outra mão, segurou o queixo da sua nova namorada.

— Yang, o que você está fazendo? — Weiss perguntou com uma voz meio tremula ao perceber a proximidade entre seus rostos.

— O que você acha? — Yang disse se aproximando ainda mais, tanto que Weiss podia sentia a respiração da loira em seu nariz.

O coração de Weiss batia rápido em expectativa, ela não podia ser a mais experiente em romance, mas não era uma total ignorante para não saber o que aconteceria a seguir, então ela fechou os olhos e esperou para que Yang se inclinasse e a beijasse. Mas o que era para ser seu primeiro beijo romântico real na boca, acabou em um frustrante beijo casto em seu olho esquerdo, bem onde sua cicatriz se localizava.

Ela abriu os olhos sem entender muito bem o que houve e encontrou uma Yang sorridente.

— O que foi, princesa? Não gostou? — Ela zombou.

— Sua estúpida! — Weiss se irritou e bateu o pé no chão. — Se vamos namorar, então faça isso direito!

Yang nem teve tempo de processar o que ela disse, Weiss agarrou o colarinho de sua camisa e a puxou para um beijo, a loira se surpreendeu quando seus lábios tocaram, mas logo ela riu interrompendo tudo. Weiss ficou com o rosto vermelho e Yang não sabia se era de vergonha ou raiva, a herdeira parecia pronta para brigar com ela novamente, mas acabou sendo puxada e Yang a beijou adequadamente daquela vez. Suas bocas se separam depois de um instante, mas permaneceram abraçada e com Yang mantendo suas testa encostada da de Weiss.

— Isso foi ótimo, eu pensei que você tinha dito que era inexperiente. — Yang disse rindo.

— Eu sou, pelo menos, menos do que você.

— Não é como se eu tivesse toda essa experiência que você pensa, eu apenas….

— Oh não! — Weiss se apressou a interrompê-la. — Não quero saber, não venha me falar sobre outras garotas que você já ficou.

— Ah, quer dizer que a princesa é do tipo ciumenta! Bom saber! — Yang lhe deu um sorriso malicioso.

— Yang Xiao-Long, se você tiver a ousadia de tentar me provocar com esse tipo de coisa, eu juro que vou passar cola no seu cabelo quando você estiver dormindo.

— Você não é nem louca para fazer algo assim. — Yang estava sorrindo, mas por dentro, se assustou um pouco, seu cabelo era o que ela tinha de mais precioso, e Weiss sabia muito bem disso.

— Nunca subestime Weiss Schnee! — Com isso, ela saiu dando as costas para a loira que ficou atônita.

— Isso vai ser interessante, vai ser interessante de muitas formas. — Ela sorriu e correu atrás de Weiss, as duas agora precisavam contar a novidade para suas colegas de time.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler!



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