[...]

Edward insistiu para poder dirigir a caminhonete até La Push e a chuva havia diminuído bastante no caminho. Durante todo o trajeto não conversamos muito, toda nossa maratona havia me deixado sonolenta.

—Qual é a grande característica dessa praia? –Edward perguntou quando eu estava quase dormindo.

—Ela é bem cheia.

—Uma praia cheia em Forks? –ele me olhou em dúvida.

E eu ri.

—Você está em La Push.

—Bella você é uma péssima guia. –Edward fingiu estar chateado.

—Não tem uma característica Edward, é uma praia para surfistas, as ondas são grandes e o mar deve estar agitado por causa do tempo. Acredito que não tenha quase ninguém.

Edward dirigiu mais alguns quilômetros e estacionou a caminhonete no lugar que eu havia indicado. A chuva havia parado, por isso descemos, Edward deu a volta e pegou minha mão.

Nós andamos e conversamos, contei a Edward como eram os dias por aqui com meus amigos da reserva.

—Fazíamos fogueiras nas noites de sextas feiras.

—E toda aquela lenda de lobisomens?

—Edward não passa de uma lenda, porém era de arrepiar quando contada a noite.

Ele riu.

—Eu imagino que seja, ainda mais nessa praia tão cheia de pessoas.

Eu revirei os olhos enquanto me sentava em um dos tocos de arvore. Edward se sentou ao meu lado e ficamos um tempo observando o mar, até que ele voltou a falar.

—Você sente falta da sua mãe?

—Muita Edward, a dor da saudade não passa, só ameniza com o tempo.

—E quando você vem para Forks se torna pior? –ele me olhou com atenção.

—De forma alguma, Forks me alivia de todos os sentimentos Edward. E como se eu estivesse me renovando, colocando meus sentimentos em ordem. Quando estou aqui é como se só existisse a Bella, e mais nada.

—Eu só me sinto assim com você. –ele disse pensativo.

Eu sorri.

—Também me sinto assim com você, mas você perguntou sobre Forks. Não tem nenhum lugar que te faça sentir isso?

—Acredito que o mar. Eu olho toda aquela imensidão e sinto paz. Mas, quando estou na sua companhia as coisas parecem ser mais leves, como se você me fizesse enxergar um outro lado.

—É assim que tem que ser um relacionamento e eu sempre vou agradecer por sermos assim, por você me proporcionar isso e principalmente por me mostrar o amor de verdade.

Ele sorriu para mim e entrelaçou meus dedos, levando minha mão até seus lábios. Depois ele ficou encarando meu dedo anelar. E de repente me veio um pensamento.

—Edward, porque você sempre diz que só irá permanecer o tempo que for bom para mim?

—Porque eu nunca suportaria fazer mal a você, como eu fiz a... –ele parou de falar.

—Victoria. –eu o encarei, mas ele olhava o mar. -Edward acredite em mim quando digo que você não teve culpa pelo o que houve.

—Bella, eu desgracei a vida de uma mulher por conta de como eu era, como você imagina isso? Isso me atormenta todos os dias. –sua voz quase saiu estrangulada.

Edward olhou para mim e meu coração doeu, seu rosto estava tão magoado, decepcionado, seu olhar tão perdido...Me inclinei mais perto dele e segurei seu rosto, deixei que apenas nossas testas se tocassem.

—Você tem que deixar isso para trás, para só então poder seguir em frente sem carregar uma culpa que não é sua. Não acredito que você tenha desgraçado, mas acredito que você salvou a minha. E eu quero que você saiba disso. Eu sou muito mais feliz e realizada com você.

Ele sorriu triste e me beijou suavemente.

—Você me fala tanto isso que estou começando a acreditar.

—Você deveria, porque é a verdade.

Nós ficamos mais um tempo ali e por fim resolvemos voltar para casa.

Charlie estava nos esperando quando chegamos, ele disse que queria mostrar para nós como era seu ambiente de trabalho na polícia de Forks. Então nós fomos, todos na viatura, Emmett parecia mais uma criança em um parque de diversões e Edward fazia piada sobre isso. Obviamente, eles já sabiam como funcionavam as coisas com os policiais, mas ainda assim pareciam muito atentos a tudo o que Charlie falava e eu achei aquilo impressionante.

Tivemos que parar duas vezes no caminho para Rosalie aliviar seu conteúdo estomacal novamente, nós passamos na farmácia para comprar alguns remédios para ela.

Charlie nos levou aos arredores de Forks, não tinha muito o que se ver, porque toda a paisagem era praticamente igual, mas só de estarmos todos juntos, faziam aqueles minutos um dos mais importantes de toda a viagem.

Sue cozinhou sua especiaria para nós naquela noite e depois acabamos todos assistindo o jogo na tela plana, mas eu não prestei atenção um minuto se quer.

Minha mente vagava nas palavras de Edward, ditas um pouco mais cedo “Enquanto eu for bom para você, eu ficarei”, e se ele achasse que não fosse então ele me largaria? Eu senti uma vertigem só de imaginar tal coisa, ele não poderia ser egoísta a esse ponto, ele deveria saber o quanto seus pensamentos sobre si mesmo influenciaria em tudo. Eu amava Edward de todo meu coração, passava muito tempo com ele e ele fazia parte de praticamente tudo da minha vida. Me deixar porque ele não se sentia bom o suficiente seria covardia. Edward precisava entender o valor que tinha.

Sem suportar ficar com eles, eu subi para o quarto alegando estar com dor de cabeça e cansada. Vi o olhar de Edward me acompanhar, quando eu entrei meu quarto pronta para fechar a porta, ele apareceu perguntando se estava tudo bem. Eu balancei a cabeça somente, Edward me olhou preocupado, me deu um beijo suave na testa e me deixou sozinha. Eu só percebi que havia adormecido, quando acordei com Edward me envolvendo em seus braços e logo adormeci novamente.

.

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Charlie, Edward e Emmett saíram bem cedo no dia seguinte, para o dia da pesca. Nós mulheres fomos para a cafeteria da cidade tomar o café da manhã, Rosalie já se sentia bem melhor e dera a ideia para nós. Sue aceitou de bom grado, segundo ela não havia muitas amigas por ali com as quais fizessem os programas só de mulheres.

Depois do nosso café, nós passamos em algumas lojas da cidade e por fim voltamos para a casa. Nesse meio tempo, eu telefonei para a editora para saber como andavam as coisas sobre a publicação do livro, e as notícias eram reconfortantes, a procura pelo livro estava aumentando e muita gente já havia começado a me seguir nas redes socais. A chefe disse também que as pessoas estavam cada dia mais ansiosos pelo lançamento, que não demoraria muito para acontecer, mas antes nós já começaríamos a divulgação com a minha imagem. Após a conversa, eu fui atrás de Rosalie que estava na sala, com o notebook em seu colo.

—Rose, o que você acha de irmos até La Push?

Eu perguntei enquanto ela digitava freneticamente em seu notebook.

—Isso é sério? –ela me olhou por cima do óculos.

—Sim, eu queria rever meus amigos.

—Você acha uma boa ideia Jacob saber que você está aqui?

—Essa hora ele já sabe provavelmente.

—E Edward não ficaria chateado?

—Eu estou tentando ligar para ele, mas eu não consigo sinal. Eu só queria avisar, para não correr esse risco, porém ele não atende.

—Acho que ele vai entender, você veio até aqui e vai ver seus amigos.

—Só espero que Jacob não esteja lá.

—Mas, ele pode não entender também.

—Converso com ele depois.

—Bom...-ela deu de ombros já colocando o notebook de lado. -Então vamos!

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Rosalie e eu seguimos caminho em minha picape, em uma carro normal levaria 20 minutos, mas nós levamos meia hora. A nossa primeira parada foi na praia de La Push, havia estado no dia anterior nesse mesmo lugar com Edward. Rosalie era uma grande admiradora do mar, segundo ela La Push tinha um encanto próprio, uma coisa mais mística. O mar estava muito agitado, as ondas batiam com forças nas pedras, e as que vinham até a borda da areia quebram com violência. A chuva não nos deu trégua, e logo ela veio nos fazendo correr de volta para a picape e seguir nosso caminho.

—Sue está totalmente encantada por Edward.

Eu ri.

—Não é muito de se admirar. –eu dei de ombros.

—Você acha que ele tem gostado de Forks? Eu estou sentindo ele tão distante, nem parece o mesmo Edward.

—Eu senti também, acredito que esteja tudo bem. Ele só tem pensado em muita coisa que tem visto. Edward é muito afastado dos pais e talvez a forma como ele presencia meu relacionamento e de Charlie tem mudado alguns conceitos, quem sabe?

—Emmett disse que ele está na semana do saco cheio.

Eu franzi o cenho.

—Pode ser, depois de tudo o que passamos Rose, realmente. Acredito que ele esteja um pouco cansado mesmo, ontem ele estava normal, mas durante o jogo estava bem calado.

—Tem também a publicação do seu livro, é uma coisa sensacional para o autor, mas para quem está por trás, nada fácil. –ela riu.

—Eu imagino e serei eternamente grata por ter vocês me ajudando com isso. –eu olhei para ela e sorri. –Acho que eu nunca conseguiria sem ajuda.

Ao mesmo momento eu estacionei a picape em frente à casa dos irmãos Seth e Sam, onde sempre nos reuníamos. A casa estava da mesma forma, simples, com uma varanda para abrigar a entrada da porta, ao lado ficava a oficina de Seth, onde ele trabalhava.

—Chegamos.

A casa estava com as janelas fechadas, nós descemos da picape correndo e nos abrigamos embaixo da cobertura, por causa da chuva.

—Você acha que tem alguém em casa? –Rosalie perguntou tentando olhar através do vidro da porta.

—É o que vamos ver. Olá? –eu disse batendo na porta. E não obtive resposta.

Nós chamamos durante uns 5 minutos, como não tivemos nenhuma resposta decidimos ir embora, mas assim que nós viramos Seth estava parado na escada, seu cabelo pingava pela chuva. Ele tinha a aparência de um índio, na verdade todos ali tendiam para esse lado, mas eu particularmente o achava o mais bonito, depois de Jacob. Seth tinha os cabelos pretos e lisos, usava um topete, mas por conta da chuva, seu cabelo estava colado na testa, ele era de média estatura e tinha a pele morena.

—Isso não é possível. –ele disse surpreso. –Bella? Espere só pode ser uma miragem. –ele disse fingindo coçar os olhos e depois sorriu para mim.

—Oi Seth. –eu disse indo até ele para o abraçar.

—Eu estou todo molhado, Bella.

—Deixe disso, também estou, agora me abrace.

Seth me deu um longo abraço, depois me soltou e olhou para meu rosto sorrindo.

—Céus, você está incrível. Seattle te fez bem.

—Obrigada Seth, você também não está nada mal.

Rosalie tossiu de leve e por um momento eu até tinha me esquecido que ela estava ali.

—AH me desculpe, essa é Rosalie minha melhor amiga.

—Olá Rosalie. –Seth a cumprimentou com um abraço também.

—Oi, Seth.

—Ei, pensei que eu fosse seu melhor amigo. –ele disse após cutucar minha costela.

—Você é meu melhor amigo homem, ela é a mulher.

Ele deu de ombros.

—Vamos entrar garotas, Emilly talvez esteja no seu atelier, por isso não ouviu vocês.

Seth abriu a porta para nós e entramos, tudo estava do mesmo jeitinho que eu me lembrava, ele tinha razão, não havia sinal de Emilly em canto algum.

—Já volto, vou ver onde ela está.

—Gostei dele, Bella. –Rose cochichou para mim.

.

Seth voltou cerca de cinco minutos depois com Emilly atrás dele, que era a mulher de Sam, seu irmão e o mais velho do grupo.

—Bella? –ela me olhou por cima do ombro de Seth.

—Oi, Emilly. –eu acenei sorrindo.

—Quando Seth me disse que teria uma surpresa, eu não imaginei que fosse algo tão imensurável e impossível.

Emilly fazia artesanatos, pinturas e esculturas no barro, ela era muito conhecida em toda região por isso.

—Oh Meu Deus, não acredito que você está aqui!!! –ela disse logo me puxando para um abraço.

—Vim passar o feriado com meu pai e não poderia deixar de vir ver vocês. Essa é minha amiga Rosalie. –eu disse as apresentando e elas se cumprimentaram.

Depois de alguns minutos e todas as primeiras reações, nós quatro estávamos sentados na cozinha tomando café que Emilly havia preparado para nós. Ela me contou sobre todas as novidades da reserva, dois garotos haviam se incluído, Seth estava namorando e pensava até em casamento.

—Céus parece que fiquei um ano fora.

—É Bella, muita coisa mudou em quatro meses, inclusive esse garoto aqui. –ela apontou para Seth.

—Se você está feliz, é o que importa. –eu disse.

—Isso é o que todos falam. –Seth disse e nós rimos.

Em nenhum momento mencionamos Jacob, eu sabia que Seth e ele eram muito amigos, então seria constrangedor tocar no assunto.

—E você, me conte suas novidades? Está tão linda, nem parece a mesma Bella. Seattle te fez bem!

Seth riu.

—Eu disse a mesma coisa para ela, Emilly.

—Bom, pelo visto há coisas interessantes em Seattle capaz de transformar pessoas. –Emilly me disse arqueando a sobrancelha e eu somente ri.

—Seattle e seus agregados. –Rosalie comentou.

—Agregados? –Emilly me olhou curiosa.

—Bem sim... –senti meu rosto corar. –Na verdade ele é uma pessoa do meu passado e eu o reencontrei, e bom estamos juntos.

—Na verdade ela foi pedir emprego para ele. –Rose disse e Emilly riu.

—É meio estranho para mim imaginar Bella namorando outro, já estava acostumado com o casal Bella e Jacob.

Eu olhei para Seth me encolhendo na cadeira, quando vi Emilly lhe dar uma cotovelada.

—Oras não seja inconveniente, Seth. Bella seguiu a vida dela e está muito bem, o que importa é isso.

—Desculpe Bella, eu não queria te deixar constrangida. Eu torço pela sua felicidade, você sempre foi uma boa pessoa e merece. –ele me deu um sorriso, e pelo seu olhar era sincero.

—Nunca te vi assim Bella, você está radiante! –Emilly disse tentando quebrar o momento de tensão.

Por Deus, se alguém me falasse mais uma vez aquilo eu acho que surtaria.

—Viu? –Rosalie me cutucou como se quisesse dizer, eu tenho razão sua vida mudou em Seattle.

E nós rimos.

—Bella? –a voz masculina soou na porta da cozinha.

Eu conhecia aquela voz, me preparei antes de me virar e me deparar com Jacob na porta da cozinha. Seu olhar cravou em mim, era intenso, eu tive que me preocupar com minha respiração para que ela se normalizasse, mas não pelo fato de Jacob me afetar e sim pelo breve susto que eu havia levado. Eu não imaginava encontra-lo ali.

—Ei, Jake. –eu disse tentando dar um sorriso.

Sam estava logo atrás dele, eu me levantei para os cumprimentar com um abraço. Emilly preparou mais café para nós, enquanto assava Muffins. Jacob se sentou na mesa a minha frente, e a partir daí eu me senti incomodada. O clima estava tranquilo, Rosalie estava se divertindo muito com as histórias de Seth e Sam que eu as conhecia até de trás para frente, mas Jacob não tirava os olhos de mim, e eu conhecia aquele olhar. Ele estava procurando alguma coisa na minha expressão e eu sei que ele tinha muita coisa a dizer. Quando nossos olhares se encontraram ele deu um sinal para que fossemos na varanda de trás da casa, e eu aceitei.

Como a chuva por sorte havia parado, ele sugeriu que fossemos um pouco mais longe da casa para evitar olhares curiosos.

—Então... Seattle te fez bem.

Eu ri.

—O que foi? –ele perguntou.

—Ouvi isso pelo menos quatro vezes hoje.

—Bom, então é sinal que não foi somente eu que percebi isso. –ele disse dando de ombros.

—Você sempre foi perceptivo Jacob, não me espanta isso.

Ele suspirou.

—Como você está? –eu perguntei.

—Estou um tanto assustado com você aqui, sabia que viria até Forks, mas nunca imaginei que viria até La Push.

—E como você sabia? –eu perguntei incomodada. Charlie havia prometido que não diria a ninguém.

—Sue veio até aqui comprar umas coisas com Emilly e acabou dizendo sem querer.

Eu formei uma linha fina com a boca.

—Bom, eu imaginei que seria bom ver meus amigos, já que faziam quatro meses...

—Seus amigos... –ele disse com um tom esquisito.

—Não imaginava ver você aqui. –eu disse.

—Contando que eu moro a cinco quarteirões daqui.

—Contando que você deveria estar trabalhando.

—Seth me ligou dizendo que você estava aqui. –Jacob revelou por fim.

—Traidor. –eu murmurei olhando para a casa. Jacob tocou meu braço, mas logo se arrependeu e tirou os dedos de mim.

—Não fique brava com ele, Seth sabia o quanto eu precisava te ver.

—Me ver por que Jacob? –olhei em seus olhos.

—Eu precisava ver se estava bem. Eu imaginava que Seattle lhe faria bem, mas eu meio que queria estar errado.

Eu suspirei.

—Eu estou bem, e não acho que você deveria ficar se prendendo a isso.

—Eu sempre me importei com você, não vai ser agora que isso vai passar.

Jacob não sabia sobre o episódio com James, e eu não fiz questão de mencionar, ele não precisava se preocupar mais, já estava tudo sobre controle.

—Como você está, Jacob, de verdade?

—Eu estou bem, superei muita coisa. Mas, te ver aqui novamente me trouxe muitas recordações. E você?

—Bom, finalmente eu vou conseguir publicar meu livro. –disse ignorando seu comentário anterior.

Ele arregalou os olhos e deu um sorriso enorme.

—Bella, isso é verdade?

—Sim! Eu consegui finalmente.

—Meus parabéns, Bella. Eu estou tão feliz por você! –Jacob me abraçou forte e depois me soltou constrangido.

—Eu o terminei faz pouco tempo.

—Não se esqueça de me convidar para o lançamento.

—De forma alguma.

Eu cruzei o braço e me arrependi no exato momento em que vi seus olhos cravarem na minha pulseira. Jacob se aproximou e passou o dedo sobre ela, eu vi quando suas pupilas se dilataram e seu corpo ficou tenso.

—Você tem outro. –não foi uma pergunta.

—Sim. –murmurei.

—E você está feliz?

Ele olhou em meus olhos, eu não poderia negar, mas dizer que Edward é a pessoa que eu mais amei na minha vida, destruiria ele, mais do que necessário.

—Sim, eu estou.

—Ele que te deu? –ele apontou para a pulseira.

—Sim.

—Bom, então ele é rico. –Jacob disse entre dentes. –Agora entendi.

—Entendeu o que?

—Porque eu nunca fui bom o suficiente para você.

Eu semicerrei os olhos. Eu não queria acreditar que ele estava falando aquilo.

—Você enlouqueceu.

—Não Bella, talvez eu nunca tenha te conhecido de verdade.

—Isso é ridículo, Jacob. Eu nunca liguei para dinheiro algum de ninguém, eu não fui para Seattle procurando um par romântico, eu fui para publicar meu livro. Eu conheci uma pessoa e simplesmente aconteceu. Mas, já que você é egoísta o suficiente para dizer isso sobre mim, ótimo. Quem não te conhece mais sou eu.

A raiva borbulhava dentro de mim, como ele poderia dizer aquilo? Eu sai andando o deixando para trás, mas Jacob foi mais rápido que eu e me alcançou.

—Então... por que?

Seus olhos possuíam uma certa suplica e eu fiquei com meu coração apertado, eu amava Jacob, mas como amigo e vê-lo dessa forma me destruía.

—Por que, o que?

—Porque você não voltou para cá e...

—Porque eu achei o que me faltava em Seattle, Jacob.

Ele olhou por um tempo para mim e então abaixou a cabeça.

—Jake... minha vida é em Seattle agora, você sempre quis que eu fosse feliz e você sabe como eu me sentia aqui, eu desejo que você seja muito feliz também. Por favor, siga a sua vida, eu sei que você tem Leah agora.

Ele passou a mão pelos cabelos e me olhou devastado.

—Não me olhe assim. –eu pedi.

—Eu preferiria não te ver mais.

Aquilo me doeu. Muito.

—Tudo bem. Como você disse, você escolheu estar aqui, então não me culpe por isso.

Eu sai andando mais uma vez o deixando para trás.

—Eu sinto muito por tudo o que aconteceu. –eu disse me virando novamente para ele. –Você é uma parte muito importante da minha vida que eu sempre irei amar.

—Mas, não o suficiente.

—Não. Por isso eu espero que você seja extremamente feliz, eu sei que Leah te ama Jacob, abra seu coração e deixe que ela o faça feliz.

.

Rosalie e eu nos despedimos de todos que ali estavam, Jacob não voltou mais para a casa e eu achei bom. Agora eu entendia que ele simplesmente não queria deixar o passado para trás, porque ele esperava que um dia eu pudesse voltar.

Talvez agora ele poderia finalmente se desligar do passado, mas as coisas que ele disse infelizmente me magoaram muito e eu não podia negar. Enquanto eu dirigia de volta para casa, eu chorei silenciosamente, Rosalie não me fez nenhuma pergunta.

Só quando eu parei de chorar, ela me perguntou se eu tinha certeza que deveria voltar para Seattle.

—A única coisa que eu quero e voltar para Seattle com Edward. –foi o que eu respondi.

.

Quando os rapazes chegaram já se passava da metade da tarde, nós estávamos na sala vendo um filme na TV, Sue levantou imediatamente do sofá para os ajudar.

—Olá rapazes, como foram na pescaria? –ela disse.

—Foi péssimo, nada de peixe. –Emmett disse e Charlie riu.

—Bom, levando em compensação que eu derrotei os dois no campeonato foi muito divertido.

—Ah por isso não tinha peixe então. –eu disse, me levantando e me aproximando de Edward.

—Exatamente, seu pai não estava de brincadeira quando disse que mandava bem.

Edward passou um braço pelo meu ombro e beijou meus cabelos, eu franzi o cenho, pela primeira vez ele cheirava ruim.

—Edward você está cheirando a peixe. –eu disse fazendo ele rir.

—Melhor eu ir tomar um banho.

—Estava pensando em já que a chuva nos deu uma trégua de irmos jantar fora, o que acham? –Charlie disse.

—Ótimo, vamos tirar Sue dessa cozinha. –Emmett disse e todos riram. –Mas, antes também preciso de um banho.

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Eu estava decidida a contar a Edward sobre La Push, a visita não havia sido como eu imaginava, e brigar com Jacob havia me deixado muito mal, talvez tivesse sido uma ideia ruim e só naquele momento sentada no sofá da sala de Charlie foi que me veio à cabeça o quanto Edward poderia não gostar dessa história também. Ele e Emmett estavam vendo alguns relatórios do trabalho quando Charlie se sentou ao meu lado.

—Por que está tão pensativa menina?

Eu suspirei traçando uma linha fina com os lábios. Charlie deu batidinhas de leve em meu ombro.

—Vamos dar uma volta com seu velho, quase não ficamos juntos ainda. –ele pediu.

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Andar com Charlie na cidade sempre era muito chamativo, não havia um lugar se quer que ele abrira mão de ir com sua viatura. Charlie passou comprar alguns mantimentos que faltava na casa e depois ele parou na cafeteria que mais amávamos vir juntos.

—Acho que agora podemos conversar.

Ele sempre tivera uma espécie de sexto sentido para as coisas e eu não sabia se era só coisa de pai ou uma coisa especifica de Charlie.

—Eu fui a La Push hoje.

Charlie arregalou os olhos.

—Ora Bella, estou surpreso.

—Eu estava com saudades dos meus amigos, mas não imaginava que veria Jacob. Seth ligou para ele dizendo que eu estava lá.

—E como foi?

—Péssimo, ele disse coisas horríveis a respeito de entender porque eu estava com Edward que tudo tinha a ver com o dinheiro... disse que pensou que eu voltaria para Forks e essas coisas.

Charlie suspirou.

—Não fique zangada com o menino, Bella. Ele está apenas chateado ainda, Jacob amava você e perder a mulher que ama não é fácil.

—Ele só não precisava dizer as coisas como se não me conhecesse.

—Isso é verdade.

—Hoje eu tenho a certeza que foi a melhor escolha que eu fiz, eu odeio ver Jacob sofrendo dessa forma, mas em hipótese alguma eu trocaria o que tenho agora pelo o que eu tinha e isso não tem nada a ver com o dinheiro.

—Eu sei, Bella. Você não é assim, todo mundo sabe disso. E eu sei que você não trocaria, você ama Edward, de uma forma que eu nunca vi amar outro, e eu acredito que ele também te ame. Eu o agradeci por tudo o que ele fez por você.

Charlie colocou sua mão sobre a minha.

—Viva um dia de cada vez, pare de se preocupar tanto com o futuro. Você já realizou o seu sonho de possuir seu livro publicado, agora espere as coisas se encaminhar, Bella.

—Estou fazendo errado em continuar nesse caminho sem olhar para trás?

Charlie sorriu.

—De forma alguma, menina. Você está correndo atrás dos seus sonhos e daquilo que te faz feliz. Eu estou orgulhoso de você.

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Fomos a um restaurante bem simples um pouco mais afastado de Forks. Infelizmente diante de toda agitação para sairmos eu não havia conseguido conversar com Edward, aquela situação havia me deixado um pouco desanimada e estar com Edward afastava os pensamentos inquietantes.

—Está tudo bem? –Edward perguntou baixinho para mim, enquanto colocava uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

Eu olhei para ele e suspirei com a visão. Ele era lindo demais, sem dúvidas o homem mais lindo do mundo. Sua camisa preta de botões contrastava com sua pele branca, seu cabelo cor de bronze e seus olhos verdes escurecidos.

—Podemos conversar depois?

Ele assentiu.

—Eu senti sua falta. –eu disse, deitando minha cabeça em seu ombro.

—Podemos ficar conversando a noite inteira hoje, o que acha?

Eu sorri.

—Nem pensar, amanhã pegamos estrada, não posso deixar meu condutor mal.

—Eu não me importaria de passar a noite acordado com você.

Edward entrelaçou nossos dedos e levou a minha mão até a boca.

—Você não está mais cheirando a peixe e isso é ótimo.

—Usei um esfregão que tinha no banheiro. –ele disse rindo.

A noite estava boa e tranquila, até que um incidente mudou tudo.

Foram cinco palavras, menos de um minuto e minha noite desabou.

—Nós fomos a La Push. –Rosalie disse, após Emmett perguntar o que havíamos feito.

Charlie passou o olhar de mim para Edward, e ao mesmo tempo senti Edward se tencionando ao meu lado. Rosalie olhou preocupada para mim na mesma hora que soltou a informação, sabendo que não deveria. Eu olhei para Edward e vi sua mandíbula totalmente travada. Charlie tentou mudar de assunto.

—Era sobre isso que eu iria falar com você. –eu sussurrei para Edward tentando amenizar a situação.

Edward fechou a cara pelo resto do jantar, não falou com mais ninguém e recusou bebida. Eu sabia que ele estava imensamente chateado, eu não havia contado a ele que iria até La Push, então sabia como estava se sentindo. Mas, eu não agi na intenção de fazer algo escondido, na verdade nem estava pensando nisso, mas com certeza ele não gostou nada de saber daquilo.

O celular de Edward tocou e pelo visor vi que era Alice, ele se levantou da mesa sem olhar para mim. Rosalie me cutucou e se aproximou do meu ouvido.

—Fiz merda, né?

Eu só balancei a cabeça positivamente ainda olhando o caminho que ele tinha trilhado.

—Eu ia contar a ele, mas eles chegaram eufóricos com a história do peixe e depois sai com meu pai que acabei ficando sem tempo com ele. Porém, ainda assim eu iria contar quando estivéssemos a sós.

—Eu sei, me perdoe, Bella. –ela estava arrependida.

—Você não fez por mal, fique tranquila. –Rosalie assentiu.

O jantar seguiu normalmente para o resto da mesa, entre piadas de Emmett e risadas, mas entre eu e Edward a noite havia acabado.

Quando chegamos em casa, Edward e eu subimos imediatamente para o quarto. Ele trocou de roupa sem mencionar uma palavra comigo, sem nem mesmo me olhar e se deitou na cama.

—Você não vai falar comigo? –eu perguntei enquanto o observava em pé, encostada na cômoda.

Nenhuma resposta.

—Edward?

Nenhuma.

—Droga, Edward. Fale comigo, pare de ser imaturo.

Ele riu sarcasticamente.

—Jura que eu sou o imaturo?

—Está sendo, por que não quer falar comigo?

—Porque eu acho que não temos o que falar.

—Me deixe explicar o que aconteceu. –ele ficou em silencio. –Eu ia te contar.

—A velha desculpa.

—Me ouça. –eu insisti. –Eu ia realmente contar. Mas acontece que não tive tempo, você viu como foi quando vocês chegaram, e depois Charlie acabou me chamando para ir dar uma volta com ele, então ia contar agora, mas Rosalie falou em hora errada.

Edward suspirou. E se sentou na cama.

—Você já sabia que ia até lá?

—De forma alguma, essa ideia me surgiu hoje e eu nem sabia que Jacob estava, eu queria mais era ver meus outros amigos.

—Mas, Jacob mora lá, obvio que ele iria estar.

—Seth ligou para ele avisando que eu estava lá.

—Agora está tudo explicado.

—Por favor, não fique bravo com isso.

—Se coloque no meu lugar Isabella. Descubro da boca de outra pessoa que você foi a La Push ver o ex namorado, você quer que eu pense o que? –Edward exalava raiva.

—Eu não fui ver meu ex namorado. –murmurei.

—Bella, você me traz até Forks, não esconde o quanto sente falta daqui e ainda por cima vai ver Jacob, isso não é motivo para que eu fique chateado?

—Sinto falta de Forks e senti dos meus amigos. Mas, eu acho bom você saber que eu nunca trocaria tudo o que construí em Seattle, não trocaria você, o que nós temos e nem o amor que sinto. E foi isso que eu disse quando ele me perguntou porque eu não voltei para cá.

—Que desgraçado. –Edward murmurou. Ele passou a mão pelos cabelos e inclinou a cabeça para trás, encostando na parede.

—Jacob e eu tivemos uma briga, ele não aceita o fato de eu ter outra pessoa, talvez ele estivesse esperando eu voltar para Forks, você entende que por um lado foi bom ele ter me visto? Pelo menos ele pode viver a própria vida agora. Eu me sentia muito mal pelo o que tinha causado a Jacob, ele não merece viver infeliz.

—Eu não estou acostumado a ter outra pessoa amando a mesma mulher que eu.

Meu coração deu um pulo.

Eu subi a cama, e engatinhei até Edward, ele estava com os braços cruzados e com a cabeça ainda inclinada, para trás. Subi em seu colo e segurei seu rosto entre as mãos.

—Eu sei que deveria ter te contado, com certeza eu ficaria maluca se fosse ao contrário. Me desculpe... mas, eu espero que uma coisa esteja bem concreta aqui, eu amo você como nunca amei outra pessoa antes.

Eu encostei os lábios no de Edward, ele segurou meus cabelos com uma mão e pediu passagem com a língua. Uma explosão de sentimentos tomou conta de mim e no outro segundo libertei as lagrimas que estavam presas, Edward fechou seus braços ao meu redor e me abraçou forte, enquanto eu chorava com o rosto em seu peito. Ele passava os dedos delicadamente no meio dos fios do meu cabelo enquanto esperava o choro acalmar.

—Você não tem que pedir desculpa de nada, Bella. Eu fiquei chateado com o que aconteceu, mas agora eu entendi que isso precisava acontecer para ele seguir com a própria vida e você também, eu sei o quanto você se culpava por isso. Peço desculpas também pelo meu comportamento. Eu amo você e pensar que talvez você queira permanecer aqui e não voltar mais a Seattle me deixa com medo.

Eu levantei a cabeça na direção de seus olhos, Edward limpou com os polegares minhas lagrimas.

—Não... eu vou com você.

Nós ficamos naquela posição abraçados, até que enfim eu adormeci. No dia seguinte, Edward já não estava mais quando acordei.

Fiz minha higiene matinal e arrumei nossas malas, por fim desci para o primeiro andar. Charlie e Sue já estavam na cozinha quando eu entrei.

—Bom dia querida.

—Bom dia, Bella.

—Bom dia pai e Sue. Vocês viram Edward?

—Ele saiu bem cedo, disse que ia caminhar, mas isso já faz uns 40 minutos.

—Vou tentar achar ele.

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Edward estava encostado na pilha de madeira ao lado da casa e olhava para a floresta atrás da casa, que não passava de uma área verde. Mas, eu sabia a paz que aquilo trazia. Poder sentir o cheiro de musgos, plantas, o barulho dos insetos, era uma paz com a qual Edward não estava habituado em seu dia a dia.

Ele olhou para mim quando ouviu meus passos.

—Ficou entediado com Forks? –eu perguntei enquanto ficava de frente para ele.

Edward sorriu e balançou a cabeça negativamente.

—De jeito nenhum. Estou aqui porque precisava pensar em algumas coisas. Bom dia, linda.

—Bom dia, Edward.

Eu olhei seu rosto.

—Você está bem?

—Sim.

Edward puxou meu pulso para que eu ficasse perto do seu corpo e então passou um mão pela minha cintura.

—Eu estou feliz por estar aqui, Bella.

—Sério?

Agora ele havia me deixado bem confusa.

—Sim, muito feliz. Eu gostei de conhecer todos os lugares e de passar com você e sua família esses dias. Você sabe que para mim é tudo novo, nunca estive em uma viagem para a casa do pai de alguma namorada.

Ele sorriu e eu admirei por alguns segundos antes de o beijar.

—Será que você tem uma vaga noção de como é importante para mim? –eu passei a mão pelo seu lindo rosto.

Edward suspirou e me puxou mais para perto, nossos narizes se tocaram e ele depositou um beijo suave na minha testa.

—Eu sinto muito por ter te feito chorar ontem.

—Não foi você, foi toda essa situação. O que você estava pensando?

Ele suspirou e se encostou na pilha de madeiras novamente, me trazendo próximo ao seu corpo.

—Sobre tudo, Bella. –quando eu pensei que aquela curta resposta seria tudo o que eu teria, Edward começou a falar, coisas que ele nunca havia mencionado antes.

—Você me ensinou muita coisa, me ensina todos os dias a ser uma pessoa melhor. Antes de você eu vivia no escritório, não tinha nenhum momento bom além daquilo, nem mesmo com minha família e você me mostrou o valor dessas coisas. Hoje, vendo você e seu pai, eu me dei conta de como sinto falta dos meus. –Edward colocou uma mexa de cabelo atrás da minha orelha. –Você sabe que fui praticamente adotado, quando descobri isso eu surtei. Eu tinha uns 14 anos, eu literalmente não entendia como isso podia ter acontecido comigo. Na minha cabeça, Esme e Carlisle tinham pena de mim, frequentei a psicólogos e tudo mais, mas essa coisa toda só fodia meus pensamentos. Eu não conseguia ver que era amor, que tudo o que eles faziam era por amor. Foi por isso que me desviei tanto, usava as mulheres para tentar preencher as lacunas e eu achava aquilo certo, porque infelizmente foi a forma que eu achei para me sentir incluído.  

Eu podia sentir a emoção em sua voz e podia sentir meus olhos se enchendo de lagrimas ao pensar num garoto tão assustado, as pessoas possuem maneiras diferentes de lidar e talvez a de Edward não tenha sido das melhores.

—Edward...

—Espere... tem muita coisa que eu preciso que você saiba. Você é a pessoa mais incrível que eu já conheci. Você sempre me elogiou, sempre me mostrou onde melhorar, sempre me fez sentir bem, me fez feliz, me fez sentir um desejo tão intenso que eu nunca imaginei ser capaz de sentir, você me fez sorrir tantas vezes que eu perdi a conta, meu mundo passou girar ao seu redor, só de me imaginar sem você eu fico louco, só de pensar que outra pessoa já te tocou ou que ainda pode tocar eu fico possesso, eu sou tão egoísta que eu queria ninguém nunca mais te visse. Eu sinto todas essas coisas por você e muito mais que eu não consigo descrever, mas esses pensamentos me aterrorizam, porque eu sei que nunca vou ser bom para você. Eu sou apenas uma casca, Bella. A casca de um menino que inventou algo que não existia e hoje o psicológico é fodido, eu tenho medo por você.

Eu suspirei. Como ele podia pensar tudo aquilo dele mesmo?

—Edward, eu já te falei tantas as vezes, mas eu prometi a mim mesma que iria falar quantas vezes precisasse até te convencer. Ah, Edward Cullen se você se visse com meus olhos, você iria ver todas as qualidades pela qual me apaixonei. Edward, você é lindo, gentil, corajoso, você é batalhador, determinado, sabe o que faz, você é sempre sincero comigo, você me protege, cuida de mim, você demonstra seu amor para mim com pequenos gestos. Não falo disso... –eu levantei o pulso para lhe mostrar a pulseira. –Nem dos passeios de barco, nem das comidas extravagantes, os presentes extremamente caros. Eu falo do brilho nos seus olhos quando você me vê, da cor intensa deles quando você está extremamente feliz, do seu sorriso sacana, gentil, tímido, feliz... Todas as formas. Você demonstra pelo desejo de sempre estar comigo, pelo seus toques... Edward eu não sei se tem jeito melhor de você demonstrar seus sentimentos quando estamos só nós dois, conectados, seus beijos, suas mãos, tudo o que você faz comigo.

Senti um rubor pela minha face.

—Eu nunca me senti assim com ninguém também, ninguém nunca me tocou com tanto carinho, carinho ao qual eu pudesse sentir e corresponder na mesma proporção. Essa é a melhor sensação do mundo, você não sabe como eu anseio todos os dias pelos seus toques, eu não posso deixar de te falar como eu acho perfeito nosso encaixe, como eu acho perfeito o teu rosto naquele momento, ou como seus beijos são perfeitos. Tudo isso é perfeito porque é você, entende. Porque você foi a pessoa que aflorou tudo isso em mim. Eu te amo e sou apaixonada por você Edward. Sou loucamente apaixonada. Eu odeio que você fale essas coisas de você, você é o orgulho dos seus pais, Edward. Por favor, não se refira a você mesmo dessa forma, você é muito além do que vê.

Edward me abraçou enterrando o rosto no meu pescoço, eu senti suas duas mãos ao meu redor. Eu passei meu braço por seus ombros e também enterrei meu rosto em seu pescoço. Passei meus dedos gentilmente por seus cabelos. Acho que nós ficamos assim pelo que me pareceu horas. Edward não precisava dizer, eu sabia a força do sentimento entre nós. Parecíamos que éramos predispostos um ao outro. Ele tinha que ser meu para sempre, ele tinha que entender tudo o que significava para mim.

Eu me afastei para olhar em seus olhos, ele beijou minha testa e eu depositei um beijo em seu peito e ficamos assim por alguns minutos.

Sinceramente eu não sei o que aconteceria em um futuro, não sei o que estava se passando pela cabeça de Edward, mas seus pensamentos estavam confusos e eu acredito que todo mundo passa por essa fase algum dia. Onde tudo o que acreditamos entra em controvérsia, eu via em seus olhos que ele queria muito acreditar em mim e em tudo o que eu dizia, mas também via a culpa que ele carregava sobre tudo o que aconteceu com Laurent e Victoria. Assim como eu me sentia culpada por Jacob. Talvez Edward precisasse passar pelo mesmo processo que o meu, rever essas pessoas e ter a certeza como a vida deles estavam e por fim se livrar desses sentimentos.

.

Nós almoçamos uma última vez todos juntos e duas horas depois estávamos na estrada voltando para Seattle. Vi meu pai segurando as lagrimas, eu sabia o quanto era difícil para ele as despedidas. No caminho, nossa viagem se repassou na minha cabeça, havia sido marcante, entre altos e baixos, mas eu estava feliz agora que eu me sentia completamente resolvida.