Hit And Run escrita por Any Sciuto


Capítulo 25
Estrelas.




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Dois anos atrás...

Foi uma manhã estranha no escritório. Hotch e Emily estavam discutindo feio. Com direito a palavrões e outras coisas.

— Você não tem o direito de me deixar de fora. – Hotch gritou. – Se você sair vai acabar com a equipe toda.

— Eu não tenho escolha, Hotch. – Ela se sentou colocando sua caixa no sofá. – É a minha vez de voar.

— Agora eu sou Hotch? Nós estamos noivos, Emily. – Hotch apontou para a aliança no dedo. – Você está esperando um filho meu e simplesmente quer ir para a Interpol. 

— Meu tempo no FBI acabou, Aaron. – Ela pegou a caixa e abriu a porta. – Você poderá ver seu filho.

— Vai se despedir de todos? – Hotch gritou quando ela saiu.

— Será melhor se eu sair sem fazer isso. – Emily saiu da sala.

Passando pelo bullpen, ela olhou para as mesas e deixou um bilhete para Spencer. Ela sabia que se ficasse e dissesse que estava indo embora, ela se sentiria culpada.

A desculpa de ir para a Interpol foi a única que ela sabia que não era estranha.

Entrando pelo elevador ela deixou a caixa cair no chão e pegou o celular.

— Estou pronta para a missão. – Ela falou para alguém ao telefone. – Ele não desconfiou de nada.

Quando a equipe chegou meia hora depois, Hotch contou sobre a saída de Emily.

Reid se sentiu traído por Emily não querer se despedir, porém guardou o bilhete que ela havia deixado para ele.

Penelope foi para o escritório e depois de se sentar na cadeira deixou as lágrimas caírem. Ela deixou de falar com Emily seis meses depois quando trocou de número de celular. Derek e Hotch foram os únicos que sempre falavam com Emily contando sobre a equipe.

Emily ficou três meses procurando um chefe de cartel de armas em Berlim. Ela foi para a Inglaterra para ter Andrew.

Quando a operação acabou, ela começou a trabalhar para a Interpol de verdade.

Emily ainda falava com Derek por causa de Esther, entretanto Penelope não a odiava mais. Era uma das verdades de Penelope Garcia. Ela nunca ficaria odiando ninguém.

Hoje...

Quando Penelope foi algemada e retirada da sala a força, Derek sentiu sua força se esgotar. Não era justo ela ser presa.

— Você pode fazer algo? – Derek perguntou a Dra. Lewis. – Você pode tirar ela de lá, não é?

— É um caso complicado demais. – Tara respondeu. – Preciso avaliar o caso.

— Avaliar o que? – Derek gritou. – Peter Lewis assassinou essa garota a sangue frio e Penelope foi incriminada.

— Há provas sobre isso. – Tara respondeu. – Então a menos que vocês peguem esse cara, ela vai ficar presa.

— Vamos levar a foto de Penelope e de Peter para todos os aeroportos privados, pistas de terra e para qualquer coisa ou lugar que tenha uma pista de voo. – Hotchner respondeu.

— Suponho que tenha que voltar para a Inglaterra. – Reid falou para Emily.

— Na verdade eu estou de volta para o FBI. – Ela respondeu. – Não posso virar as costas para minha amiga.

Reid se afastou do grupo. Ele se sentou no banco do lado de fora do tribunal. Emily se juntou a ele.

— Sei que está chateado comigo, Spencer. – Ela pegou a mão dele. – Não era como se eu tivesse escolha.

— A Interpol não te deu escolha de ficar com seus amigos? – Ele falou. – Porque eu teria escolhido meus amigos.

— Eu fiquei seis meses disfarçada em uma missão, Spencer. – Emily confessou. – Foi uma coisa que eu fui obrigada a fazer. Mateo cruz é quem você deveria culpar.

— Você não queria ir embora? – Reid olho para ela agora.

— Eles ameaçaram a equipe, Spencer. – Emily respondeu. – Eles prenderiam Rossi por matar aquele homem que matou Gideon, Hotch seria preso por causa de Foyet, Garcia Iria para a prisão por ser Hacker. Cada um iria para a cadeia por um crime.

— Eu sinto muito por isso Emily. – Spencer a abraçou. – Eu não sabia sobre isso.

— Eu sei. – Ela respondeu ao abraço. – Eu pensei em ligar todos os dias para você.

— Você vai ficar aqui? – Ele perguntou.

— Eu sou mais necessária aqui. – Emily se levantou e seguiu com Reid para a sala onde eles ainda estavam reunidos.

— Preciso ligar para Esther. – Derek se desculpou. – Eu já volto.

Derek sentiu todo o esgotamento voltar para ele. Sua mulher estava presa e sua filha teria que ficar mais tempo longe. Ele não a queria no meio de tudo isso.

A medida que as semanas iam passando a equipe ficava mais irritada com a falta de provas. Tudo, exatamente tudo apontava para Penelope como uma assassina fria. Foi quando a primeira estrela de esperança apareceu.

Indo de aeroporto em aeroporto, todos negavam ter visto Penelope, porém um dono de uma pista e jatinho particulares afirmou ter visto Peter em uma das frotas.

O homem testemunhou apenas para a juíza e contou tudo o que se passou naquele dia, detalhe por detalhe que ele conseguia lembrar.

— Conseguimos um habeas corpus? – Derek estava apreensivo.

— Saberemos em algumas horas. – Hotch falou.

Toda a equipe estava por perto. Dois meses na cadeia poderia ter feito mal para a equipe, porém o pior foi para Penelope. Ela era agredida constantemente, fazendo Tara pedir um lugar longe das outras presas.

Derek era autorizado a ter visitas com a filha uma vez por semana e na única vez que Esther foi visitar Garcia, foi muito mais lágrimas do que palavras.

Esther havia levado um desenho e contado como as amigas reagiram a prisão da mãe dela.

— Elas sabem que você é inocente, mamãe. – Esther contou com sua inocência. – A mãe da Daphne quer vir visitar você. Ela acha injusto você estar aqui injustamente.

— Como ela tem tanta certeza, meu amor? – Penelope colocou a mão com a da filha.

— Quem conhece a senhora mamãe sabe que não seria capaz de algo hediondo. – Ela deu um abraço na mãe. – A Sra. Chambers acha que deveriam apelar para alguém maior que o governador.

— Maior que o governador? – Penelope estava orgulhosa da filha.

— O presidente Mãe. – Ela deu um toque no nariz de Penelope. – Ele deveria saber que você mal consegue matar uma barata sem sentir culpa.  

— Porque você não manda uma carta para ele então, meu amor? – Ela brincou. – Talvez ele te escute.

— Eu mandei uma semana passada. – Ela estava triste. – Talvez eu devesse dizer o quanto você é amorosa.

— Talvez ele ainda não a tenha lido, Esther. – Penelope falou. – Ele tem coisas para fazer.

— Papai vai tirar você daqui mamãe. – Esther disse. – Ele e os super-heróis vão provar.

— Cuide de Sérgio e Clooney para mim, certo? – Penelope pediu.

— Sempre. – Esther deu um beijo em Penelope. – Fique segura.

Quando o telefone tocou na sala da BAU todos estavam alertas. Tanto para um sim quanto para um não, eles respiraram quando Hotch tirou o telefone do gancho.

— Sim. – Hotchner atendeu. – Eu agradeço por essa chance.

Ele desligou e olhou para os agentes. Apreensivos e nervosos.

— Era a juíza. – Hotchner respondeu. – Encontraram o DNA de um homem naquela faca. Eles reexaminaram as provas com base nos palpites que tivemos e eles acharam o DNA de Peter Lewis nela.

— Ele foi descuidado? – Emily perguntou. – Acho difícil.

— Pelo o que eles determinaram em alguma parte do tempo em que a faca esteve com ele, o DNA foi transferido para a base da faca. – Hotch respondeu. – Quando eles examinaram a faca, procuravam por digitais e não por DNA.

— Eles já tinham os fios de cabelo. – Derek respondeu. – Era o suficiente para achar a assassina.

— E o Habeas Corpus? – Emily perguntou.

— Está sendo expedido nesse momento. – Hotch respondeu. – Vamos buscar a nossa garota.

Todos se levantaram. Era hora de ver Penelope sair daquele lugar depois de três meses.


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