MALANDRA escrita por Bruna Coelho


Capítulo 18
Capitulo 18


Notas iniciais do capítulo

Postando de novo para avisar que estou revisando a história e tenho novidades bombásticas, os personagens principais estão com instagram, quem quiser acompanhar a vida deles de perto: @noahvacchi @ariel_vacchi @melferragni @justclara6



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/754869/chapter/18

Eu fiquei no meu quarto em silêncio. Aproveitando os segundos eternos para vegetar. Sabe, eu acho que nunca fiz nada bom para ninguém… Pelo menos, não que eu lembre. Eu sempre pensei só em mim. E, pela primeira vez, quando eu tento cuidar de alguém… bom, eu sou um desastre! Acho que tem certas coisas que são o que são. Então, comigo talvez seja assim. Eu sou só uma fraude - uma fraude em tantos sentidos.

Marta me tirou do meu limbo quando me forçou a comer um sanduíche. Eu não queria comer, mas ela insistiu. Depois Ariel chegou, e ficamos deitados abraçadinhos ouvindo música até dormir. Eu não queria conversar. E o silêncio não era mais um problema para a gente. Eu só queria alguém comigo.

Acordei com o despertador tocando. Droga! Eu tinha que ir para escola… Tinha mesmo, será!? Depois de ontem, não sei não, algumas coisas iriam mudar por aqui. Levantei da cama, mas desci de pijama. Nada de uniforme. Not today satan. Ariel continuou lá no quarto dormindo, o bichinho estava morto, ficou “cuidando” de mim até tarde. No caminho para cozinha, cruzei com meu pai tomando seu café, a maioria dos dias a gente tomava café da manhã juntos. Expliquei para ele que iria perder a primeira aula porque estava com Ariel e que ele iria me levar para a escola. Quanto o assunto envolve dinheiro entrando na conta dele, meu pai é uma fada compreensiva e não se importou. Pedi para Marta preparar uma bandeja com seus quitutes para mim e fui para a sala espionar Mel pela janela. Imaginei que se eu esperasse ela do lado de fora, ela não iria sair para me evitar, e assim foi… Quando a garota pisou no jardim da sua casa, eu sai correndo, tão rápido quanto o Flash.

— Ei, Mel, queria pedir desculpa por ontem - falei um tanto ofegante.

— Tá tudo bem… não precisa se desculpar - ela respondeu olhando para o chão.

— Na verdade, eu tenho sim! Não deveria me meter onde não fui chamada, mas só para constar no registro eu nunca te achei burra! - tentei me explicar, mas acho que não colou tanto, apesar de ser a mais pura verdade. Eu não fiz nada daquilo porque achava Mel burra… ou o que fosse. Eu fiz porque queria o melhor para ela. Queria que ela se cuidasse.

— É, sério, Clara, tá tudo bem! - ela insistiu novamente, e eu não acreditei em uma palavra do que ela disse. Não estava nada bem. Ela nem conseguia olhar para mim.

— Se você diz… avisa o motorista que eu não vou mais para aula essa semana para mim, por favor - pedi já dando as costas para ela. Se Mel me respondeu, não sei, mas acredito que não. Sai de lá o mais rápido possível para não voar no pescoço da garota. Meses e meses tentando me aproximar dela para voltarmos ao mesmo lugar… Isso nunca aconteceu comigo antes! Nunca tive um retrocesso. Obrigada, Melissa!

(...)

Peguei a bandeja com café da manhã e subi para o quarto tentando equilibrar todas as coisas. Coloquei tudo na minha mesa porque minha mente diabólica queria dar um susto no Ariel. Fui de fininho para perto do garoto. Ele roncava baixinho. Estava em um sono profundo. Comecei cutucar ele bem de leve para despertá-lo.

— Ariel, acorda! - disse em sussurro bem próximo da minha orelha. Quando vi que o garoto estava despertando, agarrei suas roupas no chão e joguei no seu rosto.

— Meus pais vão te matar! Corre! Você vai ter que sair pela janela! - completei. Eu acho que ele nem ouviu tudo que eu disse. Só a palavra meus pais assustou o garoto. Ele levantou em um salto e começou se vestir correndo. Estava bem nervoso. Só foi perceber que eu estava morrendo de rir quando chegou próximo a janela.

— Você vai pro inferno! - ele disse balançando a cabeça negativamente. Estava com a camisa pelo avesso. Com os sapatos nas mãos. O cabelo todo atrapalhado. Meu Deus, eu era muito ruim!

— Você que é bem lerdinho, principalmente quando acorda! - falei caminhando em sua direção sorrindo. Envolvi meus braços na sua cintura. Ele jogou os sapatos no chão, mas não me abraçou, estava se fazendo de difícil. Apoiei a minha mão esquerda no seu ombro. E fiz carinho no seu rosto com a mão direita. Fiquei na pontinha dos pés e trocamos um selinho demorado. Então, me joguei no seu peito e o abracei forte.

— Vai precisar de mais do que isso para eu te desculpar - ele quebrou o silêncio todo brincalhando.

— Eu trouxe café da manhã! - respondi me afastando dele e exibindo a bandeja na mesa com os dois braços. Marta era o meu anjo da guarda. Sempre arrasando. Mas a ideia foi minha, então eu era foda também. Ariel começou beliscar as comidinhas bem ali em pé. E eu comecei ajudar a se servir, colocando suco para gente.

— Posso passar um tempo na sua casa? - pedi para ele do nada. Ele até engoliu seco. Nem eu entendi o que se passou na minha cabeça. Eu estava fugindo da Mel ou entrando de cabeça no plano? Sexta no Globo repórter.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "MALANDRA" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.