Em seu lugar escrita por Aislyn


Capítulo 8
Novo acordo


Notas iniciais do capítulo

Eu não abandonei a história! Não me abandonem!!! -q

Ok, sem dramas. Passou o desafio de junho dos namorados, vamos voltar com as histórias de rotina, intercalando ESL e Utopia.
Ah, só pra constar, escrevi ontem o último capítulo de ESL. Serão 22 capítulos + epílogo. Fazia um bom tempo que eu não escrevia algo tão longo... mas essa história está ficando um amorzinho, modéstia a parte ♥

Boa leitura!



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Três funcionários já haviam sido convidados gentilmente a se sentarem na mesa com os chefes e, de acordo com todos eles, estava tudo em perfeita ordem. Não tinham nada para reclamar, o serviço estava bem distribuído, a escala estava ótima e ninguém precisava sair mais cedo.

 

Hayato sabia que eles não estavam falando por conta de sua presença ali, ou no caso, ele na pele de Mikaru. Não havia sido uma boa ideia aquela reunião, mas não ia desistir até falar com todos. Alguém ali teria que dar uma brecha para que pudessem se aproximar. Infelizmente, Mikaru não estava ajudando muito fingindo ser ele. Alguma coisa havia acontecido para deixá-lo com aquela expressão mal humorada.

 

A próxima a se aproximar foi Miura, que continuava tensa e forçando sorrisos que não enganavam ninguém e, assim comos os outros, afirmou que tudo estava bem. Quaisquer problemas que Hayato sabia que ela traria para aquela reunião e que haviam sido comentados aleatoriamente algumas semanas atrás foram totalmente esquecidos.

 

Por outro lado, conforme se afastavam da mesa, os funcionários se reuniam em pequenos grupos pelos cantos da cafeteria, inventando serviços a serem feitos de modo que pudessem ficar juntos para conversar, às vezes um caminhando de um grupo a outro, coletando novas informações e repassando aos demais.

 

— Por que não é Shiroyama-san quem está participando da reunião? Eu mal consigo encarar Izumi-san com aquele cara do lado!

 

— E falando nisso, Izumi-san também não parece muito feliz com ele por perto… Vocês viram as olheiras? Ele costuma ser tão vaidoso…

 

— Mas parece que Kazunari-san está vindo todos os dias pra ajudar em algum problema. Será que aconteceu algo grave? Ou que pode fechar a cafeteria?

 

— Será? O movimento está indo tão bem… não acho que estão falindo ou algo assim.

 

— Podem querer acabar com a sociedade. Nesse caso teriam que vender uma parte pro outro.

 

— Só espero que não acabe sobrando pra gente…

 

A turma da tarde havia chegado e a dupla continuou com as reuniões, sem muito sucesso, até Katsuya se apiedar e decidir abrir o jogo com eles durante sua vez.

 

— Você tem alguma observação a fazer? – Hayato precisava tomar cuidado com a escolha de palavras, caso contrário o rapaz poderia notar algo diferente entre eles.

 

— Não está dando muito certo vocês fazerem essa reunião hoje.

 

— Por que não? – dessa vez foi Mikaru quem continuou o assunto, sentindo-se mais à vontade ao ter o namorado por perto. Sabia como lidar com ele.

 

— Bom… porque você está aqui, Mikaru. Estão falando que Takeo-san quem devia ter vindo. Eles tem medo de você. – Katsuya confessou por fim, sabendo que não devia fazer rodeios.

 

— Medo? Por que? – Mikaru questionou curioso, mas Hayato se remexeu desconfortável. Ele tinha uma leve noção do motivo.

 

— Porque… é você quem faz as demissões, não é? O pessoal comenta muito a respeito da primeira demissão que fez, sobre ter sido sem motivos e de uma forma ruim. Todo mundo tem medo de ser o próximo, por isso se afastam de você.

 

Foi por estar encarando Hayato na pele de Mikaru que Katsuya não notou a expressão de compreensão do namorado. Aquilo explicava muita coisa.

 

— Acho melhor terminarmos essa reunião por aqui. – Hayato se levantou, recolhendo os papéis na mesa com pressa, temendo que Mikaru fizesse alguma coisa após descobrir aquilo, como demitir mais alguém.

 

— Mikaru, você não precisa ficar chateado com isso. Eles tem medo porque não te conhecem direito.

 

Hayato olhou rapidamente para Mikaru, analisando o que ele responderia naquele caso. Katsuya estava tentando consolá-lo, mas estava se dirigindo à pessoa errada.

 

— O problema é como fazê-los conhecer melhor. Eles mal falaram durante a reunião. – Mikaru levantou-se também, respondendo no lugar de Hayato. Não estava chateado com aquela descoberta, mas também não fazia muita questão de mudar aquele ponto de vista. Não via motivos para tentar se aproximar.

 

Os sócios voltaram para a sala da gerência, onde puderam enfim respirar aliviados, agindo como eles mesmos novamente.

 

— Como você aguenta isso todos os dias? – Hayato questionou, se jogando numa poltrona e afrouxando a gravata. O pior era aguentar aquelas roupas sufocantes. Agora entendia um pouco mais do pensamento de Takeo a respeito de ternos – Eles me olham como se eu fosse condená-los por algo horrível!

 

— Não aguento todos os dias, só venho aqui quando é realmente necessário. – Mikaru deu de ombros, esfregando o rosto para espantar o cansaço. Takeo havia feito a massagem, como prometido, e ajudou a aliviar a tensão, mas cada vez que se lembrava que estava no corpo de Izumi e tudo que tinha que passar, seus músculos voltavam a travar.

 

— Aconteceu alguma coisa? Você parece exausto…

 

— Eu estou exausto. – Mikaru frisou bem as palavras, não se contendo mais – Estou cansado de fingir que sou você, de sorrir pras paredes, de ficar ouvindo seus funcionários falando mal de mim, de vir pra cá todos os dias pra nada além de sair me sentindo péssimo. Eu não preciso deles repetindo o quanto sou ruim.

 

— Isso não é verdade. Você é um ótimo administrador. Por isso a cafeteria vai bem.

 

— Eu sei que sou um ótimo profissional. Estou me referindo como pessoa.

 

— Ah… bom, mas não está tão ruim.

 

— Não está? Você está gostando de ser eu? De sentir tudo que eu passo vindo aqui? – Mikaru encarou-o indignado, odiando se ver no outro assento, todo tranquilo e sorrindo.

 

— Não que esteja gostando, mas podia ser pior. Pelo menos você é alguém conhecido e podemos trocar informações sobre como comportar. Sem falar que você está do lado do Takeo, como sempre quis! Como isso pode ser ruim?

 

— Seria ótimo se o Shiro não sugerisse sexo o tempo todo!

 

Hayato não conseguiu evitar rir do comentário, arrancando uma careta de Mikaru. Era tão estranho se ver sério daquela forma.

 

— Pelo menos agora você tem uma noção de como Takeo é de verdade e para de fantasiar que é o homem perfeito pra você. Ele não pensa só em sexo, mas digamos que está na seca há alguns dias… Não sei você, mas eu estou necessitado também!

 

— Nem pense em se tocar usando meu corpo! – Mikaru não mediu as palavras antes de exclamar, sentindo o rosto queimar de vergonha com o pensamento.

 

Hayato teria dado gargalhadas se não tivesse sentido calafrios com a ideia. Fora de cogitação!

 

— Vocês são dois pervertidos! – Mikaru desviou o olhar, resmungando contrariado.

 

— Sei… você e Katsuya, por outro lado, são dois santos. – o ex-vocalista provocou, rindo baixinho – O máximo que ele me pediu foi um beijo no rosto.

 

Mikaru encarou-o seriamente, esperando que fosse uma brincadeira. E aquela história de nada de beijos, banhos e afins?

 

— Calma, não aconteceu nada. Só estou provocando. – Hayato confessou quando viu que Mikaru estava levando a sério e podia acabar fazendo algo impensado. Ele não precisava saber sobre o selinho – Estava pensando em acrescentar mais um tópico nas nossas regras de troca.

 

— Como assim?

 

— Imagino que seja difícil pra você fingir que sou eu e também seria pra mim se eu tivesse que ir até sua empresa. Digamos que estou em dívida, então vou te dar mais liberdade. Não precisa sorrir ou socializar se não se sentir à vontade. Também pode ficar em casa se aqui estiver tenso demais para aguentar.

 

— E o que vai querer em troca?

 

— Por que acha que estou barganhando? Quero te ajudar porque você parece cansado. Não quero nada em troca, exceto que pelo menos o Takeo você continue tratando bem.

 

— Eu nunca o trataria mal. Ele é o único amigo que tenho.

 

— Obrigado pela consideração. – veio a resposta em tom ácido. Era incrível como Mikaru ainda não o considerava um amigo, apesar de todo o tempo que conviviam – E então, aceita?

 

— Não vai mesmo me pedir nada?

 

— Ok, acho que tem uma coisa, mas vai depender da sua vontade. Se não quiser, não faço. – Mikaru virou-se na direção de Hayato, escutando com atenção – Quero carta branca pra fazer você se aproximar dos funcionários e acabar com os comentários ruins a seu respeito. Não vou dar muitas liberdades, mas quero acabar com esse medo. Vai ser bom pra você.

 

— Tudo bem… – Mikaru concordou sem pensar muito, recebendo um olhar surpreso de volta. Hayato não esperava que fosse tão fácil, mas a verdade é que os olhares enviesados incomodavam Mikaru – Só não me exponha demais ou me faça parecer um idiota.

 

— Combinado!


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Notas finais do capítulo

Que tal fazer uma autora feliz?
Aceito mimos, chocolate, cafunes e comentários -q

Até a próxima ^^



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