O Diário de Sir William escrita por Andressa Becker


Capítulo 8
Capítulo VII


Notas iniciais do capítulo

Olá,mais um capítulo para vocês ♥
Espero muito que gostem!
Me contem o que estão achando,please
Boa leitura!
(Aaah,obrigada Naah e Lala por sempre comentarem ♥)
(Ps:Tem mais alguém lendo a fic?T-T)



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William observou enquanto Margaret andava até o piano,ela possuía uma certa leveza e graciosidade ao andar,devia ser uma boa dançarina. Ela se posicionou no banco em frente ao piano e começou a tocar. Will havia sido privilegiado com um assento na primeira fileira e conseguia vê-la com bastante clareza,estava usando um vestido azul claro e seu cabelo estava preso com uma fita verde. Ela inclinou a cabeça levemente ao tocar uma nota e mesmo sem perceber Will acompanhou o movimento,havia algo de tão maravilhoso ao observa-la mover os dedos delicadamente sobre as teclas. Ela devia estar tocando bem,pois todos estavam olhando contemplativos para ela,mas Will não conseguia ouvir a música,naquele momento tudo que ele podia ver era o cacho loiro que pairava suavemente sobre o ombro de Margaret,seu olhar seguiu o perfil dela até seus lábios e ele ficou boquiaberto. Como Will não havia percebido antes?Ela possuía lábios em formato de coração,que estavam levemente vermelhos com aqueles adereços que as mulheres usavam para se maquiar,eles eram de alguma maneira extremamente fascinantes,tão bonitos e tão beijáveis...

—Sir William?-A Srta.Walsh perguntou chamando a atenção de William. A senhorita Charlotte,não Margaret. Ela era de todos os modos tão adorável quanto a irmã,embora fosse um pouco mais nova e a cor dos olhos e do cabelo fosse diferente,então por que raios Will não conseguia parar de pensar em quanto os lábios de Margaret eram mais fascinantes

E tão mais beijá...

Santo Deus.

—Perdão,o que disse?-William perguntou e a Srta.Walsh deu um sorriso sereno.

—Perguntei o que o senhor estava achando da minha irmã.

—Ah,ela é uma pianista admirável.-Will elogiou voltando os olhos para Margaret. Ela havia fechado os olhos,os cílios tocando sua bochechas,e estava com uma expressão concentrada. Naquele momento Will não entendeu como apenas quatro cavalheiros a haviam pedido em casamento. Os outros cavalheiros de Londres deviam ser cegos. Só podiam ser cegos.

—Eu não estava falando sobre isso.-Charlotte confessou de modo nada discreto e Will voltou a olhar para ela,com uma curiosidade redobrada.-Ah,não me olhe assim,eu só estou curiosa,vocês dois estão prometidos e agora o senhor está olhando para ela com essa expressão toda abobalhada.

—Eu não estou com uma expressão abobalhada.-Will falou na defensiva e a Srta.Walsh riu.

—Desculpe-me,não resisti,tendo crescido com um irmão como o meu sei exatamente como provocar um homem.

William pensou que essa frase podia ser interpretada de maneira absurdamente errada,mas decidiu afastar o pensamento e sorriu de maneira afável.

—A senhorita faz o seu irmão parecer terrível.

—Mas ele é-Ela afirmou-irritante de todas as formas possíveis,mas nós o amamos mesmo assim,acho que por isso ele continua agindo de forma tão condescendente,ele é amado demais.

—Não acredito nisso-Will falou-Acredito que o amor só desperta o melhor das pessoas.

—É mesmo?Mas o senhor não tem a mais famosa das reputações.-A garota falou com cautela e Will sorriu.

—Isso é exatamente porque não fui amado. Na verdade,não estou sendo justo,minha mãe me amou,mas ela faleceu.

—Sinto muito.

—Está tudo bem. O ponto é-Ele se inclinou para mais perto de Charlotte com um sorriso no rosto-Seu irmão na verdade é tão irritantemente condescendente porque é a forma dele demonstrar o amor dele por vocês.

—Mas que forma horrível de se demonstrar amor!-Charlotte exclamou retribuindo o sorriso.-Mas creio que o senhor não respondeu a minha pergunta.

Ah,ela estava certa,William havia se esquivado ardilosamente da pergunta,porque ele mesmo não sabia a resposta. O que ele realmente achava sobre Margaret?Ela era bonita,é claro,mas metade das damas solteiras de Londres eram bonitas,algumas até mais do que Margaret. Então o que o atraia nela?A personalidade. Devia ser a personalidade,o modo como no jardim de sua casa ela pareceu tão...vivaz,seria vivaz a palavra?Mas ela o havia confrontado e havia conseguido entretê-lo em uma conversa,e ele havia surpreendentemente gostado de conversar com ela. Ela era de todas as formas uma moça agradável e encantadora. Ele sabia que Margaret era diferente de todas as outras com quem ele havia conversado. Ele só não sabia exatamente como ela era diferente e isso o intrigava.

—Gosto da sua irmã,ela sempre diz o que pensa.-Falou,porque era verdade e com certeza era uma das coisas que a deixava fascinante aos olhos dele,e viu os olhos de Charlotte brilharem.

—Isso é verdade,Maggie sempre foi assim.-Concordou e então fitou William curiosa-Eu adoraria pedir ao senhor uma resposta mais detalhada,mas temo que seja minha vez de tocar uma música.

Will ergueu o olhar apenas para constatar com surpresa que Margaret havia terminado de tocar e todos estavam se levantando para aplaudir. Um pouco tardiamente ele fez o mesmo. Com o canto dos olhos ele viu Charlotte se dirigir ao lugar onde Margaret se encontrava segundos antes e então a mesma havia assumido o lugar da irmã. Will se sentou novamente e fitou Margaret com interesse enquanto a garota se dirigia a cadeira vazia ao seu lado.

—A Senhorita tocou de maneira formidável.-Will elogiou e viu Margaret piscar e então o fitar com interesse,ela não corou e desviou o olhar como qualquer outra dama faria.

—Obrigada. Achei que o senhor não estivesse prestando atenção.- Ela o fitou inquisidora e ele revirou os olhos,céus,aquela atitude era tão Margaret.

—Por que a senhorita consegue sempre dizer a última coisa que eu imaginaria?-Perguntou e a jovem deu um sorriso mordaz.

—Acho que é para ver a surpresa em seu rosto Vossa Graça,é adorável.-Ela disse e William franziu a testa.

—Não tínhamos combinado da senhorita me chamar de William?

—Não me lembro disso.

—Tenho certeza de que se lembra.

—E eu tenho certeza de que não.

William olhou para o pescoço dela e ponderou,ele parecia muito esganável.

—Ah,não vale a pena.-Ela disse com um sorriso irônico como se lesse os pensamentos dele.-Minha morte traria muito mais problemas do que prazeres.

—Eu não teria tanta certeza.-William se inclinou sobre sua cadeira e se aproximou dela um pouco mais do que o apropriado. Sentiu a respiração dela se acelerar e deu um sorriso malicioso,provavelmente a garota nem sabia porque seu corpo estava reagindo de forma tão estranha a proximidade dele.-A ideia está perigosamente tentadora no momento,minha cara Margaret.-Sussurrou sedutoramente e fitou aqueles olhos castanhos com intensidade,eram tão contrastantes se comparado aos cabelos dela,era uma combinação muito,muito atraente. Will viu Margaret piscar perplexa com a investida dele e então murmurar desafiadoramente:

—É mesmo?

—Sim,a senhorita deveria se preocupar.-Ele sussurrou novamente baixinho e dessa vez roçou propositalmente seus dedos na parte do pulso descoberta das luvas e mangas do vestido de Margaret. Sentiu com grande triunfo a garota estremecer e então franzir a testa.

—Me preocupar?-Ela repetiu o fitando com a mesma intensidade-Estou em uma sala cercada dos maiores fofoqueiros  da alta sociedade de Londres,além é claro do meu pai e do meu irmão,que está vindo para cá nesse exato momento-Will arriscou um olhar para o lado e viu que,para total aborrecimento dele,ela não havia mentido-E o senhor acha que eu tenho que me preocupar com suas investidas baratas,Vossa Graça?

—A senhorita é uma donzela bastante irritante,sabia disso,querida Margaret?-Ele se afastou um pouco e a viu abrir um sorriso petulante.

—É claro,tenho uma família que se sente agraciada em me dizer isso todos os dias.

—Eu não diria agraciada,está mais para uma constatação inevitável,nos vemos na obrigação de deixar claro o quão irritante é a personalidade da minha irmã,na esperança de quem sabe assim algum dia ela mude,embora na minha opinião é uma perda de tempo,Margaret já é um ser irritantemente incorrigível.-Edward falou conseguindo de alguma forma expulsar o pobre Barão Whitehalle do lado de Sir William e agora sentava ali olhando para eles intrigado.

—Uau,vê Sir William?É por isso que eu o amo,ele é tão amável e doce comigo.-Margaret falou sorrindo de maneira dissimulada e Edward revirou os olhos.

—Sir William,você faria a gentileza de trocar de lugar comigo?Gostaria muito de dizer algo a minha irmã.-Ele pediu inocentemente e Will estreitou os olhos,teve de morder a língua para não perguntar:"Ora,a qual delas Sr.Walsh?"

—É claro.-Ele murmurou e eles trocaram rapidamente de cadeira. O movimento não foi notado,já que a música de Charlotte chegara ao fim e todos haviam se levantado para aplaudir.

—O que você gostaria de me dizer?-Will ouviu Margaret perguntar ao irmão quando eles se sentaram novamente.

—Não me lembro.

—Não se lembra?

—Não.-E então abriu um sorriso tranquilo e relaxou na cadeira. Se William tinha quaisquer dúvidas a respeito do motivo de Edward ter trocado de lugar com ele agora não haviam mais. Will se perguntou se por acaso tivesse uma irmã também seria ciumento em relação a rapazes,provavelmente sim,embora nunca teria a chance de descobrir,bem talvez se ele tivesse uma filha...

—Ah não,vai ser agora.-Margaret gemeu.

—Prepare os seus ouvidos Sir William.-Edward o advertiu com uma expressão temerosa e Will encarou os dois confuso.

—Por que?

—Harriet vai tocar,será uma tortura.-Margaret esclareceu com uma expressão de assombro.

—Não pode ser tão ruim.-Will murmurou e os dois irmãos trocaram um olhar aflito,foi Edward que falou,com a voz baixa:

—Ah,você não faz ideia Sir William,não faz nenhuma ideia.

E Will não fazia nenhuma ideia mesmo,no momento que Harriet começou a tocar ele entendeu exatamente o temor de Margaret e Edward,Harriet era uma pianista completamente desafinada e Will estava resistindo bravamente a vontade de tapar seus ouvidos com as mãos. No meio da apresentação Will olhou para Margaret e ela lhe lançou um olhar facilmente interpretado como um "Eu te avisei".

—Quem teve a ideia de coloca-la para tocar?-Will perguntou para os irmãos e Margaret respondeu:

—Nossa mãe.

—Ah,há a possibilidade disso ser uma forma muito inteligente da mãe de vocês estar me torturando como punição pelo último jantar em minha casa?-Perguntou e viu Edward ficar mais atento a conversa.

—O que aconteceu nesse jantar?-Perguntou intrigado.

—Nada.-Margaret e Will responderam ao mesmo tempo.

—Só se ela quisesse torturar metade da alta sociedade de Londres o que...-A garota ficou em silêncio por alguns segundos e então franziu a testa-Acho que minha mãe é mais inteligente do que pensei.

—Que lisonjeiro.-Edward disse irônicamente e Margaret revirou os olhos.

—Acho que nossa tortura está acabando.-Ela sussurrou para Will se inclinando na frente do irmão,que pareceu,no mínimo,incomodado.

—Graças a Deus por mamãe ter escolhido uma música curta para Harriet.

—Não,graças a mim.-Margaret retrucou.

—Acho que desde que a conheci metade das coisas da minha vida acontece por causa da senhorita.-Will comentou e viu o rosto de Margaret se iluminar,e então se contorcer em uma expressão pensativa,provavelmente pensando se a fala do rapaz havia sido um elogio ou um insulto.

—Você não poderia achar uma posição melhor para conversar com ele,Maggie?-Edward perguntou irritado,esquecendo-se completamente das formalidades ao se referir a William.

—Foi você que se meteu no meio de nós dois.-Ela murmurou no mesmo tom irritado e os dois ficaram se encarando por um momento.

—Parecia que ele ia agarrá-lá a qualquer momento,o que você esperava que eu fizesse?-Ele falou em voz baixa,embora Will estivesse ao seu lado e conseguia ouvir claramente o que diziam. O futuro Conde aprumou os ouvidos curioso para ouvir a resposta de Margaret.

—Edward!-Ela exclamou encabulada-Ele não me vê dessa forma.

Aaah como ela estava errada.

—E como você pode ter certeza disso?-Edward retrucou.

—Ele não tem a menor intenção de se casar comigo.

Bem,isso era verdade.

—Ah Maggie,ele pode não ter intenção de se casar com você,mas isso não significa que ele vá desperdiçar a oportunidade de outras coisas com você. Sou um homem,sei como a nossa cabeça funciona.

Hummm...Isso também poderia ser verdade,apesar de...

—Você tem só 16 anos!-A garota exclamou exasperada-Você acha que sabe das coisas,mas não faz a menor ideia.

—E você faz?-Ele rebateu e Will conteu a vontade de rir. Era muito interessante ver como dois irmãos interagiam,quem sabe se ele houvesse tido um irmão as coisas em sua vida teriam sido mais fáceis.

Com um misto de alegria e alívio uma última nota estridente e desafinada indicou que a Srta.Harriet havia acabado sua música. Todos se levantaram e aplaudiram,ainda mais alto do que nas outras apresentações,com certeza estavam aliviados por ter acabado. Era uma pena,Will queria realmente ouvir a resposta de Margaret.

William não pode fazer nada a não ser observar quando os convidados do recital cercaram as três irmãs Walsh e começaram a elogiar a apresentação,Will conseguia ver que a cada elogio dirigido a Margaret,ela corava. E ela estava ficando vermelha com bastante frequência,o que deixava Will com um ciumes inexplicável e uma vontade enorme de desenha-la novamente. William enfiou a mão em seu paletó a procura do seu diário e conteu um gemido de frustração quando suas mãos tatearam o vazio. A falta do diário era inexplicavelmente dolorosa.

Sem ter a chance de continuar pensando sobre o diário William foi cercado por alguns convidados,na verdade em geral eram convidadas,mães o apresentando a suas filhas. William fez o máximo que pode para ser atencioso com elas,até que a Sra.Hiddleston perguntou a Will se ele achava que a filha dela estava bonita com uma fita vermelha presa no cabelo e quando o rapaz murmurou uma concordância a conversa de repente tomou o rumo de fitas coloridas e laços bonitos,William murmurou qualquer desculpa e saiu de lá assim que pode.

Ele caminhou meio apressado para a mesa onde estavam servindo limonadas,o fato de sua gravata estar apertada demais e ele não conseguir ajeitá-la estava começando a incomoda-lo de verdade. Sua mãe sempre costumava ajeitá-la para ele,pena que algumas coisas acabam mudando...


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