O Giro da Vida escrita por Fernanda Flores


Capítulo 1
Capítulo 1 - Rebelião


Notas iniciais do capítulo

Olá, Leitores!

Apresento a vocês o primeiro capítulo do meu Original, "O Giro da Vida".
Seria muito bom saber a opinião de quem está lendo, então se puder, deixe um comentário...

E se achar que vai valer a pena, favorite :D

Obrigada!



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Rebelião no presídio onde Leandro está preso. Tensão no local, vários presos correndo, polícia armada atirando pra matar. No pátio, um indivíduo acende um fósforo e ateia fogo em um colchão; Desordem total, pânico. Alguns presos aproveitam e encostam uma escada no muro. Alguns conseguem pular e caem na rua, arriscando suas vidas. Som de tiro, presos sendo alvejados por eles. Sangue, Medo. Em outro canto do pátio, Leandro está encostado na parede, com as mãos pra cima; Junto com ele, mais 4 pessoas, todos na mesma posição. Uma policial atrás deles, vai e volta com o revolver na mão apontado. O rosto de Leandro pinga de suor. Ele fecha os olhos. Mais som de tiro, agora vindo de mais perto. Olhos apertados.

> Enquanto isso, no Cateto Vestibulares, aula de inglês na qual Nicolas é o professor

Nicolas – Guys, now let’s correct the Third Exercise, from UNESP. If you’re writing, stop and pay attention here, ok? Who would help me reading the Text?

Aluna: Me! (levantando o braço)

Nicolas – Thankful! (sorri) Go, please...

Aluna - (lendo) Public space and the right to the city. (PAUSA) It is essential to promote social…

Neste momento, Jamille, uma ajudante do Colégio, bate na porta, interrompendo a aula.

A aluna para de ler o texto. Nicolas e toda a classe olham pra Jamille.

Jamille – Professor, desculpe. Posso falar com você um minuto?

Nicolas - É claro. (para os alunos) – Excuse me, students.

Nicolas sai da sala. No corredor...

Jamille – Nicolas, a diretora está chamando você na sala dela.

Nicolas – (preocupado) O que houve?

Jamille sussurra no ouvido de Nicolas, pra que ninguém ouça o que está acontecendo.

 Nicolas – Caramba! (preocupado) Jamille, obrigado por avisar. Eu já estou indo.

Ela faz que “sim” com a cabeça, e sai. Ele fecha a porta, é possível perceber sua tensão.

Nicolas – Students, I’m sorry, I had a problem in family and have to go earlier today... But we continue our test in next class, okay?

Aluno – Está tudo bem, professor?

Nicolas – Yes, nothing really serious, but I have to go.

Os alunos vão se levantando, pegando suas coisas e ao passar pelo professor, acenam dando “tchau” e agradecem pela aula. Nicolas retribui.

Nicolas – Bye... Thanks, guys.

> Na mansão dos Maia Barcellos, Pedro Henrique, Alfredo, Ingrid e Noêmia estão tomando café da manhã, numa mesa cumprida, com muita fartura. Fabiana, a empregada da casa está em pé, ao lado, de prontidão pra qualquer coisa.

Alfredo está com um jornal na mão, lendo as notícias do dia, enquanto comenta com Pedro Henrique sobre a economia atual e a onda de corrupção que tanto assola o país.

Ingrid, sua esposa e mãe de Pedro Henrique, interrompe.

Ingrid – Ai, que horror, logo cedo e vocês já estão falando de coisas ruins! Vamos deixar esse assunto pra depois, e agora falar de coisas mais agradáveis.

Noêmia – Eu concordo. Até acho isso muito exagero, sempre aumentam muito as coisas, eu nem vejo tanta crise assim!

Pedro Henrique – É claro que não, sogrinha! Você não tem motivos pra perceber nenhuma crise, afinal eu que te dou tudo!

Noêmia fuzila Pedro com os olhos.

Pedro Henrique – (sorri tentando descontrair, irônico) Mas eu não estou reclamando, afinal você merece...

Noêmia – (tentando mudar de assunto) Cadê a Melissa, ainda está dormindo?

Ingrid – Melhor alguém ir apressá-la, está atrasada. Vá chamar, por favor, Fabi?

Fabiana – (empregada) Sim, senhora.

Fabiana dá um passo. Melissa, que escutou seu nome, chega.

Melissa – Não precisa ninguém ir me chamar. Eu já estou aqui.

Melissa puxa uma cadeira e senta-se à mesa.

Alfredo – Melissa, cadê o bom dia do avô?

Melissa – Ai, me desculpa, vôzinho... (ela se levanta e se dirige até ele) Bom dia.

Melissa dá um beijo na careca de Alfredo e abraça sua cabeça.

Noêmia – Que perfume bom! Senti daqui, Mel.

Melissa (sorri) – Gostou, vó? Foi o Fred quem me deu.

Ela se senta novamente.

Noêmia – Esse garoto tem um ótimo gosto. E ele é um bom rapaz e gosta de você. Você deveria namorar com ele.

Melissa – Ai, vó, que isso... Nós somos amigos há tanto tempo, nada a ver. (morde uma torrada)

Pedro Henrique – Acho que sua avó tem razão, Mel.

Melissa – Mas eu não consigo ver ele como algo mais do que meu amigo, sabe pai? É que a gente sempre se deu tão bem, tipo irmãos.

Pedro Henrique – Ta bom, você quem sabe da sua vida, né, Melissa... (enquanto passa creme de avelã no pão) Mas saiba que vocês juntos ficariam muito bem.

Melissa sorri.

Melissa – Obrigada pela dica, pai.

Melissa termina de tomar um suco e se levanta.

 Pedro Henrique – Mas já? Come mais um pouco, se alimenta.

Melissa – Não posso, pai, estou com pressa! Eu fiquei de ir buscar meu vestido da festa hoje, às 11:30.

Pedro Henrique – Mas não é muito cedo esse horário?

Melissa – (risos) Acho que está até um pouco tarde... Tenho ainda que fazer cabelo, unhas, minha agenda tá tão cheia hoje!

Ingrid – Ai que delícia! Posso ir com você, Mel?

Melissa – (sorri) Claro vó! Eu adoro a sua companhia!!

Ingrid – (levantando-se) Bom, então vamos... Você espera 5 minutos?

Melissa – Pra você, até 10... (sorrindo, meiga)

Elas saem juntas.

Ficam na mesa Alfredo, Pedro Henrique e Noêmia. Fabiana continua no mesmo lugar que antes, de prontidão.

Alfredo – Bom, já está na minha hora também. Você vai pro hospital agora, Pedro?

Pedro Henrique – Aham, já estou indo, pai.

Alfredo – Não se atrase.

Pedro – Fica em paz.

Alfredo – Bom... Então eu já vou saindo. (levanta-se da mesa) Até mais tarde.

Alfredo sai.

Noêmia – Fabiana, pode sair. Aqui já acabamos.

Fabiana – Sim, senhora.

Fabiana sai.

Noêmia - Pedro Henrique?

Pedro – (concentrado no jornal, nem olha pra ela) Sim...

Noêmia – Por que você precisa falar comigo desse jeito na frente de todo mundo?

Pedro – Eu falei alguma coisa de mais, sogrinha?

Noêmia – Não gosto de que diga que me banca.

Pedro Henrique – Fica tranquila, amor. Você merece tudo que eu te dou, afinal é a mãe da grande mulher da minha vida, a fielzíssima Sabrina. Eu devo minha vida a você e sua filha, e graças a vocês eu tenho a Melissa, que é sangue do meu sangue, não é?

Noêmia – Isso mesmo. Você deve sua vida, principalmente a mim.

Pedro Henrique – E você também, Noêmia. Não se esqueça que eu salvei a vida de vocês.

Noêmia – Não mais do que nós salvamos a sua vida. Não se esqueça de que você é que tinha que estar lá, no lugar do Leandro, preso até hoje.

Pedro Henrique – Pois é, mas não estou. (limpa sua boca com um guardanapo) Agora eu vou saindo, não gosto de tocar nesse assunto, principalmente dentro dessa casa.

Pedro Henrique joga o guardanapo na mesa e sai, irritado.

> Na Blackout...

Preparativos para a festa do dia seguinte. Jogos de luzes colorem o ambiente, música (“Love Haters” - Vintage Culture feat. Re Dupre) tocando, e algumas equipes estão trabalhando pra que tudo esteja perfeito. Vai e vem de pessoas com objetos nas mãos.

Guilherme está varrendo o chão, enquanto observa do outro lado do salão, um grupo de moças organizando alguns detalhes. Se aproxima de Marcos, um outro funcionário.

Guilherme – (observando as garotas) Lindas, não é?

Marcos - São lindas mesmo, mas olha pra elas, não são para o nosso bico. Muita areia pra dois pobres empregados de balada pra bacana.

Guilherme – Ah, que nada... Elas são tão funcionárias quanto nós. Eu vou te mostrar como se chega numa mulher. (muda a voz, afina para parecer homossexual) Deixa comigo, queridinho. Segura aí a vassoura.

Guilherme deixa a vassoura com Marcos e se dirige até uma das moças.

Guilherme – (voz fina) Olá, boa tarde...

Ele cumprimenta a moça com dois beijinhos de bochecha, um de cada lado.

Poliana – (sorrindo) Boa tarde, e você quem é?

Guilherme – (vf) Eu sou Guilherme, mas você pode me chamar só de Gui, que é como os mais íntimos me chamam...

Poliana - Tá bom, Gui. (rindo) Mas agora eu gostaria que você nos desse licença, porque estamos trabalhando.

Guilherme - Aí, claro, me desculpa... Mas o que vocês estão fazendo?

Poliana – (olhando em volta, procurando algo para fazer) Aham, estamos vendo os últimos detalhes da festa de despedida de solteiro que vai ter amanhã.

Guilherme - Meu amor, então você pode contar com a minha humilde opinião, porque além de entender de vassoura eu também entendo de decoração... Hahaha, você viu, até rimou! (Risos) Por exemplo, (abraça a moça pelo ombro) essa mesa, ela poderia estar um pouco mais afastada, porque nesse quadrado a galera vai balançar o esqueleto até quebrar... E esse globo pode ficar ali também, acho que a luz vai favorecer as selfies que o pessoal vai tirar...

Poliana - Olha, é verdade... Eu já ia fazer isso... É que ainda não conseguimos mudar a mesa de lugar.

Guilherme – (voz fina) Eu ajudo, amor, eu mudo pra vocês. Organização é comigo mesmo, e eu entendo também de maquiagem, de sapato, de roupas... Qualquer coisa é só me pedir um toque, maravilha...

Poliana – (olha pra ele, agora mais interessada) Sério? Nossa, que sorte! Sábado eu tenho um casamento pra ir, mas tô super em duvida de que sapato comprar pra combinar com meu vestido... Você bem que podia ir comigo no shopping pra me dar uma ajudinha, né?

Guilherme - Mas é claro, minha querida! Quando você quiser, eu sou todo seu!

Guilherme olha discretamente pra Marcos e sorri, se gabando. Marcos balança a cabeça, rindo.

Poliana – Gui, já que você se ofereceu pra me ajudar, você não gostaria de levar esse globo ali pra mim? Não vou pedir pra levar a mesa porque seria muito abuso.

Guilherme – Claro que sim, eu levo, meu amore...

Poliana – Obrigada!

Ela entrega o Globo de luz para Guilherme, que sai observando ela e as outras. Distraído, ele acaba esbarrando em Marcelo, seu chefe, e deixa o Globo cair no chão.

Marcelo - Guilherme!

Guilherme – (pegando o globo do chão) Ai, seu Marcelo, me desculpe!

Marcelo - O que você está fazendo com isso? Ta faltando trabalho pra você?

Guilherme – Não, é que eu só estava ajudando as meninas da organização...

Marcelo – Você sabe que isso não é função sua. Em vez de ficar se metendo no trabalho alheio, e quebrando os acessórios à toa, por que você não entra no site pra digitar a lista VIP de amanhã, hein?

Guilherme – Claro, sr Marcelo. Eu já ia fazer isso.

Marcelo – Então vai que isso tem que estar pronto o mais rápido possível.

Guilherme deixa o globo de luz em cima de uma mesa e sai em direção ao computador da recepção.

Guilherme – (sentado) Injustiça, que injustiça!

Na tela do computador, ele digita o site da balada, e coloca seu login e a senha.

Começa a digitar os nomes que constam na lista VIP de um dos convidados.

De repente, Guilherme aproxima seu rosto da tela do pc.

Guilherme – (surpreso) Eita!!!! É sério isso?

Ele pisca devagar, sai e entra de novo pra conferir se é aquilo mesmo.

Guilherme – Caracas, o Nicolas precisa saber disso!

> No Cateto Vestibulares, sala da diretoria. Tensão, espera. Solidariedade com o drama de Nick.

Ele está com o telefone na mão, tentando fazer uma ligação.

Nicolas – (nervoso) Que droga, não consigo falar com ninguém!

Beth - Calma, vai dar tudo certo. Todo mundo deve estar tentando ligar ao mesmo tempo.

Nicolas – Beth, é que é impossível alguém ter calma numa situação dessas. Meu tio está lá, e eu não sei nem se ele está vivo! (começa a discar de novo) Eu preciso falar com alguém. Tem que ter alguém pra atender o telefone. (coloca o telefone na orelha e espera – tempo) Alô? (surpresa) O que acontece com o telefone de vocês? (T) Eu só quero saber se meu tio está bem, ele se ch... (T) Mas como assim, vocês não podem passar informações? (T) Moça, você não está entendendo, eu tenho um familiar aí!

Ele tira o telefone do ouvido e olha pro visor, na mesa. Percebe que a ligação foi encerrada.

Beth - O que foi?

Nicolas - Desligaram na minha cara! Eles não podem passar informações, dá pra acreditar?

Beth - Mas como não?

Nicolas - Coisa desse país, Elizabeth! Sabe o que me dá mais raiva? Que meu tio tem que passar por tudo isso injustamente. Enquanto o verdadeiro culpado por tudo que aconteceu, está por ai, solto, gozando da vida, no maior lifestyle!

Beth balança a cabeça.

> No presídio...

Leandro e um policial viraram um corredor. O espaço é muito estreito, escuro, e sujo. Muito pixe nas paredes. O policial abre a cela e depois, a algema de Leandro.

Policial – (Empurrando Leandro) Fica aí, quietinho.

Ele cai no chão, olha com raiva. Dentro da cela, há mais 2 presos, que estão indiferentes, meio jogados. Leandro olha pra um calendário, que está pendurado no lado esquerdo da parede. Se levanta e se dirige até esse calendário. Ele fica virando as folhas.

Leandro – (falando sozinho) Não vejo a hora de sair daqui.

Moacir (um dos presos, se intromete) Pra quê? Pra morrer lá na rua?

Leandro – Não, pra eu recomeçar minha vida. São 20 anos pagando por um crime que eu nunca cometi.

Preso – Ah, mermão, sério? Vo te fala uma coisa, truta. Aqui não precisa de cerimônia, não. Todo mundo que ta aqui, ta aqui porque tem motivo, entendeu? Ninguém tá aqui de passeio, não. Cum nois você pode falar a verdade. Matou a moça e quase deu fim na criança. Ta aqui porque tinha que tá, e acabou!

Leandro - Eu sou inocente. Eu nunca faria nada com a Sabrina e muito menos sabendo que ela tava grávida. (PAUSA) Eu me lembro daquela tarde como se fosse ontem... Fui até a casa da Sabrina, queria era lutar por ela (começa a se lembrar da cena perfeita em sua mente) Mas ela ficou tão nervosa, começou a jogar várias coisas em mim, então eu sai correndo, pra ela não se estressar por causa da criança... ai quando eu estava descendo a escada, escutei um tiro. E quando corri de volta pro apartamento dela, ela já estava no chão, sangrando. Mas eu nunca encostei naquele gatilho. Nunca.

> No Elite Athelier...

Melissa está fazendo a última prova de seu vestido. Ingrid está acompanhando.

Melissa – (enquanto a costureira coloca alfinetes) Vó, o que você acha, está bom assim?

Ingrid – (sentada) Claro, minha querida, você está linda. Vai roubar a cena naquela festa.

Melissa – Ai, que bom, porque é isso que eu quero mesmo. (pra costureira) Dá só uma apertadinha aqui pra ficar um pouco mais firme em cima, por favor?

Enquanto a costureira faz os ajustes, Melissa presta atenção no conteúdo da televisão, que está ligada e noticiando sobre a rebelião.

Melissa – (olhos azuis arregalados) Vó! Vó!

Ingrid – O que foi, meu amor?

Melissa – Olha, vó, não é a penitenciaria daquele homem?

Ingrid começa a assistir também.

Ingrid - É ela mesmo, Mel. E ta falando que quatro presos já morreram...

Melissa – Nossa, vó, eu não sou de desejar mal pra ninguém, mas Deus me perdoe, bem que aquele assassino podia morrer também, e queimar no inferno não é? Eu fico arrepiada só de imaginar aquele homem nas ruas outra vez!

Ingrid – Eu também, meu amor. Mas fica tranquila. Eu não quero te ver assustada, nada vai acontecer com a nossa família, e muito menos com você. Aquele homem não seria capaz de fazer nada com a gente, ele não ia querer voltar pra cadeia.

Melissa - Hum, será? Gente ruim é gente ruim, e no caso dele, ele fica muito mais seguro preso.

Ingrid – Eu sei, meu amor... Mas já que falamos sobre esse assunto, filha... Meu filho pediu pra eu conversar com você... Por que você não aceita a ideia do seu pai de ter um segurança?

Melissa – (revira os olhos) Vó, pelo amor de Deus, seria um mico...  Já imaginou eu ter um segurança pra cima e pra baixo, como se eu fosse uma criancinha? (risos) Ele vai querer pegar na minha mão também pra eu atravessar a rua, não é?

Ingrid – Tenta considerar, Mel... Não vai acontecer nada, mas é só por um cuidado a mais. Pensa nisso, meu amor.

Melissa – (brava) Eu não quero segurança, vó. O que eu quero é o Leandro Rodrigues preso. Meu pai tem dinheiro, conhece os melhores advogados do país. Ele tem que fazer alguma coisa pra manter ele lá dentro pra sempre!

Ingrid – Mas seu pai não consegue fazer isso, Mel. A pena do Leandro vai acabar. Ele vai ser solto. É inevitável.

Melissa – (mais brava) Inevitável foi eu crescer sem a minha mãe. Um homem que mata uma mulher, com um bebê na barriga é um monstro. Não merece ser solto nunca!

Anoitece...

> Na casa de Margareth...

Nicolas está no quarto, falando no celular. Júlia, namorada de Nick, está sentada na cama, esperando. A porta está aberta.

Nicolas – (andando de um lado pro outro) Doutor, se você conseguir esse recurso pra meu tio terminar a pena em regime aberto, eu vou te agradecer muito! (T) Ta bom, Adelino. Muito obrigado. Me deixe informado, por favor. Boa noite.

Nicolas coloca o telefone no gancho.

Julia – E aí, amor?

Nicolas – Parece que vai dar certo, Julia. Vamos esperar.

Julia – (feliz) Ai que bom, Nicolas! Saber que essa história toda tá acabando dá um alivio, né?

Nicolas – Mas não está acabando. Pra mim só está começando. Agora começa a minha parte, a parte de fazer justiça pelo meu tio.

Julia – Eu já disse que não concordo com isso, Nicolas. Você vai acabar se prejudicando, tem gente perigosa envolvida nisso, e não vale mais a pena.

Nicolas – Como assim não vale mais a pena?

Julia – Oras... Os 20 anos do Leandro vão voltar? Não! Então por que você não esquece essa historia de uma vez e curte a liberdade do seu tio?

Nicolas – Esquecer essa história, Julia? Você está comigo há anos. Sabe o quanto eu já sofri por conta disso. Você tem noção de que meu tio era praticamente meu pai? Eu era uma criança quando tudo aconteceu e isso não vai passar em branco. Eu tenho o direito de fazer isso.

Julia – Você tem a cabeça dura, isso sim!

Nicolas – Não. Eu tenho um objetivo. E ao invés de ficar contra mim, você tinha que me apoiar!

Julia – Eu te apoio no que você quiser. Mas esqueça meu apoio na sua ideia idiota de se afundar.

Júlia se levanta e vai saindo, quando esbarra em Guilherme, que está entrando no quarto.

Guilherme – Ela tá nervosa! (rindo)

Nicolas – Daqui a pouco passa.

Guilherme – Tomara que sim... Mas como você está?

Nicolas – (desanimado) Péssimo, né?

Guilherme - Por que, cara? Só por causa da Júlia?

Nicolas – Ah, isso é o de menos! Você não viu as notícias na televisão?

Guilherme - Não, que notícia?

Nicolas - O presídio onde meu tio está... Teve rebelião hoje...

Guilherme – Eita, cara... Sério? Mas seu tio ta bem?

Nicolas – Sim, mas o clima ta mais tenso do que nunca.

Guilherme – Mas falta tão pouco pra ele sair... Com certeza não vai acontecer nada.

Nicolas – Deus te ouça, Guilherme. Tava aqui falando com meu advogado, pra ele conseguir a liberação pra terminar a pena em regime aberto. Como falta pouco, e meu tio sempre teve um bom comportamento, acho que não tem por que não conseguir.

Guilherme – Sim... Hoje no trampo eu conheci uma gatinha... linda demais.

Nicolas - (se senta na cama) Ah, que bom, irmão... mas me desculpa, eu não to muito a fim de saber disso agora, não me leve a mal... Você me conta amanhã... Eu tô cansado, meu dia foi estressante demais, só quero deitar e dormir. (deita-se na cama, com os braços atrás da cabeça)

Guilherme – Você tá certo. Mas eu não vim aqui pra te contar isso. Vim pra te passar uma informação que te interessa, e muito.

Nicolas – (continua deitado, na mesma posição) Que informação?

Guilherme - Você não sabe quem vai estar no buffet amanhã à noite.

Nicolas - Não sei mesmo. Quem?

Guilherme - A garota.

Nicolas – Minha única garota é a Júlia. Apesar que tá complicado.

Guilherme – Não estou falando disso, Nicolas. Presta atenção!

Nicolas – Ta bom, então... Que garota é essa?

Guilherme – (devagar, palavra por palavra) Melissa-Maia-Barcellos.


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Notas finais do capítulo

Por hoje é isso, pessoal!!
Saber a opinião de vocês é muito importante, então se puderem, deixem um comentário!

E se acharem que a história merece, favoritem!

Obrigada!! :D s2



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