Hit And Run escrita por Any Sciuto


Capítulo 6
Respiração.




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6 meses depois...

Assim como os seis meses passaram rápido o suficiente para Derek e a equipe, foram seis meses devagar para Penelope. Entre os testes de consciência e os testes de sensibilidade em repouso, ela continuava em coma.

Derek esperava que ela saísse do coma antes do primeiro ano. Na consulta da semana Derek sentiu que ela se afastava cada vez mais.

— Aqui, Sr. Morgan. – O médico entregou alguns documentos. – Talvez pensar nisso seja horrível, mas se ver pelo lado bom ela vai parar de sofrer.

Derek leu o documento a sua frente. Era basicamente uma ordem para desligar os aparelhos. Ele caminhou pelos corredores e entrou outra vez no quarto cor de rosa de Penelope. As janelas agora estavam abertas e um ar frio entrava. Isso queria dizer que o inverno estava chegando.

Ele se sentou no que agora era uma casa para ele. Clooney vinha visitar Penelope sempre. Dois meses atrás ele havia ficado doente. Depois de fazer visitas a três veterinários e não achar uma causa provável para ele estar doente, Derek concluiu que o problema dele era tristeza e saudade.

Ele o levou para o hospital, prometendo manter ele apenas no chão se fosse preciso. Derek precisava provar seu ponto de vista. Ele entrou no quarto de Garcia e o cachorrinho subiu com todo o cuidado, como se soubesse que ela estava entubada.

Ele apoiou a cabeça dele na mão sem fios e dormiu feliz. Era tristeza com certeza. Tristeza pela falta de Penelope. Foi assim todas as vezes. Clooney chegava e se deitava por algumas horas com ela. Ele voltou a comer e ficou mais forte a cada dia.

Hotch convenceu o hospital a deixar Clooney ser uma visita frequente. Iria fazer bem para Penelope e também para o cachorrinho.

Derek colocou os documentos na mesa de cabeceira. Sua mãe precisou voltar para Chicago. Todos estavam em um caso em Takoma Park em Maryland em um caso serial.

O novo analista designado para a equipe era uma total piada. Levou o dobro do tempo que Penelope para achar apenas um nome e algumas informações.

Derek decidiu falar com Reid sobre os papéis para interrupção, sabendo que ele teria uma opinião sincera.

— Reid. – Spencer atendeu o telefone.

— Spencer. – Derek falou. – Preciso de conselho.

— Qual o problema Derek? – Spencer sentou em uma mesa da cafeteria onde tinha comprado café. – Acho que não é uma coisa boa.

— O médico me deu os papéis para se eu decidir interromper a vida dela. – Derek não quis enrolar.

— E está considerando? – Reid podia ouvir a voz de Derek.

— Uma parte minha quer isso, mas é uma parte pequena igual a um grão de feijão e a minha parte bem maior diz para eu rasgar os documentos. – Derek confessou. – Talvez possa me dar um conselho.

— Você a ama? – Reid perguntou.

— Sempre a amei, Spencer. – Morgan respondeu com a mão em Penelope. – Mas faltam seis meses para um ano e ela não deu nenhum dos sinais de que vai acordar uma hora ou outra.

— Estudos indicam que quanto mais uma pessoa encoraja a outra a acordar de um coma não medicamentoso, mais essa pessoa luta para voltar. – Reid falou. – Talvez você tenha que dizer a ela as razões que você precisa que ela acorde.

— E se ela não fizer isso? – Derek parecia sem esperanças de repente.

— Penelope te ama, Agente especial Derek Morgan. – Reid o repreendeu. – Lute por ela, Derek.

— Então a resposta é não? – Derek sorriu. – A resposta é não.

— Exatamente isso, Derek. – Reid falou antes de desligar.

Derek sabia que ele deveria lutar por ela.

— Eu não vou assinar isso. – Derek jogou os papéis na mesa do médico.

— Sr. Morgan. – O médico recolheu os papéis. – Você tem que levar em conta que ela provavelmente está sofrendo.

— Não posso apenas desistir dela, doutor. – Derek se sentou na cadeira. – Não disse o quanto eu a amo o suficiente, não a beijei o quanto eu queria. Ela tem amigos a esperando aqui.

— Se passar de um ano o coma vai ser irreversível. – O médico seguia firme na idéia. – Você vai sofrer.

— Deixe que eu decida isso, certo? – Morgan saiu do escritório rumo ao quarto de Penelope quando viu enfermeiros correndo em direção a ele.

Derek gelou e correu. Ele chegou a tempo de ver os enfermeiros segurando Penelope enquanto ela convulsionava. Ele sentiu seus sonhos escaparem dele como se jogassem água na tinta recém pintada.

Quando eles finalmente conseguiram fazer que a convulsão cedesse, o médico aplicou algo forte o suficiente para evitar outra dessas.

— A lesão no cérebro provocou isso. – Ele calmamente explicou para Derek. – Ou o que restou. Geralmente uma convulsão significaria uma provável morte, mas ela pode significar que ela vai acordar.

— Então? Qual o plano? – Derek pediu.

— Vamos aplicar um novo tratamento. – O médico respondeu. – Talvez ela responda melhor.

— Em quanto tempo? – Derek precisava saber.

— Dois ou três meses. – O médico saiu.

Rússia...

Kevin estava trabalhando em uma empresa de tecnologia. Com seu nome falso, é claro. Ninguém desconfiou do novato sem redes sociais.

— Sério cara. – Um dos colegas de Kevin puxou conversa. – Porque você não cria uma rede social?

— Não sou bem dessas modas. – Kevin respondeu tentando fazer o trabalho dele. – Prefiro cara a cara.

— E quando as pessoas não estão perto? – Ele continuou insistindo.

— Meus pais estão mortos, Alec. – Kevin mentiu. – Não tenho amigos o suficiente que justifiquem uma rede social.

— Está certo. – Alec levantou as mãos em defesa. – Só queria descobrir o motivo. Não achei que iria te aborrecer.

Kevin viu o amigo ir embora chateado.

— Alec. – Kevin gritou. – Sinto muito. Quer sair para uma bebida?

— Eu só bebo água. – Alec respondeu. – Minha religião não permite álcool.

— Podemos tomar suco de frutas. – Kevin falou. – Eu fico estranho quando estou bêbado.

— Está certo. – Alec ficou feliz.

Kevin pegou um dos frascos de tranquilizantes do seu kit assassino e colocou no bolso antes de irem para as bebidas.

Eles chegaram ao bar e Kevin se ofereceu para buscar as bebidas para Alec.

— Dois sucos com duas gotas de Vodca. – Kevin falou. – Eu quero o meu com Vodca e o meu amigo quer sem frutas e suco de morango e melancia.

Ele tirou o frasco e serviu no copo de Alec a metade do sedativo. Levando para o seu amigo esperando ele colocou o copo na frente dele.

— A nossa amizade. – Alec levantou o copo para brindar.

— A nossa amizade. – Kevin repetiu tomando o suco alcoólico.

Ele observou Alec bebendo o copo batizado e fingiu sono para Alec comprar que o copo dele também havia sido batizado quando ele começou a sentir os efeitos.

Alec caiu no sono ainda sentado na mesa. Kevin levantou o amigo colocando ele no carro com a ajuda de um desconhecido do bar que se ofereceu. Ele dirigiu para uma zona de garotas de programa e contratou uma para pousar na cama do amigo.

Ele que era casado teria uma grande surpresa.  Um quarto duplo alugado faria Alec acreditar que Kevin ou melhor Ivanovich também havia sido drogado.

Ele estava pronto para arruinar a vida de alguém. Ele tirou o celular e ligou a transmissão de vídeo do quarto de Penelope. Ela parecia ainda mais bonita do que na noite em que ele a jogou morro abaixo.

Seus olhos se encheram de raiva quando ele viu Derek ao lado dela no quarto, beijando sua mão e o anel no dedo. Ele havia tentado matar ela por abandona-lo e agora Derek estava ao seu lado como um amante dedicado.

— Hora de voltar para você Penny. – Kevin falou antes de dormir pronto para acordar quando seu colega acordasse no outro dia.

Ele comprou uma passagem para os Estados Unidos para dois meses, fazendo seus planos serem mais claros.

Dois meses depois...

O novo tratamento proposto pelo médico funcionou do jeito previsto e os níveis de Penelope estavam próximos do recomendado.

Ela poderia acordar a qualquer hora e Derek se certificou de estar lá. Reid estava ao lado de Penelope e Derek no momento que tudo começou a mudar.

Ele estava lendo Romeu e Julieta para ela em voz alta.

— Estas alegrias violentas têm fins violentos, falecendo no triunfo, como fogo e pólvora, que em um beijo se consomem. – Reid leu em voz alta.

Derek percebeu o ritmo das pálpebras começar a bater, algo antes nunca feito ou nunca percebido. Ele se encostou na cama e pegou a mão de Penelope e recebeu um aperto fraco de volta.

— Abra os olhos Deusa. – Derek pediu em voz alta enquanto Reid ligava para toda a equipe de dentro do quarto, não querendo perder.

— Venha Penelope. – Reid também pediu enquanto JJ dava pulos de alegria em uma cidade.

— Estamos te esperando P. – JJ falou quando Reid acionou o vídeo.

O ritmo das máquinas e os olhos de Penelope começaram a abrir lentamente. Derek nunca deixou a mão dela, sempre dando beijos e pedindo para que ela acordasse.

Então aconteceu. Ela abriu os olhos um pouco assustada no começo e depois relaxando quando ouviu a voz de Derek.

Ela tentou falar, mas o tubo na boca dela não a permitiu falar. Entretanto, palavras não eram necessárias entre Derek e Penelope. O olhar que eles trocaram durante cinco minutos era suficiente.


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