Broken escrita por misskekebs


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Espero que estejam gostando e não querendo me matar kkkkk



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Stiles agradeceu a atenção do obstetra e saiu apressado do consultório. Seguiu pelo longo corredor, prestando atenção nos números exibidos nas portas. Agora que havia sido informado pelo médico que Lydia e o bebê estavam bem, estava ansioso por chegar logo ao quarto particular onde a esposa se internara havia dois dias.

Será que a encontraria furiosa por ele não ter estado ao seu lado ou estaria planejando o que faria logo que se liberasse do casamento?

Ele suspirou, desanimado. Jamais saberia ao certo o que se passava naquela linda cabecinha! Até o ultimato que ela lhe dera, numa explosão que naquele momento parecia injusta, as coisas entre eles estavam mais do que perfeitas.

Pelo menos, era o que ele pensava.

Cerrou os dentes ao associar a constante idéia de separação com os motivos que a levavam a isso. Na certa eram os mesmos que a levaram a pedir o divórcio pela primeira vez.

Ele se recusara categoricamente a ouvir o que quer que fosse, porque acreditava que poderia representar uma eterna fonte de desgosto. E já que se dispusera a recomeçar o relacionamento por causa do bebê, era melhor que o iniciasse sem mágoas.

Não lhe interessava saber se ela tinha agido daquela maneira apenas para querer a metade de sua fortuna e abandoná-lo, como a tia logo deduzira. E até mesmo ele, na falta de outra explicação. E também preferira ignorar a ter que admitir que a mulher por quem se apaixonara não via nele nada além de uma conta bancária muito bem recheada.

Talvez, por conveniência, tivesse atirado areia nos próprios olhos!

E agora ela ameaçava novamente terminar o casamento. Porém, dessa vez, Stiles não estava disposto a passar por cima das verdadeiras razões. Ele a forçaria a se explicar de uma vez por todas!

A medida que caminhava, as linhas severas do seu no rosto foram, aos poucos, relaxando.

Pelo menos ela não tinha perdido o bebê. E, de acordo com as palavras do médico, se ela tomasse os devidos cuidados nas próximas duas ou três semanas, o período restante da gravidez seria tranqüilo.

E, custasse o que custasse—, Stiles prometeu a si mesmo que estaria vigilante para assegurar-se de que ela e o bebê ficariam bem.

Correndo os dedos pelos cabelos já revoltos, ele praguejou mentalmente, culpando Malia pelos problemas que ela ocasionara por forçá-lo a prometer que não contaria a ninguém sobre o que acontecia com ela. E só conseguira que ele lhe desse a palavra, porque era o único jeito dela concordar em submeter-se ao tratamento médico de que, obviamente, necessitava.

Tinha sido a jovem Eleni quem, há dois dias, achara Lydia caída no chão do hall de entrada.

Sem perder tempo, avisou a governanta, que teve a rápida presença de espírito para chamar uma ambulância.

Dois dias! Uma longa espera que a esposa enfrentara sozinha, aguardando, ansiosa, o resultado dos inúmeros exames para saber se a frágil vida que carregava no ventre estaria a salvo.

Dois imperdíveis dias passados até que a tia resolvesse ligar para o celular dele e contar-lhe o ocorrido!

Dois dias que ele passara convencendo Malia do valor da vida e afastando a idéia de uma overdose. E, por fim, conseguindo a aprovação dela em contar para os pais a dependência das drogas. Só assim eles poderiam ajudá-la.

Se ele tivesse tido a mínima idéia de que Lydia estava em risco de perder o bebê, jamais teria se afastado para socorrer Malia em mais um de seus ataques histéricos.

Os dentes estavam tão cerrados que o maxilar chegava a doer.

Se ele soubesse, naquele dia, o que sabia agora, a desvairada Malia teria que resolver os próprios problemas sozinha. Mas, naquele dia, ele considerara a atitude de Lydia como pura cena de ciúme.

Ao chegar à frente do quarto onde a esposa se encontrava, Stiles inspirou fundo e abriu a porta.

Com as costas acomodadas em dois travesseiros macios, Lydia insistia em concentrar a atenção na revista que uma das enfermeiras tinha lhe oferecido para distrair-se. Ainda sob o efeito do leve sedativo que o médico lhe ministrara para ajudar a relaxar, ficava difícil fixar o olhar.

E, para piorar, as fotos de glamorosos vestidos não interessavam nem um pouco a ela.

Jamais conseguiria conciliar as curvas do seu corpo num modelo daqueles, que parecia estilizado para mulheres altas e muito magras. Assim como Malia!

Só de se lembrar dela, seus olhos marejaram. Stiles não viera visitá-la, nem mesmo lhe dera um simples telefonema. Será que estava tão “ocupado” com a outra que não teria cinco minutos para querer saber do destino do bebê? Era o que parecia!

Lydia engoliu a saliva para desfazer o nó que se formara na garganta. Ao mesmo tempo, secou algumas lágrimas que lhe escorreram pelos cantos dos olhos com a beirada do lençol.

Agora chega!, exclamou para si mesma. Não iria derramar mais nenhuma lágrima pelo homem que a desprezara para preocupar-se com outra mulher! Preferia pensar em coisas mais positivas. E, repousando uma das mãos no ventre, concluiu que, desde que o bebê estivesse bem, nada mais interessava. Incluindo uma vida dividida com o marido e a obsessão dele pela amante.

Assim que recuperasse as condições físicas, optaria pela solução que ele oferecera enquanto estavam na ilha: o divórcio. Retornaria para a Inglaterra e ficaria com os pais. Pelo menos teria amor verdadeiro e compreensão.

Não concordaria com a exigência para que permanecesse em Atenas a fim de que ele pudesse visitar o filho com regularidade. A idéia de ter que ver Stiles com freqüência não permitiria que o esquecesse.

O fato de Stiles tê-la abandonado no momento em que ela precisava dele e corrido para os braços da outra mulher fortaleceria seus direitos, caso ele reivindicasse a custódia do filho.

Notando que estava se exasperando demais, procurou controlar os pensamentos e relaxar. Pelo bem do bebê!

Colocou a revista na mesinha ao lado e afundou nos travesseiros. Fechou os olhos e procurou imaginar um lugar tranqüilo onde pudesse estar.

Mas só o que visualizava era o rosto bonito de Stiles! Como podia?

Quando ouviu o barulho da porta sendo aberta, pensou que fosse uma das enfermeiras para medir-lhe a pressão sangüínea outra vez. Abriu os olhos.

Era Stiles! Parecia ter-se materializado no mesmo instante em que ela projetava sua imagem em pensamento.

Se Lydia tivesse um objeto pesado nas mãos, não hesitaria em atirá-lo na cabeça do marido!

— Vá embora! — gritou.

Stiles precisou reunir toda a reserva de autocontrole que lhe restava para impedir-se de correr e abraçá-la. E nunca mais deixá-la sozinha!

Porém, aproximou-se com cautela para não irritá-la ainda mais.

— Tem todo o direito de estar zangada — ele admitiu. — Mas só fiquei sabendo o que aconteceu com você há menos de uma hora! Foi quando tia Alexandra resolveu se dignar a ligar para o meu celular. — Após um breve suspiro, ele prosseguiu: — Pedi a ela que providenciasse outro lugar para morar antes do final do mês. Se possível, até hoje mesmo!

— Não deveria ter feito isso. Mas, já que fez, vou lhe dizer a verdade: sua tia sempre me detestou e não cansava de fazer comentários para me humilhar. Mas não vou estar lá para ela continuar a me menosprezar. Nosso casamento está acabado, lembra-se?

Não enquanto ele tivesse um sopro de vida!, Stiles pensou, mas nada disse.

Pelos próximos dois ou três meses precisava evitar que ela ficasse nervosa ou estressada, segundo recomendação médica.

Disfarçando a contrariedade, ele falou com voz suave:

— Insisto que volte para casa. Pelo menos até que se recupere e tenhamos certeza de que não haverá mais problemas.

Na verdade, o que Stiles pretendia era que ela fosse tratada como uma rainha até que se restabelecesse completamente. Depois disso, poderia tentar chegar ao fundo da questão e, finalmente, saber os motivos reais que provocavam uma distância enorme entre eles.

— Falei com o médico e ele tem certeza de que, se repousar o suficiente nas próximas semanas a gravidez se estabilizará. E prometeu dar-lhe alta hoje mesmo se eu me responsabilizar pelos cuidados que precisará. Virei buscá-la às 5h. Tudo bem?

Ela concordou com um gesto de cabeça não muito entusiasmado.

Antes de sair, Stiles esclareceu:

— Se eu imaginasse que estava ameaçada de perder o bebê, teria dito a Malia que resolvesse seus problemas sozinha. Não teria saído do seu lado nem por um minuto!

Estava fazendo a coisa certa para o bem da criança que esperava, afirmava Lydia para si mesma, pela milésima vez. E não por si mesma. Tornar a ficar ao lado de Stiles a deixava mais infeliz do que nunca.

Porém, voltar para a Inglaterra assim que tivesse saído do hospital teria sido uma atitude irresponsável. Além do mais, estava sendo assistida pelo mais famoso obstetra de Atenas. E ele determinara exames periódicos e muito repouso.

Nas duas últimas semanas, ela fizera o melhor que podia para cumprir as recomendações do médico.

Stiles também estava se esforçando pelo mesmo objetivo.

No dia em que ele a trouxera do hospital, revelara que tia Alexandra estava morando com os pais de Malia até encontrar um lugar que lhe agradasse e uma dama de companhia.

Lydia viu Stiles muito pouco naquelas semanas. Pela manhã, tomavam o desjejum juntos, e ele sempre perguntava gentilmente como ela estava se sentindo. Depois só se encontravam à noite, na hora do jantar, e só conversavam sobre assuntos banais.

Enquanto isso, ela só pensava em planejar a volta para a Inglaterra. Sabia que ele faria tudo para impedi-la. E ela sabia a razão: estava ansioso pela chegada do herdeiro. E toda aquela conversa fiada de recomeçar o casamento e ter mais filhos não passava de lorota para mantê-la ali até o nascimento da criança. Então, poderia pôr em ação o cruel plano que sempre tivera em mente.

O bebê e Malia estavam em primeiro lugar. E sempre seria assim. Ela era, simplesmente, a esposa descartável. Stiles anunciara no hospital que, se soubesse da gravidade da situação, teria dito para Malia resolver seus problemas sozinha. Mas Lydia não acreditava nisso.

Era só ela chamar e ele saía correndo! Se o que ele dissera fosse verdade, teria perguntado algo ao vê-la tão nervosa. Pelo menos teria ficado preocupado se toda aquela agitação não poderia estar afetando o bebê.

Ainda assim, não conseguia tirar Stiles da cabeça. Embora não o visse com freqüência, sentia a presença dele em qualquer coisa que tocasse.

Naquela manhã, Lydia conseguiu se exercitar bastante. Fez uma longa caminhada pelos jardins da mansão.

O clima agora estava mais ameno e agradável. E, também, a excelente notícia recebida do médico no dia anterior a deixara animada: após um minucioso exame, garantira que Lydia poderia levar uma vida normal.

Agora era só seguir com os planos do divórcio. O pensamento de se afastar de Stiles a abalou, como se realmente não quisesse tomar tal decisão.

O que havia com ela? Sabia que precisava tomar essa atitude, protestou mentalmente.

O que mais surpreendeu Lydia foi a reação de Stiles quando o médico deu a boa notícia de que ela não precisava mais de repouso intensivo. Ele ficou calado, com os olhos fixos no médico, e assumiu uma postura fria e distante.

Até no carro, quando voltavam para casa, ele mal dissera algumas palavras. Permaneceu em silêncio e imerso nos próprios pensamentos. Nem mesmo jantou com ela naquela noite.

A governanta comunicara que ele deixara um recado de que teria uma reunião no trabalho e que Lydia não o esperasse.

De que mais precisava para ter certeza de que a decisão correta seria pedir o divórcio?

Precisava tirar Stiles do coração e voltar para a Inglaterra. Pensar em uma nova vida para ela e para o bebê e deixá-lo livre para viver a obsessiva paixão que alimentava pela grega.

Lydia decidiu descansar em uma das espreguiçadeiras no jardim, em vez dos macios sofás da sala de estar. Ouvir o som das folhas caindo e sentir o frescor da brisa, certamente, a relaxariam mais.

Ao escutar o som de passos na grama, logo deduziu que deveria ser Eleni e a infalível “bandeja” com alimentos. Naturalmente, “ordens do patrão”, como sempre!

Lydia curvou os lábios num sorriso de agrado. Estava começando a afeiçoar-se à jovem criada. As duas combinaram de ensinarem uma à outra algumas palavras em seus idiomas nativos.

Porém, quando Lydia abriu os olhos para recepcionar a garota, sentiu o coração disparar.

Era Stiles!

Ela não o via desde a visita ao consultório do obstetra. O que estaria fazendo ali àquela hora? E estava magnífico, como sempre! A exuberante sensualidade transbordando por todos os lados provocava nela uma sensação tão intensa na região da pélvis que quase chegava a doer.

Lydia assistiu em silêncio ele colocar a bandeja na pequena mesa com tampo de vidro e aproximá-la da espreguiçadeira. Pôde observar que continha café para dois, um prato com biscoitos doces, que ela tanto gostava, o sempre presente ramalhete de flores e uma vasilha com frutas frescas.

Lydia aproximou-se na cadeira. Agora seria o momento perfeito para lembrá-lo da decisão dela em pôr um fim no casamento. Porém, as palavras não a socorreram. A mente estava um caos!

Quando Stiles sentou-se na ponta da espreguiçadeira, ela moveu os pés com rapidez. Qualquer contato físico naquele momento tornaria sua mente ainda mais confusa!

Stiles a encarou com uma calma tão grande que Lydia até estranhou. E, com a voz firme, revelou:

— O bebê está fora de perigo. E, sendo assim, poderemos ter uma boa conversa. — E, lançando um olhar fulminante e direto nos olhos dela, sentenciou: — Quero a verdade!


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Notas finais do capítulo

Até a próxima então.



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